quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Até o Limite da Honra

Na semana passado o presidente Obama sancionou uma nova lei que garante às mulheres uma posição de igualdade dentro das forças armadas americanas. Pela lei anterior as mulheres podiam participar de operações de apoio dentro dos conflitos armados mas não propriamente combater na linha de frente, no front de guerra. Agora não há mais barreiras, as militares poderão entrar nas áreas de fogo cerrado. A notícia me pegou de surpresa para falar a verdade. Sempre pensei que as combatentes femininas americanas tinham amplo acesso ao campo de batalha. Só depois tomei conhecimento que apesar da lei revogada proibir esse tipo de situação era comum e corriqueiro nas guerras do Iraque e Afeganistão a participação de mulheres nos combates, praticamente sem restrição nenhuma. De certa forma a lei anterior tinha caído em desuso e agora com a nova regulamentação tudo fica de acordo com o que já vinha acontecendo de fato. Um exemplo da situação anterior pode ser conferido nesse “Até o Limite da Honra”, filme em que Demi Moore interpreta uma militar que tenta provar aos seus superiores que nada tem a dever em relação aos homens dentro da rígida disciplina de treinamento das forças especiais americanas.

O roteiro e o argumento são auto afirmativos, combatem um preconceito que ainda existia dentro das forças armadas americanas. De fato o que estamos presenciando é a quebra de mais um tabu social, fundado em puro preconceito. O exemplo veio do mercado de trabalho da iniciativa privada onde homens e mulheres já gozam, de forma em geral, de uma situação de igualdade. Faltava instalar essa isonomia dentro dos quartéis e o filme em seu enredo reforça essa situação. Na estória acompanhamos os esforços de uma senadora, Lillian DeHaven (Anne Bancroft), para que a Marinha americana aceite pela primeira vez uma mulher dentro de seu grupo de elite. Obviamente que se trata de uma luta contra o preconceito de índole sexual pois era necessário provar aos oficiais que uma mulher conseguiria passar e ser bem sucedida até mesmo nos mais fortes e puxados treinamentos. A escolhida para enfrentar esse desafio acaba sendo a oficial L.T. O´Neil (Demi Moore). Exposta a grandes desafios, que incluem tortura física e mental, ela se mostra focada em levar suas próprias capacidades físicas ao extremo, A própria atriz Demi Moore teve que passar por um rígido treinamento físico para encarar o papel. Além disso abriu mão de sua vaidade feminina ao aparecer em cena careca e musculosa. O resultado final se justifica pelas boas intenções do roteiro e por algumas boas cenas de treinamento e combate, muito embora nunca consiga de fato perder aquele tom ufanista que tanto prejudica os filmes de guerra em Hollywood. O que fica de bom é sua mensagem, a de que homens e mulheres devem ser tratados de forma igualitária, sem discriminações.

Até o Limite da Honra (G.I. Jane, Estados Unidos, 1997) Direção: Ridley Scott / Roteiro: David N. Twohy, Danielle Alexandra / Elenco: Demi Moore, Viggo Mortensen, Anne Bancroft, Jason Beghe, Daniel von Bargen, John Michael Higgins / Sinopse:  Militar americana se propõe a participar do rígido sistema de treinamento das forças especiais da Marinha para provar aos seus superiores que uma mulher pode perfeitamente ser aprovada e fazer parte da tropa de elite dessa força.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Pablo:

    Eu não sei se essa limitação em certas áreas do Exercito se trata de discriminação. Há certas ações físicas que realmente as mulheres, ou a maior parte delas, não podem se comparar aos homens. A prova disso é a distinção de categorias em esportes de alto rendimento nas olimpíadas, ou na São Silvestre em que há a elite dos homens e a elites das mulheres. Vendo por esse prisma a igualdade física entre homens mulheres não se aplica e como estamos falando de mulheres em ações de combate... Neste filme de Demi Moore o pessoal força um pouco a mão para que tudo se encaixar conforme final aguardado pelo publico, mas na realidade não é bem assim; há uma grande diferença física entre homens e mulheres. Há várias mulheres mais fortes que alguns homens, mas são exceção.

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  2. Claro que há diferenças Serge mas elas dizem respeito mais a força física (capacidade de lavantar pesos, etc). No que diz respeito a participar do front, do campo de batalha, nada justificava a proibição de mulheres nesse aspecto. Uma mulher bem armada e bem treinada pode ser uma combatente tão boa quanto um homem ainda mais nos dias de hoje onde impera a chamada guerra tecnológica.

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  3. Pablo:
    Eu já treinei diversas pessoas em defesa pessoal, inclusive minhas filhas, e te garanto que em igualdade de condições de treinamento técnico uma mulher dificilmente venceria um homem numa luta corpo a corpo. Quanto a guerra ser tecnológica é uma verdade, mas as guerras ainda estão sendo decididas no combate corpo a corpo (vide a execução do Bin Laden, tanta tecnologia e foi executado por soldados, a tiros) e a discussão aqui é justamente; mulheres em ação no campo de combate.

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