terça-feira, 16 de outubro de 2007

Anita Ekberg (1931 - 2015)

Mais uma notícia triste para os fãs do cinema clássico. Faleceu no último dia 11 de janeiro a atriz sueca Anita Ekberg. Nascida na fria e distante Malmö, Skåne län, na Suécia, ela se consagrou na sétima arte nas mãos do talentoso diretor italiano Federico Fellini no imortal clássico da sétima arte "La Dolce Vita" de 1960. Interpretando a personagem Sylvia a atriz assegurou seu lugar no panteão dos ídolos imortais do cinema. Uma mulher bonita, exuberante e extremamente sensual, ela começou sua carreira atuando no filme "O Aventureiro do Mississippi" em 1953. Com apenas doze anos a linda garota loira de olhos azuis encantou a todos nessa conhecida fita de aventura estrelada pelo ícone e grande galã da época, Tyrone Power. Depois de mais algumas aparições sem maior importância ela novamente surgiu encantadora na comédia "Artistas e Modelos" da dupla Jerry Lewis e Dean Martin. O enredo explorando o mundo da moda exigia a presença de diversas modelos bonitas em cena e Anita, maravilhosa no auge de sua juventude, foi uma delas. Com o mesmo Jerry Lewis ainda faria outra fita de humor de sucesso, "Ou Vai ou Racha", onde ganhou uma personagem com maior destaque, uma espécie de paródia sobre européias em Hollywood. Sensualizando ao lado da piscina acabou chamando a atenção por sua beleza e charme.

Em 1956 ganhou o Globo de Ouro na categoria revelação feminina ao lado das atrizes Victoria Shaw e Dana Wynter. Era o começo de uma nova fase em sua vida. Participar de comédias ao lado de Jerry Lewis até poderia ser interessante, mas não trazia maiores desafios. Assim em busca de novos horizontes a sueca voltou para a Europa para um novo começo no mundo do cinema de velho continente. Em 1959 estrelou um típico épico italiano, "O Escudo Romano", que se não era uma obra de arte serviu pelo menos para que Federico Fellini se convencesse que tinha encontrado a atriz ideal para seu próximo filme. Assim ela seria contratada para interpretar a personagem que a consagraria definitivamente. Ao lado do ator Marcello Mastroianni ela acabou virando um símbolo sexual do cinema internacional ao surgir linda e maravilhosa na fonte de águas cristalinas, uma imagem que jamais seria esquecida. Depois do sucesso de público e crítica ela não parou mais e trabalhou exaustivamente durante toda a década de 1960, surgindo em dezenas de produções, tanto na Europa como nos Estados Unidos.

"Tormenta Sobre o Rio Amarelo", "Os Mongois", "Como Aprendi a Amar as Mulheres", "Enquanto Viverem as Ilusões", "Sete Vezes Mulher", "Os Crimes do Alfabeto" e até um faroeste ao lado do amigo Dean Martin intitulado "Os Quatro Heróis do Texas", são alguns dos filmes que rodou nesse momento particularmente produtivo de sua carreira. Infelizmente Anita não conseguiu ser tão bem sucedida na vida pessoal e amorosa quanto era na profissional. Se envolveu com os homens errados que acabaram destruindo parte de sua fortuna conquistada no cinema. Somando-se a isso vieram divórcios complicados que a deixaram praticamente à beira da ruína financeira. O que sobrou foi levado por advogados desonestos e gananciosos.

Com a chegada da idade os convites também começaram a rarear. Ela já não era mais tão bonita e jovial como exigia os diretores de elenco. Aos poucos foi sendo deixada de lado. Sem trabalho e com problemas de obesidade Anita Ekberg começou a passar por momentos complicados, agravados pela própria imprensa italiana que começou a explorar de forma sensacionalista a crise que vivia. Mesmo com tantos aspectos negativos ela jamais desistiu de lutar e seguir em frente. Em determinado momento da vida, sem dinheiro e sem trabalho, resolveu pegar o único tipo de serviço que estava lhe sendo oferecido: o de empregada doméstica. Durante essa fase complicada deixou de trabalhar como atriz. Mesmo assim se mostrou sendo sempre uma mulher digna e honesta, muito forte em sua personalidade, que viveu até o fim de seus dias de cabeça erguida. Seu último trabalho como atriz foi produzido em 2002. "Il Bello Delle Donne" era uma série de TV que não fez muito sucesso. De uma forma ou outra, como bem demonstrou o farto noticiário produzido após sua morte, Anita Ekberg não foi esquecida por seu incrível trabalho nas telas no passado. Descanse em paz.

Pablo Aluísio. 

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