Título no Brasil: Robur, o Conquistador do Mundo
Título Original: Master of the World
Ano de Produção: 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: American International Pictures (AIP)
Direção: William Witney
Roteiro: Richard Matheson, baseado na obra de Jules Verne
Elenco: Vincent Price, Charles Bronson, Henry Hull, Mary Webster
Sinopse:
No século XIX um gênio enlouquecido, o Capitão Robur (Vincent Price), decide erradicar todas as guerras do mundo. A bordo de uma maravilhosa máquina voadora chamada Albatroz, ele lança ultimatos a todos os governos do mundo: ou eles param de se armar para promoverem guerras internacionais entre si ou então ele destruirá todas as capitais das grandes nações ao redor do planeta. Robur está decidido a cumprir todas as suas ameaças, mas antes terá que enfrentar John Strock (Charles Bronson), um funcionário do departamento de defesa dos Estados Unidos que está disposto a destruir todos os planos megalomaníacos do insano Robur.
Comentários:
Mais uma adaptação para o cinema da obra literária do genial escritor Júlio Verne (1828 - 1905). Na realidade podemos dizer que Verne foi praticamente o inventor da literatura fantástica e de ficção científica, onde ele procurava antecipar o que aconteceria no futuro. Antes da própria invenção do avião, Verne nesse livro acabou antecipando em muitos anos o aparecimento do uso militar de aeronaves. Como se sabe Verne foi um escritor muito produtivo, lançando praticamente um livro novo a cada ano. Ele era muito popular em sua época e por essa razão várias estórias de sucesso eram readaptadas em novas aventuras como novos personagens. Esse é o caso do personagem Rubor. Lançado originalmente em 1886 no livro "Robur, o conquistador!" ele era na verdade uma readaptação do próprio Nemo de "Vinte Mil Léguas Submarinas", lançado em 1870. A única mudança significativa vinha do fato de Robur viajar em um dirigível, enquanto Nemo cruzava os mares em seu submarino Náutilus. Ambos eram gênios incompreendidos, que defendiam uma bela causa, mesmo usando para isso de métodos completamente errados para atingirem seus objetivos supostamente nobres.
Já o filme "Robur, o Conquistador do Mundo" não contou com uma grande produção como aconteceu no caso de Nemo para a Disney. Aqui os efeitos especiais, que já não eram tão bons na época de seu lançamento, envelheceram dramaticamente com o tempo. Tudo vai soar muito jurássico para o público atual. Mesmo assim o filme conseguiu manter seu charme por causa da presença de bons atores, em especial Vincent Price como Rubor. Ator de formação teatral, ele consegue em cena manter a atenção, principalmente por causa de seu romantismo fora de moda, de seus ideais impossíveis de alcançar e de uma certo ingenuidade na luta por seus valores. O pior deles é combater as guerras mundiais com ainda mais violência! Já Charles Bronson está novamente interpretando um personagem secundário. Por essa época o ator era especializado em interpretar apenas papéis de apoio para astros de Hollywood. A direção de arte procura, com seus poucos recursos, recriar o mundo vitoriano de Verne. Pena que hoje em dia não consiga mais causar qualquer impacto visual por causa da precariedade dos efeitos especiais que o tempo tratou de destruir ainda mais. O que salva o filme como um todo, ainda nos dias de hoje, são os maravilhosos personagens criados pelo escritor Júlio Verne, sua mensagem de pacifismo equivocado e, é claro, a dose nostálgica que certamente se abaterá sobre os mais velhos. Pensando bem um remake moderno até que não seria uma má ideia. De qualquer maneira deixo a dica de uma produção da época em que Hollywood era mais inocente e criativa.
Pablo Aluísio.