segunda-feira, 10 de junho de 2019

A Espiã Vermelha

A história desse filme é baseada em fatos reais. A protagonista se chamava Joan Stanley. Ele foi uma física inglesa que acabou sendo recrutada para participar da equipe que iria tentar produzir a primeira bomba atômica da Inglaterra. Isso nasceu da necessidade de vencer os alemães na II Guerra Mundial. Era imperioso construir essa nova arma nuclear antes dos nazistas, pois caso contrário tudo estaria perdido. Só que havia um problema com Joan. Ela era apaixonada, desde os tempos de universidade, por um jovem com ideais socialistas. Um típico jovem que acreditava que o comunismo iria trazer a resposta para todos os problemas da humanidade. Consumida por essa paixão ela começou então a repassar ao namorado segredos militares da Inglaterra. Esse por sua vez enviava todo o material para a União Soviética.

Várias pessoas acabariam sendo presas e acusadas de traição porém por uma ironia do destino Joan escaparia do serviço secreto de sua majestade. Só muitos anos depois, quando já estava com mais de 80 anos de idade é que tudo veio à tona. A "Red Joan" (Joan vermelha) como ficaria conhecida, havia sido desmascarada como uma das mais eficientes espiãs da história da guerra fria. E imaginar que tudo havia começado apenas porque ela era apaixonada por um jovem idealista, de viés de esquerda, que acreditava que o que acontecia na Rússia era uma maravilha e que iria trazer igualdade para toda a sociedade. Um típico inocente útil (seu final foi bem trágico, é bom frisar, morto justamente por aqueles em quem ele acreditava cegamente!). Pois bem, temos aqui sem dúvida um bom filme, valorizado pela atuação da excelente veterana  Judi Dench que interpreta Joan na velhice. Imagine o choque de seus vizinhos quando descobriram que aquela amável velhinha havia traído seu país durante a guerra fria. Só isso já justificaria uma boa olhada nessa produção.

A Espiã Vermelha (Red Joan, Inglaterra, 2018) Direção: Trevor Nunn / Roteiro: Lindsay Shapero, baseada no livro escrito por Jennie Rooney / Elenco: Judi Dench, Sophie Cookson, Stephen Campbell Moore / Sinopse: O filme conta a história de Joan Stanley, uma inglesa que passou segredos militares envolvendo a construção da bomba atômica para a União Soviética durante a guerra fria.

Pablo Aluísio.

Sindicato da Violência

Título no Brasil: Sindicato da Violência
Título Original: Act of Vengeance
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Home Box Office (HBO)
Direção: John Mackenzie
Roteiro: Trevor Armbrister, Scott Spencer
Elenco: Charles Bronson, Ellen Barkin, Ellen Burstyn, Wilford Brimley, Hoyt Axton, Robert Schenkkan

Sinopse:
Após a morte de um grupo de trabalhadores, um homem comum chamado Joseph 'Jock' Yablonski (Charles Bronson) decide se candidatar ao cargo de presidente do sindicato da categoria. A partir dessa decisão ousada ele se torna um alvo de sindicalistas corruptos e violentos que não querem perder seu poder.

Comentários:
Nos anos 80 Charles Bronson estava em plena atividade. Seus filmes de ação faziam sucesso e ele tinha se tornado um astro do gênero. Essa produção foi feita diretamente para a TV a cabo, um conceito novo que estava surgindo nos Estados Unidos e que aqui no Brasil ainda era algo muito distante da nossa realidade. Na verdade foi um dos primeiros filmes feitos pela HBO, mostrando que já naquela época o canal tinha força suficiente para bancar seus próprios telefilmes. No Brasil esse "Sindicato da Violência" ficou bem conhecido por ter sido reprisado até com uma certa frequência pela Rede Globo por anos a fio. Eu me lembro bem de ter assistido pela primeira vez no Supercine que exibia filmes inéditos nas noites de sábado. E certamente o filme não decepcionava os fãs do bom e velho Charles Bronson. Com um bom roteiro, explorando corrupção sindical, o filme não deixava a desejar nos quesitos ação e violência. O próprio Bronson encarnava mais uma vez seu personagem típico, a do cara durão que mais cedo ou mais tarde tinha que fazer justiça pelas próprias mãos. Para quem gostava de seu trabalho no cinema não havia nada melhor.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de junho de 2019

O Rei da Água

Título no Brasil: O Rei da Água
Título Original: The Waterboy
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Frank Coraci
Roteiro: Tim Herlihy, Adam Sandler
Elenco: Adam Sandler, Kathy Bates, Henry Winkler, Fairuza Balk, Jerry Reed, Lawrence Gilliard Jr

Sinopse:
Bobby Boucher (Adam Sandler) é considerado um bobão pelos jogadores de futebol americano onde ele é apenas um auxiliar, o encarregado de dar água aos atletas. Sua sorte muda quando o treinador de um time rival decide escalar ele como jogador. E então Bobby se torna uma estrela do esporte.

Comentários:
Todo filme com Adam Sandler é ruim? Depende. Isso vai da cabeça de cada um, do tipo de filme que o espectador está esperando assistir. É a tal coisa, o Sandler foi um campeão de bilheteria nos Estados Unidos, o que bem demonstra que seu tipo de humor é apreciado em seu país. No Brasil ele nunca foi muito popular, embora vários de seus filmes tenham sido lançados nos cinemas, em circuito comercial. Nunca fizeram muito sucesso, mas bem que as distribuidoras tentaram. Esse aqui não é dos piores, tem até seus momentos divertidos, mas no geral segue sendo o típico filme de Adam Sandler, ou seja, um roteiro bem mais ou menos tentando tirar humor de situações nem tão engraçadas assim. Além disso como o filme explora o mundo do futebol americano e os brasileiros não dão a menor bola para esse esporte as coisas realmente ficam complicadas. No geral é uma "Sessão da Tarde" sem muita inspiração e é só.

Pablo Aluísio.

Divinos Segredos

Título no Brasil: Divinos Segredos
Título Original: Divine Secrets of the Ya-Ya Sisterhood
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Callie Khouri
Roteiro: Mark Andrus
Elenco: Sandra Bullock, Ellen Burstyn, Fionnula Flanagan, James Garner, Ashley Judd, Maggie Smith

Sinopse:
Filme com roteiro baseado no romance escrito por Rebecca Wells. Conta a história de um grupo de amigas que na adolescência forma uma espécie de irmandade. Os anos passam e elas sempre continuam próximas. Filme indicado ao Teen Choice Awards.

Comentários:
Um bom filme mostrando a amizade que supera o tempo envolvendo amigas de uma cidade do interior dos Estados Unidos. É uma daquelas produções especialmente recomendadas para o público feminino, embora os homens também possam vir a apreciar a história que é ao mesmo tempo dramática e tocante, com pontuais momentos de bom humor. Essa adaptação cinematográfica só nasceu por insistência da estrela Sandra Bullock. Ela conseguiu reunir um bom elenco, inclusive com veteranas de primeira linha como a sempre ótima Maggie Smith. Obviamente por tratar de um tema tão terno o filme não chegou a ser um sucesso de bilheteria. É algo mais contido, mais sentimental, nada a ver com as comédias bobonas que a Bullock se acostumou a fazer para gerar lucro para os estúdios. Sendo assim esse drama atemporal e nada pretensioso, que atravessa gerações de suas personagens, poderia ser até mesmo considerado um dos melhores filmes da atriz. Quem diria...

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de junho de 2019

Dumbo

Gostei demais dessa nova versão de "Dumbo". A versão original é o famoso desenho animado da Disney feito na década de 1940. Como o estúdio está fazendo a cada ano novas versões de suas antigas animações clássicas já era esperado esse novo filme. Devo dizer que o diretor Tim Burton realizou um excelente trabalho. Com um orçamento de 170 milhões de dólares ele fez não apenas um filme tecnicamente perfeito, mas também com muito coração. O Dumbo aqui é totalmente digital, porém passa uma expressividade que impressiona. A tecnologia em computação gráfica atingiu uma perfeição nesses últimos anos que fica quase impossível distinguir o que é real do que é criado por computador. Os olhos do Dumbo passam muito sentimento e alma. Realmente impressionante.

Além disso Tim Burton acertou também na escolha do elenco. Velhos parceiros do diretor retornam como Michael Keaton, aqui como um empresário inescrupuloso do mundo do entretenimento. Porém há também caras novas como a ótima  Eva Green. Ela sempre teve um estilo gótico que combina muito bem com o próprio estilo de Tim Burton. É de se admirar que tenham trabalhado poucas vezes juntos antes! Aqui temos mesmo um elenco perfeitamente adequado ao clima do filme. Até mesmo  Colin Farrell surpreende como o sujeito que se apresentava como cowboy no picadeiro e que acaba perdendo seu braço na guerra, voltando para retomar sua vida, agora viúvo e com dois filhos pequenos para criar.

E por falar em picadeiro, circos, etc, esse é um mundo em que Tim Burton se sentiu completamente à vontade. Todos os seus filmes sempre tiveram essa direção de arte muito própria. O mundo de um circo do começo do século XX com aquele misto de decadência e arte combinaram perfeitamente com o modo de ser de Burton. Até mesmo o circo mais moderno para o qual Dumbo vai mantém aquele estilo vintage que traz muito para o filme como um todo. De todas essas novas versões da Disney para seus velhos clássicos esse "Dumbo" foi um dos que mais me agradaram. O roteiro também explora, com muita sensibilidade, a questão da exploração dos animais nos circos. Uma bela mensagem sobre o direito dos animais de viverem livres em seu habitat natural. Enfim temos aqui um excelente filme, simplesmente imperdível para quem aprecia os filmes da Disney.

Dumbo (Estados Unidos, 2019) Direção: Tim Burton / Roteiro: Ehren Kruger, baseado no romance de Helen Aberson / Elenco: Colin Farrell, Michael Keaton, Eva Green, Danny DeVito, Alan Arkin / Sinopse: Em um pequeno circo decadente nasce Dumbo, um elefante com enormes orelhas. Inicialmente dado como esquisito ele surpreende a todos quando mostra que pode voar! O que poderia ser mais atrativo para um circo do que isso? Claro que com o sucesso logo pessoas inescrupulosas chegam para tentar explorar esse novo astro circense.

Pablo Aluísio.

Apollo 11

Documentário sobre a missão espacial Apollo 11. Nessa missão histórica o astronauta Neil Armstrong se tornaria o primeiro homem a tocar suas botas no solo lunar. Um feito realmente grandioso. O documentário em si é bem objetivo. Não ha narração. Tudo o que se ouve são os áudios extraídos da própria missão. Astronautas se comunicando com sua base. Nada mais. Já as imagens são bem impressionantes. Tenta-se captar com elas não apenas a missão em si, mas também a reação do público que acampou perto da base de lançamento para assistir a tudo, em primeiro mão. Corria o ano de 1969 e muitas das imagens captadas em velhas câmeras super-8 também fazem parte do acervo de imagens que vemos aqui.

É um bom complemento ao filme que recentemente foi lançado mostrando a mesma missão, só que com atores. Nesse aqui vemos os próprios astronautas, com a equipe formada por Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins, momento antes de decolar, no espaço e finalmente na Lua, no momento em que tocaram seu solo. A única crítica que eu teceria sobre tudo não se refere ao documentário, mas sim à própria NASA. É impressionante como uma missão tão importante para a história da humanidade não tenha contado com um plano de filmagem mais bem elaborado. Quando Buzz desce da Eagle, por exempo, ao invés de Neil Armstrong filmar a icônica cena ele apenas tira três fotos! Foi realmente uma falta de planejamento por parte da agência espacial americana. No mais vale como registro. Se o tema lhe interessa e você deseja captar o clima e a tensão que aconteceram naquele momento não vejo nada no mercado tão bom como esse filme.

Apollo 11 (Estados Unidos, 2019) Direção: Todd Douglas Miller / Roteiro: Todd Douglas Miller / Elenco: Neil Armstrong, Buzz Aldrin, Michael Collins, Jim Lovell, Joan Ann Archer, Janet Armstrong / Sinopse: Esse documentário conta, em imagens e áudios reais, a história da missão espacial Apollo 11 que colocou o primeiro homem em solo lunar. Filme vencedor do prêmio de Melhor Documentário no Sundance Film Festival.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Van Helsing - Missão Londres

Título no Brasil: Van Helsing - Missão Londres
Título Original: Van Helsing: The London
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Cartoon Studios
Direção: Sharon Bridgeman
Roteiro: Garfield Reeves-Stevens, Judith Reeves-Stevens
Elenco: Hugh Jackman, Robbie Coltrane, David Wenham, Grey Griffin, Dwight Schultz, John DiMaggio

Sinopse:
Gabriel Van Helsing (Hugh Jackman) é enviado pelo Vaticano para uma nova missão nas ruas escuras de Londres. Uma série de crimes envolvendo mulheres precisa ser desvendado. Caberá a Van Helsing solucionar as mortes, descobrindo a identidade do assassino.

Comentários:
É uma animação que serviu de complemento ou de publicidade a mais para o filme "Van Helsing", aquele mesmo com o ator Hugh Jackman como o protagonista. Aliás o ator aqui decidiu dublar o personagem também na animação, algo raro em sua carreira. É curioso, porque na obra original "Drácula" de Bram Stoker, o Van Helsing é um velhinho, um professor de idade avançada que resolve enfrentar o conde vampiro. Já no filme (e nessa animação) o Van Helsing virou um homem jovem, forte e cheio de armas especialmente produzidas para lidar com todos os tipos de monstros. Claro, esse tipo de "nova roupagem" soa estranha e desproporcional sob qualquer ponto de vista. E para enrolar ainda mais o meio de campo a animação traz o vilão Mr. Hyde de "O Médico e o Monstro". Até uma Rainha Vitória que vai da velhice à juventude é colocada no roteiro, mas sinceramente falando nada disso ajuda muito. Considerei essa animação bem fraca.

Pablo Aluísio.

Batman do Futuro - O Retorno do Coringa

Título no Brasil: Batman do Futuro - O Retorno do Coringa
Título Original: Batman Beyond - Return of the Joker
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: DC Comics, Warner Bros
Direção: Curt Geda
Roteiro: Paul Dini
Elenco: Will Friedle, Mark Hamill, Kevin Conroy, Angie Harmon, Dean Stockwell, Teri Garr

Sinopse:
Após décadas desaparecido o criminoso Coringa (Mark Hamill) está de volta a uma Gotham City do futuro, onde tudo parece diferente, menos a sede de vingança do palhaço assassino e psicopata. Seu objetivo seria se vingar do Batman original, mas como ele não mais existe, ele foca em Terry McGinnis, o Batman do futuro.

Comentários:
Animação baseada nos personagens criados por  Bob Kane. Essa versão futurista do Batman nunca pegou muito bem. Se não me enganou seu título mensal de quadrinhos já foi há bastante tempo cancelado nos Estados Unidos (por falta de vendas) e no Brasil ele nunca chegou a ter uma edição própria. De qualquer maneira a Warner ainda tentou emplacar esse novo Batman lançando uma série de desenhos animados e essa animação em longa-metragem que chegou a ser lançada no Brasil no mercado de video (idem nos Estados Unidos). No geral não temos nada de muito importante. O único aspecto que merece algum elogio a mais vem do elenco de dubladores com destaque para o "Luke Skywalker" de Star Wars Mark Hamill que se especializou em dublar o Coringa! Seu trabalho é realmente excepcional, por isso assista a versão legendada para não perder seu trabalho. E o que dizer do veterano Dean Stockwell dando voz ao Robin Tim Drake? Só muito talento para colar algo assim. Então é isso. O tal Batman do Futuro nunca chegou a dar muito certo, mas pelo menos rendeu alguns momentos de pura diversão como temos aqui.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Deeply: O Segredo

Título no Brasil: Deeply: O Segredo
Título Original: Deeply
Ano de Produção: 2000
País: Canadá, Alemanha
Estúdio: Bellwood Stories
Direção: Sheri Elwood
Roteiro: Sheri Elwood
Elenco: Kirsten Dunst, Lynn Redgrave, Julia Brendler, Trent Ford, Alberta Watson, Anthony Higgins

Sinopse:

O filme conta a história de uma jovem que perde seu namorado ainda muito cedo. Claro que um drama como esse lhe causa grande trauma emocional e psicológico. Ela então decide se recuperar numa ilha próxima ao continente e lá conhece uma velha escritora que lhe dará algumas lições de vida.

Comentários:
É um bom drama de época, um desses romances ao estilo antigo que hoje em dia se tornam cada vez mais raros. O filme tem boa fotografia, uma reconstituição de época correta e a boa presença da atriz Kirsten Dunst. Sua personagem é uma mocinha que ainda precisa entender o destino e as reviravoltas que podem acontecer na vida de cada pessoa. Assim temos um lado bem romântico aliado a um lado mais ácido da vida. Lynn Redgrave interpreta a velha senhora, uma mulher que procura um sentido na vida escrevendo histórias e romances, alguns reais, outros frutos de sua imaginação. É um filme até lírico nessa proposta, com muitas cenas impactantes como a bela Kirsten, queimada de sol, correndo pelas areias da praia enquanto a trilha sonora dá o tom mais dramático. Assim se você aprecia esse tipo de filme, mais romantizado, mais sentimental, essa pode ser uma boa opção para o fim de noite.

Pablo Aluísio.

Mutação 2

Título no Brasil: Mutação 2
Título Original: Mimic 2
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Jean de Segonzac
Roteiro: Donald A. Wollheim
Elenco: Alix Koromzay, Bruno Campos, Will Estes, Gaven E. Lucas, Edward Albert, Jon Polito

Sinopse:
Quatro anos depois dos acontecimentos do primeiro filme, quando todos pensavam que tudo estaria sob controle, novas criaturas geneticamente modificadas começam a emergir dos esgotos de Nova Iorque causando pânico e terror por onde passam.

Comentários:
É curioso que essa franquia "Mimic" não tenha ido muito longe. Filmes com insetos gigantes já eram moda nos anos 1950. Então os produtores do estúdio Dimension pretenderam dar início a uma nova onda desse tipo de filme B, mas não foram muito longe. Nesse aqui investiram apenas 10 milhões de dólares, com quase todo o orçamento direcionado para o setor de efeitos especiais, principalmente nas criaturas que se mostram basicamente como baratas gigantes misturadas com DNA humano. Afinal os monstros são os maiores atrativos dessa fita, isso ninguém discute. Então já sabe, se você não suporta baratas é melhor ficar longe desse filme. No mais o que temos aqui é o velho feeling dos filmes ao estilo trash que fizeram a felicidade de muitos guris ao longo das gerações. No estilo "quanto pior, melhor" o que vale é a diversão de ver todo aquele elenco desconhecido sendo devorado por insetos gigantes. Assim meus caros, isso é basicamente tudo o que você vai encontrar aqui. Compre bastante pipoca, apague as luzes e boa sessão de cinema trash.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Pokémon: Detetive Pikachu

Essa marca Pokémon é uma verdadeira indústria cultural. Está em games, desenhos animados, revista em quadrinhos e centenas de produtos licenciados. Uma verdadeira máquina de fazer dinheiro ao estilo japonês. Agora chega aos cinemas. Certo, algumas animações já tinham sido lançadas nos cinemas antes, mas nada como esse novo filme, todo feito com atores de verdade e muita computação gráfica de última geração. A boa notícia é que dessa vez capricharam mesmo na produção. Claro, é algo feito para a criançada, mas deve-se dizer que os pais também vão curtir, porque é bem divertido no final das contas.

A única crítica maior que eu teria a fazer é essa coisa de transferência de mentes de pessoas para os bichinhos. É algo meio no estilo cyberpunk que não sei se as crianças pequenas vão entender direito. Isso explica porque o Pikachu no filme fala e tem uma personalidade meio cínica. Não me lembro de ver nada parecido nos desenhos, gibis, etc. Se bem que não sou nenhum especialista nesse universo, nesses personagens. Posso até estar exagerando, pois estou aqui subestimando a esperteza das crianças hoje em dia, mas mesmo assim ainda penso que eles deveriam ter escolhido outro caminho, mais bobinho, vamos colocar assim. De qualquer forma, mesmo com esse aspecto mais desconfortável, acabei gostando de praticamente tudo. Valeu assistir, mesmo não fazendo parte do público alvo desse tipo de produção. E os japoneses... bem, eles obviamente vão faturar mais números milionários com esse novo lançamento. São as regras do capitalismo, meu caro!

Pokémon: Detetive Pikachu (Pokémon Detective Pikachu, Estados Unidos, Japão, Canadá, 2019) Direção: Rob Letterman / Roteiro: Dan Hernandez, Benji Samit / Elenco: Ryan Reynolds, Justice Smith, Kathryn Newton, Bill Nighy, Ken Watanabe / Sinopse: Pikachu está de volta! Porém tem problemas. Ele não se lembra de nada e perdeu a pista de seu antigo mestre. Agora ele resolve se unir ao filho de seu antigo criador para localizá-lo, mas essa jornada não será nada fácil pois poderosos vão impedir a dupla de chegar ao seu objetivo. 

Pablo Aluísio.

O Segredo do Sucesso

Título no Brasil: O Segredo do Sucesso
Título Original: Good Advice
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Evolution Entertainment
Direção: Steve Rash
Roteiro: Daniel Margosis, Robert Horn
Elenco:  Charlie Sheen, Angie Harmon, Denise Richards, Jon Lovitz, Rosanna Arquette, Estelle Harris

Sinopse:
O executivo Ryan Turner (Charlie Sheen) tenta a sorte grande em Wall Street, mas se dá muito mal. Sem dinheiro e na bancarrota acaba tendo que ir morar no apartamento da namorada, a jornalista Cindy Styne (Denise Richards). Então ele começa a escrever uma coluna, assinando o nome dela. E pasmem, tudo se torna um grande sucesso editorial!

Comentários:
O ator Charlie Sheen tinha tudo para se tornar o novo Tom Cruise. Além de serem parecidos fisicamente, tinham começado quase na mesma época. Sheen havia atuado em dois clássicos dos anos 80, "Platoon" de Oliver Stone e "Wall Street". Só que ao contrário de Cruise não conseguiu se firmar como astro de primeira grandeza no cinema americano. O que aconteceu? Duas palavras... drogas e sexo! Pois é, Sheen se envolveu em tantos escândalos que seu nome foi se tornando tóxico entre os produtores. Com isso ele foi sumindo das grandes produções, se resumindo em comediazinhas como essa. Sem qualquer relevância cinematográfica maior esse "Good Advice" não serve para muita coisa. É um filme que anda completamente esquecido. O assisti pela TV a cabo lá por maio de 2004 e depois nunca mais revi! Não é mesmo um daqueles filmes que você queira rever. Plenamente esquecível é apenas uma lembrança da decadência de Charlie Sheen no mundo do cinema. Uma ladeira que não teve mais volta!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de junho de 2019

Retorno a Howards End

Um filme tipicamente britânico, bem sofisticado e elegante, contando com a assinatura do talentoso cineasta James Ivory; O roteiro é baseado na obra do romancista E.M. Forster que publicou seu romance originalmente em 1910. Assim somos apresentados aos principais personagens. As irmãs Margaret Schlegel (Emma Thompson) e Helen Schlegel (Helena Bonham Carter) vivem em Londres. Ambas são solteiras. Margaret acaba se aproximando de Ruth Wilcox (Vanessa Redgrave) e se torna sua amiga. Ela é esposa de um bem sucedido homem de negócios chamado Henry Wilcox (Anthony Hopkins). O que Margaret não sabe é que Ruth está em seus últimos dias de vida. Assim ela acaba sendo surpreendida por sua morte após algumas semanas. Um choque na sociedade londrina.

Sem saber de nada, Ruth deixa de herança para Margaret sua casa de campo,  Howards End, um lugar bucólico e muito agradável onde ela passou sua infância. Só que o marido Henry esconde esse fato. Ele quer deixar o imóvel para seu filho mais velho. O destino porém tem suas artimanhas e assim o viúvo acaba se apaixonando pela amiga de sua esposa falecida. Após alguns desencontros eles finalmente decidem se casar. A irmã mais jovem Helen não simpatiza muito com o novo marido dela, uma vez que ela tem suas próprias ideias de liberdade social, que conflitam quase sempre com o capitalista que Henry se torna. Para piorar um conhecido, o desafortunado Leonard Bast (Samuel West), perde seu emprego, justamente por algo que Henry indiretamente causa. Esse e outros acontecimentos acabam desgastando o relacionamento entre as irmãs. Helen vai embora morar na Alemanha. Quando retorna a situação se complica ainda mais, gerando um grande mal-estar entre todos os envolvidos.

Esse filme tem muitas características de outra produção inglesa que gosto muito, "Vestígios do Dia". É praticamente a mesma equipe técnica, o mesmo produtor (Ismail Merchant, antigo parceiro de Ivory) e a mesma classe e sofisticação. É curioso porque a casa de Howards End funciona não apenas como cenário para as cenas, mas também como um catalisador de momentos importantes. Sempre que algo fundamental na trama vai acontecer o escritor Foster desloca todos os personagens para esse lugar bem bucólico, longe da agitação de Londres. Com excelente elenco e uma nobreza ímpar, esse filme é essencial para quem aprecia o melhor do cinema inglês dos anos 90.

Retorno a Howards End (Howards End, Inglaterra, 1992) Direção: James Ivory / Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala, baseado na obra de E.M. Forster / Elenco: Anthony Hopkins, Emma Thompson, Vanessa Redgrave, Helena Bonham Carter, Samuel West / Sinopse: Após a morte de sua amiga Ruth Wilcox (Vanessa Redgrave), Margaret Schlegel (Emma Thompson) se casa com seu marido Henry Wilcox (Anthony Hopkins). Afinal ambos são livres e desimpetidos, nada tendo contra esse casamento. Só que a irmã mais jovem de Margaret, a temperamental Helen Schlegel (Helena Bonham Carter), não gosta de Henry e seu jeito de ricaço arrogante, criando assim um abismo entre elas. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Emma Thompson), Melhor Roteiro Adaptado (Ruth Prawer Jhabvala) e Melhor Direção de Arte (Luciana Arrighi e Ian Whittaker).

Pablo Aluísio.

As Bruxas de Salém

É assombroso saber que a história desse filme realmente aconteceu em Salem, uma cidadezinha à beira-mar durante o século XVII. Até hoje os historiadores não chegaram em um consenso sobre o que de fato aconteceu. Seria um delírio coletivo? Uma contaminação com fungos venenosos? Ou tudo não passou mesmo de um surto de fanatismo religioso sem freios? Pode ser que tenha sido tudo isso ao mesmo tempo. O fato é que mais de duzentas pessoas foram acusadas de bruxaria! Quase vinte delas foram enforcadas! Tudo se baseando em depoimentos de meninas (meninas mesmo, pois algumas tinham apenas 14 anos de idade) que começaram a dizer que o demônio havia tomado conta da vila.

O roteiro desse filme não segue tão de perto os eventos históricos. Na realidade ele é baseado mais na peça teatral escrita por Arthur Miller. Na época ele próprio estava sendo perseguido por um novo tipo de caça às bruxas, também conhecido por Macarthismo, que via comunistas em todos os setores da sociedade americana. Por isso escreveu a peça, para fazer uma inteligente analogia entre o que havia acontecido em Salem e o que estava acontecendo nos Estados Unidos durante a década de 1950. Seria a mesma paranoia insana. De qualquer forma o que historicamente aconteceu em Salem serviu de base para o argumento de Miller. Encaixou tudo muito bem.

No filme tudo começa com algo simples, banal. Um grupo de jovens de Salem decide fazer um ritual na floresta. Quem comanda tudo é a escrava Tituba. É algo até bobo, um tipo de simpatia para atrair os homens pelos quais elas eram apaixonadas. Bobagem adolescente. Só que o ritual acaba sendo pego em flagrante pelo pastor local. E aí começa a loucura. As meninas começaram a inventar mentiras, querendo com isso cair fora de uma suposta acusação de bruxaria. Só que isso desencadeia algo sem limites, pois em pouco tempo todo mundo praticamente passa a ser acusado de bruxaria. Um tribunal de inquisição protestante (sim, porque todos eles eram protestantes) começa a perseguir pessoas inocentes. Uma mera palavra mal colocada já servia como indícios de bruxaria. Uma insanidade completa. Desnecessário dizer que o filme é excelente. Todos os personagens são bem construídos, com uma reconstituição histórica perfeita. Só não espere por um final feliz, isso realmente você não vai encontrar aqui.

As Bruxas de Salém (The Crucible, Estados Unidos, 1996) Direção: Nicholas Hytner / Roteiro: Arthur Miller / Elenco: Daniel Day-Lewis, Winona Ryder, Paul Scofield, Joan Allen, Bruce Davison / Sinopse: Um grupo de meninas começa uma onda de acusações de bruxaria na pequena Salem, durante o século XVII. Isso desencadeia uma série de julgamentos que acabam executando pessoas inocentes na forca. História baseada em fatos reais. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz coadjuvante (Joan Allen) e melhor roteiro adaptado (Arthur Miller).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Alien 3

Resolvi rever ontem esse terceiro filme da série "Aliens". Tudo começa exatamente onde parou "Aliens, o Resgate". A Tenente Ripley (Sigourney Weaver) e o que restou da tripulação está vagando pelo espaço dentro de uma nave de salvamento. Ela está hibernando até que algo sai errado e o compartimento cai em um planeta inóspito. O lugar não poderia ser pior. É uma velha penitenciária semi desativada que agora funciona como fundição de metais pesados. Apenas 25 pessoas vivem ali. Só a escória, estupradores, assassinos, psicopatas, etc. Ripley é resgatada e descobre que ninguém da sua tripulação sobreviveu. Estão todos mortos, inclusive a garotinha que ela tanto se afeiçoou no filme anterior.

Para piorar o que já está bem ruim descobre-se que o Alien estava também dentro da nave. A criatura sobrevive à queda e sai em busca de um hospedeiro. Acaba encontrando um cão pela frente e aí começa o verdadeiro terror. Um a um os prisioneiros daquele lugar são devorados e levados como hospedeiros humanos do alienígena, só que esse parece ser de uma espécie diferente, pois apresenta ter maior inteligência, poupando propositalmente inclusive a vida da tenente por um motivo que só ficará mais claro depois. O roteiro desse terceiro filme inova ao procurar uma nova ambientação, um novo cenário para os ataques do monstro. Ao invés de tudo acontecer numa espaçonave, agora os corredores pouco iluminados daquele presídio se tornam o lugar ideal para os ataques.

Confesso que o filme decai um pouco a partir da terceira parte, quando tudo vira um jogo de gato e rato entre os homens e o aliens. A correria em câmera subjetiva já não tem mais o mesmo impacto de antes. Isso porém não tira o brilho das boas sacadas do roteiro, como o próprio destino inglório de Ripley (se você ainda não se lembra, ela se sacrifica, colocando um suposto ponto final na infestação); Além disso vale ressaltar o estilo mais realista e cruel do diretor  David Fincher; que inclusive quis filmar tudo em preto e branco e só foi contido por exigências do estúdio. Enfim, como ficção pessimista e violenta, esse "Alien 3" resistiu bem ao tempo. Não é tão bom como os dois primeiros filmes, mas continua sendo um filme muito bem realizado, que pode ser apreciado hoje em dia sem nenhum problema. Ele não envelheceu e pareceu melhorar mesmo com o passar dos anos.

Alien 3 (Alien³, Estados Unidos, 1992) Direção: David Fincher / Roteiro:  Vincent Ward, David Giler / Elenco: Sigourney Weaver, Charles S. Dutton, Charles Dance, Lance Henriksen / Sinopse: Após ficar no espaço hibernando, o compartimento de salvamento contendo o corpo de tripulantes mortos e a tenente Ripley chega em um planeta praticamente abandonado. Um velho presídio que hoje funciona como fábrica de fundição, com apenas 25 homens vivendo por lá. A presença de uma mulher no meio de todos aqueles homens, criminosos no passado, cria uma tensão no lugar. Porém nada será pior do que a presença do Alien, que também estava na nave que caiu. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.