quarta-feira, 20 de abril de 2005

Elvis Presley - Indescribable Blue / Folls Fall in Love

O ano de 1967 na carreira de Elvis Presley começou muito bem com o lançamento logo em janeiro daquele ano do single "Indescribable Blue / Folls Fall in Love". "Indescribable Blue" vinha com um arranjo realmente diferenciado, muito bem produzido, com belos solos de violão espanhol choroso ao fundo, tudo enriquecido com um bonito coro feminino (algo que soava naqueles anos como uma grande novidade nas gravações de Elvis). Era uma canção bem diferenciada dentro da discografia de Presley certamente. A letra evocava a saudade de um amor perdido, com o autor se sentindo "Indescritivelmente triste" com sua situação pessoal. Infelizmente a música, apesar de todos os seus inegáveis méritos em termos de qualidade, arranjo e letra, acabou sendo ignorada pelo público, fazendo com que o single não conseguisse se destacar nas paradas. Era um reflexo negativo da baixa qualidade de suas trilhas sonoras para o cinema. O público não conseguia mais distinguir o que era bom do ruim e acabava ignorando todos os lançamentos de Elvis por essa época, o que era mesmo uma grande pena!

O lado B por sua vez vinha com a alegre e divertida "Folls Fall in Love" que apesar de pregar em sua letra que "apenas os tolos se apaixonam" tinha um arranjo para cima, com Elvis visivelmente empolgado com a melodia e a letra. Obviamente não podia se comparar com a bela "Indescribable Blue" do lado A, mas certamente era salva por sua energia positiva e pelo (novamente) bem produzido arranjo, embora esse seja bem mais tradicional do que o ouvinte havia constatado no lado principal do single. Aqui se sobressaem belos solos de sax e guitarras, tudo resultando em um inspirado momento de Elvis nos estúdios. Embora fosse um cover de Presley para um velho hit R&B dos Drifters, a canção também marcava, mesmo que indiretamente, um reencontro de Elvis com a maravilhosa dupla Leiber & Stoller, que tantos sucessos tinham escrito para ele em seus melhores anos na RCA Victor. Certamente não é nenhuma obra prima, mas consegue manter o bom padrão dentro do compacto, que era de fato muito acima da média das trilhas. No geral ainda não era a mudança tão aguardada pelos fãs nos rumos da carreira do cantor, mas já soava como algo novo, diferente. Elvis só iria mudar tudo mesmo em 1968, pois em 67 os fãs ainda teriam que lidar com muitas tolices e bobagens em sua discografia. Os tempos ruins porém estavam prestes a acabar.

Pablo Aluísio.

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