Essa série de bons filmes de terror começou lá atrás, com o primeiro "Invocação do Mal". Desde então um certo nível de qualidade tem se mantido, nunca decaindo, mesmo agora no quarto filme dessa franquia. O interessante é que todos os filmes podem ser assistidos de forma independente, pois possuem arcos narrativos fechados. Por essa razão se você nunca viu nenhum deles, não precisa se preocupar, pode assistir a esse "Annabelle 2: A Criação do Mal" sem maiores problemas. Bom, como o próprio título sugere temos aqui a origem da maldição sobrenatural que parece cercar essa boneca chamada Annabelle. Para isso o espectador é transportado para a década de 1950. Em um pacato rancho mora uma família aparentemente muito feliz. Pai, mãe e a pequena filha, uma criança adorável chamada justamente Annabelle.
O pai é um construtor artesanal de bonecas infantis e o primeiro exemplar de um novo modelo acabará tendo um papel vital dentro dessa história. Após participarem de um culto na igreja local a família volta para casa. No meio do caminho o motor do carro quebra. O pai tenta consertar e no meio da estrada, durante uma distração, a pequena Annabelle é atropelada por um caminhão. Passam-se os anos e reencontramos o mesmo casal, agora mais envelhecido e destruído emocionalmente pela morte da filha. A casa onde moram é bem espaçosa e... vazia. Assim eles decidem ajudar um orfanato da região, abrigando um grupo de meninas órfãs. Assim que elas se mudam, sob a supervisão da freira irmã Charlotte, começam a acontecer os eventos sobrenaturais. Tudo leva a crer que a alma de menina morta Annabelle está de volta ao seu antigo lar... mas será que a doce menina das aparições nas sombras é realmente ela?
Revelar mais seria estragar parte das boas surpresas desse bom roteiro. No quadro geral poderia dizer que "Annabelle 2: A Criação do Mal" é de fato um terrorzão dos bons, seguindo uma linha mais tradicional, que parecia um pouco perdida depois que os efeitos digitais invadiram o cinema. Aqui eles são usados, mas de forma mais inteligente e discreta. O diretor David F. Sandberg preferiu usar o medo natural das pessoas em relação às sombras e vultos escondidos pelos cantos obscuros da casa. Com isso o filme ganhou bastante em suspense. Some-se a isso o ótimo elenco formado por jovens atrizes que interpretam as meninas órfãs que vão morar na antiga casa de Annabelle. Com todos os elementos inseridos nos lugares certos não é de se admirar que o filme tenha ficado tão bom. Realmente é uma ótima opção para os fãs dos filmes de terror ao velho estilo. Não vá deixar passar em branco.
Annabelle 2: A Criação do Mal (Annabelle: Creation, Estados Unidos, 2017) Direção: David F. Sandberg / Roteiro: Gary Dauberman / Elenco: Anthony LaPaglia, Samara Lee, Miranda Otto, Lulu Wilson, Talitha Eliana Bateman / Sinopse: Arrasados emocionalmente após a morte da pequena filha de dez anos, um casal decide abrir sua casa para um grupo de meninas órfãs mantidas pela Igreja Católica. Assim que elas se mudam para o lugar - um rancho distante da cidade - eventos sobrenaturais começam a acontecer pela casa. Será a pequena Annabelle retornando do mundo dos mortos?
Pablo Aluísio.
domingo, 10 de setembro de 2017
Prova de Vida
Esse filme foi um grande fracasso comercial por causa de um escândalo ocorrido durante as filmagens. A atriz Meg Ryan teve um caso amoroso com Russell Crowe. Até aí tudo bem, já que não era nenhuma novidade que atrizes namorassem atores durante a produção de filmes. Basta lembrar do caso envolvendo Elizabeth Taylor e Richard Burton no set de "Cleópatra". O que pegou mal mesmo foi o fato de que Ryan ainda era casada com Dennis Quaid. Como o romance entre Meg e Russel não foi nada discreto, acabou se tornando bem vergonhoso para todos os envolvidos. O troco veio quando o filme chegou nos cinemas. O público americano simplesmente boicotou o filme, um tipo de protesto moral contra tudo o que rolou durante a produção da fita. Afinal a sociedade americana gosta de se ver como sendo ainda puritana, embora não seja de verdade.
A despeito disso quem ficou em casa acabou se dando bem. Não por causa desse falso moralismo que atingiu as pessoas na época, mas simplesmente porque o filme era ruim demais mesmo! Esse é daquele tipo sem salvação, com péssimo roteiro, trama confusa e mal escrita, elenco desinteressado e produção capenga. Tudo o que poderia dar errado acabou dando. É seguramente o pior trabalho do cineasta Taylor Hackford, que já havia provado inúmeras vezes que tinha talento. Ele dirigiu entre outros, filmes muito bons, diria até excelentes, como "A Força do Destino", "O Sol da Meia Noite" e "Advogado do Diabo". Sua carreira só não afundou nesse aqui porque ele conseguiu recuperar a confiança dos estúdios e realizou o ótimo "Ray", a biografia de Ray Charles que foi grande sucesso de público e crítica, dando o Oscar para o ator Jamie Foxx. Já Meg Ryan não teve a mesma sorte. Culpada por tudo (numa visão bem machista, vamos admitir) ela viu sua carreira afundar de vez. Nunca mais seria considerada a "namoradinha da América", título que havia ganho no auge de sucesso de suas comédias românticas.
Prova de Vida (Proof of Life, Estados Unidos, 2000) Direção: Taylor Hackford / Roteiro: Tony Gilroy, William Prochnau / Elenco: Meg Ryan, Russell Crowe, David Morse / Sinopse: Engenheiro norte-americano é feito refém por guerrilheiros africanos. Para tentar salvar sua vida sua esposa resolve contratar os serviços de um negociador e perito em armas e situações como essa.
Pablo Aluísio.
A despeito disso quem ficou em casa acabou se dando bem. Não por causa desse falso moralismo que atingiu as pessoas na época, mas simplesmente porque o filme era ruim demais mesmo! Esse é daquele tipo sem salvação, com péssimo roteiro, trama confusa e mal escrita, elenco desinteressado e produção capenga. Tudo o que poderia dar errado acabou dando. É seguramente o pior trabalho do cineasta Taylor Hackford, que já havia provado inúmeras vezes que tinha talento. Ele dirigiu entre outros, filmes muito bons, diria até excelentes, como "A Força do Destino", "O Sol da Meia Noite" e "Advogado do Diabo". Sua carreira só não afundou nesse aqui porque ele conseguiu recuperar a confiança dos estúdios e realizou o ótimo "Ray", a biografia de Ray Charles que foi grande sucesso de público e crítica, dando o Oscar para o ator Jamie Foxx. Já Meg Ryan não teve a mesma sorte. Culpada por tudo (numa visão bem machista, vamos admitir) ela viu sua carreira afundar de vez. Nunca mais seria considerada a "namoradinha da América", título que havia ganho no auge de sucesso de suas comédias românticas.
Prova de Vida (Proof of Life, Estados Unidos, 2000) Direção: Taylor Hackford / Roteiro: Tony Gilroy, William Prochnau / Elenco: Meg Ryan, Russell Crowe, David Morse / Sinopse: Engenheiro norte-americano é feito refém por guerrilheiros africanos. Para tentar salvar sua vida sua esposa resolve contratar os serviços de um negociador e perito em armas e situações como essa.
Pablo Aluísio.
sábado, 9 de setembro de 2017
Sete Homens e um Destino
Uma pequena cidade do velho oeste vive sob o jugo de um empresário inescrupuloso chamado Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard). Usando da violência e força bruta, respaldado por um exército de bandidos, ele humilha e extorque toda a população. Procurando por ajuda alguns moradores vão atrás de alguém que os protejam e encontram o que procuravam na figura do pistoleiro Chisolm (Denzel Washington), que forma um grupo de sete homens para libertar todas aquelas pessoas subjugadas pelo crime. Agora, ao lado de todos, eles vão tentar expulsar Bogue daquela região, custe o que custar. Aqui temos mais um remake de um filme clássico do passado. Eu já deixei claro inúmeras vezes que não gosto de remakes cinematográficos. De forma em geral eles são inúteis, desnecessários e muitas vezes decepcionantes. Essa é praticamente uma regra geral. Então no deserto de originalidade em que vive Hollywood nos dias atuais eis que surge o remake do clássico de western "The Magnificent Seven" que, por sua vez, é sempre bom lembrar, já era uma versão Made in USA do filme de Akira Kurosawa, "Os Sete Samurais".
Pois bem, nesse novo filme, turbinado por um orçamento generoso, tendo como destaque a presença do astro Denzel Washington, temos algumas modificações na estória, muito embora a espinha dorsal dos filmes originais se tenha mantido. Basicamente é a mesma coisa, com pessoas de uma cidade oprimida por uma quadrilha que procuram por alguma ajuda. Embora seja um bom faroeste - é inegável isso - essa nova versão tem alguns problemas. O primeiro deles é o fato do diretor Antoine Fuqua ter optado por realizar um filme longo demais. Esse tipo de filme, com esse tipo de enredo, não necessita de uma metragem tão extensa. Se o corte final fosse mais enxuto penso que o filme ganharia mais em termos de agilidade e edição. O fato de Fuqua ter procurado levar à sério demais o próprio enredo também é um problema. Nunca foi essa a proposta da primeira versão americana. Por fim temos a violência, que em determinados momentos extrapola um pouco. São problemas eventuais, pontuais, que não chegam a atrapalhar muito. O filme foi malhado bastante desde que foi lançado, mas penso que não é para tanto. É um faroeste bem produzido, com um elenco interessante, embora em minha opinião Denzel Washington esteja um pouco fora de seu habitual. Passa longe de ser tão ruim como alguns críticos afirmaram. Na verdade, na pior das hipóteses, temos aqui pelo menos uma boa diversão. Sim, continua desnecessário, como todo remake, mas com um pouquinho de boa vontade até que não faz feio. Escapou de ser um filme inútil.
Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Nic Pizzolatto, Richard Wenk / Elenco: Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke, Vincent D'Onofrio, Peter Sarsgaard, Manuel Garcia-Rulfo / Sinopse: Um pequeno e pacata vilarejo, oprimido por uma quadrilha de mercenários, bandoleiros e ladrões, pede ajuda a um pequeno grupo de pistoleiros que se dispõe a ajudá-los. Filme baseado no clássico "The Magnificent Seven" de 1967. Filme indicado ao Black Reel Awards na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington).
Pablo Aluísio.
Pois bem, nesse novo filme, turbinado por um orçamento generoso, tendo como destaque a presença do astro Denzel Washington, temos algumas modificações na estória, muito embora a espinha dorsal dos filmes originais se tenha mantido. Basicamente é a mesma coisa, com pessoas de uma cidade oprimida por uma quadrilha que procuram por alguma ajuda. Embora seja um bom faroeste - é inegável isso - essa nova versão tem alguns problemas. O primeiro deles é o fato do diretor Antoine Fuqua ter optado por realizar um filme longo demais. Esse tipo de filme, com esse tipo de enredo, não necessita de uma metragem tão extensa. Se o corte final fosse mais enxuto penso que o filme ganharia mais em termos de agilidade e edição. O fato de Fuqua ter procurado levar à sério demais o próprio enredo também é um problema. Nunca foi essa a proposta da primeira versão americana. Por fim temos a violência, que em determinados momentos extrapola um pouco. São problemas eventuais, pontuais, que não chegam a atrapalhar muito. O filme foi malhado bastante desde que foi lançado, mas penso que não é para tanto. É um faroeste bem produzido, com um elenco interessante, embora em minha opinião Denzel Washington esteja um pouco fora de seu habitual. Passa longe de ser tão ruim como alguns críticos afirmaram. Na verdade, na pior das hipóteses, temos aqui pelo menos uma boa diversão. Sim, continua desnecessário, como todo remake, mas com um pouquinho de boa vontade até que não faz feio. Escapou de ser um filme inútil.
Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Nic Pizzolatto, Richard Wenk / Elenco: Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke, Vincent D'Onofrio, Peter Sarsgaard, Manuel Garcia-Rulfo / Sinopse: Um pequeno e pacata vilarejo, oprimido por uma quadrilha de mercenários, bandoleiros e ladrões, pede ajuda a um pequeno grupo de pistoleiros que se dispõe a ajudá-los. Filme baseado no clássico "The Magnificent Seven" de 1967. Filme indicado ao Black Reel Awards na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington).
Pablo Aluísio.
Snatch: Porcos e Diamantes
Guy Ritchie pode ser um diretor bem pedante. Um exemplo disso você encontra nesse "Snatch: Porcos e Diamantes" (2000). A intenção do cineasta era realizar um filme bem estilizado, com muita violência e longos diálogos, ao estilo Tarantino, só que tudo passado em uma Londres escura, chuvosa e cheia de criminalidade. Nos becos escuros da cidade convivia toda uma fauna de escroques de todos os tipos: promotores desonestos de lutas de boxes, cobradores violentos de apostas ilegais, membros da máfia russa, ladrões de bancos incompetentes, etc. Só a escória, sem mocinhos e heróis, só bandidos e vilões. Ritchie tinha mesmo uma pequena obsessão por esses tipos. Só que no meio de tantos personagens, usando e abusando de um roteiro ao estilo mosaico, tudo acabou se perdendo, ficando diluído demais.
Claro que a crítica adorou e elevou o filme a um dos melhores da década, mas isso foi obviamente um exagero da imprensa. Embora o filme tenha alguns bons momentos, no geral ele se torna estilizado demais, caindo para a caricatura pura e simples (o que não foi nada bom para o resultado final). Quando os personagens começam a agir como se estivessem em um desenho animado ultra violento, a sensação é mesmo de que há algo de errado no filme. No final das contas o que salva "Snatch" de ser uma pura perda de tempo é o seu elenco. Brad Pitt, Benicio Del Toro e até Jason Statham estão muito bem em cena. Eles demonstram foco, querendo dar mesmo o melhor de si. Pena que a direção pesada demais de Guy Ritchie acabou prejudicando mais do que ajudando o elenco. Então é isso. Esse é um exemplo perfeito de um filme superestimado pela crítica da época, que acabou prejudicado por seus próprios exageros. Revisto hoje em dia suas falhas se tornam bem mais óbvias.
Snatch: Porcos e Diamantes (Snatch, Inglaterra, França, 2000) Direção: Guy Ritchie / Roteiro: Guy Ritchie / Elenco: Jason Statham, Brad Pitt, Benicio Del Toro, Vinnie Jones / Sinopse: Um grupo de criminosos tenta, rivais entre si, tenta colocar as mãos em um lote de diamantes roubados. Filme premiado pelo Empire Awards na categoria de melhor direção - filme britânico (Guy Ritchie). Também indicado na categoria de melhor filme britânico do ano de 2000.
Pablo Aluísio.
Claro que a crítica adorou e elevou o filme a um dos melhores da década, mas isso foi obviamente um exagero da imprensa. Embora o filme tenha alguns bons momentos, no geral ele se torna estilizado demais, caindo para a caricatura pura e simples (o que não foi nada bom para o resultado final). Quando os personagens começam a agir como se estivessem em um desenho animado ultra violento, a sensação é mesmo de que há algo de errado no filme. No final das contas o que salva "Snatch" de ser uma pura perda de tempo é o seu elenco. Brad Pitt, Benicio Del Toro e até Jason Statham estão muito bem em cena. Eles demonstram foco, querendo dar mesmo o melhor de si. Pena que a direção pesada demais de Guy Ritchie acabou prejudicando mais do que ajudando o elenco. Então é isso. Esse é um exemplo perfeito de um filme superestimado pela crítica da época, que acabou prejudicado por seus próprios exageros. Revisto hoje em dia suas falhas se tornam bem mais óbvias.
Snatch: Porcos e Diamantes (Snatch, Inglaterra, França, 2000) Direção: Guy Ritchie / Roteiro: Guy Ritchie / Elenco: Jason Statham, Brad Pitt, Benicio Del Toro, Vinnie Jones / Sinopse: Um grupo de criminosos tenta, rivais entre si, tenta colocar as mãos em um lote de diamantes roubados. Filme premiado pelo Empire Awards na categoria de melhor direção - filme britânico (Guy Ritchie). Também indicado na categoria de melhor filme britânico do ano de 2000.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 8 de setembro de 2017
Valerian e a Cidade dos Mil Planetas
O diretor Luc Besson literalmente torrou 177 milhões de dólares para levar ao cinema essa adaptação dos quadrinhos franceses "Valerian and Laureline" de Jean-Claude Mézières e Pierre Christin. Poucas pessoas conhecem a obra original que hoje em dia chama mais a atenção pelo fato de George Lucas ter se inspirado justamente nela para criar o seu universo próprio de "Star Wars". As semelhanças são muitas. Certos personagens são praticamente os mesmos dos filmes de Lucas, com pequenas variações. A questão porém é que como se trata de quadrinhos dos anos 60 e 70, poucos jovens a conhecem. Assim não foram ao cinema conferir esse filme. Com uma bilheteria de pouco mais de 40 milhões de dólares a fita já é considerada um dos grandes fracassos comerciais do ano. Até o diretor do estúdio que a produziu foi demitido essa semana. O prejuízo passa dos 100 milhões de dólares, o que deve enterrar futuras adaptações desse universo. E pensar que esse filme deveria ser o primeiro de uma longa franquia...
Apesar disso, do filme ter afundado nas bilheterias, devo dizer que gostei do resultado. Artisticamente tudo é muito bem cuidado e desenvolvido. O roteiro é bom. Partindo da premissa que "Valerian and Laureline" tem centenas de edições, com uma longa e complexa saga nos quadrinhos, o roteiro escrito pelo próprio diretor Luc Besson foi muito bem adaptado. Ele consegue apresentar todos os personagens com êxito para o espectador que nunca leu na vida uma HQ dessa saga. Além disso imprime um ritmo muito bom e eficiente no próprio enredo. Tampouco nega as origens juvenis do material original. E Besson não foi certeiro apenas no roteiro que escreveu. Ele acertou também na direção, na escolha do design de produção e nos efeitos digitais. É inegavelmente um filme muito bem realizado, que não vai decepcionar aos que gostam desse tipo de ficção de aventuras, com tudo o que podem esperar desse tipo de filme. Há todo um universo singular, com criaturas fantásticas e muita ação. Como background narrativo há ainda uma boa trama envolvendo uma raça de seres que tiveram seu planeta natal destruído. Tudo de muito bom gosto. Pena que o público de certa maneira ignorou. Pelo visto o cinema europeu ainda precisa aprender muito com o cinema americano em termos de marketing e promoção. No final das contas foi justamente isso que faltou para que essa produção milionária tivesse o sucesso que merecia.
Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (Valerian and the City of a Thousand Planets, França, Alemanha, Inglaterra, 2017) Direção: Luc Besson / Roteiro: Luc Besson, baseado nos quadrinhos "Valerian and Laureline" de Pierre Christin e Jean-Claude Mézières / Elenco: Dane DeHaan, Cara Delevingne, Clive Owen, Rihanna, Ethan Hawke, Rutger Hauer, Herbie Hancock / Sinopse: Em um futuro distante dois agentes, o Major Valerian (Dane DeHaan) e a sargento Laureline (Cara Delevingne) são enviados para recuperar um artefato importante que está nas mãos de um contrabandista infame. O objeto tem ligação com a destruição de um planeta de uma civilização pacífica e desenvolvida, cujos últimos descendentes farão de tudo para também recuperar esse artefato.
Pablo Aluísio.
Apesar disso, do filme ter afundado nas bilheterias, devo dizer que gostei do resultado. Artisticamente tudo é muito bem cuidado e desenvolvido. O roteiro é bom. Partindo da premissa que "Valerian and Laureline" tem centenas de edições, com uma longa e complexa saga nos quadrinhos, o roteiro escrito pelo próprio diretor Luc Besson foi muito bem adaptado. Ele consegue apresentar todos os personagens com êxito para o espectador que nunca leu na vida uma HQ dessa saga. Além disso imprime um ritmo muito bom e eficiente no próprio enredo. Tampouco nega as origens juvenis do material original. E Besson não foi certeiro apenas no roteiro que escreveu. Ele acertou também na direção, na escolha do design de produção e nos efeitos digitais. É inegavelmente um filme muito bem realizado, que não vai decepcionar aos que gostam desse tipo de ficção de aventuras, com tudo o que podem esperar desse tipo de filme. Há todo um universo singular, com criaturas fantásticas e muita ação. Como background narrativo há ainda uma boa trama envolvendo uma raça de seres que tiveram seu planeta natal destruído. Tudo de muito bom gosto. Pena que o público de certa maneira ignorou. Pelo visto o cinema europeu ainda precisa aprender muito com o cinema americano em termos de marketing e promoção. No final das contas foi justamente isso que faltou para que essa produção milionária tivesse o sucesso que merecia.
Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (Valerian and the City of a Thousand Planets, França, Alemanha, Inglaterra, 2017) Direção: Luc Besson / Roteiro: Luc Besson, baseado nos quadrinhos "Valerian and Laureline" de Pierre Christin e Jean-Claude Mézières / Elenco: Dane DeHaan, Cara Delevingne, Clive Owen, Rihanna, Ethan Hawke, Rutger Hauer, Herbie Hancock / Sinopse: Em um futuro distante dois agentes, o Major Valerian (Dane DeHaan) e a sargento Laureline (Cara Delevingne) são enviados para recuperar um artefato importante que está nas mãos de um contrabandista infame. O objeto tem ligação com a destruição de um planeta de uma civilização pacífica e desenvolvida, cujos últimos descendentes farão de tudo para também recuperar esse artefato.
Pablo Aluísio.
Vingança
O diretor Walter Hill tem uma filmografia muito boa, principalmente em relação a filmes de ação. Ele dirigiu, entre outros filmes, produções como "48 Horas", "Ruas de Fogo", "A Encruzilhada" (um bom filme sobre as origens do blues), "Inferno Vermelho" (com o astro Arnold Schwarzenegger, na sua maior bilheteria no cinema) e "O Último Matador" (bom filme de gangsters com Bruce Willis). Além disso foi roteirista de dois filmes da série Aliens ("Aliens, o Resgate" e "Alien³"). Então só por essa amostra podemos perceber que Hill não é um cineasta qualquer. Ele tem histórico de bons momentos no cinema. Esse aliás foi o motivo principal que me levou a assistir esse seu novo filme. Pena que tudo foi por água abaixo logo nas primeiras cenas.
Com uma produção muito fraca (que em alguns momentos deixa óbvia sua falta de um melhor orçamento) o filme naufraga muito rapidamente. O enredo é igualmente bizarro demais para ser levado à sério. Hill escreveu o esboço desse roteiro em 1978, aproveitou parte de sua ideia em "Um Rosto Sem Passado", mas só agora resolveu transformar em filme. Deveria ter ficado engavetado. É a história de uma cirurgiã plástica chamada Rachel Jane (Weaver). Quando seu irmão é morto pela máfia ela decide se vingar do assassino. O matador profissional Frank Kitchen, responsável pela morte de seu irmão, é sequestrado e depois levado para uma clínica clandestina. A médica vai se vingar de uma forma nada comum... ela vai mudar seu sexo na sala de cirurgia! Quem interpreta esse personagem de homem que vira mulher é a atriz Michelle Rodriguez. Quando ela está em sua "fase masculina" (acredite, ela interpreta um homem na primeira parte do filme!), usa uma barba postiça muito mal feita. Impossível conter o riso, já que a caracterização é péssima. Depois a trama capenga segue aos trancos e barrancos, sem nunca convencer. O resultado é uma lástima, de tão ruim. E pensar que tantos bons profissionais (tanto na direção como no elenco) entraram em um abacaxi como esse! Imperdoável...
Vingança (The Assignment, Estados Unidos, 2016) Direção: Walter Hill / Roteiro: Walter Hill, Denis Hamill / Elenco: Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez, Tony Shalhoub, Anthony LaPaglia / Sinopse: Para vingar a morte do irmão uma cirurgiã plástica resolve mudar o sexo de seu assassino, destruindo sua vida pessoal. Agora com um corpo de mulher ela parte para sua vingança.
Pablo Aluísio.
Com uma produção muito fraca (que em alguns momentos deixa óbvia sua falta de um melhor orçamento) o filme naufraga muito rapidamente. O enredo é igualmente bizarro demais para ser levado à sério. Hill escreveu o esboço desse roteiro em 1978, aproveitou parte de sua ideia em "Um Rosto Sem Passado", mas só agora resolveu transformar em filme. Deveria ter ficado engavetado. É a história de uma cirurgiã plástica chamada Rachel Jane (Weaver). Quando seu irmão é morto pela máfia ela decide se vingar do assassino. O matador profissional Frank Kitchen, responsável pela morte de seu irmão, é sequestrado e depois levado para uma clínica clandestina. A médica vai se vingar de uma forma nada comum... ela vai mudar seu sexo na sala de cirurgia! Quem interpreta esse personagem de homem que vira mulher é a atriz Michelle Rodriguez. Quando ela está em sua "fase masculina" (acredite, ela interpreta um homem na primeira parte do filme!), usa uma barba postiça muito mal feita. Impossível conter o riso, já que a caracterização é péssima. Depois a trama capenga segue aos trancos e barrancos, sem nunca convencer. O resultado é uma lástima, de tão ruim. E pensar que tantos bons profissionais (tanto na direção como no elenco) entraram em um abacaxi como esse! Imperdoável...
Vingança (The Assignment, Estados Unidos, 2016) Direção: Walter Hill / Roteiro: Walter Hill, Denis Hamill / Elenco: Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez, Tony Shalhoub, Anthony LaPaglia / Sinopse: Para vingar a morte do irmão uma cirurgiã plástica resolve mudar o sexo de seu assassino, destruindo sua vida pessoal. Agora com um corpo de mulher ela parte para sua vingança.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 7 de setembro de 2017
Death Note
A Netflix adaptou esse "Death Note" da obra criada pelo artista japonês Tsugumi Ohba. É uma adaptação Made in USA, o que já não é uma boa notícia. Como o material original já tinha uma legião de fãs o esperado aconteceu: choveram críticas e mais críticas dos admiradores do anime. Mais do que isso, muitos ficaram enfurecidos com o que assistiram aqui. O pior para a Netflix é que todas as queixas foram mais do que justificáveis. Realmente essa versão de "Death Note" é bem ruinzinha. Não houve capricho ou cuidado com o material que lhe deu origem. A produção é fraca e o roteiro não ajuda muito. Para quem não conhece o enredo, a trama é até bem interessante. Tudo começa quando um livro obscuro vai parar nas mãos de um jovem estudante, Light Turner (Nat Wolff). Ele é um estudante brilhante, de ótimas notas, que nas horas vagas aproveita para ganhar algum dinheiro, fazendo o trabalho para os outros alunos.
O tal livro tem o poder de ceifar a vida de qualquer pessoa que tenha seu nome escrito em suas páginas. Assim ensina a criatura Ryuk (Willem Dafoe), uma espécie de demônio que começa a aparecer para Light, após ele pegar o livro para si. E então o estudante começa a escrever nomes de criminosos no livro, numa tentativa de limpar a sociedade desses marginais. O que porém começa com boas intenções logo foge do controle, criando um verdadeiro caos em sua vida. Sinceramente, é um caso típico de desperdício de boas ideias. O anime original inclusive sempre foi muito elogiado por público e crítica. Ao tentarem criar uma versão americana da história parece que tudo se perdeu, inclusive o clima e o charme dos personagens japoneses. O elenco também é todo fraco, com jovens sem muito talento. O único que se sobressai, mesmo debaixo de um roupa de monstro, é o veterano Willem Dafoe. Todo o resto sequer é digno de nota. Então é isso, uma versão desnecessária e mal realizada de um material que poderia render muito mais, caso fosse melhor trabalhado pelos produtores americanos.
Death Note (Estados Unidos, 2017) Direção: Adam Wingard / Roteiro: Charley Parlapanides, Vlas Parlapanides / Elenco: Nat Wolff, Willem Dafoe, Lakeith Stanfield, Margaret Qualley, Shea Whigham / Sinopse: Jovem colegial, Light Turner (Wolff) coloca as mãos em um livro obscuro, que tem o poder de acabar com a vida daqueles cujos nomes são escritos em suas páginas. Com ele em seu poder começa a fazer uma espécie de "justiça pelas próprias mãos", em prol da sociedade, mas tudo acaba dando muito errado.
Pablo Aluísio.
O tal livro tem o poder de ceifar a vida de qualquer pessoa que tenha seu nome escrito em suas páginas. Assim ensina a criatura Ryuk (Willem Dafoe), uma espécie de demônio que começa a aparecer para Light, após ele pegar o livro para si. E então o estudante começa a escrever nomes de criminosos no livro, numa tentativa de limpar a sociedade desses marginais. O que porém começa com boas intenções logo foge do controle, criando um verdadeiro caos em sua vida. Sinceramente, é um caso típico de desperdício de boas ideias. O anime original inclusive sempre foi muito elogiado por público e crítica. Ao tentarem criar uma versão americana da história parece que tudo se perdeu, inclusive o clima e o charme dos personagens japoneses. O elenco também é todo fraco, com jovens sem muito talento. O único que se sobressai, mesmo debaixo de um roupa de monstro, é o veterano Willem Dafoe. Todo o resto sequer é digno de nota. Então é isso, uma versão desnecessária e mal realizada de um material que poderia render muito mais, caso fosse melhor trabalhado pelos produtores americanos.
Death Note (Estados Unidos, 2017) Direção: Adam Wingard / Roteiro: Charley Parlapanides, Vlas Parlapanides / Elenco: Nat Wolff, Willem Dafoe, Lakeith Stanfield, Margaret Qualley, Shea Whigham / Sinopse: Jovem colegial, Light Turner (Wolff) coloca as mãos em um livro obscuro, que tem o poder de acabar com a vida daqueles cujos nomes são escritos em suas páginas. Com ele em seu poder começa a fazer uma espécie de "justiça pelas próprias mãos", em prol da sociedade, mas tudo acaba dando muito errado.
Pablo Aluísio.
Na Teia de Aranha
Essa foi a segunda vez que o ator Morgan Freeman interpretou o especialista forense Alex Cross. O primeiro filme havia sido lançado três anos antes com o título nacional de "Beijos que Matam". Baseados nos romances policiais escritos por James Patterson, essas produções eram muito boas, com roteiros que prendiam o espectador da primeira à última cena. Algo cada vez mais raro de encontrar nos dias de hoje. Curiosamente o que prometia ser uma longa franquia para Freeman acabou se encerrando aqui nesse segundo filme, sem maiores explicações. Uma pena. Pois bem o enredo desse segundo filme era também tão interessante quanto o primeiro filme.
Arrasado depois de ter sua parceira assassinada por um serial Killer, Cross pensa em se aposentar, mas logo precisa voltar à ativa porque outro assassino em série começa a atuar na capital dos Estados Unidos. Ele rapta a filha de um senador e toda a força policial é colocada para encontrar seu paradeiro. Cross porém logo percebe, com sua vasta experiência, que o criminoso está na verdade tecendo uma complexa rede, tal como se fosse um jogo entre ele e os investigadores que estão à sua procura. Por essa razão ele passa a ser chamado de Spider, justamente por seu modo de agir. No final quem acaba ganhando é o espectador pois esse é um daqueles bons filmes sobre serial killers que não decepcionam. Além disso vamos combinar, esse tipos, a dos assassinos seriais, sempre rendem bons momentos no cinema.
Na Teia de Aranha (Along Came a Spider, Estados Unidos, 2001) Direção: Lee Tamahori / Roteiro: Lee Tamahori, baseado no livro escrito por James Patterson / Elenco: Morgan Freeman, Michael Wincott, Monica Potter / Sinopse: Talentoso investigador forense precisa voltar à ativa, na véspera de sua aposentadoria, para perseguir e encontrar um serial killer que sequestrou a filha de um importante senador dos Estados Unidos. Destaque para a trilha sonora composta por Jerry Goldsmith, que foi premiada pelo BMI Film & TV Awards.
Pablo Aluísio.
Arrasado depois de ter sua parceira assassinada por um serial Killer, Cross pensa em se aposentar, mas logo precisa voltar à ativa porque outro assassino em série começa a atuar na capital dos Estados Unidos. Ele rapta a filha de um senador e toda a força policial é colocada para encontrar seu paradeiro. Cross porém logo percebe, com sua vasta experiência, que o criminoso está na verdade tecendo uma complexa rede, tal como se fosse um jogo entre ele e os investigadores que estão à sua procura. Por essa razão ele passa a ser chamado de Spider, justamente por seu modo de agir. No final quem acaba ganhando é o espectador pois esse é um daqueles bons filmes sobre serial killers que não decepcionam. Além disso vamos combinar, esse tipos, a dos assassinos seriais, sempre rendem bons momentos no cinema.
Na Teia de Aranha (Along Came a Spider, Estados Unidos, 2001) Direção: Lee Tamahori / Roteiro: Lee Tamahori, baseado no livro escrito por James Patterson / Elenco: Morgan Freeman, Michael Wincott, Monica Potter / Sinopse: Talentoso investigador forense precisa voltar à ativa, na véspera de sua aposentadoria, para perseguir e encontrar um serial killer que sequestrou a filha de um importante senador dos Estados Unidos. Destaque para a trilha sonora composta por Jerry Goldsmith, que foi premiada pelo BMI Film & TV Awards.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
It: A Coisa
A obra original escrita por Stephen King é considerada por muitos como o seu último grande livro. São mais de mil páginas, divididas basicamente em duas linhas narrativas, uma no passado e outra no presente, mostrando um grupo de amigos que desde a adolescência precisam lidar com uma estranha criatura maligna que se alimenta de medo e pavor. Já houve uma minissérie no começo dos anos 90 que foi adaptada do livro de King, mas como era de se esperar os recursos tecnológicos da época não conseguiram transpor a trama da literatura para a tela com muito êxito. Agora a New Line (produtora especializada em fitas de terror) trouxe para o cinema, finalmente depois de tantos anos, esse livro de Stephen King, ou pelo menos parte dele. Isso porque nesse filme só temos uma linha narrativa, justamente a passada na adolescência dos personagens, quando eles são apenas garotos que estudam na escola local. A primeira cena, do desaparecimento de um menino que sai em busca de um pequeno barquinho de papel que cai em um bueiro, já é pode ser considerada um pequeno clássico moderno do terror. Aqui fizeram tudo com perfeição. Depois que esse garoto desaparece tudo começa a girar em torno do desaparecimento não apenas dele, mas de várias outras crianças. A cidadezinha do Maine onde tudo acontece (velho instrumento de narração dos livros de Stephen King) surge como um lugar bem bizarro e assustador. Logo as crianças começam a ter pesadelos com "It" (a coisa) que pode assumir as mais diversas formas, mas que parece ter especial apreço pela figura de um palhaço, o Pennywise.
E assim se desenvolve o filme. Muitas pessoas que assistiram a "It - A Coisa" chamaram a atenção para o fato dessa produção se parecer bastante com um filme dos anos 80. Ora, o livro foi publicado originalmente em 1986, então obviamente é sim um produto dos anos 80. Inclusive poderíamos até mesmo defini-lo como uma espécie de "Goonies encontra Pennywise" sem perder muita a essência da estória. No mais é importante dizer que apesar desse novo filme ser muito bom, ele ainda deixa bastante a desejar se formos compará-lo ao livro de King. Os roteiristas não apenas usaram somente uma parte do enredo como também cortaram bastante em relação aos próprios personagens, pois King os definiu com muito mais conteúdo em suas páginas. Era algo normal e previsível de acontecer. Seria impossível mesmo levar um livro de mil páginas para um longa metragem sem ter que cortar muita coisa. De qualquer maneira, mesmo com essas mudanças, não se engane, pois esse "It - A Coisa" é seguramente um dos melhores filmes de terror do ano.
It: A Coisa (It, Estados Unidos, 2017) Direção: Andy Muschietti / Roteiro: Chase Palmer, Cary Fukunaga, baseados no best seller escrito por Stephen King / Elenco: Bill Skarsgård, Jaeden Lieberher, Finn Wolfhard / Sinopse: Um grupo de garotos descobre que uma estranha criatura sobrenatural está aterrorizando sua cidade nos anos 80. Eles a chamam simplesmente de "It" (a coisa). Essa entidade que veio diretamente do inferno parece se alimentar do medo alheio, assumindo as mais diversas formas para espalhar o horror. Filme vencedor do Golden Trailer Awards na categoria de Melhor Trailer do ano - Filme de Terror.
Pablo Aluísio.
E assim se desenvolve o filme. Muitas pessoas que assistiram a "It - A Coisa" chamaram a atenção para o fato dessa produção se parecer bastante com um filme dos anos 80. Ora, o livro foi publicado originalmente em 1986, então obviamente é sim um produto dos anos 80. Inclusive poderíamos até mesmo defini-lo como uma espécie de "Goonies encontra Pennywise" sem perder muita a essência da estória. No mais é importante dizer que apesar desse novo filme ser muito bom, ele ainda deixa bastante a desejar se formos compará-lo ao livro de King. Os roteiristas não apenas usaram somente uma parte do enredo como também cortaram bastante em relação aos próprios personagens, pois King os definiu com muito mais conteúdo em suas páginas. Era algo normal e previsível de acontecer. Seria impossível mesmo levar um livro de mil páginas para um longa metragem sem ter que cortar muita coisa. De qualquer maneira, mesmo com essas mudanças, não se engane, pois esse "It - A Coisa" é seguramente um dos melhores filmes de terror do ano.
It: A Coisa (It, Estados Unidos, 2017) Direção: Andy Muschietti / Roteiro: Chase Palmer, Cary Fukunaga, baseados no best seller escrito por Stephen King / Elenco: Bill Skarsgård, Jaeden Lieberher, Finn Wolfhard / Sinopse: Um grupo de garotos descobre que uma estranha criatura sobrenatural está aterrorizando sua cidade nos anos 80. Eles a chamam simplesmente de "It" (a coisa). Essa entidade que veio diretamente do inferno parece se alimentar do medo alheio, assumindo as mais diversas formas para espalhar o horror. Filme vencedor do Golden Trailer Awards na categoria de Melhor Trailer do ano - Filme de Terror.
Pablo Aluísio.
Café Society
Mais um filme dessa fase mais romântica e soft do diretor Woody Allen. Aqui ele usa como cenário a era de ouro do cinema americano para contar um enredo até muito simples, envolvendo um triângulo amoroso que acaba deixando marcas, mesmo com o passar do tempo. Tudo começa quando o jovem Bobby (Jesse Eisenberg) decide se mudar para Hollywood. Ele está desempregado e sem perspectivas. Quem sabe consiga algo com seu tio, que é um famoso e influente agente de atores (interpretado por, ora vejam só, o comediante Steve Carell). Pois bem, depois de tentar se esconder do próprio sobrinho o tio percebe que não tem mais como enrolar e acaba arranjando um emprego para o rapaz em seu próprio escritório. Lá também trabalha a secretária Vonnie (Kristen Stewart). Os dois possuem a mesma idade e saem para dar umas voltas pela cidade. Nem precisa dizer que Bobby fica caidinho por Vonnie, sem saber que ela na verdade tem um caso escondido com seu próprio tio!
Pronto, Allen usa essa velha fórmula de triângulo amoroso para desenvolver a estorinha de seu filme. Tudo é bem leve, com pontuais pitadas de bom humor, usando principalmente as origens judaicas do diretor para tirar um sorrisinho aqui e outro acolá. Nada demais, realmente. O filme inclusive é bem curtinho, o que não deixou de ser uma excelente opção do diretor. Afinal se tudo é tão despretensioso para que usar uma longa duração, além do necessário, para contar seu pequeno romance, não é mesmo? Entre idas e vindas o antes inocente Bobby vai entendendo melhor as artimanhas dos seus sentimentos, os pequenos remorsos e desilusões que vão ficando pelo caminho em sua vida. Ele se torna um bem sucedido homem de negócios, gerenciando um night club, se casa, forma uma família, mas quando, por mero acaso, revê sua antiga paixão (ela mesma, a secretária Vonnie) tudo parece desmoronar! O que parecia tão sólido e firme em seus sentimentos vem abaixo de forma avassaladora. Talvez esse seja a única mensagem mais consistente de Woody Allen no filme inteiro, a perenidade de certos sentimentos e paixões que perduram mesmo após anos e anos. Todo o resto é bem leve, como condiz a proposta maior do filme em si.
Café Society (Estados Unidos, 2016) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Steve Carell, Sheryl Lee / Sinopse: Jovem se muda para Los Angeles para tentar arranjar um emprego com seu tio, um rico e bem sucedido agente de atores e atrizes em Hollywood. Na nova cidade se apaixona pela secretária de seu tio, sem saber que eles cultivam um romance às escondidas de todos. Filme indicado ao Art Directors Guild, ao Casting Society of America e ao Golden Eagle Awards.
Pablo Aluísio.
Pronto, Allen usa essa velha fórmula de triângulo amoroso para desenvolver a estorinha de seu filme. Tudo é bem leve, com pontuais pitadas de bom humor, usando principalmente as origens judaicas do diretor para tirar um sorrisinho aqui e outro acolá. Nada demais, realmente. O filme inclusive é bem curtinho, o que não deixou de ser uma excelente opção do diretor. Afinal se tudo é tão despretensioso para que usar uma longa duração, além do necessário, para contar seu pequeno romance, não é mesmo? Entre idas e vindas o antes inocente Bobby vai entendendo melhor as artimanhas dos seus sentimentos, os pequenos remorsos e desilusões que vão ficando pelo caminho em sua vida. Ele se torna um bem sucedido homem de negócios, gerenciando um night club, se casa, forma uma família, mas quando, por mero acaso, revê sua antiga paixão (ela mesma, a secretária Vonnie) tudo parece desmoronar! O que parecia tão sólido e firme em seus sentimentos vem abaixo de forma avassaladora. Talvez esse seja a única mensagem mais consistente de Woody Allen no filme inteiro, a perenidade de certos sentimentos e paixões que perduram mesmo após anos e anos. Todo o resto é bem leve, como condiz a proposta maior do filme em si.
Café Society (Estados Unidos, 2016) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Steve Carell, Sheryl Lee / Sinopse: Jovem se muda para Los Angeles para tentar arranjar um emprego com seu tio, um rico e bem sucedido agente de atores e atrizes em Hollywood. Na nova cidade se apaixona pela secretária de seu tio, sem saber que eles cultivam um romance às escondidas de todos. Filme indicado ao Art Directors Guild, ao Casting Society of America e ao Golden Eagle Awards.
Pablo Aluísio.
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