O filme mostra a incrível estória de Scott Carey que em férias acaba sendo contaminado por uma nuvem radioativa. Inicialmente nada parece mudar em sua vida e em sua saúde até que passado algum tempo ele começa a sofrer com uma incrível diminuição em seu tamanho, o tornando finalmente numa criatura menor do que um alfinete! Agora terá que sobreviver em sua própria casa, enfrentando insetos e animais domésticos que devido à sua pequenez se tornam monstros terríveis! Grande clássico de ficção científica dos anos 1950 que vai muito além de seus criativos e bastante eficientes efeitos visuais. A estória é simples, mas seu conteúdo difere do tradicional ao realizar uma viagem "literal" de um homem em constante luta em sua determinação de provar sua existência, por mais que tudo esteja contra ele. Desde o inicial constrangimento (a perda do amor de sua esposa) passando pela ferrenha luta pela vida (sua morte pode vir de uma simples aranha de casa), até quando sua vontade de viver irá prevalecer?
Se formos analisar bem esse roteiro veremos algumas características bem interessantes da época em que o filme foi feito. A paranoia em relação a tudo que se relacionasse com radioatividade é uma delas. Em pleno auge da guerra fria havia um sentimento de insegurança e paranoia envolvendo armas nucleares e tudo aquilo que envolvesse tecnologia atômica. Assim os roteiristas dos anos 50 usavam a radioatividade como desculpa para tudo, inclusive mutações terríveis ou eventos inexplicáveis. O mal uso da tecnologia nuclear tanto podia dar origem a monstros imensos - como o famoso Godzilla e criaturas semelhantes - como aumentar ou diminuir o tamanho dos seres vivos - aranhas gigantes ou então seres humanos se tornando criaturas pequeninas. Aliás esse filme iria inspirar uma das séries mais populares da TV americana, "Terra de Gigantes" que iria também se tornar campeã de audiência no Brasil. De uma maneira ou outra "The Shrinking Man" é certamente um clássico Sci-Fi de uma época em que o cinema era mais romântica e até mesmo inocente - e cativamente envolvente. Amarrado com ótimas cenas de tensão, o filme termina de forma ousada, em momento de existencialismo filosófico, coisa pouco comum, principalmente para a época. E para os interessados no enredo o livro saiu há pouco no Brasil, numa coletânea de histórias do Richard Matheson, Indicadíssimo!
O Incrível Homem Que Encolheu (The Shrinking Man, EUA, 1957) Direção: Jack Arnold / Roteiro: Richard Matheson, baseado na novela escrita por Richard Matheson / Elenco: Grant Williams, Randy Stuart, April Kent / Estúdio: Universal Pictures / Sinopse: Homem sofre os efeitos da radiotividade e se torna minúsculo. Agora terá que sobreviver a um novo mundo, onde insetos e animais domésticos se tornam grande ameaças - seres monstruosos em relação ao seu pequenino tamanho. Filme vencedor do Hugo Awards na categoria de Melhor Direção e Roteiro Adaptado.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
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