domingo, 14 de agosto de 2016

Jason Bourne

Depois de um hiato de quase dez anos eis que o ator Matt Damon resolveu retornar para a franquia "Bourne". Nesse meio tempo o estúdio lançou um filme sem ele, que teve um desempenho razoável de público e crítica, e até mesmo um game popular. Ou seja, Bourne ainda se mostrava um produto interessante, pelo menos do ponto de vista comercial. A franquia que havia chegado ao cinema pela primeira vez em 2002 com "A Identidade Bourne", seguida das sequências "A Supremacia Bourne" (2004) e "O Ultimato Bourne" (2007) mostrava que ainda tinha fôlego para fazer sucesso nos cinemas. E era justamente isso que Damon estava procurando após alguns filmes que não deram muito certo. Como se sabe em Hollywood você só consegue sobreviver no mercado se mostrar que ainda é capaz de atrair público aos cinemas, mesmo que isso só aconteça de vez em quando. Assim Damon engoliu todas as críticas que havia feito ao personagem no passado e voltou a encarnar esse ex-agente da CIA super bem treinado, cujo passado ainda lhe é algo nebuloso, sem clareza. Um dos problemas de Bourne, ao meu ver, é que todos os filmes sem exceção parecem apresentar praticamente o mesmo roteiro: Bourne é caçado pelo governo americano enquanto tenta juntar as peças do quebra-cabeças de seu passado. Aqui ele conta com a ajuda de Nicky Parsons (Julia Stiles), que roubou informações valiosas de uma central da agência de inteligência americana, enquanto tenta sobreviver a um jogo de gato e rato comandado pelo diretor da CIA, Robert Dewey (Tommy Lee Jones). Trocando em poucas palavras: tudo parece continuar a mesma coisa!

Duas coisas me incomodaram muito nesse novo filme. Primeiro os exageros de edição e do uso da chamada "câmera nervosa" por parte do diretor Paul Greengrass. Os dois recursos são levados ao extremo, o que acaba deixando uma sensação de tontura no espectador. Não parece existir um único plano parado. Assistir a um filme que nos deixam tontos não me parece uma boa ideia. Outro problema que vejo é a falta de uma trama melhor, um bom roteiro. As cenas de ação tentam compensar esse vazio narrativo se tornando longas demais. Para se ter uma ideia uma delas (a da perseguição com motos) tem quase 30 minutos de duração! E tudo isso em um filme com pouco mais de 1 hora e quarenta de duração!. É demais, vamos convir. Pelo visto foi o jeito do diretor tentar disfarçar o fato de que sob o ponto de vista do argumento o filme não passa mesmo de um caro e longo pastel de vento.

Jason Bourne (Jason Bourne, Estados Unidos, 2016) Direção: Paul Greengrass / Roteiro: Paul Greengrass, Christopher Rouse  / Elenco: Matt Damon, Tommy Lee Jones, Julia Stiles, Vincent Cassel, Alicia Vikander / Sinopse: Após roubar dados sigilosos da CIA (a agência de inteligência dos Estados Unidos) Nicky Parsons (Julia Stiles) decide se encontrar com Jason Bourne (Damon) na Grécia, em meio aos protestos violentos que acontecem no país. Ao mesmo tempo o diretor da CIA, Robert Dewey (Tommy Lee Jones) decide colocar dois de seus melhores agentes para localizar e destruir Bourne e sua amiga. 
    
Pablo Aluísio. 

The Remains

Conferi esse novo filme de terror chamado "The Remains". É a tal coisa, muitas vezes o filme até que se mostra interessante, com alguns bons sustos. O problema é que o roteiro é muito derivativo, recriando praticamente sempre as mesmas situações. Provavelmente se você costuma assistir a filmes de terror, principalmente àqueles que exploram velhas casas assombradas, ficará com a sensação de já ter visto tudo isso antes. Uma boa estória nem sempre precisa ser contada mil vezes. Assim o que temos basicamente na trama do filme é o seguinte: uma família americana (tipicamente americana, como sempre acontece nesse tipo de produção!) acaba comprando uma velha casa do século XIX. O lugar é grande, até bonito, mas precisando de algumas reformas. O preço porém se mostra muito abaixo do mercado. O que poderia explicar isso?

O novo comprador não sabe, mas no passado o lugar foi palco de uma série de mortes inexplicáveis. Na residência funcionava um atelier de atendimento de uma médium, uma mulher que alegava ter poderes paranormais que a fazia entrar em contato com o mundo dos mortos. Um casal, desesperado pelo desaparecimento de sua filha, a procura e acaba descobrindo que a menina está realmente morta, vítima de um crime brutal. Durante uma sessão de espiritismo algo porém sai do controle, sendo invocado uma velha presença espiritual muito maligna que acaba trazendo uma tragédia para todas aquelas pessoas. Cem anos depois a propriedade vai parar nas mãos de uma nova família. A mãe morreu e o pai tenta criar seus três filhos (incluindo uma adolescente revoltada, típica da idade) no meio daquele velho casarão. Como se não bastasse o luto e o trauma da morte de sua esposa ele ainda precisa lidar com fenômenos cada vez mais estranhos, que vão acabar desembocando em algo extremamente sinistro e perigoso. A partir desse ponto você já sabe o que virá pela frente: acontecimentos poltergeist, possessões demoníacos e todo o menu que já conhecemos tão bem. O filme é bem realizado, tem alguns momentos realmente bons, mas como já escrevi sofre mesmo pela falta de novidades. É um claro sintoma de saturação pelo qual passa o gênero terror ultimamente.

The Remains (The Remains, EUA, 2016) Direção: Thomas Della Bella / Roteiro: Thomas Della Bella / Elenco: Todd Lowe, Brooke Butler, Lisa Brenner / Sinopse: Uma família (pai viúvo e três filhos) compra uma velha casa vitoriana por um preço muito bom, bem abaixo do mercado. O que eles nem desconfiam é que o lugar foi palco de mortes horríveis no passado e segue sendo assombrado por espíritos demoníacos.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de agosto de 2016

Batman: A Piada Mortal

A famosa Graphic Novel escrita por Alan Moore finalmente foi adaptada para as telas, não com atores em carne e osso como foi especulado, mas sim nessa nova animação da DC / Warner que foi lançada recentemente nos EUA. Os roteiristas porém precisaram encaixar uma introdução (de mais ou menos 20 minutos) para dar uma maior duração ao filme. A razão é simples de explicar: a novel original só tinha 50 páginas, insuficiente para uma adaptação em longa-metragem. Assim criou-se essa pequena encheção de linguiça no começo que não acrescenta nada, mas que também não aborrece. Na verdade o enredo original de "A Piada Mortal" só começa mesmo quando o Batman vai até o asilo Arkham para um encontro com o Joker (Coringa). Chegando em sua cela descobre que o vilão não está lá, mas sim um sósia. Pior do que isso, o Coringa de volta às ruas vai atrás do comissário Gordon e sua filha Bárbara (a Batgirl) para vingar sua prisão. Assim que os encontra atira primeiro na garota, à queima roupa, a deixando paralítica para sempre (sim, essa Graphic Novel não foi feita para crianças!). Depois leva Gordon para seu parque de diversões particular, um lugar sinistro, há muito desativado, com brinquedos quebrados, enferrujados e caindo aos pedaços. Sua intenção é torturar o velho policial para que ele enlouqueça literalmente... E é lá que o psicopata e Batman finalmente se enfrentam em um duelo mortal (ou quase isso!). Nem precisa dizer que de todas as recentes animações lançadas pela DC Comics em DVD essa foi a que maior causou repercussão entre os fãs do super-herói. Isso por causa do material que lhe deu origem. Alan Moore é um mito para os leitores de quadrinhos e qualquer lançamento que leve seu nome realmente chama muito a atenção.

Aqui temos uma prova de como ele realmente fez diferença. Em uma trama que poderia soar até banal, Moore construiu as origens do Coringa, o mostrando como um comediante fracassado, com esposa esperando filho para breve. Morando em um apartamento minúsculo ele começa a ver sua vida e seus sonhos ruírem. Desesperado em busca de dinheiro ele resolve participar de um golpe, um assalto a uma indústria química onde trabalhou no passado e tudo acaba dando errado. "Um dia ruim pode mudar sua vida para sempre!" - como ele bem resume a situação. Eu confesso que gostei do resultado, embora tenha torcido o nariz para os vinte minutos iniciais (que como eu disse inexistem na Graphic Novel). Há um encontro (inclusive de teor sexual, imagine você!) entre Batman e Batgirl que me pareceu muito gratuito e fora de lugar. No mais, tirando esse deslize, a animação segue à risca o que Moore escreveu na década de 1980, com direito até mesmo a diálogos retirados diretamente da publicação original (palavra por palavra). Então é isso, no geral é uma boa dica - só não vá passar a animação para seu filho pequeno já que o material é violento, com teor adulto (há até um estupro envolvido) e não é recomendado para crianças com menos de 14 anos de idade.

Batman: A Piada Mortal (Batman: The Killing Joke, Estados Unidos, 2016) Direção: Sam Liu / Roteiro: Brian Azzarello, baseado nas obras de Alan Moore e Bob Kane / Elenco (vozes): Kevin Conroy, Mark Hamill, Tara Strong / Sinopse: O vilão Coringa (Mark Hamill) foge do asilo Arkham e parte para a vingança contra Batman, Batgirl e o Comissário Gordon, enquanto parte de sua trágica vida é recontada através de flashbacks.

Pablo Aluísio.

Três Homens em Conflito

Certamente é um dos melhores filmes de Sergio Leone. Também foi aquele que marcou sua despedida ao lado de Clint Eastwood. Seus méritos cinematográficos porém não se limitam a isso. Para muitos críticos americanos essa produção marcou também o auge do chamado Spaghetti Western em sua história. A verdade é que o faroeste italiano havia realmente chegado em um pico de criatividade e originalidade que muitos sequer poderiam acreditar. Leone foi o melhor representante desse momento de ouro para o estilo. Além do mais, verdade seja dita, "Três Homens em Conflito" não deixava mesmo nada a dever em relação ao western "Made in USA" da época. Com ótima produção - mostrando riqueza de detalhes em cenários, locações, fotografia e figurinos - o filme ainda apresentava um roteiro muito engenhoso que, a despeito de contar um enredo simples, conseguia prender a atenção do espectador do começo ao fim, mesmo tendo quase três horas de duração!. Nunca chegava a ser cansativo e apresentava uma sucessão de cenas realmente memoráveis. Talvez, olhando em retrospectiva, esse seja o melhor filme de Sergio Leone, só sendo equiparado pelo clássico absoluto "Era uma Vez no Oeste" rodado dois anos depois. Ali Leone realmente chegava na perfeição em termos puramente estilísticos e de linguagem.

O enredo do filme é auto explicativo em seu próprio título. Embora o título nacional seja adequado, é interessante chamar a atenção para seu título original que em nossa língua significa "O Bom, O Mau e o Feio". O "bom" é o pistoleiro sem nome interpretado por Clint Eastwood. Na verdade ele não é um mocinho tradicional. Vive de golpes dados ao lado do "feio" interpretado brilhantemente por Eli Wallach, esse sim um patife sem salvação. Procurado por várias cidades do velho oeste ele finge ser capturado por Clint para com ele dividir depois o dinheiro da recompensa. Já o "mau" Lee Van Cleef entra em cena quando descobre haver um carregamento de moedas de ouro que foi enterrado por um soldado confederado. O tesouro está lá, só é necessário saber onde! O personagem de Wallach sabe o cemitério onde estão enterrados os sacos com moedas de ouro no valor de 200 mil dólares e o pistoleiro sem nome de Eastwood sabe qual é a cova onde se deve cavar. Como três homens que não se confiam vão chegar no lugar certo sem antes se matarem em duelo? Em cima desse jogo de xadrez Leone tece sua obra. Além disso o que podemos dizer da épica e inesquecível trilha sonora composta por Ennio Morricone? Provavelmente seja um dos temas mais famosos já compostos para o cinema. A conclusão de tudo é uma só: esse é um faroeste essencial em sua coleção, um dos melhores já realizados. Tudo o que havia a consertar e melhorar em filmes anteriores como "Por um Punhado de Dólares" e "Por uns Dólares a mais" foi aprimorado nesse filme. Obra prima desse gênio da sétima arte chamado Sergio Leone.

Três Homens em Conflito (Il buono, il brutto, il cattivo, Itália, Espanha, Alemanha Ocidental, 1966) Direção: Sergio Leone / Roteiro: Luciano Vincenzoni, Sergio Leone / Elenco: Clint Eastwood, Eli Wallach, Lee Van Cleef  / Sinopse: Três pistoleiros, durante a guerra civil americana, disputam a localização e a posse de uma fortuna em moedas de ouro enterrada em um cemitério confederado. Filme indicado ao Laurel Awards na categoria de Melhor Ator (Clint Eastwood).

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A Escuridão

Uma família vai até o Grand Canyon para fazer turismo. Uma vez lá o garoto Michael (David Mazouz) acaba encontrando algumas pedras antigas, provavelmente de origem indígena. Sem pensar muito sobre o que descobriu acaba levando elas para casa. Seu pai Peter Taylor (Kevin Bacon) e sua mãe Bronny (Radha Mitchell) logo percebem que há algo de errado. Barulhos, sombras e um ataque na cama da irmã de Michael mostram que a casa está assombrada por alguma força maligna e sinistra que eles não conseguem compreender. "The Darkness" é um novo filme de terror que está chegando ao mercado. O roteiro é até interessante porque foge um pouco do lugar comum. O pequeno Michael sofre de autismo e conforme somos informados durante o filme ele acaba se tornando um imã para espíritos perdidos e torturados.

Na verdade o garoto leva para casa sem saber antigas pedras rituais, usadas para aprisionar espíritos indígenas pertencentes a uma antiga civilização chamada Anastasi. Esse era um povo místico e muito espiritualizado que sumiu sem deixar rastros ou explicações. Quando essas pedras sagradas são levadas pelo jovem para sua casa os problemas começam a surgir. O filme me lembrou em alguns momentos do clássico "Poltergeist", isso porque tal como acontecia naquela produção aqui também temos assombrações com ligações nativas, dos antigos povos que povoaram a América antes da chegada dos colonizadores. É uma outra pegada, um outro tipo de espiritualidade. Dito isso, é verdade também que os roteiristas poderiam aproveitar melhor o tema. Alguns sustos são clichês e a cena final, o clímax, deixa um pouco a desejar. Os efeitos especiais e os sustos são, de certa maneira, econômicos, nada de muito exagerado ou impressionante. No geral vale por fugir um pouco do que estamos acostumados a ver, embora, como escrevi, pelo potencial poderia ser bem melhor.

A Escuridão (The Darkness, Estados Unidos, 2016) Direção: Greg McLean / Roteiro: Shayne Armstrong, Shane Krause / Elenco: Kevin Bacon, Radha Mitchell, David Mazouz / Sinopse: Uma família passa a ser assombrada por espíritos malignos antigos pertencentes à antiga civilização Anastasi. Para ajudá-los nessa verdadeira batalha espiritual eles resolvem contactar uma velha curandeira mexicana que promete limpar sua casa do mal que lá se instalou.

Pablo Aluísio.

Todos Dizem Eu Te Amo

Título no Brasil: Todos Dizem Eu Te Amo
Título Original: Everyone Says I Love You
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax, Magnolia Productions
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Goldie Hawn, Julia Roberts, Drew Barrymore, Edward Norton, Alan Alda
  
Sinopse:
O filme conta a estória da vida amorosa e sentimental de uma típica família de Nova Iorque. Holden (Edward Norton) e Skylar (Drew Barrymore) formam um jovem casal de Manhattan que tenta superar seus problemas. Os pais de Skylar, Bob (Alan Alda) e Steffi (Goldie Hawn), apesar dos anos de casamento também sentem que o relacionamento está chegando em um momento delicado. Joe (Woody Allen) é o ex-marido de Steffi. Ele decide viajar até Veneza em busca de um novo recomeço em sua vida na parte mais bela e romântica da Europa. Lá acaba conhecendo a americana Von (Julia Roberts), que se relaciona rapidamente com ele, tentando esquecer seu casamento em crise. E isso é apenas o começo de uma grande e complicada rede de relacionamentos familiares e pessoais de cada um.

Comentários:
Embora eu goste dessa fase relativamente mais recente da carreira do diretor Woody Allen, o fato é que ainda prefiro muito mais seus filmes mais antigos, principalmente os que foram realizados durante as décadas de 1970 e 1980. Eram filmes mais honestos, verdadeiros. Parece que depois que largou seu antigo produtor Allen se tornou muito comercial, apelando para elencos numerosos, cheios de astros do cinema, para atrair o público. O problema é que nenhum desses filmes conseguiu desenvolver de forma satisfatória seus personagens. Allen precisou criar tantos papéis, para encaixar tantos astros e estrelas de Hollywood, que tudo acabou ficando vazio, falso, plastificado. Outro aspecto é que Allen deixou uma de suas marcas características de lado, a dos longos e bem elaborados diálogos, para contar estorinhas bem fracas, onde o aspecto existencial sequer passa perto. Tudo para agradar um público maior. Nesse processo esqueceu seus antigos admiradores, se tornou quase um diretor como outro qualquer, banal e focado apenas em fazer grandes bilheterias. Sim, essa é a fase em que Allen vendeu a alma em busca de um sucesso fugaz e irrelevante. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Comédia ou Musical.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Eu Sou a Fúria

Título no Brasil: Eu Sou a Fúria
Título Original: I Am Wrath
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Chuck Russell
Roteiro: Yvan Gauthier, Paul Sloan
Elenco: John Travolta, Christopher Meloni, Amanda Schull, Sam Trammell, Paul Sloan, Rebecca De Mornay
  
Sinopse:
Após retornar de uma viagem, ainda no estacionamento do aeroporto, Stanley (Travolta) vê sua esposa ser brutalmente assassinada por um trio de criminosos. Após o funeral ele percebe, desesperado, que a polícia não parece estar muito empenhada em manter o assassino preso. Após fazer seu reconhecimento o sujeito simplesmente é liberado, saindo pela porta da frente da delegacia para responder o processo em liberdade. Stanley fica tão revoltado com a situação de impunidade que resolve agir por conta própria, fazendo justiça com as próprias mãos.

Comentários:
Basta ler a sinopse desse filme para lembrar imediatamente da série policial "Desejo de Matar" onde Charles Bronson interpretava o justiceiro das ruas Paul Kersey. O enredo é praticamente o mesmo, sua esposa é morta e ele parte para a vingança. Assim "Eu Sou a Fúria" é praticamente um remake não assumido. O problema básico é que John Travolta não é Charles Bronson. Ele não fica perfeitamente à vontade nesse tipo de papel e tampouco passa credibilidade ao espectador ao sair pelas ruas de noite com armas de grosso calibre para matar a quadrilha que assassinou sua esposa. Por falar nela quem a interpreta é a atriz Rebecca De Mornay. Há muitos anos que não a tinha visto em filmes e fiquei surpreso com sua atual aparência. Foram tantas as plásticas que ela acabou perdendo suas feições originais, algo realmente surpreendente. Gostava mais de sua visual antigo, mais natural e sensual. No geral é isso. Travolta, ao lado de um amigo dos tempos em que eles atuavam em forças especiais, altamente armados, caçando cada um dos responsáveis pela morte de sua querida mulher. O filme inclusive usa a frase "Não há justiça sem sangue" para mostrar de forma bem clara suas intenções! Há muita violência estilizada nesse filme de ação que pode ser tudo, menos convincente. O diretor Chuck Russell certamente já fez coisas bem melhores como a comédia "O Máskara" e "Queima de Arquivo" (com Arnold Schwarzenegger). Aqui tudo soa banal e repetitivo, sem novidades. Melhor rever os antigos filmes de Charles Bronson que eram bem melhores.

Pablo Aluísio.

O Negociador

Título no Brasil: O Negociador
Título Original: Metro
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Thomas Carter
Roteiro: Randy Feldman
Elenco: Eddie Murphy, Michael Rapaport, Kim Miyori, James Carpenter, Denis Arndt, Donal Logue
  
Sinopse:
Scott Roper (Eddie Murphy) é um policial de San Francisco especializado em negociar situações com reféns. Ele está em treinamento com membros da SWAT, ao mesmo tempo em que tenta lidar com a delicada situação envolvendo sua ex-namorada, agora envolvida com um rico jogador de baseball. Isso porém é o de menos. Quando seu parceiro é morto por um serial killer e ladrão de jóias, Scott resolve fazer dessa perseguição uma questão pessoal. Ele quer vingar a morte do colega de todas as formas possíveis. Filme indicado ao Acapulco Black Film Festival na categoria de Melhor Trilha Sonora.

Comentários:
É a tal coisa, se você estiver em busca de um filme engraçado com Eddie Murphy, do tipo "Um Tira da Pesada" e genéricos, não aconselho essa produção. O filme na verdade se leva mais à sério do que era esperado. O papel de Murphy tem pouco (ou nada) a ver com o seu divertido detetive Axel Foley de "Beverly Hills Cop". Na época em que esse filme chegou nos cinemas Murphy vinha colecionando fracassos de bilheteria, entre elas as desastrosas comédias "Um Distinto Cavalheiro" e "Um Vampiro no Brooklyn". Numa tentativa desesperada de voltar ao top das bilheterias ele aceitou até mesmo a estrelar uma fraca sequência "Um Tira da Pesada 3" que também não fez sucesso. Assim o estúdio já estava quase desistindo desse policial, pensando em lançá-lo diretamente no mercado de vídeo quando Murphy finalmente reencontrou o caminho do sucesso de bilheteria com "O Professor Aloprado". Animados com esse hit cinematográfico os produtores então apostaram nesse filme policial que infelizmente não caiu no gosto do público. É um filme apenas mediano realmente, quase beirando o fraco, que poucos hoje em dia se lembram. Na época foi chamado de mais um fantasma assombrando a carreira de Murphy. Fracasso de crítica e público pouco marcou ou fez diferença.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Esquadrão Suicida

Título no Brasil: Esquadrão Suicida
Título Original: Suicide Squad
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, DC Entertainment
Direção: David Ayer
Roteiro: David Ayer
Elenco: Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie, Joel Kinnaman, Ben Affleck, Viola Davis, Common
  
Sinopse:
Um grupo de criminosos condenados é recrutado pelo governo americano para atuar em missões de extrema gravidade e violência, onde devem enfrentar meta-humanos, tais como o Batman ou o Superman. O receio é que esses super-heróis em algum momento se voltem contra a humanidade. Como são pessoas perigosas e algumas com personalidades psicopatas, um pequeno chip explosivo é colocado em cada uma delas. No primeiro sinal de fuga ou desobediência eles devem ser executados. Filme baseado nos quadrinhos da DC Comics.

Comentários:
O filme foi massacrado pela crítica, mas está fazendo sucesso de bilheteria, liderando o Top 10 nos Estados Unidos. É a tal coisa, se você for atrás de qualidades cinematográficas do tipo um bom roteiro aqui é melhor esquecer. "Suicide Squad" não tem roteiro. O enredo pode ser resumido em duas frases curtas (Grupo de criminosos é reunido. Sua missão é destruir uma ameaça sobrenatural). Não passa disso. Apesar de tudo tem personagens interessantes, principalmente para quem curte quadrinhos. Certo, nenhum deles é minimamente desenvolvido, mas tudo bem, valem pela diversão. Deadshot, papel de Will Smith, talvez seja o único que tenha algum background ou história pessoal por trás. Ele tem uma filha e zela por ela. Fica por aí. A atriz Margot Robbie que interpreta Harley Quinn, a Arlequina, além de ser muito bonita é a quem tem a melhor oportunidade de atuar um pouco mais, até porque sua personagem é maluca, o que dá margem a ela para mostrar um pouquinho mais no quesito atuação. Jared Leto já provou inúmeras vezes que é um bom ator, mas seu Coringa é bem sem graça. Também ele herdou uma carga pesada pois precisou ficar à altura de Jack Nicholson e Heath Ledger que interpretaram o vilão no passado e qualquer comparação nesse sentido chega a ser covardia. Já os vilões do filme (dois irmãos bruxos) são péssimos. Chega a ser constrangedor, poderiam ter escolhido algo melhor para o Esquadrão suicida enfrentar. No meio de tanta gente sobrou espaço ate mesmo para o "RoboCop" Joel Kinnaman (que interpreta o líder militar da missão, Rick Flag) e Ben Affleck, em duas pequenas pontas como o próprio Batman. No geral, para um filme que custou tão caro (quase 200 milhões de dólares entre produção e marketing) nada me deixou muito admirado em termos de efeitos visuais e produção. Tudo soa na média. O 3D não é grande coisa. Há uma cena com helicópteros em que isso fica bem claro para o espectador. onde as aeronaves parecem de papelão ou maquetes nada convincentes. Não é um filme marcante, nem para os fãs dos quadrinhos, e só vale mesmo como diversão ligeira. Alguns personagens deram certo e esse provavelmente será o pontapé inicial para futuros filmes com eles (afinal fez sucesso comercial). Fora isso a DC ainda continua comendo poeira da Marvel no cinema.

Pablo Aluísio.

Johnny Texas

Título no Brasil: Johnny Texas
Título Original: 1000 dollari sul nero
Ano de Produção: 1966
País: Itália, Alemanha
Estúdio: Cinecittà Studios
Direção: Alberto Cardone
Roteiro: Ernesto Gastaldi, Rolf Olsen
Elenco: Anthony Steffen, Gianni Garko, Erika Blanc, Carlo D'Angelo, Daniela Igliozzi, Franco Fantasia
  
Sinopse:
Depois de cumprir uma longa pena de prisão de doze anos, Johnny Liston (Anthony Steffen) retorna para sua cidade natal. Ao chegar descobre que o lugar em que nasceu agora vive sob terror, implantado por seu próprio irmão Sartana (Gianni Garko) que ao lado de uma quadrilha de assassinos e bandoleiros domina toda a região. Ele também descobre que sua antiga namorada Manuela e seu irmão, um rapaz deficiente, estão sendo oprimidos pela gangue de seu irmão mais velho. Assim ele resolve enfrentá-lo para trazer paz e justiça de volta aos moradores daquela sofrida cidade perdida no meio do oeste.

Comentários:
Um dos primeiros filmes italianos a explorar o personagem Sartana que foi criado pelo roteirista Ernesto Gastaldi. Assim como aconteceu com Django, Sartana acabou virando nome comercial de sucesso na época do auge do Western Spaghetti. Curiosamente ele também apareceu em situações e com personalidades diferentes ao longo dos anos. Aqui, em uma de suas primeiras aparições, Sartana é notoriamente um vilão, o chefe de um bando de assassinos que rouba, extorque e chantageia os moradores de uma pequena cidade. A justiça porém não tarda a chegar e vem nas mãos de seu próprio irmão, conhecido como Johnny Texas. É divertido perceber que o protagonista acabou sendo ofuscado pelo antagonista no filme, uma vez que Johnny Texas logo caiu no esquecimento enquanto Sartana deu nome a dezenas de outros filmes de sucesso. Assim o diretor Alberto Cardone acabou realizando um bom filme, com muita ação, tiroteios, tudo tendo como base a velha fórmula da justiça pelas próprias mãos. Por fim vale destacar a figura da mãe de Sartana e Johnny Texas. O título original do filme faz referência a um colar usado por ela que tem um símbolo bem interessante dentro da trama. A valorização da figura materna não poderia ser mais típica da cultura italiana da época. Então é isso, uma boa oportunidade de conferir um dos primeiros faroestes com o famoso Sartana nas telas.

Pablo Aluísio.