sábado, 9 de abril de 2011

John Adams

John Adams foi uma figura importante na luta pela independência americana e segundo presidente dos Estados Unidos. Durante a sua presidência, Washington se tornou a capital americana. John Adams nasceu em 19 de outubro de 1735 em Braintree (agora Quincy), Massachusetts, filho de um fazendeiro. Adams se formou pela Universidade de Harvard em 1755 e tornou-se advogado. Em 1764 casou-se com Abigail Smith, uma mulher inteligente e independente que forneceu o marido um apoio considerável ao longo de sua carreira. A partir de meados da década de 1760, Adams começou cada vez mais a opor-se a legislação britânica em sua colônia americana, começando com a Lei do Selo. Apesar de sua hostilidade para com o governo britânico, em 1770, ele defendeu os soldados britânicos envolvidos no massacre de Boston. Isto tornou-o impopular, mas marcou-o como um homem de princípios elevados.

No primeiro e segundo Congresso continental, onde representou Massachusetts, Adams usou sua elegante escrita e habilidades de oratória para persuadir outros colonos sobre a necessidade de oposição a Grã-Bretanha, e a luta da causa pela independência da América. Ele trabalhou no comitê que posteriormente iria redigir a Declaração de Independência dos Estados Unidos. Durante a Guerra Revolucionária, ele acabou tomando parte no Conselho de Guerra, ajudando a levantar fundos com o objetivo de equipar o exército americano. Também colaborou ativamente na criação da marinha dos Estados Unidos. Em 1778 Adams foi enviado para Paris em uma missão diplomática. Ele voltou para lá em 1780 e, em 1783, foi um dos três norte-americanos a assinarem o Tratado de Paris, colocando fim da Guerra da Independência Americana. Entre 1785 e 1788, Adams atuou como o primeiro embaixador americano na Grã-Bretanha.

Em seu retorno à América, ele foi eleito o primeiro vice-presidente na chapa de George Washington e serviu por dois mandatos. Na campanha presidencial de 1796 acabou enfrentando forte oposição à sua candidatura dentro de seu próprio partido. Assim Adams acabou se filiando ao Partido Federalista onde foi eleito presidente. A deterioração das relações com a França levou a uma guerra naval não declarada entre os antigos aliados. Em 1798, Adams assinou o controverso ato que limitavam os direitos à liberdade de expressão. Isso praticamente destruiu sua popularidade, criando atos de repúdio e oposição em todo o país. Ao mesmo tempo, Adams enfrentou a oposição entre seus próprios aliados políticos. Ele resistiu às exigências de uma guerra declarada contra a França e esse foi um dos principais fatores que o fizeram perder a eleição de 1800 para Thomas Jefferson. Depois da derrota John Adams decidiu se aposentar da política, se estabelecendo definitivamente em sua cidade natal de Quincy. Ele faleceu em 04 de julho de 1826, depois de ter sobrevivido para ver a eleição de seu filho mais velho, John Quincy Adams, como sexto presidente dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

Zumbi

Essa é uma pergunta que incomoda, incomoda muito! Na realidade longe da história oficial existe o mundo real, onde os personagens históricos nem sempre foram tão politicamente corretos. Se formos pensar em termos reais o fato é que um homem como Zumbi deixou inúmeras lacunas sobre sua verdadeira identidade. As informações são esparsas, dispersas, pois infelizmente havia poucos negros letrados naqueles tempos e isso causou um problema histórico gigantesco pois eles não escreveram sua própria história. O que temos são registros de pessoas da época que não conviveram dentro de Palmares, tendo que se contentar muitas vezes com a palavra de pessoas que supostamente teriam feito parte do quilombo. O que se pode dizer com uma certeza é que havia escravidão dentro da própria sociedade negra africana. Veja, muitos escravos que eram vendidos no litoral para os traficantes brancos tinham sido capturados por outros negros. Dentro do continente africano valia a lei da força bruta. Uma tribo em busca de riquezas invadia as terras de outra tribo e caso se tornassem vencedores na guerra transformavam todos os membros da aldeia conquistada em escravos. Mulheres, idosos e crianças eram vendidos pelo melhor preço. Em determinado momento o branco europeu não mais adentrava o continente em busca da tão valiosa mão de obra escrava pois grupos negros levavam escravos para os portos e os vendiam aos donos de navios negreiros.

Sim, a verdade histórica é politicamente incorreta. Não há hoje como negar que havia muitos negros no longo elo do tráfico de escravos negros para as Américas. Pois bem, dentro dos quilombos também havia uma sociedade estratificada, onde os poderosos tinham poder de vida e morte sobre os subordinados. Zumbi estava no topo da escala social de seu povo, era um monarca, um rei. E como todo rei negro africano também tinha seus escravos. Olhando sob esse prisma chegamos numa conclusão curiosa: Zumbi ao fundar seu quilombo não tinha em mente destruir o sistema de escravidão reinante na colônia, mas sim deixar de ser um escravo, subir na hierarquia social da sociedade e não acabar com a escravidão, até porque se até ele mesmo tinha escravos porque iria se auto prejudicar em sua propriedade? A visão de abolir a escravidão é um ponto de vista universal, amplo, objetivo. A visão que Zumbi tinha era puramente subjetiva pois o que queria mesmo era deixar de ser escravo de alguém, acima de tudo.

O escravo negro não era considerado uma pessoa do ponto de vista jurídico, mas um bem, uma coisa. E como coisa ele fazia parte do direito de propriedade de seu dono. Se Zumbi tinha escravos obviamente que eles também faziam parte de sua riqueza pessoal. Para ostentar seu domínio dentro do quilombo ele também tinha que ter poder político e poder econômico, e para isso não iria se desfazer de parte de sua propriedade, defendendo uma ideologia que lhe era desconhecida até então. Parece espantoso, mas a verdade pura e simples é que os pensamentos iluministas e abolicionistas não tinham chegado a Zumbi e ao seu povo. Era necessário haver um sistema cultural erudito para isso, entender de filosofia e até mesmo de teologia, algo que escapava para a realidade daquelas pessoas. Assim Zumbi é um símbolo controverso para o movimento negro. Certamente ele representa hoje em dia algo, mas em seu tempo isso era ainda uma abstração que não fazia parte da mentalidade da sociedade quilombola da qual fazia parte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A Batalha da Inglaterra

O sonho de Hitler era invadir a Inglaterra logo após a queda da França e demais países do leste europeu. Afinal de contas ele estava mesmo em seu auge de conquista. A tática alemã de guerra relâmpago (Blitzkrieg) havia colhido excelentes frutos. A rendição do exército francês pegou todos de surpresa, uma vez que o país era um potência militar desde os tempos de Napoleão Bonaparte. O que Hitler não levou em conta foi o fato de que os ingleses não iriam se render de forma tão fácil, pelo contrário, iriam lutar até o último homem. Em discurso pelo rádio o primeiro ministro Winston Churchill garantiu que o povo inglês jamais se entregaria ao nazismo. Em uma frase que ficou famosa ele declarou: "Não prometo nada, apenas sangue, suor e lágrimas". E assim foi.

O plano de Hitler tinha dois objetivos bem claros, duas etapas. O primeiro seria destruir as forças armadas inglesas com bombardeios diários nas principais cidades inglesas e seus centros industriais. Depois quando o complexo militar britânico estivesse de joelhos começaria a invasão pela costa sul da ilha. Mais uma vez Hitler e seus generais não levaram em conta a força de resistência do império britânico. De fato os alemães jamais colocariam as botas em solo inglês. A tão falada operação aérea se revelou logo um desastre.

Apesar de ter grande poderio a Luftwaffe, força aérea nazista, não foi páreo para a RAF (A força real inglesa), que foi para o confronto direto usando caças mais ágeis, facéis de manobrar e com mais poder de fogo. Os aviões alemães eram de fato muito bons, porém se mostraram pesados no ar, com pouca versatilidade e autonomia. A tecnologia de ponta do caça Spitfire, proporcionando grande poder de manobra dos aviões ingleses foi decisivo para sua vitória no espaço aéreo. Com baixas de elevado número não houve como completar a segunda fase da invasão da Inglaterra, uma vez que os ingleses se mostraram fortes o suficiente para destruir os planos de Hitler nos ares da Grã-Bretanha.
 
RAF Spitfires e Hurricanes
A defesa da pátria durante a Batalha da Grã-Bretanha foi dominado pela parceria entre os aviões RAF Spitfires e Hurricanes, monoplanos, com assento único e quatro pares de metralhadoras Browning. Os dois aviões de combate entraram em serviço com apenas poucos meses de diferença. O Hurricane era uma aeronave robusta, com uma plataforma de arma estável, capaz de absorver uma enorme quantidade de danos durante a batalha, um poder de resistência bem maior do que o Spitfire ou o seu adversário alemão Bf-109.

Ele foi projetado por Sir Sydney Camm e foi o último de uma longa linha de aeronaves Hawker, todos caracterizados pela sua construção robusta, primorosa. Ao longo da guerra estima-se que o Hurricane tenha abatidos 656 combatentes inimigos e bombardeiros, contra 529 aviões destruídos pelos Spitfires. Por sua vez, era uma aeronave extremamente avançada - um metal especialmente desenvolvido, originando um monoplano com trem de pouso retrátil, cockpit fechado e oito armamentos pesados de combate. Os primeiros Hurricanes entraram em serviço em dezembro de 1937. Foi um avião essencial na derrota da batalha da Inglaterra. O Spitfire, foi projetado e construído por Reginald Mitchell J. Logo se tornou a última palavra em tecnologia de uma longa linha de desenvolvimento da indústria bélica inglesa. 

O grande diferencial foi a abordagem de um projeto diferente, inovador. Sua asa elíptica clássica foi o resultado de provas de velocidade realizadas na década de 30. O design acabou vencendo o Troféu Schneider de inovações de guerra. Durante os testes, ligas leves foram projetadas para reduzir o peso, dando ao caça qualidades aerodinâmicas perfeitas. A potência do motor também exigiu a criação de combustíveis especiais. O resultado de tudo isso foi um salto de qualidade no desenvolvimento de projeto de aeronaves monoplano. com grandes avanços na tecnologia de motor que foi compartilhada por ambas as aeronaves.


Pablo Aluísio. 

10 Erros Sobre a Guerra Civil Americana

1. A Guerra foi causada pelo fim da escravidão
Muitas pessoas pensam que a Guerra Civil foi causada pelo fim da escravidão. Os estados do Sul não aceitaram a abolição e por isso entraram em guerra. Na verdade a abolição se deu no transcorrer da guerra. Lincoln até mesmo sugeriu que os estados sulistas mantivessem seus escravos e caso fossem libertos a União pagaria aos fazendeiros por seu prejuízo.

2. Lincoln acreditava na igualdade entre brancos e negros
Em um discurso o presidente Lincoln falou com todas as palavras que negros eram inferiores a brancos e que por isso não podiam votar, nem exercer cargos públicos ocupados por homens brancos. Só quando a guerra civil chegou ao seu auge, com radicalismo de posições foi que o presidente americano finalmente cedeu e mudou de opinião.

3. A União tinha melhores generais que a Confederação
Basta consultar os números. Em geral morriam mais soldados da União do que confederados nas batalhas. No geral a União venceu realmente a guerra por ter mais poderio econômico e mais homens, armamentos e indústrias de armas.

4. Robert Lee acreditava piamente na causa confederada
Na verdade o General Lee sabia que os confederados perderiam a guerra desde o começo. Ele só foi para as fileiras do exército rebelde em nome de seu amor por seu estado natal. Chegando no sul encontrou um exército com muitos problemas em termos de equipamentos e material humano. Ele jamais chamou os ianques de inimigos, pois os considerava irmãos e compatriotas. Lee costumava se referir ao exército da União como "aquela gente".

5. O General Grant era um gênio militar
De todos os generais da União, Ulysses Grant foi o mais celebrado após o fim da guerra civil. Considerado um medíocre em West Point, a academia militar onde se formou, ele acabou se destacando durante o conflito por ser ousado e procurar pelo confronto direto. Lincoln se irritava geralmente com seus outros generais pois eles eram vacilantes e lentos. Grant ia para o campo aberto. Certa vez o presidente se referiu a ele da seguinte maneira: "Não posso me desfazer desse homem! Ele luta!". Depois da guerra Grant seria eleito presidente dos Estados Unidos.

6. Todos os sulistas queriam a guerra
Um erro geralmente repetido afirma que todo o povo do Sul queria a separação da União. Uma mentira. Muitos setores importantes dentro dos estados sulistas queriam continuar dentro da União. A decisão de se separar do norte foi tomada pelas casas legislativas de cada estado, sem maior participação popular.

7. Os ianques se comportaram como heróis
Na verdade as tropas da União muitas vezes agiram com extrema brutalidade contra a população civil. O general Sherman era particularmente conhecido por seus atos abusivos. Em determinado momento determinou aos seus homens que agissem em relação às mulheres do sul como se estivessem na presença de prostitutas. Nem é preciso dizer que isso causou um número alarmante de estupros nas cidades conquistadas pelos ianques do norte.

8. A Inglaterra queria a vitória da Confederação
Outro fato não verdadeiro que ganhou a chancela de muitos historiadores. Na verdade a Inglaterra procurou se manter neutra na maior parte do tempo. A confederação tentou o reconhecimento da Inglaterra em prol de sua causa, reconhecendo internacionalmente as novas nações rebeldes, mas isso jamais ocorreu de fato.

9. Os sulistas lutaram por ideologia na guerra
Um fato pouco comentado é que o governo confederado impôs por decreto o alistamento militar obrigatório para todos os homens do sul dos 17 aos 60 anos. Assim muitos soldados confederados lutaram não por acreditarem na causa, mas simplesmente porque eram obrigados pela lei.

10. Lincoln foi assassinado por um complô do governo confederado
Nada foi provado até hoje. Na realidade, assim como aconteceu com JFK, a morte desse presidente parece ter sido causada por um ato isolado de poucos indivíduos, fanáticos sulistas que quiseram se vingar da derrota na guerra, matando o presidente enquanto ele assistia a uma peça de teatro.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

História da Guerra Civil Americana

Se você gosta de história, uma boa dica de leitura é esse "História da Guerra Civil Americana" de autoria do escritor John D. Wright. Muito embora o texto em si não tenha uma visão crítica dos acontecimentos, Wright narra em ordem cronológica todos os principais eventos do conflito que mais perdas causaram ao povo americano. De um lado o Norte do país, com estados industrializados, cidades cosmopolitas e aversão completa ao instituto da escravidão negra. Do outro os estados sulistas, com a economia fortemente embasada nos pilares do plantation, onde o grande motor econômico era a exportação para França e Inglaterra do algodão, com farto uso de mão de obra negra escrava em grandes fazendas. Os nortistas ficaram conhecidos como ianques, com fardas azuis e os sulistas, que também lutavam pela secessão dos Estados Unidos, foram denominados de confederados, com uniformes cinzas. No meio de tudo estava o presidente americano Abraham Lincoln, que lutava para manter o país unido sob uma mesma bandeira.

Além do aspecto jurídico, social e econômico, a guerra civil americana também mostrou que nem os heróis são isentos de demonstrarem momentos de vacilação e medo. Um exemplo vem do próprio Lincoln retratado em suas páginas. Como se sabe o presidente americano hoje é visto como um símbolo de virtuosidade, mas no calor dos acontecimentos as coisas não foram bem assim. Na véspera da saída de vários estados da União, o presidente, temendo uma cisão completa, realizou um discurso lamentável, afirmando que não iria abolir a escravidão no sul americano, até porque ele acreditava que "negros não são iguais aos brancos." em suas próprias palavras. Não satisfeito ainda declarou: "Não podemos afirmar que eles possam ser igualados aos brancos. Não queremos que votem ou tenham os mesmos direitos que a raça branca, que é obviamente superior a todos eles". Pois é, só quando a coisa toda desandou completamente, com a declaração da confederação e a guerra batendo as portas da Casa Branca é que Lincoln finalmente abraçou a causa da abolição.

Outro personagem digno de nota que surgem das páginas desse excelente livro é o general Ulysses S. Grant. Ele começa a guerra como um oficial desacreditado. Formado entre os piores de sua classe em West Point se mostra um homem importante dentro do campo de batalha. Ao contrário de seus superiores, que tinham receios de enfrentar os confederados de frente, Grant ia diretamente ao confronto direto, vencendo inúmeras batalhas, o que era justamente o que faltava para a União naquele momento, pois poucos sabem, mas a confederação sulista havia vencido as principais batalhas no começo da Guerra civil. Grant também era um sujeito sui generis. Beberrão e despojado, se misturava com seus soldados no front, participando ativamente do corpo a corpo, o que lhe trouxe uma incrível fama de bom líder e guerreiro leal entre os soldados ianques. Esse seu jeito decisivo de participar da guerra levaria Lincoln a elogiar Grant sempre que possível. Aconselhado a demitir o general por causa de seu estilo arrojado e pouco convencional do que se esperaria de um general do exército, o presidente teria dito: "Não posso me desfazer desse homem, ele luta!". Anos depois o próprio Ulysses S. Grant se tornaria presidente dos Estados Unidos.

Já o general Sherman, outro herói ianque da guerra, é retratado como um militar linha dura, chegando às raias da crueldade. Quando os nortistas invadiram a capital do sul, Richmond, Sherman deu ordens diretas aos seu homens para que incendiassem e pilhassem tudo o que encontrassem pela frente, inclusive com abusos (até de ordem sexual) contra as mulheres sulistas que ousassem enfrentar as tropas. Isso bem demonstra que nem sempre os heróis do passado agiam com heroísmo. Sherman foi violento e irracional em muitos momentos da guerra. Por fim, como é de se esperar de uma história da guerra, nada melhor também do que conhecer os grandes nomes do outro lado também. Entre os oficiais confederados nenhum se destacou mais do que Robert Lee, o famoso general que largou o exército da União para se juntar ao exército confederado. Considerado um tradicionalista, um oficial justo e honesto, Lee acabaria se tornando o maior ícone da causa confederada na guerra civil. Ele sabia que o sul não teria chances de vencer a guerra, mas como era natural da região deixou seu lado mais pragmático de lado para lutar ao lado daqueles que considerava o seu povo. No final seus esforços foram em vão pois o sul perdeu a guerra, não por falta de coragem ou bravura, mas sim por não ter a mesma estrutura econômica e financeira do norte rico e industrial. Algo que também aconteceria na segunda guerra mundial, afinal de contas guerras são vencidas geralmente pelo lado mais rico do ponto de vista puramente econômico e financeiro.

Pablo Aluísio.

O Comunismo é uma Utopia!

Certamente existem pessoas que se dizem de esquerda que são bem intencionadas. A ideia central do comunismo onde tudo seria comum a todos é muito atraente, além de socialmente justa. Infelizmente esse tipo de ideologia também exige uma postura que sinceramente nunca foi implantada em lugar nenhum. O que temos visto desde sempre em relação a regimes comunistas é que tudo se torna mero pretexto para enriquecimento pessoal dos detentores do poder. Isso quando não desanda para uma ditadura brutal e sanguinária.

Certamente eu nunca vou abraçar a ideologia do socialismo simplesmente porque sou cristão e acredito na existência de Deus. O comunismo e o cristianismo são forças que se repelem. O comunismo é ateu por definição. Karl Marx, seu principal articulador, era ateu e considerava a religião danosa, uma simples ferramenta de dominação das classes dominantes. Ele virava os olhos para as boas ações praticadas por religiões ao redor do mundo. Tinha uma visão muito fixa e contrária contra todo tipo de sentimento religioso. Isso por si só já me repele de adotar qualquer tipo de ideologia socialista e comunista em minha vida. Isso obviamente é algo que diz respeito a mim mesmo. Uma visão e postura pessoal.

Porém a ideia de repartir, de evitar a exploração de classes, me parece bem adequada mas certamente jamais será implantada. Sempre haverá uma classe dominante. Basta olharmos para os exemplos dos regimes comunistas como a ex-URSS, Cuba, China ou Coréia do Norte. Todas são violadoras de direitos humanos, oprimem a imprensa livre e formam castas de pessoas que dominam as demais de forma brutal e violenta. Ora, isso não é uma dominação de classe? Claro que sim! Não adianta você se auto intitular representante da classe trabalhadora se não trabalha e não respeita o direito alheio ou se usa a ideologia comunista apenas para em última análise ficar rico. Penso que se não deu certo na União Soviética, que tinha uma sociedade complexa e plural, não dará certo em lugar nenhum, em época alguma. Sempre haverá exploração, dominação e barbárie.

Como eu disse, a ideia básica do comunismo não é má, só que na prática não consegue se impor porque desde que o ser humano surgiu na face da Terra ele tentará impor sua opinião aos outros, buscará a riqueza material para si e combaterá os inimigos de seu status quo. Por isso afirmo que o comunismo é uma utopia e só existe no mundo das ideias pois de certa forma vai contra a própria natureza humana que é a do "meu" e não a do "nosso". Se o comunismo não conseguiu se impor em nações intelectualmente desenvolvidas, com altos índices de escolaridade, o que dirá de regiões mais pobres do globo como a América Latina. Aqui não existe socialismo verdadeiro mas uma manipulação do pensamento comunista para se chegar ao poder. Uma vez lá o ciclo de reinicia, com a busca de enriquecimento pessoal e dominação completa dos setores da sociedade.

Eu afirmo, seria o primeiro a compartilhar tudo o que tenho com o meu próximo, mas não dar o que eu tenho para o enriquecimento de falsos membros da esquerda. Imaginem, o sujeito se auto intitula um socialista aqui dos trópicos ao mesmo tempo em que anda de carro de luxo BMW ou almeja comprar um apartamento em Nova Iorque. Eu lhe pergunto: isso é um socialista verdadeiro ou um mentiroso que está usando a ideologia socialista para enriquecer ao velho estilo capitalista? Volto a dizer, dentro da sociedade humana sempre haverá dominados e dominadores. O que muda é a desculpa para impor a dominação - e ultimamente o socialismo tem sido utilizado para justamente isso. O tão cultuado Fidel Castro é um dos homens mais ricos do mundo! Por isso abra os olhos. Comunista com carro do ano importado, apartamento na praia, iates, vida de luxos e riquezas, nunca foi um verdadeiro comunista mas apenas um mentiroso que usa a ideologia de esquerda para ficar rico e nada mais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Friedrich Nietzsche: Humano, demasiado humano

A vida para Friedrich Nietzsche (1844 - 1900) não foi nada fácil. Aclamado como um dos maiores filósofos da história após sua morte, o autor teve uma vida trágica e breve. Extremamente inteligente e culto, Nietzsche não tinha uma vida social. Na realidade sentia-se bastante deslocado na presença de muitas pessoas. Não gostava muito de gente como confessou certa vez. Preferia a solidão, onde podia desenvolver melhor suas ideias. Leitor voraz, não deixava passar nenhum livro em suas mãos sem antes dar uma conferida sobre do que se tratava, mesmo que o assunto não fosse de seu grande interesse. Quando tentou se aproximar de alguém, de seu ídolo musical, Wagner, o achou um sujeito muito banal, decepcionante até. Sua convivência com o famoso compositor lhe renderia uma frase bastante conhecida. Ao resumir o antigo ídolo (pois passou a achar essa coisa de ter ídolos muito banal) disse que ele era simplesmente "humano, demasiado humano..."

Não cabe aqui nesse enxuto texto tratar ou analisar a essência de sua obra (que considero de grande relevância) mas sim trazer um pouco do ser humano por trás das letras. Afinal de contas Friedrich Nietzsche não foi apenas um nome na capa de seus livros mas um homem comum que viveu e sofreu em sua vida, tal como todos nós.

Nietzsche nasceu numa família tradicionalmente religiosa. Sua linhagem era de grandes pastores, homens que entregaram sua alma a Deus. O próprio Nietzsche porém não se sentia à vontade nesse papel, até porque ele tinha sérias dúvidas sobre a existência de uma entidade divina, criadora do céu e da Terra. Vendo as injustiças do mundo e as barbaridades que eram cometidas em seu Nome, ele acabou desenvolvendo um ceticismo natural que iria se refletir em seus livros de filosofia. Isso daria origem a uma de suas frases mais citadas e conhecidas, a de que "Deus estava Morto!". Assim Friedrich Nietzsche desenvolveu uma obra de complexo teor filosófico, mas que tinha como uma de suas bases a crueza do mundo real, e não aquilo que ele considerava puro fruto da imaginação humana. Deuses e criaturas espirituais eram incabíveis em sua análise do mundo e da sociedade. Claro que tal postura e ponto de vista traria grande desgosto em seu seio familiar. Para fugir dessa pressão e sentimento de desilusão, o jovem Nietzsche resolveu adotar uma vida errante, vivendo aqui e acolá, em quartos baratos, sempre solitário, não procurando criar laços sentimentais e de amizade com quem quer que seja.

Embora se sentisse livre, esse tipo de vida também cobrou seu preço. Nietzsche gostava de frequentar tabernas e também prostíbulos. Naquela época não havia consciência de preservação em relação a doenças venéreas e numa dessas idas a lugares como esse o escritor acabou contraindo a terrível sífilis, uma doença infecciosa sexualmente transmissível. Sem cura e tratamento eficaz naqueles tempos ela iria destruir aos poucos o grande pensador. Em seu estágio final a infecção se espalha para o cérebro, o sistema nervoso, o coração, a pele e os ossos, transformando seu portador em uma sombra do que um dia foi. A razão, tão importante para o pensamento e a obra de Friedrich Nietzsche, foi sumindo aos poucos. Ele passou a apresentar sinais de desequilibro mental, falando com animais irracionais e tendo arroubos de megalomania, algo que jamais havia feito parte de sua equilibrada personalidade antes.

Durante uma caminhada viu um cavalo puxando uma carroça e caiu em brandos, abraçando o pobre animal, afirmando que sentia sua dor! Depois fez um irritado discurso a transeuntes afirmando que havia escrito os maiores livros de filosofia de todos os tempos mas que ninguém dava a menor importância para eles - e que naquela altura de sua vida estava cansado de dar pérolas aos porcos alemães. Após ter mais crises como essas foi finalmente levado a um hospital onde ficou claro que estava perdendo o controle de sua racionalidade. A sífilis finalmente havia destruído seu sistema nervoso central. Ele passaria dez anos de sua vida completamente fora da realidade até morrer de forma completamente inglória, na miséria, vivendo de favor na casa de sua irmã que não pensou duas vezes antes de adulterar muitos de seus escritos, colocando conceitos que jamais tinham sido pensados por ele, como a de uma raça superior e ariana - ideias que seriam incorporadas pelo regime nazista anos depois.

Friedrich Nietzsche morreu pobre, ignorado e foi enterrado em uma cova rasa, quase como se fora um indigente ou mendigo. O tempo porém traria reconhecimento. Embora em vida nunca tivesse sido reconhecido seus livros aos poucos foram sendo redescobertos nos meios acadêmicos. Poucos anos depois de sua morte sua obra começou a despertar interesse dos grandes pensadores alemães, servindo inclusive de referência para obras ainda mais complexas. Nietzsche acabou alcançando o patamar de grande mestre e um revolucionário dentro da filosofia. Conceitos seus entraram no dia a dia dos grandes filósofos e ele finalmente foi chamado de grande pensador - algo que nunca foi feito em vida. O tempo fatalmente lhe fez justiça, ainda que tardia.

O melhor da obra de Nietzsche:
Assim Falou Zaratustra (1883)
Para Além do Bem e do Mal (1886)
Genealogia da Moral (1887)
O Anticristo (1895)

Pablo Aluísio.

Stálin: Sangue e Morte ao Povo Russo

Stálin foi um dos maiores genocidas da história. Líder máximo do regime comunista socialista soviético, ele matou milhões de pessoas. Sua liderança foi uma das mais brutais que se tem notícia. Não raro Stálin ordenava a execução de milhares de russos, muitos eram deportados para a fria e distante Sibéria e lá morriam, geralmente de fome e frio, sem nem ao menos saber do que eram acusados. Por isso causa muita estranheza a um jovem ouvir de qualquer líder socialista brasileiro que ele é um autêntico "Stalinista" - o que estaria tentando dizer com isso? Que era também a favor dos genocídios promovidos por Stálin?

No fim da vida o ditador começa a dar sinais que estava ficando completamente louco. Não dormia mais como uma pessoa comum e promovia longos jantares no Kremlin, em horários indecentes e inapropriados. Não raro Stálin convocava seu gabinete de governo para ir jantar com ele... às quatro horas da manhã! Esses jantares eram verdadeiros momentos de terror e tensão para seus aliados mais próximos pois a qualquer momento Stálin poderia se indispor com um deles à mesa e isso significava apenas uma coisa: que ele seria assassinado antes do nascer do sol. Não era algo incomum Stálin implicar com algum membro de seu governo durante o jantar. Muitas vezes não havia razão para isso mas Stálin gostava de manter todos apavorados. De repente durante um jantar sem fim ele poderia mandar todos calarem a boca, olhar para alguém na mesa e perguntar: "Por que você está com esse olhar estranho hoje? Está pensando em algo? Está conspirando contra mim?". Depois disso o sujeito alvo poderia se considerar morto pois era quase certo Stálin mandar que fosse fuzilado nos campos ao redor do Kremlin.

Tão paranóico ficou em seus últimos dias que as pessoas do Kremlin temiam até mesmo falar ou se encontrar com ele em sua sala. Em seu último mês de vida Stálin estava convencido que havia um complô para lhe matar. Embora tenha lutado contra Hitler e o regime nazista, Stálin era tão antissemita quanto o ditador alemão. Odiava judeus em geral. Um de seus últimos decretos condenava um grupo de intelectuais judeus à morte. A maioria deles eram médicos da universidade de Moscou, cientistas e homens brilhantes. Stálin não quis nem saber, mandou todos para a morte e não foi só - matou suas esposas, filhos e até tios, caso fossem muito próximos. A morte desses intelectuais judeus foi logo interpretado pelo povo como uma nova onda de mortes promovidas pelo regime Stalinista que estava por vir.

Alguns dias antes de morrer Stálin comentou com pessoas próximas que iria realizar um "ataque nuclear contra os Estados Unidos" pois dizia que mais cedo ou mais tarde a Rússia seria varrida do mapa pelos americanos. Assim na dúvida era melhor destruir a América antes. Segundo algumas biografias isso acabou selando o destino do insano ditador. Os membros mais próximos de seu gabinete chegaram na conclusão que seria melhor matar Stálin antes que ele levasse o mundo à destruição completa. E assim o fizeram. O velho e paranóico Stálin teria sido encurralado em seu escritório e morto asfixiado por Beria, um psicopata que liderava o serviço secreto russo, com a ajuda de Nikita Khrushchov. Assim salvariam o mundo de um trágico destino. Oficialmente foi comunicado ao povo que Stálin havia morrido "do coração" e nada mais.

Stálin foi enterrado sob forte comoção do povo russo, que havia sido submetido a décadas de culto à personalidade do líder soviético. Depois de pouco tempo porém sua imagem onipresente foi sendo varrida do mapa. Nas ruas, praças e prédios públicos, Stálin foi gradualmente sumindo. Na convenção anual do partido comunista o agora líder Khrushchov resolveu tornar públicas as acusações de crimes contra a humanidade promovidas pelo louco insano Stálin. Em determinado momento assumiu que o regime de Stálin havia matado mais pessoas do que a ditadura nazista do Terceiro Reich de Adolf Hitler. Era uma forma de passar a limpo uma das fases mais sangrentas e aterrorizadoras da história do comunismo soviético.

Pablo Aluísio.