sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Dalton Trumbo: Um gênio nas mãos do Macartismo

Há exatos 39 anos (1976), o mundo do cinema perdia um dos seus maiores roteiristas: Dalton Trumbo. Realizador de verdadeiras obras-primas, como: “Spartacus” (1960) - “Johnny Vai à Guerra” (1971) - “Papillon” (1973) – “Adeus às Ilusões” (1965) e “A Felicidade Não Se Compra” (1946). O famoso roteirista que nasceu em Montrose, Colorado (EUA) - em 9 de dezembro de 1905, já fazia sucesso escrevendo roteiros para pequenas peças na Universidade do Colorado onde ficou por apenas dois anos. Em 1939 escreveu seu primeiro romance: “Johnny Vai à Guerra” que se transformou rapidamente num estrondoso sucesso. Em 1940, porém, sua sorte mudou e passou a ser o roteirista mais bem pago de Hollywood. 

Ainda naquele ano viu seu Drama-Romance, “Kitty Foyle”, estrelado por Ginger Roger, Dennis Morgan e com direção de Sam Wood, ser indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado. Em 1941, quando a Alemanha nazista invadiu a União Soviética, Trumbo e seus editores resolveram suspender novas edições do livro “Johnny Vai à Guerra” até que a guerra acabasse. Em 1947 Trumbo é chamado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos - em outras palavras - o tribunal anticomunista de Joseph McCarthy.

Nos depoimentos, Trumbo negou-se a entregar os colegas comunistas para o aterrorizante senador. Como punição foi condenado a 11 mêses de reclusão na prisão federal de Ashland, Kentucky. Após cumprir a pena, Trumbo mudou-se com a família e mais três casais de amigos, também perseguidos pelo macartismo, para o México. Em solo mexicano e ainda abalado pelo tempo em que passou na prisão, o famoso roteirista recebeu apoio de vários amigos produtores, diretores e atores. Mesmo de longe, Trumbo ainda era requisitado pelos grandes produtores de Hollywood que lhe encomendavam roteiros que eram assinados por “testas de ferro”. Sob pseudônimo, escreveu mais de trinta roteiros. Dois filmes que ele escreveu sob pseudônimo ganharam o Oscar de melhor roteiro: “A Princesa e o Plebeu” (1953) e “Arenas Sangrentas” (1956). Somente dois anos depois, o astro e seu amigo pessoal, Kirk Douglas, assumiu o risco de contratá-lo e creditá-lo como roteirista do épico-clássico, “Spartacus” (1960), marcando assim o fim da lista negra. A vida de Trumbo e seu exílio já ganharam um documentário em 2006, que foi escrito por seu próprio filho, Christopher Trumbo.

Telmo Vilela Jr.

Nenhum comentário:

Postar um comentário