quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 90

Graceland 24 anos depois
Em Memphis, Tennessee, 80 mil pessoas se reúnem em Graceland para relembrar Elvis Presley no 24º aniversário de sua morte Todos os anos, na terceira semana de agosto, uma obsessão nacional chega ao seu ápice. Seu epicentro é Memphis, no Tennessee. Esta quarta-feira marca o 24º aniversário da morte de Elvis Presley, a cidade está completamente envolvida nas homenagens.

Memphis está hospedando 50 mil pessoas que viajaram de locais distantes, como a Inglaterra, a Austrália e a China para participar da semana em que se celebra a vida e a obra do Rei. Os fãs se reúnem para assistir a maratonas de filmes, gravações de concertos em telas JumboTron e sessões de perguntas e respostas promovidas por George Kline, uma personalidade do rádio local que foi amigo pessoal de Elvis.

O evento culmina com a vigília à luz de velas na quarta-feira, que terá entrevistas transmitidas direto do local onde Elvis está sepultado pela Internet para que aqueles que não podem comparecer ao evento ainda assim possam participar. "Ano passado, um cara veio da China e, durante a transmissão, seus amigos o viram e enviaram um e-mail", disse Scott Williams, gerente de marketing da Elvis Presley Enterprises. "Fomos à procura dele, e avisamos que seus amigos o estavam vendo".

Depois de anos vendo imitações baratas de Elvis em programas da TV e no cinema, a idéia de 50 mil fanáticos desembarcando em Memphis pode parecer um pesadelo para os habitantes locais. Na verdade, é exatamente o contrário. A cidade depende da celebração -- e da contínua reverência a Elvis -- para atrair a atenção. A cada ano, mais de 700 mil pessoas fazem a viagem a Graceland, a lendária casa onde o cantor morou. "Isto tem um grande impacto na comunidade", conta Kevin Cane, presidente da Agência de Convenções e Visitas de Memphis. "A exposição mundial que conseguimos nos últimos 24 anos tem sido simplesmente fantástica. A desaceleração não existe para nós".

De fato, o evento -- que surgiu como uma manifestação espontânea de emoção de milhares de fãs em 1977 -- continua a ficar maior a cada ano. Muitos dos visitantes se mantêm em contato durante o resto do ano, com o auxílio de uma newsletter que 50 mil pessoas recebem da Elvis Presley Enterprises. E a cada ano, estas pessoas voltam a Memphis para honrar o homem que, segundo elas, foi o maior artista de todos os tempos. "Essas pessoas estão aqui para honrar o rei do rock and roll", diz Cane. "Tivemos 43 presidentes, mas só um rei". Ao longo dos anos, os casais fizeram a sua parte batizando os seus filhos com nomes que evocam a memória de Elvis. Os pais de Travis Aron Thornhill, por exemplo, deram a ele o mesmo nome do meio do cantor.

Vinte e quatro anos depois, Travis e sua esposa, Jessica Thornhill, de Hutchinson, Kansas, dão continuidade à tradição, de certa forma. Eles batizaram seu filho, nascido sábado passado, de Iuma -- não por causa de alguma associação com Elvis, mas sim pelo seu amor à música. A banda de Travis, Opus, tem um website hospedado no Internet Underground Music Archive -- o primeiro site que ofereceu downloads gratuitos de música digital. No ano passado a companhia IUMA ofereceu US$ 5 mil para qualquer um que pusesse o nome da empresa em seu filho ou filha. Travis agarrou a chance. "Quando estávamos para ter o bebê, minha mãe disse que ele nos traria sorte e prosperidade", conta Travis. "Ela sentiu que Iuma nos traria boa fortuna. Além disso, essa é uma idéia bem ao estilo 'papai tem uma banda'. Bem, eu não sou exatamente um Frank Zappa, mas acho que faz sentido".

Na verdade, fez tanto sentido que outros nove casais batizaram seus rebentos em homenagem à companhia de música digital. Talvez a mãe de Thornhill soubesse algo que o resto do mundo ignorava, porque a IUMA, que quase teve de encerrar atividades ano passado, foi salva pela Vitaminic, um website internacional que também oferece música para os consumidores. Hoje em dia, o site prospera apesar dos maus tempos na economia. Iuma, o bebê, personifica a obsessão cultural americana pela música. E não há dúvidas de que haverá um grande número de "Elvises" e "Arons" nas ruas de Memphis esta semana.

Textos publicados no site EPHP
Compilação: Pablo Aluísio. 

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 89

No céu com Elvis!
Em Graceland, mansão onde Elvis morou em Memphis (no Tennessee, não no Egito), hoje transformada numa lucrativa mistura de tumba faraônica, shopping center religioso e meca do rock – a decoração natalina permanece por mais alguns dias para que dezenas de milhares de fãs comemorem seu nascimento em 8 de janeiro de 1935. A expectativa para este ano é de que a maluquice se repita em uma escala maior. Até porque o culto ao rei está tomando proporções inacreditáveis. Em seu nome estão sendo fundadas seitas e uma nova versão do testamento circula com Elvis tal qual Jesus. A peregrinação não é só mental. Imitadores têm se submetido a cirurgias plásticas para se transformar em cópias do ídolo. O rei do rock and roll morreu em 16 de agosto de 1977. Mas este não foi o final da história – a morte de Elvis Aaron Presley, na verdade, representou mais um grande passo na sua gloriosa carreira. Como acontecia com os fa-raós, Elvis deixou de ser rei para tornar-se uma divindade, um santo adorado pelos fãs de todo o planeta – e com isso conseguir vender mais discos e bugigangas do que quando estava vivo. Quando morreu, seu patrimônio foi avaliado em US$ 7 milhões. Hoje, os negócios que usam seu nome em vão geram US$ 300 milhões por ano.

Elvis Presley nasceu numa família pobre na cidadezinha de Tupelo, Mississippi, o gêmeo sobrevivente de um parto difícil. A vida do filho único e precioso de Vernon e Gladys Presley foi o sonho americano. De um berço humilde ele se ergueu para se tornar o maior astro mundial da música pop. E agora ele está sendo transformado em um messias, sua vida sendo comparada à de Jesus Cristo. Elvis veio ao mundo numa gelada noite de inverno, em um barraco de madeira pouco maior do que um estábulo. Seu pai, que era meio mio-lo mole, contou que no instante do seu nascimento “uma forte luz azul brilhou sobre a casa”. E um livro intitulado The new, improved testament, que faz uma releitura do Novo Testamento, afirma que três bluesmen apareceram guiados por essa luz levando oferendas ao recém-nascido: guitarra, pasta de amendoim e anfetaminas. O próprio Elvis acreditava que seu súbito e avassalador sucesso só podia mesmo ser obra divina e, talvez pelo efeito das drogas que consumia, estava convencido de que era mesmo um messias, um daqueles seres privilegiados que surgem uma vez a cada milênio para iluminar uma civilização. Hoje seus devotos se autodenominam “presleyterianos” e estão abrindo igrejas em lugares “sagrados”, como Memphis e Las Vegas, e na Internet.

Não se pode saber entre os presleyterianos quem está enganando quem. A Primeira Igreja de Jesus Cristo Elvis foi fundada pelo artista Chris Ryell, que criou imagens de Presley no estilo católico clássico, sobrepondo o rosto do cantor ao de Jesus. A Primeira Igreja Presleyteriana de Elvis o Divino, em Denver (Colorado), proclama representar “a única religião que será importante no próximo milênio”. O negócio não surgiu como uma igreja de verdade, mas acabou ganhando vida própria e está sendo levada cada vez mais a sério – tanto que está reivindicando junto ao Congresso americano um feriado nacional em homenagem ao rei do rock. O dia do seu aniversário é a data proposta. “A falta de um feriado para Elvis é uma desgraça nacional”, lamenta o dr. Karl Edwards, co-fundador da igreja. “Um selo de correio não basta; os Estados Unidos devem reconhecer a poderosa obra de Elvis com um feriado oficial. Precisamos trazer o país de volta ao sagrado Espírito do Rock.” Aproveitando o embalo, o dr. Edwards ainda questiona o valor de outros feriados do calendário americano que homenageiam uma variedade de figuras históricas. “Quantos discos de ouro teve Geor-ge Washington?”, provoca. Ele ainda espera contar com o apoio presidencial e argumenta: “Bill Clinton até se parece com o Elvis gordo dos últimos anos e tenho certeza de que ele é um presleyteriano devotado.”

Sacerdócio – Mas a divindade do rei está mais bem traduzida por um simbolismo que ultrapassa a noção de ícone da Idade Média, quando em vez de estátuas numa igreja temos como emblema da sua santidade uma legião de efí-gies vivas em seus imitadores. Essas esquisitas figuras nascidas do culto a Elvis, que só encontram paralelo nos emuladores de Charles Cha-plin, não são simples imitadores, mas replicantes que rezam segundo o evangelho de São Xerox. Algumas dessas efígies humanas são tão dedicadas à identidade do ídolo que, como os transexuais, submeteram seus corpos à cirurgia plástica para realçar ainda mais a semelhança com Elvis. Para muitos fãs, esses imitadores de Elvis tornaram-se uma espécie de sumo sacerdotes da nova religião. David Moore, por exemplo. Ele imita Elvis em sua fase crepuscular e diz que faz isso por vocação: “Desde quando tinha cinco anos, sinto uma forte ligação com Elvis e quero que as pessoas saibam como aquele homem era bondoso.” Como outros fãs, Moore dedica-se a trabalhos de caridade em memória de Elvis, mas seu sacerdócio não chega a ser como o de alguns imitadores de Memphis e Las Vegas, que realizam casamentos em nome de Elvis.

O reverendo Tommy Foster é o responsável pela Primeira Igreja dos Imitadores de Elvis, em Memphis, com altares e santuários dedicados ao cantor. “No dia dos namorados casamos até 30 casais”, orgulha-se ele. Em Vegas, casamentos são celebrados por um Elvis balofo cantando Viva Las Vegas e com os casais trocando votos recitando as letras de suas canções românticas. Imagens, peregrinações e locais sagrados são comuns a quase todas as tradições religiosas. Mas as comparações não param por aí. O fã Robert Campbell nos fala das revelações de Elvis e suas visões apocalípticas. Ele garante que Elvis é Emanuel, “o único filho gerado que Deus prometeu nos enviar”, e acredita piamente que ele irá voltar para o juízo final, o que deve acontecer dentro de uns dez anos. Camp-bell compara as escrituras sagradas com a vida de Elvis. “Na Bíblia está escrito que quando Cristo foi posto em seu túmulo, foi envolto em uma mortalha. Elvis foi enterrado em uma mortalha de cobre. Cristo foi enterrado por seu amigo José e quem cuidou do funeral de Elvis foi seu amigo Joseph B. Samuel. Cristo ressuscitou três dias depois e o corpo de Elvis foi ‘sequestrado’ três dias depois de enterrado e desde então tem sido visto por muitas pessoas.”

Os fãs estão mitificando Elvis e tentando expressar em linguagem religiosa o que ele significava para suas vidas, exatamente como foi feito com Jesus Cristo e Maomé. Apesar de parecer muito estranho, essas pessoas estão convictas de haver encontrado o sagrado em Elvis Presley. E, por Elvis ser um ícone do século XX, ele continua vivo em seus filmes e em sua música, podendo ser ressuscitado por qualquer um apenas com o toque de um botão.

Textos publicados no site EPHP
Compilação: Pablo Aluísio. 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 88

Elvis: Na mira dos críticos
Os críticos nunca estiveram ao lado de Elvis Presley. Essa afirmação jogada assim ao vácuo das indagações pode parecer sem propósito. Será? 

Talvez o grande problema Elvis x críticos seja simplesmente o fato de que ele nunca se prendeu a um estilo: gravava os blues, da sua maneira sui generis,  que ele tanto amava, os countries que o remetiam ao universo fosforescente dos festivais itinerantes de música do Tennessee e as baladonas pop de qualquer época que ouvia quando era criança. Tudo isso mostra que o afamado Rei do Rock era antes de tudo Rei do Pop. Sim, Rei do Pop porque sempre houve lugar na sua personalidade de grande intérprete e produtor (Sim! ele produzia seus discos) para todos os estilos de música, do gospel ao blues, do country a baladas de qualquer lugar do mundo.

Nos anos 50, Elvis não podia ter o apoio da crítica musical porque quem escrevia sobre música, na época, eram pessoas que tinham como referências musicais Nat “King” Cole, Sinatra e Bing Crosby; ou seja, pessoas que não podiam entender o porquê de um garoto branco de 19 anos, ainda por cima sulista, cantar blues. Sendo assim, os críticos não poderiam avaliar o trabalho de Presley como grande estilizador do blues urbano e do country, ou seja, o criador do que se convencionou chamar de rockabilly: ouça That’s All Right de 1954.

Nos anos 60 Elvis inicia bem a década com um de seus LP's mais consistentes, Elvis is Back e um LP só de gospel, His Hand In Mine, ambos de 1960. Mas essa década também traz o estigma da linha de produção filme/long play e aí temos o primeiro grande erro de sua carreira, pois por volta de 1964 ele já não consegue emplacar músicas direto no top 10 da Billboard e nem no equivalente britânico. Motivos: falta de tempo para se apresentar ao vivo (últimos dois shows em 1961 ), e principalmente esgotamento psicológico e artístico ao se ver preso a um contrato de quase 10 anos que lhe obrigava a estrelar uma média de 3 filmes por ano seguidos de trilhas sonoras medíocres. Elvis sempre gravou o que queria, só que na década de 60, sugado ao máximo para fazer os filmecos de Hollywood (com raras exceções) e uma trilha por filme  de mais ou menos dez músicas compostas e produzidas por produtores musicais de Hollywood, mesmo para ele seria difícil transformar uma música medíocre em um grande sucesso baseado apenas na sua enorme popularidade.

Os críticos que cresceram ao som do rock dos anos 50, que faziam a cabeça com Beatles, Stones e Dylan, no meio dos anos 60, esperavam que ele sempre fizesse algo como Blue Suede Shoes e Elvis, não podendo desenvolver de forma total seu amadurecimento artístico, conforme razões já mencionadas, estava de novo na mira dos críticos.

Em 1966 ele entra no estúdio para gravar algo que realmente queria fazer, um novo álbum gospel, How Great Thou Art (ganhador de um Grammy em 1967), e também aproveita para gravar algumas músicas que não fossem trilhas, mas que irremediavelmente entrariam em algum disco de filme para completar o que foi convencionado pela gravadora como tamanho padrão. Estas músicas foram: Down in The Alley (blues), Love Letters (clássico de Victor Young) e Tomorrow is a Long Time (de Bob Dylan). Em 1967, Presley iria continuar sua reaproximação com suas raízes através de blues singles como Guitar Man, U.S. Male, Hi Heel Sneakers. Estes singles foram ignorados pelo grande público simplesmente porque a RCA (gravadora de Elvis) achava mais rentável investir nas trilhas que bem ou mal eram o grande veículo para o seu trabalho. Mas como “água mole em pedra dura ...” Elvis conseguiu sua salvação em 1968 com um especial para a televisão que além de mostrar todo seu vigor como intérprete através de canções novas como If I Can Dream o colocava novamente como uns do maiores performers de palco dos EUA.

Em 1969, finalmente termina o suplício/contrato com Hollywood. Elvis inicia uma sessão de gravação em janeiro que se estende até fevereiro (no American Sound Studios of  Memphis). Nesta sessão ele grava mais de 30 músicas, constando entre estas alguns dos maiores sucessos de sua carreira como Suspicious Minds e o grande LP From Elvis in Memphis. Elvis praticamente estabelece nesta sessão um novo conceito musical tão versátil quanto seu próprio estilo de cantar, algo que pode ser definido como Som Total; o melhor de tudo é que agora o seu contato com o público iria ser ao vivo; de 1969 a 1977 ele iria cruzar os EUA em tours de costa a costa. Será que agora os críticos teriam razão para malhar Elvis ?

No início, de 69 à 73, sua relação com os críticos foi amistosa, algumas vezes elogiosa ao ponto de parecer tietagem. Mas como tudo que é bom dura pouco... Aconteceu que dois probleminhas passaram a interferir na sua vida profissional: seu divórcio e, principalmente, o abuso de drogas.

Na década de 70, Presley estava trabalhando no palco e no estúdio todas as suas personas enquanto intérprete. Talvez a sessão de gravação que melhor represente seu trabalho na década de 70 seja a de junho de 1970, em Nashville. Para se ter uma idéia, nesta sessão ele repetiu a qualidade que marcou seus trabalhos nos anos 50, nas sessões de Elvis is Back e as de From Elvis in Memphis. Mais uma vez ele gravou cerca de 30 canções que iam do blues de Got my Mojo Working, clássico gravado por Muddy Watters, countries vigorosos como I Really Don’t Want to Know, o gospel Where Did They Go, Lord? e o pop Bridge Over Troubled Water.

Elvis entra de novo na mira dos críticos a partir de 74 por estar muito mais interessado em gravar baladas que melhor exteriorizavam seus conflitos pessoais; por isso mesmo os críticos o detonam: afinal ele não era o grande Rei do Rock? Onde está o rock na suas apresentações e gravações deste período? Outro ataque sempre colocado pelos críticos era sua aparência física que não lembrava mais o símbolo sexual que ele fora.

Elvis não deixou de fazer rocks, só que este tipo de música nunca foi o ponto focal da sua vida, apesar da imprensa sempre esperar que ele fizesse rock. Ele tinha amadurecido e sua música também, e quanto à questão da aparência, é tão irrelevante que dá vontade de rir. Se ele estava inchado por causa do abuso de drogas, o problema era só dele; e vale lembrar que se os críticos estavam interessados na sua aparência, os fãs e qualquer amante do bom pop/rock estavam interessados na sua música. Vinte anos depois de sua morte ele ainda é lembrado por ela.

Texto publicado no site EPHP
Compilação: Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 87

 Será que Elvis está vivo?
A maioria das pessoas acredita que Elvis Presley morreu no dia 16 de agosto de 1977, na mansão de Graceland, em Memphis, no Tennessee. Mas a tese do "Elvis não morreu" tem defensores fanáticos, ajudados por uma porção de circunstâncias estranhas ou, pelo menos, controvertidas que cercam a morte e os últimos dias do cantor. Vários sites da Internet reuniram as "provas" ou, digamos, as "alegações". As teorias demonstram várias "falhas" na suposta morte de Elvis, veja os principais argumentos que sustentam a tese da "Teoria da conspiração sobre a morte de Elvis":

O túmulo: nele, está escrito errado o nome do meio de Elvis, Aron, e não Aaron como aparece na lápide. Seu pai não deixaria cometerem esse erro. Além disso, o corpo de Elvis jaz entre os de seu pai e de sua avó. Uma coisa inimaginável tê-lo deixado longe da sua querida mamãe. Era sua vontade clara ser enterrado perto de Gladys.

A certidão de óbito: muito vaidoso, Elvis tinha vergonha de ter engordado muito. Pesava mais de 100 quilos ao "morrer". Mas a certidão de óbito registra pouco mais de 70. A certidão original sumiu e a existente foi expedida dois meses depois.

O cadáver de cera: o caixão de Elvis exigiu vários carregadores, pois pesava mais de 300 quilos. Testemunhas do funeral afirmaram que o ar perto do caixão estava muito frio. Suspeitou-se que o caixão tivesse um aparelho de ar condicionado para conservar um cadáver de cera, réplica do Rei, destinado a enganar os presentes. E como a família Presley conseguiu um elaborado caixão feito sob medida, de mais de 300 quilos, para um enterro no dia seguinte ao da morte?

O enterro: por que o enterro foi tão rápido? dizem que a razão foi evitar que os maiores fãs de Elvis chegassem a tempo e reconhecessem defeitos no cadáver de cera. Elvis era um faixa preta de oitavo grau, cujas mãos eram cheias de calos, enquanto o corpo do caixão tinha mãos lisas e gorduchas. O nariz e as sobrancelhas arqueadas também causaram estranheza. Foi comentado na época que uma costeleta do "cadáver" estava solta e um cabeleireiro teve de grudá-la.

Comportamento estranho: duas horas depois da morte de Elvis ser anunciada publicamente, um homem muitíssimo parecido com ele comprou uma passagem para Buenos Aires, pagou em dinheiro e usou o nome John Burrows, o mesmo que Elvis empregara várias vezes como disfarce. Elvis tinha alguns livros que considerava seus tesouros. Tinha uma Bíblia, vários livros de farmácia, sobre a morte e, sobretudo, o Livro dos Números de Chiro e a Autobiografia do Iogue, que desapareceram para sempre depois da morte de Elvis. Nas semanas antes de sua morte, as ações de Elvis não foram as de um homem que tinha de cumprir uma enorme turnê pelos EUA; encomendou novas roupas e despediu-se do público com um "adiós", no seu último show em Indianapolis ao contrário do habitual "Espero vocês no meu próximo show". A RCA mostrou um certeiro (e incrível) faro ao produzir milhões dos discos atuais e anteriores do cantor. Era uma prática comum antes de uma turnê, mas os números dessa vez foram muito maiores.

Outras coisas estranhas: o Rei despediu vários empregados em quem confiava há muito tempo. Dois dias antes da "morte", Elvis ligou para uma amiga chamada miss Foster. Disse-lhe que estava pensando em não realizar a turnê prevista. Ela lhe perguntou se havia cancelado e ele respondeu que não.

Quando ela perguntou se estava doente, Elvis disse que estava bem e que ela não deveria mais perguntar nada, que não deveria acreditar em nada do que lesse. Num livro chamado Elvis Where Are You? é citado o caso e que miss Foster teria confirmado tudo, num teste de detetor de mentiras. Ainda, no dia seguinte ao da morte, uma ex-amante de Elvis, Lucy De Barbon, recebeu uma rosa pelo correio. O cartão dizia que era de "El Lancelot", o apelido que ela usava para Elvis, que ninguém mais sabia.

Numerologia e banheiro: Elvis era fascinado pelo assunto desde que leu o Livro de Números de Chiro. Se ele forjou sua morte, deve ter pensado que 16 do mês 8 de 1977 completava uma soma de 2001. Era o título do filme favorito do Rei, em que o herói planeja sua imortalidade no banheiro. Elvis passava muito tempo fazendo o mesmo. Tinha até uma espécie de poltrona reclinável na privada. E foi no banheiro que dizem ter achado o corpo de Elvis.

Motivo: ele tinha razões para forjar a morte. Estava com a vida em perigo. Perdera US$ 10 milhões numa transação com uma organização californiana chamada "Fraternidade", que tinha ligações com a Máfia. Há quem especule que ele teria revelado a ação do crime organizado, em troca de proteção, talvez na forma de uma nova vida e uma nova identidade. Aos 42 anos, sua carreira ameaça declinar. O cabelo estava embranquecendo, estava muito acima do peso e a voz enfraquecia. O que oferecia condições para um final abrupto.

Meios: Elvis tinha os meios para fingir a própria morte. Acusaram-no de se destruir com remédios, mas ele entendia muito do assunto. Tomava muitos remédios, mas sabia o que estava fazendo. Sabia tomar remédios para criar um estado de morte aparente. Além disso, como perito em artes marciais, sabia reduzir sua pulsação cardíaca e sua respiração para fingir que estava morto.

O coronel Tom Parker, o admininistrador dos negócios de Elvis, criou uma nova identidade para si, quando chegou aos Estados Unidos como um imigrante ilegal da Holanda. Virou outra pessoa, com passaporte, certidão de nascimento, carteira de motorista e de previdência social. Ele poderia fazer o mesmo com Elvis. Além disso, Elvis tnha ligações oficiais e usava documentos reais com o nome de John Burrows.

Ficam aí as "Evidências", sem dúvida elas irão servir de prato cheio para os fãs do seriado "arquivo X", onde são mostrados os mais diversos meios conspiratórios do governo americano. Será que Elvis está por aí, rindo de tudo isso e se divertindo com toda esta história!? A verdade está lá fora...

Texto publicado no site EPHP
Compilação: Pablo Aluísio.

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 86

Secretamente em Graceland
Uma visita a Graceland, a mansão onde viveu, amou e morreu o maior ídolo popular do século XX

Eu percebi o problema no momento em que tirei meu carro alugado no "Elvis Presley Boulevard" e o coloquei irregularmente no complexo Graceland. Logo na entrada, na cabine do guarda, um letreiro ordenava a todos os jornalistas a se reportarem imediatamente para o escritório. Outro letreiro também dizia que o preço do estacionamento era fixado em 2 dólares.

Contudo eu odeio de ter que pagar estacionamento assim como receber ordens, como jornalista que sou, segui em frente mesmo com uma certa desconfiança. Encobri meu caderno assim como meu gravador no banco do carro e fui para a estrada economizando assim meus 2 dólares.

Eu fui à mansão Graceland não como repórter, mas como fã de longa data de Elvis Presley. Para mim ele foi realmente um Rei e um dos poucos heróis do século XX, um homem que se fez por mérito próprio e que detonou uma revolução cultural que quebrou todas as barreiras que amarravam a música popular norte americana.

Graceland é hoje uma das atrações mais visitadas dos Estados Unidos. Na verdade Graceland se localiza em um dos subúrbios de Memphis, conhecido como "Whitehaven", sem dúvida é a Disneylândia dos aficionados em Elvis, um rancho no mais puro estilo sulista onda a memória do eterno Rei do Rock é constantemente venerada. O Elvis aqui é jovem, magro, bonito e livre das drogas, em nenhum lugar aqui há qualquer indício dos seus anos finais e do seu trágico fim. "Nós ignoramos isso" disse Jack Soden, Presidente da EPE e um dos diretores executivos de Graceland à revista "Forbes" em 1999. Não se pode ignorar que esta mansão, hoje, é uma fábrica de dinheiro operada como o maior bem da família Presley.

Depois do estacionamento você dirige através da rua de Graceland denominada "Graceland Plaza" - na verdade um moderníssimo lugar com toda a comodidade de um verdadeiro Shopping Center. O Plaza consiste de vários estabelecimentos comerciais que vão desde lojas de presentes, restaurantes, um deles chamado "Heartbreak Hotel", até sorveterias e o famoso museu automobilístico com os carros do astro do rock.

A primeira parada antes de efetivamente entrar na mansão é o guichê onde você paga U$$ 15,95 para ver um filme de 20 minutos sobre a vida de Elvis e sua carreira incluído aí também um turnê pela propriedade do cantor. Você passa então pelos famosos "Portões musicais", uma bela obra de arte moderna onde estão representados a figura de Elvis e diversas notas musicais. A partir deste ponto você pode se considerar dentro do reino de Elvis. Graceland é uma bonita casa de classe média alta, na qual qualquer doutor de Nova iorque ou Beverly Hills sentiria conforto. A sua fachada principal é composta de quatro majestosas colunas Greco-romanas. A casa se parece muito com outra famosa residência, a casa branca. Eu notei com interesse que todas as janelas, inclusive às do segundo pavimento onde Elvis morreu são decoradas com grades pretas que estariam suficientemente familiares em qualquer vizinhança de Miami ou Washington, mas um tanto desconcertante e complicado na casa do querido ídolo. À frente da porta nos encontramos com o primeiro dos 12 guias que com os quais passamos através da casa. Estes guias nos passam a ortodoxa história de Elvis. Uma das mais interessantes é que Graceland é assim chamada em uma homenagem a uma tia do dentista que construiu a mansão em 1939. "Graceland" quer dizer a terra da tia Grace. O guia nos explicou ainda que a ninguém era permitido subir ao segundo pavimento, porque esta era a área privada do Rei e deveria ser mantida assim. Mas Porque? Será que aquelas histórias bobas que Elvis está vivo são verdadeiras e ele está lá em cima!?

As luzes que vinham do primeiro pavimento eram da sala de refeições, com duas gigantescas fileiras de lustres luxuosos. Na sala de estar um conjunto de sofás brancos, aliás a casa toda é decorada em azul, branco e dourado, assim como espelhos que se podem encontrar em praticamente todos os cantos da mansão. Interessante são as diversas câmeras de circuito interno suspensas por todo o teto. Uma insana história diz que Elvis gostava de espionar os seus convidados através destas câmeras. Quem sabe se isto foi verdade? De qualquer maneira você não escapa do sentimento de estar sendo vigiado por todo este lugar. Parado no saguão, não se pode escapar ao instinto de se dar uma olhada na escadaria que leva ao quarto de Presley, onde ele morreu em 1977. Quando uma criança se moveu para sentar-se na escadaria, apareceu um segurança vindo não sei de onde e a tirou de lá.

Andávamos tranqüilamente, antes que o guia nos dissesse que fossemos mais cuidadosos, pois estávamos descendo as escadas em direção ao porão da casa. Elvis colocara espelhos em cada lado das escadas, assim como também no teto. O guia então nos avisou para não olhar para os espelhos do teto pois isto iria nos deixar tontos e poderia ocorrer até um acidente. Estampadas na entrada do porão estavam as seguintes frases: "Descendo minhas escadas" e "correndo oito milhas", bem, deve ser algum tipo de piada que só Elvis e seus amigos sabiam o significado. De certo modo o porão era até confortável, mas como sou claustrófobo aquele lugar frio e sem janelas mais parecia um túmulo. Todo o lugar era coberto com papel de parede. E quando digo coberto incluo até o teto. E não era qualquer papel de parede, era um tecido oriundo de alguma tribo africana. A única coisa que faltou mencionar foi um canário o qual eu descobri após dois minutos de insistente canto no ar.

Fomos então para a chamada "Sala das Selvas". O teto aqui não era de papel de parede, mas era decorado com o mesmo carpete verde e felpudo que foi decorado o andar. Mais um ataque de claustrofobia, porém o que mais me atacou foi uma desagradável ofensa ao estilo polinésio contida nos móveis de madeira que mais pareciam fúteis imitações ao estilo original. As cadeiras eram decoradas com a mais visível pele de macaco falsificado. O guia nos disse então que Elvis comprara tudo aquilo em menos de 5 minutos numa loja de quinquilharias de Memphis. Foi aqui que Elvis gravou seus dois últimos discos "From Elvis Presley Boulevard" e "Moody Blue".

Bem, mas o que faltava a Elvis como decorador certamente lhe sobrava como cantor. Ocorre um verdadeiro impacto quando você conhece a "Sala dos Troféus". Aqui você tem uma idéia do enorme sucesso da carreira de "The Pelvis". Nesse lugar, num corredor aparentemente sem fim estão suspensos os 193 discos de ouro e platina que ele ganhou em sua maravilhosa carreira. Ninguém possui tantos discos, sendo que Elvis é o maior recordista de vendas de discos da história mundial. A morte do Rei é o fim da turnê. O último guia nos informa que Elvis morreu no dia 16 de agosto de 1977 de "arritmia cardíaca". A parada final foi no "Jardim da meditação" onde estão enterrados Elvis, sua mãe Gladys, seu pai Vernon e sua avó Minni Mae. Elvis Presley jaz sob uma lápide de bronze onde estão inscritos algumas palavras de seu pai Vernon. No texto, entre outras coisas está escrito que "...Elvis foi um precioso presente de Deus". Sem dúvida, não só para sua família, mas também para as centenas de milhares de fãs do Rei do Rock'n'Roll ao redor do mundo.

Texto publicado no site EPHP
Compilação: Pablo Aluísio.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 85

Lisa Marie Presley
Filha única de Elvis. De novo solteira. Herdeira de 300 milhões de dólares.

Na fila de supermercado Mayfair, em Los Angeles, Califórnia, numa tarde de sábado, de jeans, casaco escuro, óculos de sol e um chapéu desajeitado, Lisa Marie Presley não tem nada de Lisa Marie Presley.

Toda semana, para a devolução de uns trocados, ela entrega os cupons de descontos que recortou dos jornais, bem como latas e garrafas retornáveis. Sua compra mais exagerada, recentemente, foi uma dúzia de vestidos estampados em motivos florais - 39 dólares cada um. O supermercado da semana é um momento banal de uma vida extraordinária.

Os eventos e as personalidades que definiram Lisa Marie são enormes e apavorantes: filha única de Elvis Presley; filha da incrível Priscilla, que conseguiu transformar o espólio de Elvis de um desastre financeiro num estrondoso sucesso comercial; e por um curtíssimo espaço de tempo mulher de Michael Jackson. Lisa Marie vai herdar um império de 300 milhões de dólares construído sobre a nostalgia de Elvis. E, no entanto, toda semana ela entra na fila, bolsa na mão, parecendo mais uma econômica dona de casa do que uma herdeira multimilionária - a cada compra, ela confere o sentido de um pequeno investimento de normalidade.

Suas tentativas de levar uma vida normal beiram o heroísmo. Sua casa fica no bairro de Hidden Hills, 50 quilômetros ao norte de Los Angeles. A maioria das 500 casas aqui é de residências modestas. No ponto em que a rua principal termina, há uma gigantesca estrutura, com recuo de aproximadamente 9 metros da rua. É aí que fica a casa de quatro quartos e três banheiros de Lisa Marie Presley, adquirida por 2,63 milhões de dólares em 1993.

O ídolo fez 860 shows e 33 filmes. A grana evaporou

Quando morreu em 1977 o testamento de 13 páginas de Elvis Presley determinava que Lisa Marie seria sua única herdeira e beneficiária. Aos 25 anos, previa o testamento, Lisa assumiria a fortuna de Elvis Presley. Mas que fortuna? Embora tenha sido o maior vendedor de discos da história, tenha estrelado grandes sucessos de bilheteria no cinema, e ainda tenha feito pelo menos 860 shows (fora suas apresentações anuais em Las Vegas), deixou patrimônio de cerca de U$$ 5 milhões, resultado da má administração de sua carreira e suas finanças pelo seu empresário, Coronel Tom Parker. Ao morrer, Elvis, que poderia ter um bilhão de dólares, tinha 1.055,173 dólares em sua conta corrente e tinha Graceland, sua casa em Memphis, que comprara em 1957 por cem mil dólares.

Vernon, pai de Elvis, morreu em 1979, e Priscilla, aos 34 anos e sem nenhuma experiência empresarial, assumiu o comando. De cara, arriscou os últimos 500.000 dólares dos bens líquidos do espólio para transformar Graceland num museu, antes do quinto ano de aniversário da morte de Elvis. Foi um empreendimento arriscado, mas a idéia de Priscilla obteve um êxito espetacular. O investimento original foi recuperado em apenas 38 dias. Em poucos meses, milhões de dólares estavam sendo gerados por Graceland, graças ao fascínio imorredouro da lenda de Elvis. Graceland é hoje uma das seis atrações turísticas particulares mais visitadas dos Estados unidos.

O recruta Elvis conheceu Priscilla Beaulieu em 1959, quando estava aquartelado com o exército americano na Alemanha. Priscilla tinha apenas 14 anos. Ela deu à luz Lisa Marie em Memphis no dia 1 de fevereiro de 1968. A menina foi supermimada. Antes de andar, Lisa já tinha um pônei. Quando completou seis anos, Elvis comprou para ela um casaco de peles, um broche de diamantes e um carrinho de golfe. Um ano depois, comprou um jato de passageiros azul e branco ao qual deu o nome de "The Lisa Marie".

O casamento dos pais acabou quando ela tinha 4 anos. Priscilla levou a filha para Los Angeles. Quando Lisa viu o pai novamente, seis meses mais tarde, ele já estava viciado em drogas. No dia 16 de agosto de 1977, o coração de Elvis Presley parou de bater, depois de uma aparente overdose de drogas. Lisa Marie estava em Graceland. Enquanto enfermeiros administravam respiração boca a boca no pai, Lisa ficou encostada na porta, soluçando.

Lisa, uma garota problema
Nos anos que se seguiram Lisa freqüentaria uma série de escolas particulares. Era uma péssima aluna. Uma garota problema. Quando completou 12 anos, sua mãe matriculou-a numa escola da cientologia. Aos 14 anos, Lisa começou a fumar maconha e a tomar drogas. Susan Jenkins, sua amiga de escola, diz que as colegas queriam se aproximar dela e a melhor forma para isso era oferecendo drogas a ela: "Lisa dizia que aquela era a única vantagem da celebridade", recorda Jenkins.

Lisa conseguiu se livrar dos problemas com as drogas e hoje a cientologia (uma mistura de religião e ciência, muito popular entre as celebridades dos Estados Unidos) é o ponto focal em sua vida.

Em 1986, Lisa envolveu-se com Danny Keough, jovem contrabaixista de uma banda de rock que não chegou a fazer sucesso. Os pais dele eram professores da cientologia. No início do outono de 1988, Lisa anunciou a sua mãe que estava grávida de Keough, então com 24 anos. Lisa Marie tinha 20 anos. Ela e Danny casaram-se no dia 3 de outubro de 1988. Oito meses depois, ela deu à luz Danielle Riley, a primeira neta de Elvis Presley. O filho Benjamin nasceu pouco antes do casal se separar amigavelmente.

Depois Lisa se envolveu com Michael Jackson, mas o seu casamento estava desde o início destinado ao fracasso. Lisa cansou de encobrir o homossexualismo e a pedofilia do cantor. Lisa acabou sendo usada para tentar provar ao público americano que Michael Jackson era um "macho viril", claro que não deu certo!

Neste meio tempo, Lisa Marie posou para a vogue americana. Seus cabelos estão curtos, tingidos de preto e com aquele ar absolutamente inconfundível de Elvis Presley - ela é a cara do pai. Seus planos para o futuro são "evitar celulite e retenção de água a qualquer custo". Ela não faz nenhuma menção a seu império empresarial. Não faz também menção a Michael Jackson. Refere-se rapidamente a seu desejo de se tornar cantora: "Se não der certo não vou insistir". Tem um certo receio do público compará-la a Elvis. Sua carreira deslanchando ou não, o certo é que Lisa Marie estará todo sábado empurrando seu carrinho no supermercado.

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 84

Elvis está vivo - e faturando
Unindo o bamboleio do corpo ao balanço da música, o rei do rock - morto há vinte anos - se tornou o ídolo mais rentável do planeta

Nem a morte conseguiu matar Elvis Presley. Neste fim de semana, cerca de cem mil fãs de várias partes do mundo estão em vigília de vela na mão, em frente a Graceland, Memphis, a mansão em que Elvis morou e de onde passou para a eternidade no dia 16 de agosto de 1977. Os hotéis estão lotados: a galera acampou pelas calçadas e parques. Todos vão visitar, em procissão, o túmulo do Rei do Rock, no jardim de Graceland, e comprar souvenirs. Acontece todo ano. E Elvis está mais rico do que nunca.

Ao morrer, deixou uma fortuna avaliada em pouco mais de 5 milhões de dólares, venda de mais de um bilhão de discos e salários de 33 filmes (grandes sucessos de bilheteria) em que participou. Sua filha Lisa Marie herdou tudo. Graças a gerência da ex-mulher Priscilla, o espólio de Elvis vale agora mais de 300 milhões de dólares.

Rei morto, Rei posto. Mas não Elvis, que já ultrapassou a categoria de mito e virou instituição nacional, ícone popular, acima de James Dean, que ele adorava, e Marilyn Monroe. Como marca registrada, é o exemplo mais poderoso de capacidade de renda póstuma - gerou uma indústria de meio bilhão de dólares. É venerado por mais de 500 fãs-clubes internacionais; acadêmicos estudam o fenômeno e sua influência na cultura americana; especialistas escrevem sua biografia; existem restaurantes (dez projetados nos EUA e diversos países) com cardápio Elvis (sanduíche de manteiga de amendoim e banana frita, entre outros pratos gordurosos); e a venda das gravações de Elvis, que há muito ultrapassou um bilhão de discos e CDs, e continua a crescer à medida que o mercado se expande (China e Rússia) e novas gerações o descobrem.

Ainda se debate o que teria feito de Elvis o Rei do Rock'n'Roll. Equipamento necessário, ele certamente tinha: voz, interpretação, visual, machismo. Mas dizem especialistas em comportamento social, um elemento "cósmico" também impulsionou este fenômeno. Quando Elvis surgiu na sala de milhões de americanos, muitos já ansiavam por uma variação no rock-balada e nas canções da época e por escapar do racismo que separava a sociedade dos EEUU (Elvis era admirado por músicos negros e os freqüentava socialmente, fato raro no sul racista dos anos 50. Elvis ia aos serviços de igrejas protestantes de negros para cantar hinos gospel).

O rádio perdia seu público para a televisão e procurava capturar os jovens com o tipo de música criada ao gosto dos adolescentes. Embora as "bobby-sockers" (mocinhas de meias soquetes brancas) desmaiassem por Frank Sinatra, nenhum intérprete ainda tinha incendiado multidões, nem era tão adorado por homens e mulheres, adolescentes e senhoras. Elvis foi a primeira grande celebridade da música Pop.

Imortal foi um destino diferente do que ele sonhou em criança; queria ser motorista de caminhão, daí o topete lustroso, típico da profissão, na época. Tinha 17 anos e começava a dirigir, em 1953, ao gravar um demo no Memphis Recording Service. Não gostou, mas Sam Phillips, da Sun Records viu potencial naquela voz de barítono. Tinha achado, disse mais tarde, "um branco que cantava com sentimento de negro". O resto é história. Não importam as lendas - com quem Elvis transou, ou não transou, e por quê; se tinha fetiche por mocinhas; fixação na mãe; a cor dos cadillacs; as drogas que tomava; as circunstâncias de sua morte - Elvis continua vivo por sua música.

O fato é que Elvis recriou a música popular. Transmitiu sua arte de um modo que ninguém mais soube imitar na época ou agora e, sem pretender fundiu dois gêneros musicais extremamente relevantes: country e blues para criar um tipo híbrido de entretenimento popular, o Rock'n'Roll. Talvez porque muitos não entendessem que assistiam a uma revolução, e não ligassem a figura empevitada de Elvis à música em si, ficaram mais ligados à moralidade do evento. Críticos se recusaram a ver que aquela ginga frenética era o cantor que se movia ao balanço da música; era parte da perfomance. Elvis mudou não apenas sua própria cultura, ele mudou a cultura da América. Elvis foi, desde muito cedo, influenciado por artistas que cantavam nos clubes da histórica Beale Street, em Memphis (Bluesmen como Muddy Waters e Johnny Ace), e pelos gospels negros nas igrejas que lhe deram senso de ritmo. Disse Elvis uma vez à platéia: "Todos sabem que Rock'n'Roll, na base, é apenas a junção de country music e blues". Elvis foi o primeiro cantor branco a se abandonar languidamente e completamente na música e por isso se tornou eterno.

Ao lado do grande artista se formou também um homem torturado pela fama e pela impossibilidade de ser uma pessoa comum. Certa noite, no natal, muito triste Elvis gastou 85 mil dólares em presentes. Outra vez, comprou 14 cadillacs de uma só vez e deu um deles de presente para uma senhora negra que vinha passando na rua. Assistia a três canais de TV ao mesmo tempo e se entediava com todos. Alugava cinemas para sessões fechadas, só com alguns amigos, deu um mercedes ao seu médico particular, comprou dois aviões para suas viagens (apesar de morrer de medo de voar); Tinha tudo que o dinheiro podia comprar mas nunca se sentiu realmente feliz. As drogas foram sua válvula de escape e acabaram o levando à morte. Sua namorada na ocasião, Ginger Alden o encontrou morto de manhã, caído de bruços, no banheiro forrado de pelúcia de Graceland. Elvis Presley foi um grande artista, mas uma pessoa extremamente infeliz na sua vida particular.

Tudo isso agora é passado. Elvis ainda é o artista que mais vende CDs nos Estados Unidos, Seu último lançamento está vendendo assustadoramente. Elvis Presley está morto? é uma questão de ponto de vista. Muito roqueiro já famoso daria a vida para ter tanto sucesso e lucro.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 83

A Última Noite de Elvis Presley
"Na noite da morte de Elvis Presley em agosto de 1977, seu meio irmão Rick Stanley foi um dos últimos a vê-lo com vida. Rick Stanley prestou depoimento que se segue à revista People, mostrando aspectos ternos da personalidade de Elvis, embora sem fugir à realidade das drogas e do sexo. A vida com Elvis Presley, diz ele, era realmente sexo, drogas e rock'n'roll".

"Uma tarde minha mãe chegou em um bonito continental com um cara que era um perfeito estranho para mim. Saí da escola, e minha mãe estava no banco de frente com o cara, que nos apresentou como nosso novo pai, Vernon Presley e nós três (Rick e seus dois irmãos) fomos colocados no banco traseiro". Bem deixamos a escola e nos dirigimos para a mansão, Graceland. E de repente eis uma grande, bela casa. A primeiríssima coisa que notei foi aqueles guarda-costas - aqueles camaradas andando em volta com grandes armas debaixo do braço.

Dentro, andei num corredor cheio de espelhos e achei maravilhoso que aqueles grandes discos de ouro estivessem por toda parte. Elvis estava de pé junto ao toca-discos ouvindo música. Ele atravessou a sala, e eu soube na primeira vez que eu encontrei esse sujeito que ele era diferente. Então Elvis disse: "Estes são meus pequenos irmãos. É assim mesmo que eu vou tratá-los". Aqui está este cara, tão grande quanto a vida, 19 anos mais velho que eu, e ele nos torna em sua família. Elvis era uma pessoa realmente especial.

Na manhã seguinte eu saí, e lá estava ele. E também pôneis, gatos, cachorros, motonetas, bicicletas, e calções para nadar. Ele e seus empregados tinham ido à loja para comprar todos aqueles brinquedos só para mim e meus irmãos. E Elvis quebrou o hábito de dormir o dia todo só pra ver meu rosto brilhando quando vi aquilo tudo.

Eu me senti muito em casa quando estava em Graceland. Vivemos com Vernon como vizinhos de porta, e quando Elvis estava em casa, eu ia vê-lo. Elvis adorava assistir ao futebol. Eu segui seu exemplo, e passávamos horas e horas no quintal. Um dia ele decidiu que queria consertar as cercas. Saiu e com um martelo e pregos, e enfiou dez pregos em uma tábua só, feito criança.

Quando eu tinha 17 anos, estava começando nas drogas e Elvis deu a entender que poderia ajudar a endireitar as coisas. Queria que eu fosse trabalhar com ele como seu auxiliar pessoal, mas sabia que seria difícil convencer minha mãe a me deixar pôr o pé na estrada. Então ele disse que eu teria um tutor especial, poderia estar na igreja todas as manhãs, todas aquelas coisas diferentes.

Minha primeira viagem foi a Washington. Estávamos no avião, ele à janela, e eu à sua direita. Elvis apenas olhou pra mim e disparou: "eu sou seu professor" - com aquele grande riso em sua face. "vou ensinar tudo o que você precisa aprender, e, portanto tudo o que você vir ou ouvir no caminho, não diga nada em casa ok?"

Fomos para o hotel, ficamos cinco minutos, e todas aqueles garotas estavam lá. Todos aqueles caras tinham posto garotas a nos esperar! Nenhuma das esposas teve permissão para sair em viagens conosco e aquela era um das razões. Elvis olhou para mim e disse: "Tem duas meninas que eu arranjei e estão vindo para cá. Joyce e Janice". Ele era um homem casado e não arranjou só uma garota, arranjou duas!!

Era a noite em que Elvis me iniciou naquilo que apelidava de "Máfia de Memphis". Chamou-me às quatro ou cinco da manhã e me mandou procurar um chessburguer, Washington afora. Era dezembro de 1970, tempo gelado. Quando disse que queria chessburguers, eu respondi: "Onde vou encontrá-los?" e ele disse: "Isto é com você, se vira". Liguei para o vigia noturno, ele não sabia. Então eu literalmente me lancei nas ruas da capital e encontrei um lugar. Coloquei os chessburguers dentro do casaco e corri todo o caminho de volta para o hotel. Subi as escadas, entrei no quarto, e uma das garotas estava lá. Peguei os chessburguers e estendi para Elvis, e ele disse: "Não quero. Eu estava só lhe experimentando, para ver se você é capaz de fazer coisas assim".

Muitas vezes eu tomei conta dele quando estávamos na estrada. Ficou claro que precisava cuidar de toda a comida. Cuidei do guarda roupas e das jóias, escureci as janelas para o sol não entrar, arrumei o quarto e carreguei o kit que continha todos os remédios (drogas) dele. Também cuidava de seus documentos como a carteira de agente especial do FBI que lhe foi dado pelo presidente Richard Nixon. Quando estava fora do palco era minha responsabilidade pôr uma toalha em volta de seu pescoço, um copo de água na mão, um casaco nas costas. Normalmente, no carro, ficávamos ele e eu no banco de trás, com alguém dirigindo.

As garotas estavam sempre à mão. Era só apanhar a que ele queria. E ele queria uma a cada noite. Tinha de ter alguém na cama. Não penso que o sexo fosse o motivo principal o tempo todo. O fato era que odiava ficar só. Se não houvesse uma garota eu dormia ao pé da cama.

Eu sempre instruía as garotas que passavam a noite com Elvis. Dizia o que ele gostava e não gostava. Dizia que se as coisas deveriam andar do jeito correto. Dizia que Elvis gostava de comer na cama, então eu colocava um espécie de mesa sobre a cama. Dizia que Elvis sempre comia e dormia de pijama, e que eu deixava alguns de seus pijamas em cima da banheira para elas. E dizia que Elvis insistia que todas as pessoas em volta dele estivessem limpas, portanto elas deviam tomar banho antes de colocar os pijamas.

Elvis sempre pareceu solícito. Importava-se com as pessoas. Seus atos de generosidade para com gente totalmente estranha estavam em toda parte. Posso lembrar crianças em cadeiras de rodas vindo atrás do palco antes dos concertos e Elvis visivelmente comovido e estremecido. Ficávamos até preocupados, pensando se ele seria capaz de cantar em situações assim.

Na última noite de sua vida, eu acabara de desligar o telefone. Falava com minha namorada, Robyn. Através dos anos ela me encorajava a largar as drogas, e, quando estava pendurando o telefone, ia dizer que alguma coisa precisava acontecer para trazer minha vida de volta. Subi as escadas e sentei na cama com Elvis. Ele puxou os óculos sobre o nariz - tinha aquela espécie de olhar cortado ao meio - e encostou o canto dos óculos na boca. Realmente pareceu frio. Suas costeletas estavam grisalhas. Estava muito maduro. Parecia muito, muito cansado, não fisicamente cansado, mas emocionalmente gasto.

Enquanto sentávamos e conversávamos um pouco, ele me entregou um pedaço de papel, a resenha do livro "Elvis, o que aconteceu?" escrito por seus guarda-costas. Falava do abuso de drogas e de sua vida particular. Fez duas perguntas: "O que Lisa Marie vai falar disso?" e eu não tive muito a responder. Apenas disse: "Bem, ela é sua filha. Estou certo que ela te ama". E então me perguntou: "O Que os fãs vão pensar disto?", e mesmo sem pensar eu fui capaz de dizer: "Bem, eles te amam incondicionalmente".

Ele falou durante muito tempo. Uma viagem começava no dia seguinte e ele não estava excitado sobre isso tudo. Quando eu ia embora, Elvis disse: "Não quero ser perturbado, não quero ser aborrecido". Muitas vezes eu tinha visto Elvis fora de si quando ia ao banheiro, ficava sentado e caía. eu tinha de levantá-lo quando aquilo acontecia. Muitas vezes. E esta é a minha teoria sobre a morte de Elvis. Veja aquele tapete grosso. Grande, Grosso. Naquela noite, quando ele caiu pra frente, sendo tão pesado, e estando fora de si, não conseguiu levantar-se com suas próprias forças. E sufocou no tapete.

"Alguém disse uma vez que as três palavras mais ouvidas no mundo ocidental eram: Jesus, Coca-Cola e Elvis Presley. Quando você pára e pensa em usar essa fama para alguma coisa boa, bem, então eis aí um final feliz"

RICK STANLEY largou as drogas e com o apoio de sua namorada Robyn conseguiu sobreviver e retomar sua vida. Hoje Rick é pastor na Igreja Batista de Tallahasse, Filadélfia.