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terça-feira, 24 de julho de 2018

Agonia e Êxtase

Título no Brasil: Agonia e Êxtase
Título Original: The Agony and the Ecstasy
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Carol Reed
Roteiro: Philip Dunne, Irving Stone
Elenco: Charlton Heston, Rex Harrison, Diane Cilento, Harry Andrews, Alberto Lupo, Venantino Venantini

Sinopse:
Durante o período da renascença, o Papa Julio II contrata o renomado artista, pintor e escultor Michelangelo (Charlton Heston) para pintar e ornamentar a capela Sistina no Vaticano. O choque de personalidades logo se instala entre ambos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Leon Shamroy), Melhor Direção de Arte (John DeCuir, Jack Martin Smith), Melhor Figurino (Vittorio Nino Novarese), Melhor Som (James Corcoran) e Melhor Música (Alex North). Indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Charlton Heston) e Melhor Roteiro (Philip Dunne, Irving Stone).

Comentários:
A história é das mais interessantes. O Papa Julio II contrata Michelangelo (Charlton Heston) para pintar e ornamentar a capela Sistina no Vaticano. Como se pode perceber são duas personalidades bem diferentes e obviamente com o tempo se instala um verdadeiro conflito pessoal entre eles. Esse filme é excelente, Mostra a história real entre o artista Michelangelo e o Papa Julio II. O curioso é que ambos eram turrões e brigões e por isso estavam sempre brigando sobre a capela Sistina. Existem diálogos fabulosos aqui, principalmente uma das cenas finais quando Julio e Michelangelo discutem a natureza do homem perante a famosa cena que mostra Deus e Adão fazendo o pacto durante o Gênesis. O filme é pontuado de cenas de extrema beleza, principalmente aquela em que Michelangelo visualiza sua pintura em nuvens que vê acima de uma montanha. Eu adoro arte renascentista e história, então o filme foi feito para pessoas que também tem gostos semelhantes ao meu. Apesar disso, acredito que quem gosta de filmes com roteiros históricos que capricham em diálogos inspirados irá igualmente apreciar. Julio II era um papa diferente, fazia guerras, ia pessoalmente nas batalhas e tinha três fihas. Era rabugento e gostava de uma boa discussão. Michelangelo era egocêntrico, arrogante e muito cioso de sua arte. Um filme que mostrasse personalidades tão ricas só poderia resultar mesmo em um filme tão bom quanto esse. Para cinéfilos que queiram aprender mais sobre a história da arte o filme é obrigatório. Cinema de primeira linha.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Gestapo

Título no Brasil: Gestapo
Título Original: Night Train to Munich
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Carol Reed
Roteiro: Gordon Wellesley, Sidney Gilliat
Elenco: Margaret Lockwood, Rex Harrison, Paul Henreid

Sinopse:
Após invadir a Tchecoslováquia as tropas nazistas começam a se apoderar do complexo industrial do país. Um homem em especial, o especialista em aço usado em armamentos Axel Bomasch (James Harcourt), logo se torna alvo dos alemães, uma vez que um de seus projetos pode ser usado para reforçar os tanques do Reich. Antes que isso venha acontecer porém Bomasch e sua filha conseguem fugir para a Inglaterra, onde passam a ser monitorados por agentes da Gestapo. O objetivo desses espiões é levar Bomasch de volta para a Alemanha, onde Hitler deseja usá-lo na indústria bélica nazista. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Roteiro Original.

Comentários:
Pequena obra prima dos filmes clássicos de espionagem da década de 1940. O enredo explora os serviços de inteligência da Inglaterra e Alemanha, onde ambos disputam a posse do mesmo homem, um inventor e especialista em materiais blindados. É importante chamar a atenção para o fato de que a produção foi realizada antes da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, por essa razão não existem personagens americanos no roteiro, uma precaução dos estúdios Fox em não despertar uma crise diplomática. Isso porém não impediu o diretor Carol Reed em transformar os alemães em vilões desalmados. De forma muito inovadora o roteiro (que inclusive foi indicado ao Oscar) já trata de temas até então pouco explorados pelo cinema americano como os campos de concentração nazistas, muito embora naquela altura ainda não se sabia exatamente quais atrocidades eram cometidas dentro de suas instalações. Rex Harrison interpreta um agente inglês que ousa ir até a Alemanha disfarçado de um major do eixo. Sua missão é libertar Bomasch e sua filha das garras nazistas numa viagem de trem até Munique (o que acaba dando nome ao filme). No geral "Night Train to Munich" tem de tudo um pouco, suspense, mistério, aventura e até mesmo romance. Para os que apreciam filmes clássicos sobre a guerra é um prato cheio.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Trapézio

Em 1956 Tony Curtis era apenas mais um galã de segunda linha que não conseguia emplacar em bons papéis. Geralmente estrelava os chamados filmes B das mil e uma noites dos estúdios Universal - filmes de capa e espada que eram feitos especialmente para as matinês dos cinemas. Já estava com oito anos de carreira nas costas quando a primeira oportunidade real bateu à sua porta. O ator Burt Lancaster estava procurando um partner para filmar ao seu lado uma adaptação da novela Trapézio. O filme contaria a estória de dois trapezistas em Paris que tentam executar o maior de todos os números dessa arte: o saldo triplo mortal. Também procurava uma atriz europeia que funcionasse como pivô do triângulo amoroso que iria ser mostrado nas telas.

O interesse de Lancaster sobre esse filme era fácil de entender. Ele começou sua carreira no circo (a sua primeira esposa era trapezista) e apesar de ter alcançado o sucesso como ator jamais esqueceu o período em que viveu no mundo circense. Após alguns testes Burt sugeriu ao diretor Carol Reed que contratasse Tony Curtis. Ele tinha os atributos certos para o papel. Além de ser jovem tinha também habilidades atléticas que iram ajudar muito nas filmagens. Como estrelava vários filmes de capa e espada Tony foi logo considerado ágil o suficiente para se sair bem nas cenas de picadeiro. Já a escolhida para o principal papel feminino foi a atriz italiana Gina Lollobrigida. Embora tivesse uma extensa filmografia em seu país estrelaria pela primeira vez uma produção norte-americana.

O filme Trapézio acabou se tornando um grande sucesso de bilheteria. Também pudera, tinha todos os ingredientes para se tornar um êxito nos anos 50: um cenário exótico, uma beldade estrangeira, um romance à flor da pele, um astro de primeira linha e um coadjuvante que despontava para o estrelado. Pela primeira vez em sua carreira Curtis finalmente era levado à sério. Seu papel nem era tão destacado mas ele fez o suficiente para não fazer feio. O argumento do filme também ajudava já que não se tratava de um dramalhão onde fosse exigido muito dos atores, no fundo era um passatempo leve, com boas cenas coreografadas de trapézio, filmadas com profissionais do ramo (muito embora os atores também tenham filmado cenas menos perigosas). A parceria com Burt Lancaster ainda renderia mais um bom filme a Tony Curtis no ano seguinte: A Embriaguez do Sucesso, onde seria extremamente bem elogiado pela crítica. Com tudo isso hoje Tony pode dizer que esse filme foi na realidade o verdadeiro trampolim para os seus melhores anos, que iriam atravessar o restante da década de 50 e 60, graças especialmente ao grande astro e estrela de primeira grandeza na constelação de Hollywood, Burt Lancaster.

Trapézio (Trapeze, Estados Unidos, 1956) Direção: Carol Reed / Roteiro: Liam O'Brien, baseado no romance escrito por Max Catto / Elenco: Burt Lancaster, Tony Curtis, Gina Lollobrigida, Katy Jurado, Thomas Gomez / Sinopse: Trapezistas em Paris tentam criar um número inovador que mudará a história do circo.

Pablo Aluísio.