Um dos casos mais escabrosos da velha Hollywood só veio à tona em 2015. Clark Gable e Loretta Young estrelaram vários filmes juntos. O eterno galã que ficou imortalizado em clássicos do cinema como "E O Vento Levou" tinha fama de conquistador também fora das telas. Invariavelmente tentava levar as atrizes com quem contracenavam para a cama e diante de sua fama e riqueza geralmente se dava bem, conseguindo atingir seus objetivos. Uma exceção aconteceu com Loretta Young. Durante as filmagens de "O Grito na Selva" de 1935 o ator teria decidido que iria levar o romance com Loretta também para a vida real.
O problema é que ela tinha firmes convicções religiosas. Criada dentro do catolicismo não aceitava a ideia de ir para a cama com um homem com quem não estivesse casada. Isso acabava deixando Gable ainda mais interessado em sua conquista porém apesar dos avanços nunca teria conseguido nada com ela. Até que uma noite, após o final de um dia cansativo de filmagens, Gable teria surgido de surpresa em seu camarim. Nessa ocasião ele teria forçado uma grande barra para ter Loretta em seus braços, mas ela teria resistido aos seus avanços. Gable teria então ficado bem contrariado com a recusa, mas recuou diante do surgimento de outros membros da equipe técnica do filme no local.
Depois quando toda a equipe e o elenco estavam viajando de volta das locações para Hollywood o ator finalmente teria conseguido entrar na cabine do trem onde viajava Loretta e, segundo suas próprias palavras em seu livro de memórias, a teria estuprado. A denúncia que o grande astro da era de ouro do cinema americano era também um estuprador já era por si só chocante, mas não era tudo. Ainda havia mais. A atriz teria ficado grávida de Clark Gable. Envergonhada, procurou esconder sua situação tendo nascido desse estupro a sua filha Judy. Mesmo procurado por Loretta secretamente para lhe informar que havia se tornado pai novamente, o ator negou-se a assumir publicamente a paternidade.
Loretta Young então resolveu guardar esse grande segredo por décadas e décadas. Seu maior receio era que a filha ficasse estigmatizada em Hollywood, sofrendo toda a sorte de preconceitos por ter sido fruto de um estupro cometido por um ator famoso. Só depois da morte da filha Judy, em 2015, é que finalmente as memórias de Loretta se tornaram públicas. Ela permitiu em uma carta que a história fosse revelada ao grande público desde que sua filha também já estivesse morta (Loretta morreu em 2000, anos antes da morte da filha, mas revelou tudo para sua nora, com a autorização de que tudo fosse realmente divulgado quando ela também já não estivesse viva). Agora imaginem ficar por tanto tempo guardando algo dessa magnitude enquanto a carreira e a memória de Clark Gable eram louvadas (ele morreu em 1960, após as filmagens do filme "Os Desajustados"). Só uma mulher com grande fibra moral teria conseguido essa verdadeira façanha.
Pablo Aluísio.
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