quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Esqueça os ídolos...

Essa recente visita desse cantor e ídolo teen Justin Bieber me fez pensar na frase que dá título a esse texto. Qual é afinal a serventia de se ter ídolos? Quando você é adolescente geralmente fica fã de algum ídolo da música ou do cinema, até penso que isso é muito natural, faz parte do desenvolvimento emocional do ser humano. A questão é que você cresce, inclusive intelectualmente, e chega na conclusão de que tudo isso não passa de uma grande bobagem. E quando me refiro a ídolos não estou resumindo isso ao mundo das artes, mas a todos os setores, afinal existem pessoas que cultivam ídolos nos esportes, na política (sim, acredite nisso!) e em vários segmentos. É tudo um grande equívoco. O fã que se deslumbra com seu ídolo perde a noção do certo e do errado, do bom senso e acaba virando um tolo na frente das demais pessoas.

Assim são tolos os fãs de Justin Bieber que não enxergam que seu ídolo está debochando deles quando cospe em cima de suas admiradoras de um hotel cinco estrelas e é igualmente tolo um partidário cego que não consegue ver a realidade da corrupção de seus ídolos políticos. Absolutamente ninguém deve se colocar numa posição de cegueira em relação a esse tipo de coisa pois ídolos são pessoas comuns, muitas vezes, para falar a verdade, nem são boas pessoas, não tem bom caráter e nem merecem que você perca seu precioso tempo com eles, os idolatrando inutilmente. Alguns são verdadeiros crápulas e sujeitos desprezíveis que não merecem absolutamente nada de você. Afinal a própria ideia de se cultivar um ídolo é uma grande besteira pois todos os seres humanos, independente de sua condição social ou poder financeiro, fama, etc estão no mesmo patamar.

Agora o caldeirão fica explosivo mesmo quando se misturam fanatismo, idolatria e obsessão. Há um filme muito interessante estrelado por Robert De Niro chamado "O Fã" que mostra bem isso. O sujeito que idolatra seu ídolo perde a noção de normalidade e fica obcecado por seu objeto de desejo. Casos extremos estão em toda parte, como no triste caso de John Lennon que foi morto por um fã obcecado e enlouquecido dos Beatles. E isso foi uma ironia trágica porque Lennon sempre lutou contra esse tipo de atitude. Não raro passava sermões em seus fãs, conscientizando-os de que ele era uma pessoa normal e que parassem de o tratar como uma espécie de divindade na Terra. Aliás esse desejo de andar nas ruas e viver como um cidadão como qualquer outro acabou sendo bem trágico para ele mesmo. Uma ironia do destino mesclada com humor negro sem graça.

Claro que já tive ídolos em minha vida. Isso como eu disse á algo normal mas hoje em dia embora goste da arte de muitos cantores, atores e artistas em geral não aponto mais absolutamente ninguém como um ídolo a se seguir. Ídolos são de barro, como diz o ditado popular. E isso é a mais pura verdade. Depois que você os conhece mais a fundo e descobre seu lado negro e menos lisonjeiro tudo se desfaz como um castelo de areias. E não se engane, isso vai acontecer com qualquer ídolo pois todos são humanos e todos são imperfeitos. Nessa semana que passou vi muitos documentários sobre o presidente JFK e pude testemunhar como os americanos o elegeram como um ídolo político simplesmente perfeito no imaginário popular. O idolatraram e o colocaram em um patamar que como escrevi em texto anterior pouco tem a ver com a realidade histórica. JFK no fundo só é perfeito na imaginação de seus admiradores.

Assim procure não cultivar ídolos. Ouça boa música, assista bons filmes, reconheça o trabalho desses artistas mas jamais os coloque em uma posição de idolatria ou divindade. Isso é uma enorme perda de seu tempo. Sempre os veja como são de verdade, seres humanos de carne e osso, cheios de defeitos, com problemas de caráter, emocional, etc. Nunca veja um defeito de seu ídolo como algo positivo pois em pouco tempo você poderá até cometer os mesmos erros em sua vida pessoal. Esqueça essa coisa de achar que um ídolo é alguém mais especial do que você mesmo. Mude sua postura. Faça isso caso contrário vão cuspir em sua cara e você, da forma mais idiota possível, vai acabar chorando emocionado achando tudo aquilo o máximo. Não passe por essa vergonha, pois se arrependerá muito depois. Descarte todos os ídolos de sua vida, assim você será bem mais feliz.

Pablo Aluísio.

5 comentários:

  1. Pois é Pablo, eu ainda tenho os meus ídolos que vc conhece, rs. Mas a gente realmente passa pelo processo de amadurecimento e vê que o ídolo é uma pessoa comum. Apreciar a arte de um ídolo é uma coisa, dizer amém pra tudo que o ídolo fez ou faz é um caso a se pensar. Na política existem os Malufistas até hoje. Gostei do texto.

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  2. só mais um comentariozinho rs. Não esqueça, só enalteça as coisas que de bom ele fez ou faz.

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  3. Pois é Baratta. Escrevi esse texto pensando nos mais jovens, nas adolescentes que ficam gritando por ídolos teen e nesses jovens que ficam idolatrando ídolos de esquerda condenados pela justiça. Veja, o sujeito vem ao país dos outros, cospe nas pessoas, usa drogas, sai com prostitutas e picha muros e as adolescentes acabam achando isso tudo o máximo! Idem os partidários de certos partidos políticos que ficam idolatrando ladrões do dinheiro público só porque eles são de esquerda. Está na hora de abrir os olhos para a realidade moçada. Abraços, Pablo Aluísio.

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  4. Pablo:

    Quando, ainda adolescente, vi o Elvis este imediatamente se tornou meu ídolo, assim como o Bruce Lee, o John Travolta, etc . todos da minha época. Depois que fui amadurecendo, e conhecendo mais das personalidades deste meus ídolos, alguma coisa se quebrou. Continuo gostando mas sem exagero e com certo senso crítico.
    Como bem explica esse aforismo: "COMO SÃO MARAVILHOSAS AS PESSOAS QUE CONHECEMOS MAL".

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  5. Ótima frase Serge. Resume bem o que tentei passar com o texto. O curioso é que algumas pessoas estão mergulhadas em um fanatismo tão grande que acabam achando maravilhoso até mesmo os atos mais desprezíveis de seus ídolos. Nesse ponto é melhor procurar entender melhor o que está se passando consigo mesmo, pois a coisa toda saiu dos trilhos. Pablo Aluísio.

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