terça-feira, 9 de março de 2010

Elvis Presley - O dia em que Priscilla conheceu Elvis

Como toda adolescente americana, Priscilla Beaulieu era fã de Elvis Presley. Aos 14 anos, quando morava na Alemanha, conheceu seu ídolo, que lá servia o exército, e viveu um inesperado conto de fadas: apaixonaram-se profundamente e viveram um romance que se prolongou por 14 anos. Esta é a história desses anos, contada por Priscilla. É um relato sentido e verdadeiro de sua vida com um dos mais famosos cantores de todos os tempos, onde nos é revelado também o quanto o sucesso afetou a personalidade desse músico inovador, talentoso e sensual. Assediado pela imprensa, disputado pelas mulheres, obrigado a enfrentar o ritmo frenético do show business, o rapaz simpático e generoso tornou-se uma pessoa insegura, angustiada, sujeito a crises emocionais, profissionais e existenciais. 

Envolvida numa relação de ternura e dependência, a mocinha que se moldara ao gosto de seu ídolo - amante - marido, e que nele concentrava todo o seu universo afetivo, teve que lutar muito para buscar o equilíbrio entre o amor, a devoção e suas próprias escolhas pessoais. A vida pessoal, o lado oculto do grande astro internacional são descritos, sem meias palavras, num retrato pungente dos bastidores da glória de Elvis Presley. Priscilla Beaulieu conheceu Elvis melhor do que ninguém. Durante muitos anos ela viveu com o homem que era o ídolo de milhões de pessoas ao redor do mundo. Esta é a história de um amor verdadeiro entre duas pessoas. Aos nos relatar neste livro a apaixonada e conflitante relação que ambos viveram, ela torna pública também a intimidade do mais famoso cantor de todos os tempos, suas manias, fraquezas, virtudes, suas crises místicas e sua moral ambígua. Presa na rede do amor e da devoção, ela tentou ser o que Elvis dela se esperava. Mas não tardou a amargar a decepção e o ciúme, ao ter que assistir, quase impotente, sua crescente necessidade de emoções fortes e o assédio constante das mulheres. É um depoimento sincero, saudoso e emocionado. Leia a seguir o primeiro capítulo de "Elvis e Eu":

Era o ano de 1956. Eu morava com minha família na base Bergstrom, da Força Aérea, em Austin, Texas, onde meu pai, então Capitão Joseph Paul Beaulieu, um oficial de carreira, estava estacionado. Ele chegou tarde para o jantar e me entregou um disco. - 'Não sei nada sobre esse tal de Elvis, mas deve ser muito especial' - comentou ele - 'Entrei na fila com a metade da Força Aérea para comprar esse disco no reembolsável'. Todo mundo está querendo. Pus o disco na vitrola e ouvi o rock "Blue Suede Shoes". O disco chamava-se "Elvis Presley". Era seu primeiro lançamento. Como quase todos os jovens dos Estados Unidos, eu gostava de Elvis, embora não com o fanatismo de minhas amigas da escola secundária de Del Valley. Todas tinham camisas de Elvis, chapéus de Elvis e meias soquetes de Elvis, além de batons em cores como "Hound Dog Orange" e "Heartbreak Pink". Elvis estava em toda parte, nas figurinhas de goma de mascar e em bermudas, em diários e carteiras, em fotografias que brilhavam no escuro. Os garotos na escola começavam a tentar se parecer com ele, com os cabelos penteados para trás, com muita gomalina, costeletas compridas e golas levantadas.

Havia uma garota tão louca por Elvis que dirigia seu próprio Fã clube local. Ele disse que eu poderia ingressar por apenas 25 cents, o preço de um livro que encomendara para mim pelo reembolso postal. Ao recebê-lo, fiquei chocada ao me deparar com uma fotografia de Elvis autografando os seios de duas garotas, um ato sem precedentes na ocasião.

E depois o vi na televisão, no Stage Show, de Jimmy e Tommy Dorsey. Ele era sensual, bonito, olhos profundos e meditativos, lábios lindos e sorriso insinuante. Ele avançou para o microfone, abriu as pernas, inclinou-se para trás e dedilhou sua guitarra. Pôs-se a cantar com extrema confiança, remexendo o corpo numa sensualidade desenfreada. Contra a vontade, me senti atraída. Algumas pessoas na audiência adulta não se mostraram muito entusiasmadas. Não demorou muito para que suas apresentações fossem rotuladas de obscenas. Minha mãe declarou de forma taxativa que ele era "uma péssima influência sobre os adolescentes". E acrescentou: - "Ele desperta coisas nas moças que deveriam ficar adormecidas. Se houvesse uma marcha de mães contra Elvis Presley, eu estaria na primeira fila". Mas eu ouvi dizer que Elvis, apesar de suas extravagâncias e sensualidade nos palcos, tivera uma rigorosa educação cristã do sul. Era um garoto do interior que não fumava e nem bebia, que amava e honrava os pais e que tratava todos os adultos como "senhor" ou "senhora".

Eu era uma típica filha de oficial da Força Aérea, uma garota bonita e tímida, que jamais se acostumara a mudar de uma base para outra a cada dois ou três anos. Aos onze anos de idade eu já vivera em seis cidades diferentes; com receio de não ser aceita, permanecia retraída ou esperava que alguém tomasse a iniciativa de fazer amizade. Descobria ser difícil ingressar numa escola no meio do ano, quando os grupos já estavam formados e os novos alunos era considerados forasteiros. Uma garota pequena, de cabelos castanhos compridos, olhos azuis e nariz arrebitado, eu era sempre observado pelos colegas. A princípio, as garotas me viam como uma rival, receando que eu pudesse tomar seus namorados. Eu tinha a impressão de que me sentia mais à vontade com os rapazes... e geralmente eles se mostravam mais amistosos.

As pessoas sempre diziam que eu era a garota mais bonita da escola, mas nunca me senti assim. Era magra, quase esquelética; e mesmo que fosse tão atraente quanto diziam, queria ter algo mais que apenas aparência. Só com minha família é que eu me sentia totalmente amada e protegida. Afetivos e solidários, eles me proporcionavam estabilidade. Modelo antes do casamento, minha mãe se devotava inteiramente à família. Como a mais velha era minha responsabilidade ajudá-la com os menores. Depois de mim, havia Don, quatro anos mais moço e Michelle, minha única irmã, que era cinco anos mais moça do que Don. Jeff e os gêmeos, Tim e Tom, ainda não haviam nascido. Minha mãe era inibida demais para falar sobre as coisas da vida e por isso recebi toda a educação sexual na escola, no sexto ano. Alguns garotos estavam circulando com um livro que parecia a Bíblia, mas quando se abria o que se encontrava eram ilustrações de homens fazendo amor com mulheres e homens fazendo amor entre si. Meu corpo estava mudando e se agitando com as novas sensações. Eu recebia olhares constantes dos rapazes na escola e houve uma ocasião em que uma fotografia minha, numa suéter justa de gola rulê, foi roubada do quadro de avisos da escola. Contudo eu ainda era uma criança, embaraçada por minha sexualidade. Fantasiava interminavelmente sobre o beijo de língua, mas quando a turma brincava de girar a garrafa eu levava meia hora para permitir que algum rapaz me beijasse nos lábios, devidamente fechados.

Meu pai, forte e bonito, era o centro de nosso mundo. Um homem muito esforçado e determinada, formara-se em Administração de empresas pela Universidade do Texas. Em casa, mantinha tudo sob controle. Acreditava firmemente na disciplina e responsabilidade e tínhamos conflitos freqüentes. Quando me tornei animadora de torcida, aos treze anos, não era fácil convencê-lo a me deixar ir aos jogos em outras cidades. Havia ocasiões em que não havia choro, súplicas ou apelos a minha mãe que pudessem fazê-lo mudar de idéia. Quando ele tomava uma decisão, era ponto final. Eu conseguia envolvê-lo de vez em quando. Quando ele não deu permissão para que eu usasse uma saia justa, ingressei nas bandeirantes, a fim de vestir seu uniforme bem justo.

Meus pais eram sobreviventes. Muitas vezes se debatiam com dificuldades financeiras, mas os filhos era os últimos a sentir. Quando eu era pequena, minha mãe costurava lindas toalhas de mesa para cobrir os engradados de laranjas que usávamos como mesinhas. Em vez de ficar sem, procurávamos tirar o melhor proveito do que tínhamos. O jantar era sempre uma atividade de grupo; mamãe cozinhava, um de nós punha a mesa e o resto cuidava da limpeza. Ninguém ficava sem fazer nada, mas éramos sempre solidários uns com os outros. Eu me sentia afortunada por ter uma família tão unida.

Minha tranqüilidade recém-encontrada terminou abruptamente quando meu pai anunciou que estava sendo transferido para Wiesbaden, Alemanha Ocidental. Fiquei desesperada. A Alemanha era no outro lado do mundo. Todos os meus medos voltaram. Meu primeiro pensamento foi: O que vou fazer com meus amigos? falei com mamãe, que se mostrou compreensiva, mas lembrou que estávamos na Força Aérea e a mudança era uma parte inevitável de nossas vidas. Concluí a primeira parte do curso secundário, Jeff nasceu e nos despedimos de nossos amigos e vizinhos. Todos prometeram escrever ou telefonar, mas eu sabia que isso dificilmente aconteceria, pois me recordava das promessas similares anteriores. Minha amiga Angela me disse, em tom de brincadeira, que Elvis Presley estava prestando o serviço militar em Bad Nauheim, Alemanha Ocidental.

- Já pensou nisso? Você estará no mesmo país que Elvis Presley!

Examinamos um mapa e descobrimos que Bad Nauheim ficava perto de Wiesbaden. E comentei:

- Vou até lá para conhecer Elvis - Nós rimos, nos abraçamos e nos despedimos.

O vôo de quinze horas para a Alemanha Ocidental pareceu interminável, mas finalmente chegamos à linda e antiga cidade de Wiesbaden, sede da força aérea dos Estados Unidos na Europa. Fomos nos hospedar no hotel Helene, um prédio enorme e venerável na rua principal. Depois de três meses, a vida no hotel ficou muito cara e começamos a procurar uma casa para alugar. Tivemos sorte de encontrar um grande apartamento num prédio clássico, construído muito antes da Primeira Guerra Mundial. Mudamos logo depois e notamos que todos os outros apartamentos estavam alugados para moças solteiras. As "Fräuleins" andavam durante o dia inteiro em negligês e à noite se vestiam a capricho. Assim que aprendemos um pouco de alemão, compreendemos que, embora a pensão fosse bastante discreta, estávamos vivendo em um bordel.

Era impossível mudar, pois havia uma escassez de moradias. Mas o local em nada contribuiu para meu ajustamento. Não apenas estava isolada de outras famílias americanas, mas havia também a barreira da língua. Já estava acostumada a mudar de escola com freqüência, mas um país estrangeiro apresentava problemas inteiramente novos - e o principal era o fato de não ter ninguém com quem pudesse partilhar meus pensamentos. Comecei a sentir que minha vida parara por inteiro.

Setembro chegou a as aulas começaram. Mais uma vez eu era a garota nova. Não era mais popular e segura como me sentira na Del. Havia um lugar chamado Eagles Club, onde as famílias dos militares americanos costumavam fazer refeições e se encontrar socialmente. Dava para ir a pé da pensão e logo se tornou uma descoberta importante para mim. Todos os dias, depois das aulas, eu ia à lanchonete que havia ali, ficava escutando a vitrola automática e escrevia cartas para minhas amigas em Austin, dizendo como sentia saudades de todo mundo. Desmanchando-me em lágrimas, gastava a minha mesada tocando as músicas mais populares nos Estados Unidos como "Venus" de Frankie Avalon e "All I Have to Do Is Dream" dos Everly Brothers.

Numa tarde quente de verão eu estava sentada ali com meu irmão Don quando notei um homem bonito, na casa dos vinte anos, que não tirava os olhos de mim. Já o vira me observando antes, mas nunca lhe prestara nenhuma atenção. Desta vez porém, ele se levantou e se aproximou de mim. Apresentou-se como Currie Grant e perguntou meu nome.

- Priscilla Beaulieu - respondi, imediatamente desconfiada, porque ele era muito mais velho.

Ele perguntou de que lugar dos EUA eu vinha, se estava gostando da Alemanha e se apreciava Elvis Presley.

- Claro - respondi, rindo - Quem não gosta dele?

- Sou grande amigo de Elvis. Minha mulher e eu estamos sempre indo à casa dele. Não gostaria de nos acompanhar uma noite?

Despreparada para um convite tão extraordinário, eu me senti ainda mais cética e cautelosa. E declarei que teria de pedir permissão aos meus pais. Durante as duas semanas seguintes Currie conheceu meus pais. Ele também estava na Força Aérea e papai verificou suas credenciais, descobrindo que conhecia seu comandante. Isso pareceu romper o gelo entre os dois. Currie garantiu a papai que eu seria devidamente vigiada quando visitássemos Elvis, que vivia numa casa perto da base, em Bad Nauheim.

Vasculhei meu armário na noite marcada, tentando encontrar uma roupa apropriada. Nada parecia bastante elegante para o meu encontro com Elvis Presley. Acabei escolhendo um vestido branco e azul, sapatos e meias brancas. Contemplando-me no espelho, achei que estava atraente, mas convencida de que não causaria qualquer impressão em Elvis, já que tinha apenas quatorze anos.

Currie Grant apareceu às oito horas, em companhia de sua atraente esposa, Carole. Ansiosa, mal falei com qualquer dos dois durante a viagem de 45 minutos. Entramos na cidadezinha de Bad Nauheim, com suas ruas estreitas, calçamentos de pedras, casas feias e antigas. Eu me mantinha atenta, à espera de avistar o que presumia ser a enorme mansão de Elvis. Em vez disso, Currie parou o carro diante de uma casa de aparência comum, de três andares, com uma cerca de madeira branca.

Havia uma placa em alemão no portão que dizia: "Autógrafos somente entre sete e oito horas da noite". Embora já passasse das oito horas, havia um grupo enorme de pessoas e moças alemãs por ali, expectantes. E havia também vendedores de cachorros quentes, ambulantes, um verdadeiro carnaval. Quando interroguei Currie a respeito, ele explicou que havia sempre muitas fãs na frente da casa, esperando por um vislumbre de Elvis.

Segui Currie pelo portão e subimos pelo pequeno caminho até a casa. Fomos recebidos por Vernon Presley, o pai de Elvis, um homem alto, atraente, de cabelos grisalhos que nos levou por um corredor comprido até a sala de estar, de onde eu podia ouvir Brenda Lee na vitrola, cantando "Sweet Nothin's".

A sala simples, quase insípida, estava cheia de pessoas, mas avistei Elvis no mesmo instante. Era mais bonito do que aparecia nos filmes e nas fotos, mais jovem e com uma aparência mais vulnerável, os cabelos bem curtos de soldado. Estava à paisana, com uma suéter vermelha e calça castanha amarelada, sentado em uma poltrona grande, com um charuto pendendo nos lábios.

Quando Currie me levou em sua direção, Elvis levantou-se e sorriu.

- Ora, ora, o que temos aqui? - disse ele

Não falei nada. Não podia. Só tinha condição de fitá-lo fixamente.

- Elvis - disse Currie - esta é Priscilla Beaulieu. A garota de quem lhe falei.

Trocamos um aperto de mão e ele disse:

- Oi. Sou Elvis Presley.

Depois, houve um silêncio entre nós, até que Elvis convidou-me a sentar em seu lado e Currie afastou-se.

- Está na escola? - perguntou Elvis.

- Estou.

- E está no começo ou no final da escola secundária? (High School)

Corei e não respondi, não querendo revelar que estava apenas no nono ano.

- E então? - insistiu Elvis.

- Estou no nono ano.

Ele ficou confuso.

- Nono o quê?

- Nono ano - balbuciei.

- Nono ano! - exclamou ele rindo - Ora, você não passa de uma criança!

- Obrigada - respondi, bruscamente, pois nem mesmo Elvis Presley tinha o direito de falar assim.

- Parece que a garotinha não é fácil - comentou ele, rindo, de novo, divertido com a minha reação.

Elvis me presenteou com o seu sorriso encantador e todo o meu ressentimento se derreteu.

Conversamos mais um pouco. Depois, Elvis levantou-se, foi para o piano e sentou-se. A sala ficou em silêncio. Todos os olhos se fixaram nele.

Elvis cantou "Rags to Riches" e "Are You Lonesome Tonight?" e depois, com os amigos cantando em harmonia, "End of the Rainbow". Também ofereceu uma interpretação de Jerry Lee Lewis, martelando as teclas com tanta força que um copo com água que pusera em cima do piano começou a escorregar. Quando Elvis pegou-o, sem perder uma nota da canção, todos riram e aplaudiram - menos eu. Estava nervosa. Olhei ao redor e vi um poster de Brigite Bardot seminua, preso na parede. Ela era a última pessoa que eu queria ver, com seu corpo sedutor, lábios espichados e cabelos desgrenhados, Imaginando o gosto de Elvis em mulheres, eu me senti muito jovem e deslocada.

Levantei os olhos e me deparei com Elvis tentando atrair minha atenção. Percebi que quanto menos reação demonstrava, mas ele passava a cantar só para mim. Mas não podia acreditar que Elvis Presley estava tentando me impressionar.

Mais tarde, ele pediu-me que o acompanhasse até a cozinha, onde me apresentou à sua avó, Minnie Mae Presley, que estava no fogão, fritando bacon numa enorme panela. Sentamos à mesa e eu disse a Elvis que não estava com fome. Na verdade sentia-me nervosa demais para comer.

- Você é a primeira garota dos Estados Unidos que eu encontro em muito tempo - disse ele, enquanto começava a devorar o primeiro de cinco sanduíches de bacon, todos com mostarda.

- Quem é que a turma por lá está ouvindo?

- Está brincando? Todo mundo ouve você!

Elvis não ficou convencido. Fez-me uma porção de perguntas sobre Fabian e Ricky Nelson. Comentou que estava preocupado com a aceitação dos fãs quando voltasse aos Estados Unidos. Como estava ausente há algum tempo, não aparecia em espetáculos públicos nem em filmes, embora tivesse cinco músicas nas paradas de sucesso, todas gravadas antes de sua partida.

Parecia que mal começáramos a conversar quando Currie entrou na cozinha e apontou para o relógio. Eu receara aquele momento; a noite correra muito depressa. Parecia que acabara de chegar e agora já tinha que ir embora. Elvis e eu mal começávamos a nos conhecer. Sentia-me como Cinderela sabendo que toda a magia terminaria quando soasse o toque de recolher. Fiquei surpresa quando Elvis perguntou se eu poderia permanecer por mais algum tempo. Currie explicou o acordo com meu pai e Elvis sugeriu então que eu poderia voltar outro dia. Embora fosse a coisa que eu mais queria no mundo, não acreditava que pudesse acontecer.

O nevoeiro era tão denso na auto estrada, durante a volta a Wiesbaden, que só cheguei em casa às duas horas da madrugada. Meus pais estavam acordados e quiseram saber tudo o que acontecera. Contei que Elvis era um cavalheiro, muito divertido, cantara para os amigos, eu adorara a noite.

No dia seguinte na escola, eu não conseguira me concentrar. Os pensamentos fixavam-se exclusivamente em Elvis. Tentei recordar todas as palavras que ele me dissera, cada canção que cantara, cada expressão em seus olhos ao me fitar. Reconstituí interminavelmente nossa conversa. Seu charme era fascinante. Não contei a ninguém na escola. Quem iria acreditar que eu estivera com Elvis Presley na noite anterior?

Priscilla Presley e Sandra Harmon (Elvis e Eu).

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