quinta-feira, 2 de junho de 2005

Elvis Presley - Garotas e mais Garotas

Título no Brasil: Garotas e mais Garotas
Título Original: Girls, Girls, Girls
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Norman Taurog
Roteiro: Allan Weiss, Edward Anhalt
Elenco:  Elvis Presley, Stella Stevens, Laurel Goodwin, Jeremy Slate

Sinopse: Ross Carpenter (Elvis Presley) é um pescador americano no Havaí que de repente se vê perto de perder seu emprego uma vez que seu patrão está para vender todos os barcos de sua frota para ir morar no Arizona, por recomendação médica. Ross tem especial carinho por dois barcos, "West Wind" e "Kingfisher" que construiu ao lado de seu pai antes de falecer. Agora terá que arranjar dinheiro para comprá-los de um dono de companhia pesqueira inescrupuloso, Wesley Johnson (Jeremy Slate). Enquanto tenta arranjar a quantia ele vai também levando em frente os relacionamentos complicados que tem com duas mulheres, a cantora de boates Robin Ganter (Stella Stevens) e a jovem riquinha Laurel Dodge (Laurel Goodwin). Quem afinal conquistará o coração de Ross Carpenter?

Comentários:
Via de regra os filmes de Elvis Presley na Paramount eram mais bem realizados. Havia um cuidado maior com cenários, figurinos e produção. Um exemplo podemos encontrar aqui. Elvis tinha emplacado um grande sucesso no estúdio no ano anterior, "Feitiço Havaiano", e agora estava de volta com praticamente a mesma equipe técnica do seu último filme nesse estúdio. De certa forma "Girls! Girls! Girls!" é um genérico de "Blue Hawaii". Obviamente existem mudanças mas tudo segue uma linha ao estilo "Diferente, mas igual". Afinal o que desejava o produtor Hall Wallis era repetir o sucesso do musical havaiano. E até que deu certo. Esse foi o maior êxito de bilheteria de Elvis em 1962, faturando bem mais do que os dois filmes que havia rodado na United Artists recentemente. O roteiro como sempre é básico. Na vida profissional o personagem de Elvis precisa de 10 mil dólares para comprar os barcos que foram construídos por ele e seu pai já que seu antigo patrão os estão vendendo. Na vida amorosa Elvis tem que se decidir entre uma garota mais jovem (e mais rica) e uma mulher mais velha que canta na mesma boate que ele. Esse padrão de roteiro iria se repetir várias e várias vezes em seus filmes, por isso não existe grande surpresa nesse aspecto.

Há um excesso de músicas ao longo do filme. Isso é bem fácil de notar pois sempre que o enredo vai caindo no lugar comum há um número musical com Elvis para acordar o público. Como seu personagem é um pescador resolveu-se colocar o cantor para no meio de uma pescaria de atum soltar a voz. São três as cenas em que isso acontece. Soa estranho, claro, mas os fãs de Elvis queriam isso mesmo, temos que admitir. Numa das cenas o próprio Elvis parece tirar onda da situação forçada. Já no palco da pequena boate onde canta em busca de alguns trocados Elvis apresenta o grande sucesso do filme, a boa "Return to Sender" (grande canção apesar da letra ser nada original). Analisando friamente temos aqui mais do mesmo. Elvis namora um pouquinho, pesca um pouquinho e canta um monte de músicas, tudo em pouco mais de 90 minutos de duração. O clima de maneira em geral é simpático, fruto natural das belas locações do Havaí. Curiosamente nenhuma das atrizes se destaca muito, exceto Stella Stevens que tem a chance de apresentar no mínimo três canções, algo bem raro dentro da filmografia do cantor. Interessante é que na cena final, que fecha a estória, Elvis dá passos de twist (a moda musical da época) enquanto dança ao lado de bailarinas representando todos os povos da Terra (inclusive brasileiras, citadas até na letra da versão alternativa da canção título que dá nome ao filme). Assim "Girls! Girls! Girls!", tal como os dois filmes anteriores realizados por Elvis na United Artists, também fica no meio termo. Não é dos melhores filmes de Presley mas tampouco fica entre os desastres que iria fazer a seguir como "Harum Scarum", por exemplo. É um filme de verão realmente, para ver nas férias escolares, como bem queria o Coronel Tom Parker. Dentro dessa proposta até que pode ser considerado um bom entretenimento despretensioso e inofensivo.

Pablo Aluísio.

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