domingo, 3 de setembro de 2017

Eu, Daniel Blake

Essa produção inglesa foi bastante elogiada pela crítica, fazendo uma excelente carreira em festivais internacionais de cinema. Seu roteiro realista critica a ineficiência do Estado, atolado em atividades burocráticas, a maioria delas não fazendo qualquer sentido prático. O protagonista é um trabalhador comum, um marceneiro, chamado Daniel Blake. Certo dia ele sofre um infarto no trabalho. Sua médica o aconselha a não mais trabalhar, com risco de sofrer um segundo infarto, que na sua idade seria praticamente fatal. Blake então vai até o centro de assistência social do governo inglês e então começa seu calvário. O procedimento para receber uma ajuda governamental, enquanto ele ainda não está trabalhado, é absurdamente Kafkiana. Uma infinidade de petições, protocolos, recursos e tudo o mais em que chafurda a burocracia estatal. Enquanto isso Blake vai definhando, sem dinheiro e sem condições de trabalhar para se sustentar.

Ele também conhece uma jovem mãe solteira, que vive com duas crianças, em estado de grande pobreza. Ela chega a roubar alimentos em um pequeno mercado do bairro e acaba indo parar em uma atividade moralmente condenável, embora tenha sido a única saída para ela sustentar as crianças. Como se vê é um filme que mostra pessoas comuns, sofrendo as piores situações, para simplesmente sobreviver com o mínimo de dignidade. O Estado, criado justamente para auxiliar nesses casos, se apresenta como uma máquina absurdamente ineficiente, cheia de servidores ineptos e incompetentes, levando um homem a perder praticamente todos os seus direitos. Um bom filme, muito consciente do ponto de vista social, demonstrando acima de tudo como pode ser cruel a máquina burocrática de um sistema falido.

Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake, Inglaterra, Bélgica, 2016) Direção: Ken Loach / Roteiro: Paul Laverty / Elenco: Dave Johns, Hayley Squires, Sharon Percy / Sinopse: Daniel Blake (Johns), um trabalhador comum, homem honesto, passa por todas as dificuldades possíveis para ser aprovado em um sistema de proteção social. Ele perdeu sua capacidade de trabalho após sofrer um infarto, está sem dinheiro e precisa de ajuda para sobreviver. Filme premiado pelo BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Britânico do Ano. Também premiado pelo Cannes Film Festival.

Pablo Aluísio.

Um comentário:

  1. Avaliação:
    Direção: ★★★★
    Elenco: ★★★
    Produção: ★★★
    Roteiro: ★★★★
    Cotação Geral: ★★★★
    Nota Geral: 8.0

    Cotações:
    ★★★★★ Excelente
    ★★★★ Muito Bom
    ★★★ Bom
    ★★ Regular
    ★ Ruim

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