"Os Oito Odiados" é mais uma tentativa de Tarantino em levar seu estilo único para o velho oeste. A boa notícia é que ele realizou realmente um bom filme. Não diria porém que está isento de críticas. Há uma duração excessiva (quase três horas de duração para um enredo tão simples é certamente um exagero), violência insana e gratuita (nada que irá decepcionar os fãs do diretor), atos de vulgaridade desnecessários (como a cena de sexo oral com o personagem de Samuel L. Jackson) e uma quebra de ritmo no terceiro ato do filme. Mesmo assim diverte e agrada. O que salva esse filme é a mesma característica que salvou em último análise todos os filmes anteriores do diretor, ou seja, uma profusão de ótimos diálogos, o desenvolvimento psicológico de praticamente todos os personagens, além do sempre presente clima surreal de contar suas histórias. Tarantino parece ter uma mente dual, pelo menos em relação aos seus personagens e isso volta a se refletir por aqui. No geral é certamente muito interessante, longe da banalidade do que anda se vendo nas telas. Não é o melhor em termos de Quentin Tarantino, mas certamente é muito melhor do que noventa por cento do que se vê hoje em dia nas telas. Vale a pena assistir, não tenha dúvidas disso.
Os oito odiados (The Hateful Eight, EUA, 2015) Direção: Quentin Tarantino / Roteiro: Quentin Tarantino / Elenco: Kurt Russell, Samuel L. Jackson, Jennifer Jason Leigh, Tim Roth, Walton Goggins, Demián Bichir, Michael Madsen, Bruce Dern / Sinopse: O caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russell) acaba levando de carona em sua diligência dois homens que encontrou por acaso no meio da estrada, durante uma forte tempestade. Eles acabam parando numa velha estalagem que mais se parece com um armadilha mortal. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Trilha Sonora (Ennio Morricone).
Pablo Aluísio.
Os Oito Odiados
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