Muito bom esse drama que foca no preconceito que existe na sociedade sobre classes sociais diferentes. Após assistir cheguei na conclusão que certas convenções dentro da sociedade não mudaram nada desde que o filme foi feito. Aqui temos um casal formado por uma senhora viúva rica (Jane Wyman) e um jovem e pobre rapaz jardineiro (Rock Hudson). Claro que mesmo apaixonados ambos vão sofrer todo tipo de preconceito da sociedade por causa dessa situação. O filme é muito bem desenvolvido, sutil e inteligente. Joga com a situação e faz o público torcer pelo casal (isso na sociedade americana dos anos 50, com todos os seus pudores e valores morais ultrapassados). O filme é visualmente muito bonito, aproveitando tudo o que é possível da bela paisagem do local onde o personagem de Rock Hudson vive (um moinho antigo, com uma casa de campo e bambis passeando pelo quintal - mais bucólico impossível). O clima de nostalgia impera e traz muito para o resultado final.
"Tudo o que o Céu Permite" foi produzido por causa do grande sucesso de "Sublime Obsessão". Praticamente toda a equipe foi reunida novamente para esse filme (Rock Hudson, Jane Wyman, o diretor Douglas Sirk e o produtor Ross Hunter). Rock tinha especial veneração por esse diretor pois foi o primeiro que deu uma chance de verdade a ele no cinema, quando era um simples iniciante. Também tinha grande amizade por Jane Wyman que bem mais veterana do que ele nas telas lhe deu apoio incondicional nesses dois filmes, sendo paciente e prestativa no set de filmagem. O curioso é que após o sucesso de "Tudo o que o Céu Permite" o aclamado diretor George Stevens fez tudo o que era possível para pedir Rock de empréstimo da Universal para rodar com ele na Warner o grande clássico "Assim Caminha a Humanidade". Certamente percebeu que Rock não era mais apenas uma promessa mas sim um grande astro. Enfim, recomendo bastante o filme, principalmente para o público feminino, que certamente terá muito mais sensibilidade para se envolver no excelente enredo.
Tudo o Que o Céu Permite (All that Heaven Allows, Estados Unidos, 1955) Direção: Douglas Sirk / Roteiro: Peg Fenwick e Edna L. Lee / Com Jane Wyman, Rock Hudson, Agnes Moorehead, Conrad Nagel / Sinopse: Cary Scott (Jane Wyman) é uma viúva da alta sociedade, que a despeito dos preconceitos sociais acaba se apaixonando por Ron Kirby (Rock Hudson), que trabalha como jardineiro em sua casa. Mesmo com a diferença de idade e já ter filhos adultos ela decide assumir seu novo romance. Não tarda a aparecer todo tipo de pressão para que ela ponha fim ao seu envolvimento.
Pablo Aluísio.
Há uma cena, ela aparece logo no início. Depois de pressionar a mãe a desistir do namoro proscrito com o jardineiro, os filhos dão à viúva, como presente de Natal, um aparelho de televisão. Explicam à mãe que a TV vai auxiliar a combater a solidão, será uma janela para o mundo. O problema é que ela não quer "uma janela". Não quer ver a vida acontecer. Ela quer amar e ser amada.
ResponderExcluirNa época, pouca gente entendeu essa ousadia do Sirk.
Verdade. Para "dar satisfação" a filhos, parentes e vizinhos em geral ela abriu mão de ser feliz. O diretor Douglas Sirk encontrou uma boa maneira de mostrar isso com essa cena da TV.
ResponderExcluirBelas observações. Na minha forma de entender a lição básica do filme se resume na seguinte frase: "Não se importem com o que os outros pensam. Sejam felizes ao seu modo".
ResponderExcluirAbraços
Pablo Aluísio.
Avaliação:
ResponderExcluirDireção: ★★★
Elenco: ★★★
Produção: ★★★
Roteiro: ★★★
Cotação Geral: ★★★
Nota Geral: 7.8
Cotações:
★★★★★ Excelente
★★★★ Muito Bom
★★★ Bom
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★ Ruim