Elizabeth Taylor conheceu Richard Burton no set de filmagens de “Cleópatra”. Inicialmente não simpatizam um com o outro. Burton achou Liz muito afetada e ela o considerou muito rude. Porém conforme as filmagens avançaram eles acabaram se apaixonando na frente de todos. Até aí nada demais até porque não era nenhuma novidade que astros se apaixonassem durante os filmes. O problema é que ambos já eram casados e a imprensa moralista da década de 60 teve um prato cheio para suas revistas de fofocas. E o casal não deixou por menos, dando vexames públicos, brigando na frente de todo mundo, fazendo as pazes, se divorciando, se casando novamente e tudo o mais que tinham direito. Logo se tornaram uma sensação dos tablóides sensacionalistas e assim foram por anos. Burton e Taylor pareciam mesmo ter sido feitos um para o outro. Aproveitando a morte da atriz e sua repercussão os produtores de TV correram para levar às telas essa história de amor. Oportunismo? Certamente, até porque a indústria de entretenimento dos EUA nunca teve muito pudor sobre isso e não seria agora que criariam vergonha na cara. A pressa e o oportunismo talvez justifiquem as falhas de Liz & Dick. Era de se esperar que uma produção que enfocasse pessoas tão famosas e glamorosas tivesse ao menos elegância e sofisticação – mas desista se estiver em busca de algo assim. Na verdade tudo soa muito fraco mesmo nesse telefilme.
A edição é mal feita, tudo vai surgindo na tela sem muito capricho e cuidado. Elizabeth Taylor é interpretada pela atriz problemática Lindsay Lohan. Além de não ser parecida fisicamente com Liz em nada, Lindsay não faz a menor questão de atuar bem ou pelo menos tentar reproduzir seus trejeitos. Ao contrário disso se apóia única e exclusivamente em sua maquiagem para tentar lembrar a famosa atriz. Sua atuação assim é muito fraca e não empolga em nada. É óbvio que ela não criou nenhum trabalho de pesquisa para o filme, atuando no controle remoto. Complicado até mesmo ficar acreditando que estamos vendo Liz em cena e não Lindsay com sua voz rouca e seus lábios cheios de botox! Melhor se sai Grant Bowler como Richard Burton. Ele também não é nada parecido com o ator retratado mas compensa isso incorporando Burton de tal forma que ficamos impressionados com sua atuação. A dicção característica de Burton, principalmente nas cenas em que declama algum trecho de Shakespeare, realmente impressiona. Só decai um pouco nas cenas de embriaguez de Burton. O ator era um desses bêbados malvados e desbocados que quebravam tudo quando estava alcoolizado mas o filme provavelmente não quis o retratar com extrema fidelidade pois poderia decepcionar os fãs do casal famoso. Outra falha é a pouca atenção e o pouco espaço que é aberto no roteiro para a obra de Liz e Burton. Apenas três filmes são citados em todo o filme (Cleópatra, Vips e Quem Tem Medo de Virginia Wolf?) mas tudo de forma bem superficial e vazia. No final de tudo fica a decepção. Quem gosta da história do cinema pode até mesmo achar interessante mas como retrato à altura dos envolvidos deixa bastante a desejar. Liz e Burton mereciam certamente coisa melhor.
Liz & Dick (Liz & Dick, Estados Unidos, 2012) Direção: Lloyd Kramer / Roteiro: Christopher Monger / Elenco: Lindsay Lohan, Grant Bowler, Theresa Russell / Sinopse: O filme narra a conturbada história de amor de Elizabeth Taylor e Richard Burton. Ambos se conhecem no set de filmagens de “Cleópatra” e se tornam amantes apesar de serem casados. Depois de muitos escândalos finalmente se casam, se separam e depois se casam novamente em um romance com muitas brigas e vexames públicos. Baseado em fatos reais.
Pablo Aluísio
Acho q o erro já começou na escolha da atriz. Lindsay Lohan, pode ser qualquer coisa menos boa atriz.
ResponderExcluirLiz e Dick
ResponderExcluirPablo Aluísio.