domingo, 3 de fevereiro de 2013

O Último Samurai

O diretor Edward Zwick dirigiu um dos melhores filmes sobre a Guerra Civil americana, “Tempo de Glória”. Em “O Último Samurai” ele voltou ao tema ou quase isso. O personagem principal do filme é um veterano dessa guerra que deixou milhões de mortes em solo americano, Nathan Algren (Tom Cruise). O veterano Capitão das tropas da União tenta conviver com os fantasmas desse conflito que ainda insistem em lhe assombrar. Mergulhado no alcoolismo não consegue mais visualizar nenhum objetivo de vida a alcançar. Sua salvação vem do outro lado do mundo, no Japão. Sociedade rigidamente hierarquizada e tradicional o país do sol nascente sofre com aquela que seria a última linhagem dos mitológicos guerreiros samurais. Rebelados, eles agora enfrentam as forças do Império. Para derrotar essa casta de forma definitiva o imperador Meiji resolve importar soldados americanos que lutaram na Guerra Civil, entre eles o atormentado capitão Nathan. O que se sucede depois é uma série de combates onde o estilo tradicional de guerra, fortemente enraizado em um milenar código de honra dos samurais, entra em choque com a tecnologia e o modo pragmático das táticas militares norte-americanas. Feito prisioneiro no campo de batalha, Nathan acaba ficando sob custódia do líder samurai Katsumoto (Ken Watanabe) e fica fascinado com a filosofia e o modo de vida desses combatentes. Não tarda a sofrer uma grande crise de consciência que o fará finalmente mudar de lado dentro do conflito.

Mais uma produção com ares de épico da carreira de Tom Cruise. Aqui ele vai até o Japão para combater a arte milenar dos samurais (famosos guerreiros nipônicos) mas acaba sendo seduzido por seu estilo de vida. É o velho choque de culturas entre o oriente e o ocidente, que tão bem já foi explorado pelo cinema em inúmeras produções. A produção é de primeira linha, com ótima fotografia e direção de arte. Tudo foi recriado com muito cuidado e capricho, sempre procurando ser o mais historicamente correto possível. Essa reconstituição histórica minuciosa é certamente uma das melhores coisas de “O Último Samurai”. Não é para menos, o projeto foi inteiramente desenvolvido para o astro Tom Cruise novamente brilhar nas bilheterias. O ator há muito é considerado um dos mais populares no Japão e o filme de certa forma aproveitou disso para faturar em cima de sua popularidade. O resultado comercial foi mais do que bem sucedido com 450 milhões de dólares de faturamento. O filme só não foi considerado um êxito completo porque Cruise e os realizadores tinham pretensões de tornar “O Último Samurai” um campeão também na Academia. Investindo pesado em marketing o estúdio tinha esperanças de que a produção conseguisse várias indicações e Oscars, até mesmo nas principais categorias, mas no final das contas não obteve sucesso nesse aspecto. A Academia sempre teve certo preconceito contra filmes que apelassem demais para a ação. Esse foi o pecado do roteiro, se focou demais nas cenas de combate, não desenvolvendo mais o lado dramático do argumento. Nesse processo acabou sendo esnobado nas premiações. No final das contas “The Last Samurai” só se tornou mesmo um sucesso comercial. De qualquer modo é um filme muito bom que merece ser redescoberto pelas jovens platéias.
   
O Último Samurai (The Last Samurai, Estados Unidos, 2003) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Marshall Herskovitz, John Logan, Edward Zwick / Elenco: Tom Cruise, Ken Watanabe, Billy Connolly, Tony Goldwyn, Masao Harada./ Sinopse: Nathan Algren (Tom Cruise) é um capitão veterano da guerra civil americana vai até o Japão para combater a arte milenar dos samurais (famosos guerreiros nipônicos) mas acaba sendo seduzido por seu estilo e filosofia de vida.

Pablo Aluísio.

4 comentários:

  1. adorei muito esse filme.
    fabiano dos santos gomes

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  2. Eu gostei do que eu não vou negar, mas definitivamente não é o meu filme favorito, mas devo admitir que o roteiro era bastante atraente, cujo mérito deve entregá-lo a J. Logan. Altamente recomendado.

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