quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Deixa Estar

Título no Brasil: Deixa Estar
Título Original: Let It Be
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra
Estúdio: Apple Corps
Direção: Michael Lindsay-Hogg
Roteiro: Michael Lindsay-Hogg, The Beatles
Elenco: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr

Sinopse: 
Documentário musical que mostra o grupo britânico The Beatles durante as gravações do álbum "Let It Be". A ideia era registrar o processo de criação do mais famoso grupo de rock da história dentro dos estúdios em Londres. No final o grupo se apresenta ao vivo pela última vez em sua carreira.

Comentários:
Paul McCartney teve a ideia central desse documentário. Tudo soava muito simples. Intitulado "Get Back" o plano inicial de Paul era filmar os Beatles gravando um álbum dentro dos estúdios e depois a volta triunfal do grupo aos grandes shows ao vivo pelo mundo. O problema é que os Beatles estavam implodindo quando começaram as filmagens. Paul, George e John não conseguiam mais se entender. Brigas, discussões, desconforto, tudo acabou sendo captado de forma involuntária pelos responsáveis do filme. Depois de um começo tenso John e George decidiram que não estavam mais dispostos a realizar a tal turnê mundial que Paul queria. Isso criou um grande atrito pois seria justamente esse o clímax do documentário. Sem saída John sugeriu que todos fossem para o telhado da Apple em Londres e lá fizessem uma apresentação final com quatro ou cinco músicas para fechar o filme. Foi o que fizeram. A polícia londrina apareceu para encerrar o concerto e "Let it Be" (o novo nome dado ao documentário) afundou de uma vez. O que era para ser o registro da volta triunfal dos Beatles se transformou em um triste retrato do grupo se separando. Não deixa de ser histórico e importante para o mundo do rock mas o clima de melancolia incomoda. Mesmo assim seja você beatlemaníaco ou não o fato é que "Deixa Estar" é de fato um item indispensável em qualquer coleção. Simplesmente essencial para os amantes do rock em geral. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O Poder de Alguns

Duas da tarde em um bairro barra pesada de uma grande cidade qualquer dos Estados Unidos. Várias estórias paralelas vão se desenvolvendo ao mesmo tempo, nesse mesmo horário. Na primeira um garoto resolve tomar uma decisão extrema para conseguir o dinheiro necessário para a compra de um remédio para seu irmão mais jovem, um pequeno bebê. Na segunda uma jovem que trabalha com sua pequena lambreta resolve levar uma perigosa encomenda para entregar a uma mulher desconhecida no meio da rua. Na terceira uma dupla de tiras tenta colocar as mãos em um sujeito que parece ser um terrorista infiltrado na América. Por fim, dois negros fortemente armados saem na caça de uma testemunha vital que em breve estará reconhecendo em um tribunal o principal líder de sua gangue. Passeando por todos os eventos surgem dois moradores de rua, um ex-jornalista e um anão, que acabam servindo de elo para todos os acontecimentos. Na TV o noticiário não consegue parar de mostrar o recente roubo no Vaticano do famoso Santo Sudário, o suposto pano que cobriu o corpo de Jesus após ele ser morto pelos romanos na cruz.

"O Poder de Alguns" tem um roteiro fragmentado, típico dos filmes do saudoso Robert Altman. Várias estórias, independentes entre si, vão se desenvolvendo para no final convergirem para uma mesma situação. É divertido e intrigante acompanhar como tudo vai terminar. O roteiro é bem inteligente e muito bem estruturado. Há vários personagens, tramas acontecendo, mas no final tudo se resume a uma só conexão que liga todos eles. No elenco se destacam a presença de Christopher Walken, como o sem-teto Doke e Christian Slater como Clyde, um policial disfarçado de motorista de Táxi que acaba se envolvendo em uma conspiração completamente surreal. É aquele tipo de produção pequena, sem maiores pretensões, que satisfaz plenamente o espectador. Além disso tem uma linha narrativa esperta e inteligente, que mistura religião e ciência, o que no final das contas acaba mantendo o espectador interessado o tempo todo.

O Poder de Alguns (The Power of Few, Estados Unidos, 2013) Direção: Leone Marucci / Roteiro: Leone Marucci / Elenco: Christopher Walken, Q'orianka Kilcher, Juvenile, Christian Slater, Nicky Whelan / Sinopse: Várias estórias paralelas e independentes convergem para uma só trama, envolvendo religião, ciência e clones!

Pablo Aluísio. 

Henrique V

Na década de 1950 o grande sir Laurence Olivier conseguiu adaptar com sucesso para o cinema a excelente obra prima de William Shakespeare, Henry V. Na época isso foi considerado uma ousadia, uma vez que Shakespeare era considerado um autor muito teatral, praticamente impossível de se adaptar para o cinema por causa da linguagem excessivamente rebuscada e de difícil transposição para a estética cinematográfica. Isso porém não inibiu Olivier que foi em frente e conseguiu realmente realizar um filme tecnicamente perfeito. Venceu inclusive o Oscar, sendo essa a maior prova de seu êxito artístico. Décadas depois, Kenneth Branagh, considerado uma espécie de sucessor de Laurence Olivier, resolveu tentar novamente, dessa vez porém se aproximando ainda mais da narrativa tradicional do cinema, procurando sempre lapidar a teatralidade de Shakespeare para deixar o filme mais próximo do público jovem. O resultado é essa nova versão de Henrique V, uma produção de encher os olhos, e que tal como aconteceu com o filme original dos anos 50 também foi saudada como uma inovação muito bem-vinda.

Henry V (ou Henrique V, seguindo a tradição antiga da língua portuguesa em traduzir os nomes dos reis e nobres da Idade Média) foi um monarca real, que governou a Inglaterra de 1413 a 1422. Seu grande feito histórico foi derrotar os franceses (eternos inimigos dos ingleses) em 1415 na batalha de Azincourt. Forjando assim o começo de uma nova era e uma nova dinastia para trono britânico. Considerado um herói em seu país, Shakespeare resolveu escrever uma obra bem dúbia sobre esse monarca, ora o louvando, ora expondo de forma bem sutil seus defeitos pessoais. Essa dubiedade é o grande atrativo da obra original até os dias de hoje. Já Kenneth Branagh procurou pela grandiosidade, dando destaque para toda a pompa daquele período histórico. O resultado final não nega suas origens. Afinal as palavras extremamente bem escritas por Shakespeare não poderiam ser ignoradas no filme. Assim houve quem reclamasse da irregularidade ao longo da película, onde intercalam-se grandes cenas de batalha com pausas para longos monólogos declamados pelos atores. Esse tipo de crítica não prospera, pois é justamente isso que torna o filme realmente grandioso. Assim se você estiver em busca de um pouco de enriquecimento cultural, principalmente em relação a William Shakespeare e sua obra, então Henrique V se torna de fato uma ótima pedida.

Henrique V (Henry V, Inglaterra, 1989) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Kenneth Branagh baseado na obra de William Shakespeare / Elenco: Kenneth Branagh, Simon Shepherd, Derek Jacobi / Sinopse: Henrique V (Kenneth Branagh), monarca absolutista inglês, enfrenta as terríveis forças francesas em uma batalha decisiva durante a Idade Média.

Pablo Aluísio.

All That Jazz

Esse musical que já virou ícone cultural é considerado hoje a obra prima definitiva do grande cineasta Bob Fosse. Como explicaria anos depois o roteiro era baseado em suas próprias experiências pessoais e biográficas. Era uma alegoria de seus muitos anos de experiência como dançarino, coreógrafo e diretor de musicais na Broadway. Assim que chegou aos cinemas "All That Jazz" ganhou o respeito do público e crítica. Os números musicais apresentados, as coreografias e a excelência técnica conquistaram realmente os especialistas, a ponto do filme ser aclamado alguns meses depois conquistando um prêmio praticamente inédito para o gênero musical ao vencer a Palma de Ouro em Cannes. Era o reconhecimento de uma carreira que até hoje é louvada nos Estados Unidos como uma das mais importantes da história dos números musicais da Broadway. Fosse é certamente um dos autores mais reverenciados no meio teatral americano.

O filme narra a vida caótica e ocupada de Joe Gideon (Roy Scheider), um grande diretor da Broadway. Muito requisitado ele tenta contrabalancear sua vida profissional entre a Broadway, onde pretende criar o musical definitivo da história e os bastidores do cinema, onde também trabalha em vários projetos, tudo de forma paralela e um pouco atribulada. Ao seu redor, na vida pessoal, circulam sua ex-esposa, sua namorada atual e sua filha, todas com problemas pessoais que direta ou indiretamente afetam a sua vida. Para piorar ainda mais Gideon tem sérios problemas com drogas, o que torna sua existência ainda mais alucinada! Mas não se preocupe muito com isso, afinal "All That Jazz" não é propriamente um drama mas sim um musical ao velho estilo, com muitas danças, números musicais e coreografias mais do que inspiradas. Um filme obrigatória para quem admira o gênero.

All That Jazz - O Show Deve Continuar (All That Jazz, Estados Unidos,1979) Direção: Bob Fosse / Roteiro: Robert Alan Aurthur, Bob Fosse / Elenco: Roy Scheider, Jessica Lange, Leland Palmer / Sinopse: No meio de vários números musicais o filme narra a vida estressada e caótica de um grande diretor da Broadway. Vencedor dos Oscars de Melhor Trilha Musical, Montagem, Figurino e Direção de Arte.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Círculo de Fogo

Se você tem entre 30 a 40 anos certamente curtiu em sua infância todas aquelas séries japonesas que faziam grande sucesso no Brasil como Godzilla, Ultraman, Ultraseven, etc. Esses produtos sempre colocavam o herói contra um terrível monstro atômico que vinha do mar para destruir as grandes cidades de papelão que se colocassem no meio do caminho dos seres monstruosos (geralmente um ator usando roupas de borracha!). Toda semana lá estava Tóquio sendo destruída mais uma vez! Era trash sim, mas bem divertido, principalmente se você fosse um garoto de 12 anos. Pois bem, o tempo passou e Hollywood percebeu que com a tecnologia digital dos dias atuais seria possível fazer uma grande produção usando as velhas ideias dos MOWs (Monsters of Week) japoneses. E aí está "Círculo de Fogo" para mostrar que qualquer idéia pode ser reciclada, embalada numa nova roupagem e vendida como algo novo e original. Certamente os monstros não são mais de borracha mas de resto esse filme procura manter o espírito do passado, trazendo de volta todas aquelas criaturas, as mais esdrúxulas e bizarras possíveis.O elenco é liderado por Charlie Hunnam, ator que gosto bastante, da série "Sons of Anarchy". Curiosamente outro ator da mesma série, Ron Perlman (o Hellboy), também está no elenco, interpretando um contrabandista de restos dos monstros destruídos em combate.

A trama explora o surgimento dos tais Kaijus, monstros que começam a aparecer nos oceanos, provenientes de fendas localizadas nas profundezas. Como não poderia deixar de ser eles estão surgindo para obviamente destruir o mundo. Para enfrentar as novas ameaças as nações do mundo se unem para construir os Jaegers, robôs gigantescos com pinta de Transformers que literalmente saem no braço com os Kaijus. Essas grandes máquinas de guerra são pilotadas por duas pessoas que precisam unir suas mentes numa só. Mas esqueça esse tipo de detalhe. Tudo é uma grande desculpa para cenas e mais cenas de lutas e pirotecnia, numa avalanche de efeitos digitais e sonoros de todos os tipos. Confesso que como o filme foi assinado por Guillermo del Toro, esperava bem mais. Até porque já existe a série Transformers do vazio Michael Bay para ocupar esse nicho de mercado. Eu me equivoquei pensando que o diretor iria caprichar mais, criar um clima mais sofisticado e profundo mas nada disso você vai encontrar em "Circulo de Fogo" pois no final das contas tudo se resume a muita pancadaria e efeitos especiais. É um trash de 180 milhões de dólares. Assim em conclusão recomendo o filme para adolescentes até 14 anos no máximo ou então para os trintões e quarentões que queiram matar as saudades de sua infância. Já para o cinéfilo em geral não vejo grandes atrativos. Em suma é isso, "Círculo de Fogo" é uma grande bobagem, divertida para alguns, nostálgica para outros.

Círculo de Fogo (Pacific Rim, Estados Unidos, 2013) Direção: Guillermo del Toro / Roteiro: Travis Beacham, Guillermo del Toro / Elenco: Charlie Hunnam, Idris Elba, Rinko Kikuchi, Ron Perlman / Sinopse: Monstros gigantescos surgem nos oceanos, vindo de fendas localizadas nas profundezas. São os Kaijus. Para combater a ameaça surgem os Jaegers, robôs gigantescos que tentarão salvar o mundo.

Pablo Aluísio.

As Patricinhas de Beverly Hills

Lá se vão quase 20 anos do lançamento desse bobagem adolescente que a despeito de ser um filme bem descartável fez muito sucesso e marcou a juventude de muita gente. Assistir a uma produção como essa não deixa de ser divertido hoje em dia, isso porque a personagem título, Cher Horowitz (Alicia Silverstone), é uma adolescente rica e mimada que não quer saber de muita coisa além de fazer compras no shopping com suas amigas (também todas completamente alienadas como ela). Por mais incrível que isso possa parecer a Cher acabou virando modelo de comportamento para muita garota fútil por aí, tanto que indiretamente também deu origem a celebridades do naipe de Paris Hilton e demais clones loiras. Ou seja, da noite para o dia ser uma garota vazia, consumista, burra e bitolada virou sinônimo de ídolo feminino a seguir! Vai entender a cabeça dessas jovens...

De qualquer maneira, deixando essas explicações sociológicas de lado o fato é que "As Patricinhas de Beverly Hills" conseguiu o feito de até hoje ser lembrado. Como não poderia deixar de ser em um filme tão bobinho como esse o enredo gira em torno da adolescente Cher. Ela tem 15 anos, é popular na escola e vive muito bem obrigado, já que seu pai é um bem sucedido advogado de Beverly Hills. Na explosão do sucesso de um novo aparelhinho, o celular, Cher deita e rola com suas amigas entrando e saindo das lojas mais exclusivas de Hollywood (na época usar celular era sinônimo de status e riqueza, ora vejam só!). Tudo parece mudar quando ela se apaixona por Josh (Paul Rudd), enteado de seu pai. Ele é exatamente o oposto de Cher. Um sujeito antenado, estudado, que conhece o "mundo real", bem ao contrário da patricinha Cher. Para conquistá-lo ela então decide mudar de atitude, tudo com o objetivo de impressionar sua nova paixão. Bonitinha a sinopse não? Pois é. Se você ainda não conhece (por ser jovem demais para isso) dê uma olhada para conferir como era a juventude da década de 90. Você vai perceber surpreso como de fato pouca coisa realmente mudou!

As Patricinhas de Beverly Hills (Clueless, Estados Unidos,1995) Direção: Amy Heckerling / Roteiro: Amy Heckerling / Elenco: Alicia Silverstone, Stacey Dash, Brittany Murphy / Sinopse: Cher (Silverstone) é uma garota mimada e fútil que se apaixona por um cara mais velho, bem mais inteligente e consciente do que ela. Para conquistá-lo ela então decide mudar de atitude, tudo com o objetivo de impressionar sua nova paixão.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de agosto de 2013

O Negociador

O enredo se passa na Irlanda do Norte, mais precisamente em Bellfast. É pra lá que o americano Joe Maguire (Brendan Fraser) vai, com o objetivo de dar um tempo depois de uma confusão amorosa em Boston, sua cidade natal. Ele havia se envolvido com a filha de um infame mafioso, assim com medo de literalmente "sumir do mapa" resolve ir para a Europa onde acaba tomando conta da pequena loja de antiguidades de seu primo. Tudo corria relativamente bem e tranquilo até o local ser invadido por um assaltante que acabara de roubar uma peixaria. Encurralado pela polícia ele acaba usando Joe, duas crianças, um bebê e uma mulher como reféns enquanto o investigador veterano Weller (Colm Meaney) assume a responsabilidade das negociações. Armado com uma velha metralhadora da época de Al Capone o ladrão desastrado tenta de alguma forma escapar daquela situação que fugiu completamente de seu controle.

Depois de estrelar blockbusters como "A Múmia" o ator Brendan Fraser volta aos cinemas nessa despretensiosa comédia que usa um tema policial sério (a tomada de reféns, assaltos, etc) para fazer um pouco de graça. O resultado como era de se esperar é bem irregular. O filme usa não apenas de humor mas também de um certo dramalhão ao colocar os destinos do sequestrador e do refém no mesmo caminho, apelando por algo que teria acontecido no passado de ambos. "O Negociador" é uma produção britânica que tem sido vendido nos EUA como um filme de ação. Não se trata disso. Claro que há tiroteios e alguns momentos mais agitados mas o filme vai mesmo pelo lado mais leve e sem maiores consequências de uma comédia que pretende ser divertida. Até que com um pouco de boa vontade dá para se divertir, embora o saldo final seja mesmo bem mediano.

O Negociador (Whole Lotta Sole / Stand Off, Inglaterra, 2011) Direção: Terry George / Roteiro: Thomas Gallagher / Elenco: Brendan Fraser, Colm Meaney, Martin McCann / Sinopse: Após um assalto mal sucedido um jovem ladrão invade uma loja de antiguidades tomando todas as pessoas lá dentro como reféns.

Pablo Aluísio.

Chamada de Emergência

Se você estiver em busca de um bom thriller de suspense então "Chamada de Emergência" pode ser uma boa opção. A atriz Halle Berry interpreta Jordan Turner, uma policial que trabalha no serviço de emergência 911 em uma grande cidade americana. Sua função é atender os pedidos de socorro da população e enviar imediatamente uma equipe policial para o local da chamada. Sua vida começa a mudar quando ela recebe a aterrorizante chamada de uma adolescente de 16 anos. Ela está sozinha em casa que acaba de ser invadida por um estranho. Tentando ajudar Jordan acaba cometendo um grande erro de conduta e procedimento, levando a pobre garota à morte. Arrasada, começa a tomar antidepressivos para superar o trauma. Seis meses depois ela acaba recebendo outra chamada muito parecida com a anterior. Uma outra jovem é sequestrada ao sair de um shopping e está presa no porta-malas do carro de um homem desconhecido. Ao que tudo indica é o mesmo psicopata que atacou a primeira jovem. Agora Jordan enfrentará o maior desafio de sua carreira profissional e tentará de todas as formas salvar a vida da adolescente.

Sem parecer exagerado afirmo que os primeiros 60 minutos desse filme são simplesmente perfeitos. Os nervos do espectador ficam a mil, pois a situação mostrada é além de aterrorizante muito agonizante também. O roteiro também se mostra muito eficiente ao mostrar todas as possibilidades de uma situação tão limite. Infelizmente na terça parte final "Chamada de Emergência" decai um pouco mas isso em absoluto não tira os méritos da produção que é uma das mais interessantes que já vi nesse tipo de suspense. Halle Berry defende muito bem seu papel mas quem acaba se sobressaindo mesmo são Abigail Breslin que interpreta a jovem adolescente sequestrada e Michael Eklund como o serial killer Michael Foster. Não é um filme que vá desvendar em minúcias a loucura do psicopata da trama mas dentro de sua proposta de trazer tensão, suspense e terror ao seu público o filme se sai excepcionalmente bem.

Chamada de Emergência (The Call, Estados Unidos, 2013) Direção: Brad Anderson / Roteiro: Richard D'Ovidio / Elenco: Halle Berry, Abigail Breslin,  Michael Eklund, Morris Chestnut / Sinopse: Um novo serial killer que mata adolescentes acaba abalando psicologicamente uma policial atendente de 911 emergência. Agora, meses depois de um crime cruel, ela se depara com um novo pedido de socorro que ao que tudo indica é de mais uma vítima do mesmo psicopata.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de agosto de 2013

Abaixo de Zero

Pouca gente ainda se lembra desse interessante filme estrelado por Robert Downey Jr. Na época o nome dele não saia das páginas (policiais) dos jornais. Downey vivia entrando e saindo da prisão, indo e vindo de clínicas de reabilitação para viciados em drogas. Curiosamente no meio desse caos em sua vida pessoal ele conseguia trabalhar muito bem, enfrentando roteiros corajosos, inclusive alguns que tinham muito a ver com sua própria vida pessoal. Esqueça o  Robert Downey Jr de hoje, um ator de blockbusters que negligenciou seu talento, vivendo de atuações preguiçosas e no controle remoto. Nos anos 80 a vida pessoal de Downey era uma roleta russa e ele sabia disso. No meio de tanta turbulência a arte sempre se sobressaía. Claro que ele muitas vezes entrou em projetos furados, comédias sem qualquer expressão ou filmes descartáveis. Mesmo assim quando acertava na veia (sim, temos aqui um trocadilho infame), Robert conseguia impressionar. Além do mais ainda era bem jovem o que somava ainda mais em seu favor.

Em "Abaixo de Zero" o ator interpreta um junkie, um viciado em drogas pesadas numa Los Angeles de muito neon e pó branco! Sua interpretação de seu personagem Julian foi bastante comentada. Afinal ele desfilava talento ao se mostrar sem qualquer estrelismo, sempre em busca da próxima picada que o deixasse ligado até a próxima festa. Um cara vivendo no limite. Muitos vão dizer que interpretar um drogado era algo óbvio para Robert Downey Jr, uma vez que ele próprio era um chapado homérico! Certa vez o ator chegou a invadir uma casa pensando ser a sua própria mas era outra, de uma família vizinha, que muito assustada chamou a polícia, levando Downey em cana novamente! São fatos que recheavam as páginas dos jornais de L.A. De qualquer forma se você estiver em busca de um retrato honesto da juventude mergulhada em drogas na década de 80, nada melhor que esse "Abaixo de Zero", um filme realmente fiel ao cotidiano daqueles jovens que viviam fora da realidade.

Abaixo de Zero (Less Than Zero, Estados Unidos, 1987) Direção: Marek Kanievska / Roteiro: Harley Peyton, baseado no romance de Bret Easton Ellis / Elenco: Andrew McCarthy, Jami Gertz, Robert Downey Jr / Sinopse: Um jovem universitário volta de férias para Los Angeles para encontrar sua ex-namorada e acaba descobrindo que seu melhor amigo está viciado em drogas pesadas.

Pablo Aluísio.

O Incrível Mágico Burt Wonderstone

Esse foi o último filme de James Gandolfini (1961 - 2013). Ele vinha há tempos tentando fazer a complicada transição da TV para o cinema e até que conseguiu interpretar bons personagens nessa tentativa. Infelizmente não é o caso desse "O Incrível Mágico Burt Wonderstone". Aqui ele intepreta Doug Munny, o milionário dono de cassinos em Las Vegas que contrata a dupla de mágicos formada por Burt Wonderstone (Steve Carell) e Anton Marvelton (Steve Buscemi). Eles brilharam nos shows de mágica de Vegas por décadas mas agora começam a ficar ultrapassados por novos ilusionistas, entre eles o escatológico Steve Gray (Jim Carrey), um sujeito radical que faz truques exagerados como cortar sua própria face, caminhar e deitar sobre brasas quentes ou então enfiar uma furadeira dentro da cabeça. Em vista do estilo sensacionalista desse novo tipo de artista a dupla, antes considerada genial, começa lentamente a cair no ostracismo completo.

O papel de James Gandolfini é bem secundário e ele fica completamente ofuscado pelos comediantes. Outra surpresa é ver o astro Jim Carrey em um papel também bem coadjuvante, pois ele nada mais é do que uma escada para os dois Steves, Carell e Buscemi, que parecem muito à vontade encarnando seus personagens. No fundo "O Incrível Mágico Burt Wonderstone" é apenas uma comédia rotineira que tenta de alguma maneira também prestar uma homenagem a esses profissionais tão queridos do mundo do entretenimento. A transformação que Burt passa, indo da fama e glória para a decadência, mostra bem isso. Aos poucos, mesmo arruinado, ele vai redescobrindo o prazer de fazer mágica para encantar adultos e crianças. Não é uma grande comédia, mas também não aborrece. A despedida do grande James Gandolfini poderia ter sido mais marcante porém quem pode saber as surpresas que o destino nos reserva?

O Incrível Mágico Burt Wonderstone (The Incredible Burt Wonderstone, Estados Unidos, 2013) Direção: Don Scardino / Roteiro: Jonathan M. Goldstein, John Francis Daley / Elenco: Steve Carell, Steve Buscemi, Jim Carrey, James Gandolfini, Alan Arkin, Olivia Wilde / Sinopse: Uma dupla famosa de mágicos de Las Vegas começa a entrar em declinio após o surgimento de um novo ilusionista radical.

Pablo Aluísio.