quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Firewall - Segurança em Risco
Título Original: Firewall
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Richard Loncraine
Roteiro: Joe Forte
Elenco: Harrison Ford, Virginia Madsen, Paul Bettany, Beverley Breuer, Jimmy Bennett
Sinopse:
O trabalho de Jack Stanfield (Harrison Ford) consiste em manter íntegro e seguro o sistema de dados uma grande instituição financeira, o Landrock Pacific Bank. Técnico de alto nível ele tem conseguido por anos manter inviolável o sigilo bancário dos clientes do banco, mesmo com ataques sendo feitos por hackers, que querem tomar posse dos arquivos que no mercado negro podem valer milhões de dólares. Sua rotina muda porém quando um criminoso Bill Cox (Paul Bettany) e sua equipe invadem a casa de Jack, fazendo de reféns toda a sua família. O preço do resgate é alto, cem milhões de dólares, que Jack deve roubar do banco onde trabalha. Para isso terá que vencer o sistema de segurança que ele próprio criou.
Comentários:
De vez em quando Hollywood tenta pegar carona no mundo da informática, criando tramas que explorem o universo das grandes redes de computadores ao redor do mundo. O alvo é fácil, os jovens, que frequentam os cinemas e são loucos por esse universo. O roteiro desse "Firewall" tenta captar esse mundo usando de jargão técnico que provavelmente só interessará aos experts no assunto (se é que eles tenham algum interesse em ver esse filme). Ao lado disso há também a tentativa de fazer um thriller movimentado com a situação do personagem principal, com muita ação e correria, além das costumeiras cenas heroicas protagonizadas pelo "Indiana Jones" Harrison Ford. Apesar das intenções, todas claras em cada metro de filme, temos que reconhecer que em ambos os casos (como aventura de ação e como trama "informatizada") o resultado não se mostra muito bom ou eficiente. Harrison Ford parece estar bem entediado declamando todos aqueles diálogos técnicos (que ele muito provavelmente nem entenda direito). O diretor também imprime um desenrolar muito previsível e burocrático. O saldo final se revela bem abaixo do esperado. Um thriller de rotina que tenta aproveitar a popularização da era digital mas que só consegue se mostrar analógico e aborrecido.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Cleanskin - Jogo de Interesses
Título Original: Cleanskin
Ano de Produção: 2012
País: Inglaterra
Estúdio: UK Film Studio
Direção: Hadi Hajaig
Roteiro: Hadi Hajaig
Elenco: Sean Bean, Charlotte Rampling, Abhin Galeya, Tom Burke
Sinopse:
Após um atentado em um restaurante no centro de Londres, com várias mortes, o serviço secreto britânico resolve operar fora dos registros. Charlotte (Charlotte Rampling), uma das diretoras do setor de Contra-Espionagem, envia um de seus melhores agentes, Ewan (Sean Bean), para rastrear e identificar o grupo responsável pelos atos terroristas. Seguindo pistas ele chega até Ash (Abhin Galeya), jovem natural do Paquistão que está na capital inglesa supostamente estudando Direito.
Comentários:
"Cleanskin" é uma expressão em língua inglesa usada para identificar terroristas internacionais que não se tornam alvo de investigação das autoridades de segurança até o dia em que literalmente explodem tudo pelos ares. São terroristas que conseguem se infiltrar dentro da sociedade sem despertar suspeitas. Com passado limpo, geralmente usando disfarces bem montados (como a de estudantes estrangeiros em universidades ocidentais), eles se tornam acima de qualquer suspeita até o dia em que são acionados por seus líderes terroristas para cometerem os atentados a bomba em lugares públicos. Ash (Abhin Galeya) se enquadra perfeitamente nesse perfil. Ele parece ser um jovem comum, que quer estudar para voltar para seu país. Até mesmo se envolve com uma inglesa, uma garota que parece gostar de fato. Isso porém muda radicalmente quando chega sua hora de agir. Essa produção inglesa então explora esse lado sangrento do conflito entre fundamentalistas e forças de segurança e inteligência dos países desenvolvidos. Todo o enredo se passa na Londres dos dias atuais. O roteiro se desdobra em duas linhas narrativas. A primeira mostra o passado de Ash e as razões que o levaram a se tornar um homem-bomba. A segunda se desenvolve no presente, com o agente britânico seguindo os passos de Ash para o tirar de circulação. O enredo, como se pode perceber, é bom, mas o resultado final é apenas mediano. O diretor adota uma linguagem bem convencional, diria até burocrática, e não ousa em nenhum momento. A trama, como não poderia deixar de ser, tem uma grande reviravolta final mas quando ela acontece o espectador já se encontra um pouco desinteressado com o desenrolar dos acontecimentos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Michael - Anjo e Sedutor
Título Original: Michael
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Pictures
Direção: Nora Ephron
Roteiro: Peter Dexter, Jim Quinlan
Elenco: John Travolta, Andie MacDowell, William Hurt
Sinopse:
Certo dia Michael (Travolta) surge numa cidadezinha do Iowa. Ele então decide ir morar com uma simpática senhora da terceira idade. Sua presença logo chama a atenção de jornalistas locais que se interessam por sua personalidade sui generis: embora tenha asas o anjo gosta mesmo é de uma boa cerveja, uma prosa espirituosa, diversão, fumo, mulheres e duelos com outros seres, não necessariamente nessa ordem.
Comentários:
Filme simpático, despretensioso e relax tal como seu personagem título, o anjo Michael (o nosso querido Miguel da crença católica). O roteiro porém traz uma visão bem diferente daquela que aprendemos dos anjos celestiais. O Michael de John Travolta tem barrigão de cerveja, péssimos hábitos e um jeito de quem não está muito preocupado com tudo ao redor. Talvez por sua leveza bem humorada a coisa toda acabe funcionando muito bem. Há muito tempo que John Travolta deixou de se importar com sua imagem de símbolo sexual construída no começo de sua carreira. Assumiu a má forma, um estilo mais bonachão e talvez por essa razão tenha sobrevivido tanto tempo no cinema. De forma inteligente ele descobriu que galãs e símbolos sexuais em geral tem prazo de validade pois basta passar os anos e a beleza se ir para a carreira acabar e seguir buraco abaixo também. Assim se você estiver em busca de uma comédia leve e divertida essa é uma boa opção.
Pablo Aluísio.
O Lobo de Wall Street
Título Original: The Wolf of Wall Street
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Terence Winter, baseado no livro de Jordan Belfort
Elenco: Leonardo DiCaprio, Jonah Hill, Margot Robbie, Kyle Chandler, Matthew McConaughey, Rob Reiner
Sinopse:
Tudo o que Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) deseja é ficar rico trabalhando no mercado de ações de Wall Street. Seus planos porém vão por água abaixo logo no seu primeiro dia de trabalho, quando a bolsa de Nova Iorque quebra na infame segunda-feira negra. Desempregado e precisando recomeçar ele se une a uma pequena firma de Long Island especializada em vender ações que valem poucos centavos de empresas mixurucas e sem importância. Com sua lábia de vendedor Jordan logo começa a enganar as pessoas mais humildes, ficando rico nesse processo de vender ações sem valor para ignorantes do mercado financeiro.
Comentários:
O novo filme de Scorsese deixa os mafiosos de Nova Iorque de lado para investir em outro tipo de escroque, a dos corretores de ações. O cineasta procura mostrar as armadilhas que podem surgir no caminho de alguém que só pensa em ficar rico a todo custo, desprezando completamente os fatores éticos e humanos de seu "trabalho". Em essência o personagem Jordan Belfort não passa de um enganador, um espertalhão que usa a boa fé das pessoas mais simples e sem cultura para ganhar rios de dinheiro com a ignorância alheia. E ele faz isso sem peso na consciência. Não importa as vítimas de seus golpes, mas sim os bens materiais que ele irá comprar enganando todo mundo. Iates, muitas drogas e até mulheres (sua esposa não passa de um prêmio caro comprado a peso de ouro, como tudo na vida de Belfort) são as coisas que o impulsionam a seguir em frente. O enredo como se vê é bem interessante mas há problemas em sua condução. Em determinado momento de "O Lobo de Wall Street" percebemos que Martin Scorsese está deslumbrado com seu principal personagem. Mesmo quando Jordan age muito mal, como na cena em que tenta dirigir um carro completamente drogado com Quaaludes, o diretor parece adotar uma postura de piada infame, fazendo obviamente o público rir da situação ao invés de ficar horrorizado com tudo o que acontece. Outro ponto que depõe contra Scorsese surge quando ele mostra o sexo, as drogas e a rapinagem de seus personagens de forma extremamente alucinada, exagerada. O próprio Scorsese teve muitos problemas com cocaína em sua vida e nas cenas em que ela surge ele quase desmaia de prazer na direção. O diretor assim perde o bom senso e se confraterniza com a orgia de excessos de Jordan Belfort!
E é justamente esse encantamento e deslumbre com seu personagem que quase coloca tudo a perder. Perceba que Scorsese varreu para debaixo do tapete o drama das pessoas que perderam tudo investindo nas mentiras de Jordan Belfort. Nenhuma delas aparece em cena. Até parece que tudo o que o corretor desonesto fez não prejudicou ninguém. Agindo assim o diretor deu um aval nada sutil para tudo de errado que o personagem interpretado por Leonardo DiCaprio apronta. Ao invés de mostrar os danos causados por esse tipo de gente, o diretor parece consagrá-lo em cada momento. Uma pena. Some-se a isso o excesso de palavrões, de idiotice da turma de Jordan (será que idiotas naquele nível conseguiriam ganhar fortunas no mundo real?) e do prazer em mostrar pessoas se drogando em excesso a todo tempo e você terá um filme que peca justamente por isso, pelo excesso, pela falta de limites. O próprio Jordan Belfort disse recentemente em entrevistas que muito do que se vê na tela nunca aconteceu na vida real (como a estranha competição de arremesso de anões no escritório, por exemplo). Martin Scorsese assim perde a mão e comete um deslize fazendo um filme tão exagerado que acaba se tornando besta, bobo. Além disso não há como negar que do ponto de vista ético esse é o filme mais equivocado do diretor. Martin Scorsese já foi muito mais elegante e sutil no passado mas aqui só consegue se mostrar bem vulgar.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
10 Filmes de Philip Seymour Hoffman que você não pode deixar de assistir!
1. Capote (Capote, EUA, 2005) Direção: Bennett Miller / Elenco: Philip Seymour Hoffman, Catherine Keener, Clifton Collins Jr., Chris Cooper, Bruce Greenwood / Comentários: Provavelmente o filme pelo qual Philip Seymour Hoffman será sempre lembrado. Sua interpretação é não menos do que genial, conseguindo dar vida ao personagem principal, um dos mais conhecidos escritores e jornalistas americanos, sem nunca cair na caricatura. Uma das grandes atuações do cinema dos últimos vinte anos.
2. Sinédoque, Nova York (Synecdoche, New York, EUA, 2008) Direção: Charlie Kaufman / Elenco: Philip Seymour Hoffman, Samantha Morton, Michelle Williams / Comentários: Não é uma obra fácil mas certamente é a maior declaração de amor de Philip Seymour Hoffman a uma de suas grandes paixões, o teatro. Um brilhante exercício de metalinguagem que mostra os problemas de um talentoso diretor teatral tentando montar uma peça sobre sua cidade mais amada, Nova York. Dirigido pelo talentoso Charlie Kaufman, o filme era um dos preferidos de Seymour que não cansava de elogiar a produção. Essencial para entender o lado mais artístico da carreira de Seymour nos palcos de sua mais amada cidade.
3. A Família Savage (The Savages, EUA, 2007) Direção: Tamara Jenkins / Elenco: Laura Linney, Philip Seymour Hoffman, Philip Bosco / Comentários: Um dos melhores dramas familiares já realizados. Um irmão e uma irmã tenta reconstruir os cacos de uma história familiar muito conturbada e complicada. Revirando o passado eles acabam encontrando a si mesmos. Philip Seymour Hoffman está maravilhoso como o irmão que não consegue lidar muito bem com seu passado. Um filme que não teve a repercussão merecida e que precisa ser redescoberto pelos fãs desse grande ator.
4. Dúvida (Doubt, EUA, 2008) Direção: John Patrick Shanley / Elenco: Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams / Comentários: Uma excelente visão dos bastidores internos da Igreja Católica e seus problemas. Philip Seymour Hoffman interpreta um padre modernista, com visões liberais, que bate de frente com uma madre superiora austera e conservadora interpretada pela sempre genial Meryl Streep. Para combater as ideias do novo padre a irmã acaba descobrindo problemas em seu passado envolvendo acusações de pedofilia. Verdade ou apenas rumores sem fundamento? Fique na dúvida mas não deixe de assistir a esse grande filme. Seu trabalho aqui lhe valeu mais uma indicação ao Oscar, também muito merecida.
5. Magnólia (Magnolia, EUA,1999) Direção: Paul Thomas Anderson / Elenco: Tom Cruise, Jason Robards, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman / Comentários: Em San Fernando Valley um grupo de moradores tenta reecontrar o caminho da felicidade e do amor enquanto acontecimentos bizarros ocorrem ao redor. Filme que marcou bastante por causa da ousada e pouco comum visão do cineasta Paul Thomas Anderson. Seymour surge na pele do personagem Phil Parma, que é secundário nessa trama que é apresentada ao espectador em estilo mosaico, mas que mesmo nesse pequeno papel consegue marcar presença e impressionar. Uma síntese dos trabalho em que o ator interpretou personagens coadjuvantes com raro talento em sua excelente filmografia.
6. Vejo Você no Próximo Verão (Jack Goes Boating, EUA, 2010) Direção: Philip Seymour Hoffman / Elenco: Philip Seymour Hoffman, Amy Ryan, John Ortiz, Daphne Rubin / Comentários: O único filme dirigido por Philip Seymour Hoffman. É um drama muito humano e sensível sobre duas pessoas que tentam se relacionar apesar de todas as dificuldades. Um retrato muito bem realizado por Seymour que conseguiu trazer muita sensibilidade para essa pequena obra de arte. O filme prova que Seymour não era apenas um ator de talento mas também um diretor de mão cheia.
7. Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto (Before the Devil Knows You're Dead, EUA, 2007) Direção: Sidney Lumet / Elenco: Philip Seymour Hoffman, Ethan Hawke, Albert Finney / Comentários: Outro filme muito subestimado do ator que aqui tem a oportunidade de contracenar com um ótimo elenco de apoio sob direção do grande cineasta Sidney Lumet. Teve menos repercussão do que merecia, outro que merece ser revisionado atualmente.
8. Jogos do Poder (Charlie Wilson's War, EUA, 2007) Direção: Mike Nichols / Elenco: Tom Hanks, Julia Roberts, Philip Seymour Hoffman / Comentários: Nova Indicação ao Oscar para Philip Seymour Hoffman. Aqui temos mais uma prova do grande talento desse ator. Mesmo dividindo os holofotes com as estrelas Tom Hanks e Julia Roberts ele conseguiu chamar a atenção ao ponto de ser mais uma vez indicado ao Oscar, provando que não existe estrelismo no mundo do cinema que consiga ofuscar um grande talento.
9. O Mestre (The Master, EUA, 2012) Direção: Paul Thomas Anderson / Elenco: Joaquin Phoenix, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams, Laura Dern, Rami Malek, Jillian Bell, Ke / Comentários: A última grande atuação do ator. O personagem interpretado por Philip Seymour Hoffman é obviamente calcado no criador e líder espiritual da tal Cientologia, L. Ron Hubbard, que acreditava haver ligação entre a humanidade e seres de outro planeta que aqui estiveram e criaram a raça humana em tempos primitivos. Sua atuação de um homem completamente lunático e com ares de megalomania lhe valeu mais uma merecida indicação ao Oscar.
10. Jogos Vorazes: Em Chamas (The Hunger Games: Catching Fire, EUA, 2013) Direção: Francis Lawrence / Elenco: Jennifer Lawrence, Philip Seymour Hoffman, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth / Comentários: Nem só de filmes cults e de arte vivia Seymour. Assim como havia acontecido com "Missão Impossível" o ator também flertou com o cinema mais comercial de Hollywood nessa nova franquia de sucesso, "Jogos Vorazes" que é febre entre o público mais jovem. Ele estava trabalhando na sequência desse mesmo filme quando morreu em Nova Iorque no último domingo. O estúdio ainda não se manifestou sobre os rumos do próximo filme.
Pablo Aluísio.
domingo, 2 de fevereiro de 2014
Philip Seymour Hoffman
Philip Seymour Hoffman
Passei o domingo fora e por isso não assisti a TV e nem acessei a internet durante todo o dia. Assim que cheguei em casa à noite recebi essa verdadeira bomba em meu colo. Um dos meus atores preferidos, Philip Seymour Hoffman, foi encontrado morto em seu apartamento de Nova Iorque, vítima de uma overdose de heroína. Sinceramente me faltam palavras para descrever como lamento sua morte. Quem acompanha aqui nossos blogs sabe o quanto admiro o trabalho desse ator, verdadeiramente talentoso.
Basta uma rápida pesquisa para verificar que sempre o elogiei nos textos que escrevi sobre seus filmes. Era um daqueles profissionais que sempre entregavam uma boa atuação, não importando a produção em que atuasse. Sempre o vi como um representante da verdadeira arte de atuar, muito ligado ao mundo artístico de Nova Iorque, aos palcos e, claro, ao cinema. Sem favor nenhum, desse ator sentirei realmente falta. Talentos desse porte hoje em dia são tão raros. Em meio a tanta mediocridade é de fato uma perda enorme saber que não teremos mais as grandes atuações de Seymour. Lamento profundamente e estou bem entristecido com seu falecimento. Que Deus o ilumine em sua nova caminhada. Descanse em paz sabendo que sua arte estará preservada em celulóide para sempre! Fico muito feliz por ter desfrutado de seu talento em tantos filmes ao longo desses anos. Muito obrigado por tudo.
Philip Seymour Hoffman
(1967 - 2014)
Pablo Aluísio.
Liga da Justiça - War
Título Original: Justice League - War
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, DC Comics
Direção: Jay Oliva
Roteiro: Heath Corson
Elenco: Sean Astin, Zach Callison, Christopher Gorham
Sinopse:
A Terra começa a ser invadida por estranhas criaturas aladas. Batman e Lanterna Verde tentam combater a nova ameaça mas seus esforços parecem ser em vão. Assim resolvem ir até Metropolis para contar com a ajuda do Superman, da Mulher Maravilha e do Flash. Junta-se a eles ainda o desconhecido Shazam (Capitão Marvel). No horizonte parece haver uma bem planejada invasão de alienígenas comandada pelo misterioso e sinistro Darkseid.
Comentários:
Mais uma animação da parceria Warner e DC Comics produzida exclusivamente para venda direta aos consumidores. Essa aqui explora o universo da Liga da Justiça em seus primórdios, quando a equipe ainda vai se formando aos poucos (os heróis ainda mal se conhecem entre si). Além dos habituais Superman (em sua nova roupa, tal como vimos no recente filme), Batman (sem o Robin) e Mulher Maravilha, temos ainda a presença do pouco usual Shazam, o nosso conhecido Capitão Marvel, na realidade um garoto que vira o herói mas que conserva sua mentalidade juvenil. O vilão Darkseid é uma variação do mais conhecido Brainiac das revistas do Superman. A concepção é a mesma, um extraterrestre poderoso que sai varrendo o universo, destruindo mundos e escravizando civilizações. Para a garotada essa nova animação da DC vai ser um prato cheio pois o enredo nada mais é do que um imenso quebra pau entre mocinhos e vilões. Por isso é mais indicado para os meninos, embora as meninas possam até mesmo se identificar com a Mulher Maravilha (também com novo visual, assim como seu parceiro Superman). Sem maiores novidades esse "Justice League - War" é acima de tudo divertido e um aperitivo enquanto o filme convencional no cinema não vem.
Pablo Aluísio.
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Cinderela
Título Original: Cinderella
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Clyde Geronimi, Wilfred Jackson
Roteiro: Charles Perrault, Bill Peet
Elenco: Ilene Woods, James MacDonald, Eleanor Audley
Sinopse:
Era uma vez uma linda garota chamada Cinderela. Após a morte de seu pai ela passa a ser criada cruelmente por sua madastra. Ela e suas filhas maldosas a exploram, fazendo com que todos os afazeres domésticos sejam feitas apenas por Cinderela. A gata gata borralheira vê sua sorte mudar quando o rei decide dar um grande baile para todas as jovens solteiras do reino. Ele quer que seu filho, o príncipe, se case para dar continuidade à sua linhagem real. Cinderela porém não tem dinheiro para comprar um vestido bonito e caro. Sua fada madrinha porém dará um jeito. Ela assim se torna radiante e linda, mas terá que voltar para casa antes da meia noite pois será nessa hora que o encanto desaparecerá.
Comentários:
Um dos grandes clássicos de animação dos estúdios Disney. É um conto de fadas clássico, com príncipes dos sonhos, jovens lindas e maravilhosas e madrastas cruéis e desalmadas. Um dos pontos que temos que chamar a atenção é que "Cinderela" foi produzido com Disney indo todos os dias supervisionar os trabalhos. Ele era um perfeccionista, que dava atenção ao menores detalhes. Tanto cuidado se vê na tela. A animação ainda hoje é um primor de técnica e bom gosto. Não é à toa que se tornou um dos trabalhos preferidos do próprio Disney que considerava a obra uma das mais perfeitas de seu estúdio, uma animação que reunia tudo aquilo que ele desejava, com a magia que anos depois se tornaria a marca registrada do império Disney. Para se ter uma ideia do cuidado técnico que Disney imprimiu aqui, ele enviou um grupo de animadores à Europa para que eles conhecessem in loco a arquitetura dos castelos medievais da Alemanha e Áustria. Esse contato direto trouxe um visual exuberante para os cenários onde a estorinha de Cinderela se passa. O próprio castelo do príncipe é um exemplo disso. Tão perfeito ficou que anos depois Disney fez questão de mandar construir um idêntico para seu novo parque temático, a Disneylândia. Assim não há mais o que dizer, "Cinderela" é um primor de qualidade técnica e artística, aliada a uma linda história de conto de fadas. Walt Disney em sua mais pura essência.
Pablo Aluísio.
Intocáveis
Título Original: Intouchables
Ano de Produção: 2011
País: França
Estúdio: Quad Productions, Ten Films, Canal+
Direção: Olivier Nakache, Eric Toledano
Roteiro: Olivier Nakache, Eric Toledano
Elenco: François Cluzet, Omar Sy, Anne Le Ny
Sinopse:
Após um acidente, Philippe (François Cluzet) se torna tetraplégico. Incapaz de realizar movimentos abaixo do pescoço ele precisa de alguém que o ajude 24 horas por dia. Já Driss (Omar Sy) está apenas atrás de mais uma rejeição de emprego para seguir levando em frente sua vida à base do seguro desemprego que recebe do governo francês. Para sua surpresa acaba sendo contratado para cuidar de Philippe. A relação logo deixa de ser entre patrão e empregado e se torna uma verdadeira amizade entre ambos. Roteiro baseado em fatos reais.
Comentários:
Filme que foi bastante badalado desde seu lançamento. É uma interessante obra sobre a amizade que nasce entre duas pessoas completamente diferentes. Philippe (François Cluzet) é branco, francês, culto e elegante. Driss (Omar Sy) é negro, imigrante senegalês, de pouco estudo mas muito expansivo e divertido. Na vida cinza e triste de Philippe ele vira uma luz de alegria e extroversão, algo que vem bem a calhar ao seu dia a dia. O curioso é que o mesmo pode ser dito do filme. Quem realmente brilha em cena é o ator Omar Sy. Se não fosse por ele teríamos facilmente mais um dramalhão sobre um deficiente e seus problemas na vida cotidiana. Sy incorpora Driss com raro brilhantismo, em cenas realmente engraçadas como a da ópera chic e suas "cantadas de pedreiro" para cima da elegante e fina secretária e assistente de Philippe (que para surpresa dele se revela lésbica ao final). Talvez um dos maiores problemas de "Intouchables" seja o desnível entre a dupla central de atores. Enquanto Omar Sy está radiante em cena, seu colega François Cluzet não está muito expressivo. Mesmo assim é de fato um bom filme, que diverte e também conscientiza na mesma proporção. Não é a obra prima que muitos críticos andaram dizendo por aí mas certamente é uma película que merece ser assistida, principalmente para quem deseja conhecer melhor o cinema europeu contemporâneo.
Pablo Aluísio.
Control
Título no Brasil: Control
Título Original: Control
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Weinstein Company
Direção: Anton Corbijn
Roteiro: Matt Greenhalgh
Elenco: Sam Riley, Samantha Morton, Craig Parkinson, Joe Anderson
Sinopse:
Cinebiografia do conturbado músico e compositor Ian Curtis, líder da banda Joy Division. Jovem sem grandes perspectivas na vida ele resolve levar em frente um velho sonho de montar um grupo de rock diferente, que apostasse em suas próprias letras, bem soturnas e fora do comum. Dentro do emergente cenário punk de uma Londres obscura ele acaba se tornando uma figura de proa de um movimento musical que se alastraria pelos quatro cantos do mundo.
Comentários:
Muitas pessoas no Brasil adoram o Legião Urbana e seu idioma musical único e ignoram completamente de onde veio aquele estilo. Ora, basta uma rápida lida em qualquer biografia do cantor e compositor Renato Russo para entender que uma de suas maiores influências veio do grupo de punk rock Joy Division e seu cantor sui generis Ian Curtis. Sua vida porém era mais problemática e complicada do que suas próprias letras. Ian cultivava um pessimismo latente e tinha uma visão sombria e sem esperanças do mundo ao seu redor, proveniente de algum problema mental que ele possuía e que nunca foi diagnosticado corretamente a tempo. Constantemente anestesiado e deprimido para o mundo, Ian só conseguia sentir algum tipo de satisfação pessoal com sua barulhenta e furiosa música. O roteiro desse excelente filme biográfico foi escrito baseado nas memórias da esposa de Curtis, Deborah Curtis, que resolveu expor aspectos pessoais do marido e seus constantes problemas de relacionamento e sociabilidade. Colocando em termos simples podemos dizer que o Ian Curtis era um sujeito bem esquisito, mais ainda do que sua música. O filme também é bem depressivo, frio e muitas vezes distante, tal como se fosse um documentário. Esse tipo de linguagem porém se adequou muito bem ao próprio Ian Curtis e sua personalidade. Se o homem era torturado o músico certamente marcou época principalmente para quem era jovem naqueles anos pioneiros. Seu estilo influenciou muita gente e hoje é reconhecido pelos principais especialistas como um marco no surgimento do Punk. O final é barra pesada e certamente deixará muitas perguntas no ar, o que é mais um ponto positivo para a produção em si. Não deixe de assistir, seja você fã ou não do Joy Division. Roteiro baseado no livro de Deborah Curtis.
Pablo Aluísio.