sábado, 6 de março de 2010

Elvis Presley - A derrocada de um Mito

Elvis Pós Aloha: A derrocada de um Mito
Qualquer fã de Elvis sabe que o aloha foi seu maior feito. E também o seu último. Após o grande show de 73 Elvis iniciou um penoso e doloroso processo de decadência física e artística. Não que durante esse período nada de bom tenha sido produzido. Se formos analisar individualmente música por música dos shows e discos vamos encontrar momentos magníficos como o show de 31/12/76(só para citar um exemplo), as interpretações ao vivo de How Great Thou art, My Way, a assombrosa e delirante performance de Unchained Melody de 21/06/77, enfim, a lista seria imensa demais para caber em um livro. Nos discos temos o ótimo Promised Land,e grandes momentos nos álbuns Good Times, today e Moody blue. Porém, esses ótimos momentos eram para terem sido mais frequentes, considerando a magnitude do talento de Elvis. Eles se perdem e vão por água a baixo quando ouvimos shows horrendos comos os de College Park em 74 ou do dia 19/06/77; versões medíocres de clássicos como Hound Dog, All Shook Up; Sessões conturbadas como as de julho de 76 e fevereiro de 76 e o declínio físico fulminante que se abateu sobre Elvis, notadamente da segunda metade de 75 em diante.

Mas porque, logo no auge de sua carreira, Elvis jogou tudo no lixo? Essa pergunta é por demais complexa. Elvis era o tipo de cara que precisava ser estimulado, e quando era, dava tudo de si. Porém, se não fosse assim, Elvis se entediava fácil, simplesmente porque ele tinha tudo em suas mãos, mulheres, dinheiro, fama, carros, tudo, literalmente. Para fugir disso, muitos artistas de dedicam a causas filantrópicas ou a hobbys. John Travolta, por exemplo, pilota aviões nas horas vagas. Mas Elvis simplesmente resolveu se desconectar do mundo real usando remédios cada vez mais fortes. Saída mais fácil, porém fatal e covarde. É bem verdade que ele tentou algumas vezes se engajar em algo como o karatê,lembram do projeto do filme? Porém, devido à falta de tempo e ao condicionamento físico de Elvis deplorável o filme não passou do campo das idéias.

Em suma: imaginem um homem de 38 anos, rico, entediado e podendo fazer tudo o que queria. Temos que acrescentar os dois principais fatores que acenderam um pavio que já existia: a tendência auto-destrutiva de Elvis, que se traduzia, principalmente, em seu comportamento exagerado e impulsivo e o divórcio, que acabou com ele. Não que se Priscila naõ tivesse abandonado Elvis ,fosse modificar o que aconteceu, só iria retardar o processo.

Isso pessoalmente. Profissionalmente a bagunça era generalizada. Pergunto a vocês, o que Elvis deveria ter feito depois do aloha? Primeiro de tudo, vamos imaginar hipoteticamente que Elvis resolvesse finalmente largar os remédios e mudar de vida pessoal e artística, certo? O primeiro passo seria tratar de sua dependência química, ainda em um estágio tratável. Depois umas férias para ficar 100%. Voltando Elvis deveria passar uns dois meses enfurnado em estúdio produzindo o melhor disco de sua carreira, procurando as melhores músicas, melhores compositores, explorando outros estilos, voltando às origens do Rock que tanto o consagrou e gravando grandes baladas. Depois disso, elvis deveria fazer uma turnê mundial daquelas que ficam na história, pela Europa, Asia e, porque não, America do Sul. Nesses shows haveria a total reformulação do repertório e principalmente arranjo dos clássicos, que por volta de 73 já estavam ultrapassados. Mas do que outra coisa Elvis também iria divulgar nos shows música por música de seu novo álbum. O próprio contato com culturas diferentes iria causar um impacto tão violento, de forma positiva, na vida de Elvis que isso ,somente, iria ajudá-lo na sua busca espiritual e de cura. Quem sabe após isso, tentar parceria com outros músicos.

Mas vamos ser realistas e sonhadores. Realistas pois, sabemos que se Elvis quisesse poderia ter feito isso. Tinha talento de sobra e com um empresário decente isso seria mais fácl ainda. E sonhar, porque Elvis não estava em condições nem de jogar um jogo de tênis, quanto mais de fazer um projeto ambicioso desse. Não tinha forças para se reeguer. Ou não queria. Também não possuia ninguém para ajudá-lo. Ele havia se divorciado há pouco tempo e as mulheres que dele se aproximavam era por puro interesse. Do outro lado seua "amigos" se resumiam há um bando de pilantras interesseiros: A máfia de Memphis. Claro, Elvis não queria ser ajudado, mas os outros que fizessem sua parte. E não adianta Joe esposito vir com uma cara lambida em entrevistas dizer que fez o melhor que pode porque é mentira. Joe morria de medo de enfrentar Elvis dizendo o que realmente pensava. Já os outros não vou nem comentar. Basta lembrar um comentário póstumo de Marty Lacker que disse em entrevista que quando carregava o caixão de elvis, que era muito pesado murmurou pra si mesmo: " Esse filho da puta, nem quando morto para de nos dar trabalho!" Que amigão, hein????? Pois era daí para pior. Quanto mais chapado Evis estivesse melhor para esses caras, pois podiam roubá-lo com mais facilidade. E vernon, seu pai, não tinha cultura suficiente para entender o que estava acontecendo com se filho. Além disso, ele nunca teve muita influência sobre Elvis. E o coronel??? Bom a velha raposa, que numa altura dessa deve estar queimando nas profundezas do inferno ,só queria saber de dinheiro e de desperdiçá-lo em Vegas. Outra preocupação dele era de não ser descoberto como imigrante ilegal. Já pensou se alguém tivesse descoberto isso enquanto Elvis estava vivo? Esse alguém iria ter o coronel nas mãos, que iria passar de chantageador para chantageado. Vejam em que ambiente social mais podre e miserável Elvis estava. Como um homem, já sem muita vontade de viver, poderia te alguma chance em um ambiente assim?

Turnês mundiais? Álbum bem produzido e com material de vanguarda? Que nada! A realidade foi distinta do sonho. O que Elvis fez, graças ao coronel? 15 dias após o aloha começou mais uma temporada em vegas. Sinceramente, esse foi o maior anti-climax da carreira do astro. Foi como se após a gravação de Suspicius Minds em 69 elvis tivesse ido a um estúdio de 3ª gravar canções de ninar lançadas posteriormente em um álbum chamado " Elvis canta para bebês" ( a RCA, por incrível que pareça lançou, postumamente, um álbum similar!!!). Enfim, entederam o que eu quis dizer?Vegas em 73 não tinha mais nada para oferecer para Elvis, nem Elvis tinha nada a oferecer a Vegas. Tenho um show dessa temporada e Elvis nunca soou tão entediado. Também pudera!! Há pouco mais de duas semanas atrás você está fazendo um show via satélite para o mundo todo, assistido por mais de um bilhão de pessoas e logo depois você está cantando duas vezes por dia para a platéia mais gagá, careta e desinteressante do planeta!! Realmente uma pena! Elvis era um artísta tão formidável para ser desperdiçado dessa forma.

Não é minha intenção aqui culpar os amigos de namoradas e Elvis, mas sim afirmar que eles possuem sua parcela de culpa. Assim como o próprio Elvis. Assim como seus fãs que o aceitavam e ainda o aceitam de qulaquer forma. O que quero dizer é que se Elvis tivesse por perto pessoas que realmente gostassem dele de verdade ele talvez ainda estivesse vivo. E, principalmente, se ele soubesse o quanto era importante para milhões de pessoas no mundo talvez ainda tivéssemos o privilégio de escutar e o maior vocalista de todos os tempos em ação. E seria ótimo saber que ele estaria bem e feliz.

Artigo escrito por Victor Alves.

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