sábado, 17 de setembro de 2011

Pink Floyd - Atom Heart Mother

Para muitos “Atom Heart Mother” foi verdadeiramente o primeiro disco de rock progressivo da história. Uma tentativa do grupo inglês Pink Floyd em levar o rock a patamares sequer imaginados em seu modesto inicio. De uma música simples, com poucos acordes, tocada por apenas quatro ou cinco músicos para uma perfeita junção com a grandiosidade da música clássica. O que mais impressiona o ouvinte aqui é o grau de experimentalismo e ousadia da banda que não teve receio nenhum de inovar, buscar outros caminhos, trilhar uma sonoridade ainda inédita dentro do rock mundial. Nesse aspecto o Pink Floyd foi completamente revolucionário. Os membros do grupo usaram tudo o que tinham em mãos, sua experiência na fase Syd Barrett e as tentativas posteriores de criar um som próprio, único. O álbum é um impacto ao ouvinte. A primeira faixa (que ocupava todo o lado A do vinil) é uma overdose de arranjos, sons e peças instrumentais. São 23 minutos de perfeita união entre conceitos eruditos e rock! Aqui o Pink Floyd usou de tudo, desde instrumentos clássicos a vocais de ópera. Posso afirmar sem receios que nenhum conjunto de rock tinha sido tão inovador, nem mesmo os Beatles. Genialidade em notas musicais.

Já o Lado B do antigo vinil era um pouco mais familiar e convencional aos ouvidos. “If”, por exemplo, é uma linda balada com melódico dedilhado de violão. Tudo muito suave em ótima vocalização, quase sussurrada. Soa quase como uma proposta de relaxamento após o monumental Lado A do disco. Sendo sincero se não fosse as guitarras ao fundo, “If” poderia ser até mesmo classificada como uma doce cantiga de ninar, tamanha sua suavidade. O tom segue na faixa seguinte, “Summer 69” onde Richard Wright mostra todo o seu talento de compositor, pianista e vocalista. Uma canção evocativa que nos transporta imediatamente para aqueles anos maravilhosos. Considero Wright um subestimado dentro da música do Pink Floyd. Não teve o reconhecimento devido. A última canção mais, digamos, convencional do álbum é “"Fat Old Sun" onde quem dá as cartas é o guitarrista David Gilmour. Encerrando esse grande disco temos a psicodélica e cinematográfica "Alan's Psychedelic Breakfast”, uma canção que só poderia ser lançada pelo Pink Floyd mesmo. A palavra chave aqui é vanguarda. Curiosamente o disco passa por uma revisão atualmente. Gilmour e Waters divergem sobre o resultado do álbum em determinados pontos. Para Gilmour o conceito era de fato fantástico mas faltava maior experiência para o Floyd naquele momento histórico. Em sua forma de pensar poderia ter saído melhor. Para Waters o disco é um marco mas não atendeu as suas expectativas. No fundo isso é um exercício de retórica vazia. O disco é um dos mais fantásticos da história do rock, dando inicio a toda uma nova era no gênero. Todo o resto se torna secundário.

Pink Floyd - Atom Heart Mother (1970)
Atom Heart Mother
If
Summer '68
Fat Old Sun
Alan's Psychedelic Breakfast

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

The Beatles - Edição III

The Beatles - Beatles For Sale - Parte 1 -"No Reply" é uma beleza de melodia. Com John Lennon nos vocais principais (em voz dobrada dentro dos estúdios), é um dos melhores momentos desse disco. Não sei exatamente a razão, mas essa canção sempre me levou a ter um sentimento de estar ouvindo uma antiga trilha sonora da era do cinema mudo, onde as trilhas dos filmes eram executados por pianistas dentro das salas de cinema. Tem uma sonoridade de música antiga, do começo do século XX. Poderia estar em uma velha película estrelada por Douglas Fairbanks.

Agora imagine ser um dos roqueiros mais populares do mundo, ser exaltado em todos os lugares por onde passava, com milhares de fãs lhe idolatrando, ter fama e sucesso financeiro e ainda assim escrever uma música chamada "Eu sou um Perdedor" ("I'm a Loser"). Foi justamente isso que John Lennon fez, bem ali na onda da Beatlemania. Era coisa para poucos. Na letra John afirmava várias vezes que era um perdedor e nada daquilo que as pessoas pensavam. John Lennon, sem favor nenhum, foi um dos maiores letristas da história do rock. E para deixar ainda mais sua marca registrada ele também acrescentou sua característica gaita. Lennon em estado puro.

"Rock and Roll Music" foi composta, gravada e lançada originalmente por um dos pais do rock, Chuck Berry. Esse foi um artista único, com uma história que era puro rock ´n´roll. Negro, sempre envolvido com tretas na justiça, onde vivia entrando e saindo da cadeia, era um tipo marginal em sua vida pessoal. Porém como artista seu talento era inegável. Certa vez John Lennon o encontrou pessoalmente em um programa na TV americana durante os anos 70. Sem nem pensar duas vezes se derreteu de elogios na frente dele, o chamando de "meu herói". Realmente, para aquela geração roqueira ele foi mesmo um símbolo, um herói do movimento.

"I'll Follow the Sun" é linda! Simplesmente isso, uma das mais lindas músicas gravadas pelos Beatles. É impressionante como aqueles jovens conseguiam criar algo tão belo no estúdio. O produtor George Martin também acertou muito ao sugerir aos Beatles que eles fizessem arranjos simples e belos, com solos de violão e o baixo de Paul em segundo plano, quase imperceptível. Esse tipo de sonoridade relaxante e romântica iria ressurgir alguns anos depois no clássico "Here Comes The Sun". Tinha o mesmo sentimento, o mesmo feeling.

The Beatles - Beatles For Sale - Parte 2 - "Eight Days a Week" quase virou canção tema do filme "Help!". Ela foi intitulada originalmente de "Oito braços para lhe abraçar" que era uma tremenda apelação de marketing para fisgar as fãs adolescentes dos Beatles. Depois de algum tempo John Lennon começou a achar tudo aquilo brega demais (e obviamente era algo bem pegajoso e bregoso), por isso o título da música foi finalmente mudado. È interessante também notar que os Beatles estavam bem pressionados para completar um disco para as festas de final de ano, por isso eles encaixaram essa música nesse álgum. Inicialmente ela foi pensada para fazer parte de "Help!", mas os Beatles mudaram de opinião sobre isso. Assim ela foi finalmente escalada para o "For Sale". Fez bem, se encaixando perfeitamente no repertório desse disco.

"Words of Love" é um cover dos Beatles com a imortal balada romântica escrita por Buddy Holly. Paul McCartney sempre foi um fã de carteirinha desse pioneiro do rock americano, a tal ponto que anos depois iria comprar os direitos autorais de toda a obra de Buddy Holly, que morreu muito jovem em um acidente de avião. Nesse mesmo evento trágico morreram também Ritchie Valens (de La Bamba) e Big Bopper, outro roqueiro da época. Como forma de homenagem e referência os Beatles então decidiram gravar essa criação imortal de Holly. Ficou linda a gravação, simplesmente irretocável. Um dos grandes momentos do disco.

"Mr. Moonlight" é outro cover. Foi composta por Roy Lee Johnson. Era uma daquelas canções que ninguém esperava encontrar em um disco dos Beatles na época. A sonoridade lembra o som que era mais comum nas décadas de 1930 e 1940, tendo pouco ou nada a ver com a imagem e a sonoridade dos Beatles naquela época. Pode-se inclusive imaginar como as fãs adolescentes dos Beatles se sentiram a ouvir algo tão fora da rota quando compraram o disco. Na parte interna do álbum havia uma grande foto dos Beatles na frente de ídolos da era do cinema mudo americano. Pois bem, isso sim era algo que combinava com "Mr. Moonlight".

The Beatles - Beatles For Sale - Parte 3 = Há duas músicas de Carl Perkins nesse disco dos Beatles. "Honey Don't" é a primeira. Esse country music foi escolhido a dedo por John Lennon para ser a faixa que Ringo Starr cantaria no álbum. Como se sabe os Beatles sempre deixavam uma música para Ringo cantar nos discos oficiais do grupo. Era uma maneira de valorizar o baterista, fazendo com que ele ganhasse auto confiança em si mesmo. E o timbre de Ringo era muito adequado para esse tipo de sonoridade. Nos primeiros discos dos Beatles sempre que surgia um country no estúdio, todo mundo já sabia, essa faixa seria gravada pelo Ringo.

"Everybody's Trying to Be My Baby" foi a outra composição de Carl Perkins que os Beatles escolheram para fazer parte do disco. Carl Perkins era um artista da Sun Records, a mesma gravadora de Memphis que havia descoberto Elvis Presley e Johnny Cash, entre outros tantos pioneiros da primeira fase do rock americano. Os Beatles eram fãs dessa geração de artistas. Na época era bem complicado achar um disco de Perkins na Inglaterra, mas eles conheciam suas músicas, principalmente por causa do rádio. O fato de Liverpool ser um dos portos mais movimentados da Inglaterra também ajudava aos rapazes. Havia sempre algum marinheiro disposto a vender cópias de discos para eles. E assim os Beatles foram conhecendo a nata da música dos Estados Unidos.  

"Kansas City/Hey-Hey-Hey-Hey!" era outro cover do rock americano. Essa foi composta pela exelente dupla Leiber e Stoller, que escreveram alguns dos maiores sucessos da carreira de Elvis Presley. É interessante que a ideia do medley surgiu quando os Beatles estavam em turnê nos Estados Unidos. Eles iriam tocar na cidade de Kansas City e improvisaram esse número para homenagear o público dessa cidade americana. A coisa deu tanto certo, teve tão boa receptividade, que John e Paul decidiram fazer uma versão de estúdio. Ficou, como era de esperar, realmente excelente.

John Lennon e Help! - Na foto ao lado vemos John Lennon na época das filmagens do filme "Help!". Com o tempo John foi ficando incomodado em fazer cinema. Ele costumava dizer que "os Beatles não são atores, mas músicos" e Lennon sabia que eram duas coisas diferentes. Ele também não curtiu muito o roteiro do filme, já que realmente era uma estorinha bem boba com vilões cartunescos tentando pegar um anel que havia sido comprado por Ringo.

Durante as filmagens John não se interessou muito pelo material. Ele estava tendo crises de criatividade e um pouco de depressão. O casamento ia mal, os Beatles já não interessavam a ele como no passado e tudo parecia estar sem sentido. Ele só iria recuperar o gosto por sua arte, segundo suas próprias palavras, anos depois quando iria conhecer a artista plástica Yoko Ono.

Em "Help!" John só se interessou pela parte musical. Ele compôs várias canções inéditas para a trilha sonora e resolveu até mesmo fazer um cover do rock "Dizzy Miss Lizzy". A música título do filme foi composta praticamente apenas por ele, com pequenas e pontuais colaborações do colega de banda Paul McCartney. O filme como cinema não agradou a John Lennon, a ponto inclusive dele ter dito a pessoas próximas que o roteiro era uma porcaria, uma besteira inútil.

The Beatles - Rubber Soul - Parte 1 - A música "In My Life" é certamente um dos maiores clássicos dos Beatles nesse álbum. Uma letra nostálgica em que John Lennon procurava relembrar as amizades e amores do passado. Uma letra autoral que de certa forma antecipava o que os Beatles iriam escrever em músicas como "Strawberry Fields Forever" e "Penny Lane", onde o passado surgia como tema principal. Nessa canção o produtor George Martin também colaborou bastante, ajudando ativamente nos belos arranjos finais que ouvimos na gravação oficial que saiu no disco "Rubber Soul".  

"Girl" foi outra criação de John Lennon. Em entrevistas nos anos 70, Lennon iria dizer que a música representava aquele tipo de garota ideal que todos um dia sonharam ter. E ele completou afirmando que essa garota ideal acabaria sendo a Yoko Ono. Pois é, o John já estava naquela fase obsessiva em relação a Yoko, sempre colocando ela em primeiro plano, mesmo em relação a músicas que tinham sido compostas antes mesmo de tê-la conhecido. Amor ilimitado é isso aí!

Se as duas músicas anteriores foram clássicos de John Lennon, músicas para se orgulhar até o fim de sua vida, a faixa "Run for Your Life" foi rejeitada por ele alguns anos depois. John chegou até mesmo a dizer que "sempre a detestou" e que a havia criado às pressas, para completar o disco. A letra hoje em dia seria considerada abominável, pois basicamente diz para uma mulher correr por sua vida... e isso dito por um homem! O que sugeria? Que iria bater nela ou até mesmo matá-la? E isso composto por John Lennon, que iria virar um símbolo da paz e amor dos anos que viriam? Realmente não é complicado entender porque John a renegou completamente alguns anos depois. Era uma letra embaraçosa para ele, de puro machismo sem noção.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

The Beatles - Edição II

John Lennon - 80 Anos  - Esse ano de 2020 há várias datas redondas envolvendo John Lennon. Nascido em  9 de outubro de 1940, John Lennon teria completado 80 anos de idade se estivesse vivo. No próximo dia 8 de dezembro se completará 40 anos de sua morte. John que viveu 40 anos, completa 40 anos de seu falecimento. Para relembrar John, Yoko Ono está promovendo o lançamento do CD duplo "Gimme Some Truth". Basicamente uma coletânea (Mais uma!), trazendo músicas apenas da carreira solo de Lennon. Em minha opinião seria mais interessante a reedição de todos os álbuns de John Lennon após a saída dos Beatles. Porém, Yoko preferiu mesmo colocar no mercado mais do mesmo.

O mais interessante nesses 80 anos de John Lennon veio de seu filho Sean. Ele entrevistou Elton John e Paul McCartney em um programa de rádio de Nova Iorque. Com Elton John a conversa foi das mais amigáveis. Elton relembrou que foi bastante próximo de John ali por volta de 1973, 1974, durante o chamado "fim de semana proibido". Foi Elton John inclusive que promoveu a reaproximação de John e Yoko, o que levou Sean a agradecer a ele por ter existido - afinal sem essa reconciliação o próprio Sean não teria nascido.

Com Paul McCartney a conversa também foi bem reveladora. Sean perguntou a Paul se ele ainda se lembrava da primeira vez que havia visto John. Paul disse que sua memória mais antiga era a de ver John em uma fila para comprar batatinhas fritas numa lanchonete de Liverpool. Ele ainda não conhecia John pessoalmente e Lennon chamou sua atenção porque ele usava cabelos longos, com costeletas, tal como Elvis. Isso era incomum em jovens de Liverpool na época.

Paul McCartney também contou a Sean que conheceu sua avò, Julia Lennon. Ela foi atropelada por um policial embriagado, fora de serviço. Ela ainda era jovem e essa morte abalou profundamente John. Paul disse a Sean que Julia era uma mulher fora dos padrões da época, que se divertia com os jovens amigos de John, que entendia sua piadas, que era uma pessoa divertida e parecia feliz. Esses dois programas de rádio, com as entrevistas, acabaram sendo o que de melhor tivemos até agora nesses 80 anos de John Lennon.

John Lennon - Gimme Some Truth
Pobre John Lennon. Foi morto com apenas 40 anos de idade, em um crime estúpido promovido por um ser humano desprezível. Morreu por nada, como se costuma dizer no ditado popular. De lá para cá já se passaram outros 40 anos. Lennon segue sendo um artista referencial dentro da cultura popular. E para não deixar passar em branco os 80 anos de nascimento do cantor e compositor, sua viúva Yoko Ono lançou no mercado essa nova coletânea de sua carreira solo.

Há duas formas de ver um novo álbum como esse. Se você é um fã dos Beatles de longa data, se já passou inclusive pelas outras várias coletâneas que já foram lançadas sobre Lennon em todos esses anos, então devo dizer que não há nada para você aqui. No máximo temos um trabalho melhor na qualidade musical das faixas, o que era de se esperar em termos da tecnologia do mundo atual. E isso, é bom frisar, nem sempre é tão bem-vindo assim pelos fãs mais antigos. Afinal eles querem ouvir as músicas de John Lennon com a sonoridade do passado, se possível em vinil mesmo, pois assim chegaram ao mercado. As tais falhas de qualidade sonora dos discos originais fazem parte do pacote. É um charme vintage que nem todos estão dispostos a abrir mão.

Agora, se você é um fã novato do mundo dos Beatles, se você não conhece nenhuma outra música da carreira solo de John Lennon a não ser "Imagine" (que qualquer pessoa no mundo já conhece) então pode ser uma boa opção. É um cartão de visitas ao material que John Lennon produziu quando deixou os Beatles. Pode ser um primeiro contato. Só não deixe de ir em busca de seus discos oficiais depois, para conhecer a fundo o tipo de música que Lennon produziu em sua carreira solo. Passa longe da genialidade dos álbuns dos Beatles, mas inegavelmente há bons momentos nesses discos dos anos 70. Afinal gênio é gênio, seja ao lado de outros gênios, seja produzindo sozinho.

Frases marcantes de John Lennon
De todos os membros dos Beatles, John Lennon sempre foi o que mais se destacou pelo aquilo que dizia. Geralmente John dizia frases polêmicas ou de provocação. Por essa razão ele ainda hoje é considerado um babaca por alguns. Realmente de várias frases que disse ao longo da vida, algumas foram bem desnecessárias, ou algumas vezes mal colocadas. A imprensa da época geralmente pegava também bastante no pé de Lennon por suas opiniões. Algumas vezes ele foi eleito "O Palhaço do Ano" pela imprensa americana justamente por essa razão. Abaixo seguem frases que ficaram bem conhecidas dele.

E aí, John Lennon, o que foi que você disse mesmo?  "Os Beatles são mais populares do que Jesus Cristo" "Deus é um conceito no qual medimos nossa dor" "A vida é aquilo que acontece enquanto você está está fazendo outros planos" "Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal""Antes de Elvis não existia Nada""Elvis morreu no dia em que foi para o exército""Os Rolling Stones sempre copiaram nossas ideias" "A ignorância é uma espécie de bênção. Se você não sabe, não existe dor""Viver é fácil com os olhos fechados""Realize seu sonho. Você mesmo vai ter de fazer isso...eu não posso acordar você; Você é quem pode se acordar.""Eu não acredito em Deus, eu não acredito em Elvis, eu não acredito nos Beatles. Eu só acredito em mim e em Yoko""O Sonho acabou!""A única coisa boa que Paul McCartney fez em sua vida foi Yesterday""Talvez não haja muita diferença entre você e o presidente dos Estados Unidos se ambos ficarem nus""As drogas foram libertadoras. No meu caso deu origem ao disco Sgt Peppers""A monarquia inglesa é uma besteira""Concertos de rock que são feitos para salvar lugares pobres do mundo são pura roubalheira""George Harrison omitiu meu nome em sua autobiografia! Como se minha importância na carreira dele fosse zero!""Paul tem um rostinho bonito e sempre vai dizer que tudo o que disseram dele é uma mentira""Bob Dylan sempre foi muito paranóico. Nunca consegui ouvir um disco inteiro dele""Os primeiros discos dos Beatles são meio toscos. Na época tudo bem, não tínhamos experiência para fazer algo melhor do que aquilo""Os jornalistas sempre puxaram o saco dos Beatles porque nas turnês sempre havia muitas putas e drogas para todos eles""Eu quero morar em Nova Iorque porque todo mundo quer ir para o centro, para onde as coisas acontecem""A coisa boa de ser um artista é que a vida é sempre um desafio. O chapéu de palha sempre voa, nunca fica na sua cabeça""Na Inglaterra os artistas são tratados como animais. Nos Estados Unidos eles viram grandes astros em Hollywood""Ringo seria um astro, com ou sem os Beatles. Ele iria encontrar um caminho para isso""Brian Epstein era um cara maravilhoso. Quando ele morreu os Beatles ficaram perdidos. Paul quis assumir o posto de líder do grupo, mas que líder era esse que não sabia para onde ir?""Esses discos lançados pelo Paul são pura muzak! É música para elevador""Quem precisa de um ex-Beatle? Ninguém..."

John Lennon - 40 Anos Depois - No último dia 8 de dezembro o mundo relembrou os 40 anos da morte de John Lennon. Naquele dia ele saiu do prédio Dakota no centro de Nova Iorque para gravar novas canções para o disco que planejava lançar após a chegada do Double Fantasy nas lojas de discos dos Estados Unidos e Europa. Ele queria ter bastante material para apresentar em uma turnê que estava programando fazer nos próximos meses. Ao sair na rua encontrou um fã chamado Mark Chapman que pediu um autógrafo. Gentilmente John assinou o álbum e foi embora para o estúdio. Chapman ficou esperando ele voltar.

Quando retornou John viu novamente o fã. Como já havia assinado o disco não ligou muito. Apenas o ignorou, desceu do carro e foi em direção ao portão de entrada do prédio onde morava. Era o fim de mais um dia de trabalho duro, ele queria descansar em seu apartamento. Ao dar as costas foi alvejado por vários tiros dado pelo insano Chapman. Baleado, John ainda se arrastou para um pequeno local onde o porteiro do Dakota trabalhava. Esse o socorreu, chamou os policiais, mas pela quantidade de sangue a situação de Lennon parecia bem grave.   

Chapman não fugiu. Os policiais o prenderam sem qualquer reação. Parecia que ele esperava por isso mesmo. Queria sua parte na fama dos Beatles. Foi algemado imediatamente. John foi colocado no banco de trás de uma viatura policial e levado às pressas ao hospital. O policial que o socorreu, tentando descobrir se ele ainda tinha consciência, perguntou se ele sabia quem era. John respondeu: "Eu sou John Lennon". Foram suas últimas palavras. Ele foi dado como morto ao chegar (DOA) no hospital. Não havia nada o que fazer. Os tiros foram fatais. Aqueles seriam seus últimos momentos de vida. Hoje, 40 anos após seu assassinato, só podemos lamentar um crime tão bárbaro e insano.

Paul McCartney anuncia o lançamento de McCartney III  - Como já era esperado, Paul McCartney anunciou o lançamento de seu novo álbum, que se chamará McCartney III. Como aconteceu com McCartney e McCartney II, nesse novo disco Paul toca todos os instrumentos e produz todo o material sozinho. A ideia de fazer McCartney III nasceu da situação em que Paul se viu após o começo da pandemia. Como ele mesmo explicou em entrevista, ele teve que ficar isolado em casa pois está no grupo de risco da doença.

Em sua casa em Londres Paul tem um estúdio próprio, de última geração. Então como ele teria que ficar isolado mesmo, por que não gravar novas músicas, onde ele iria fazer praticamente tudo sozinho? Era uma maneira de matar o tédio, usando seu tempo para algo produtivo. O resultado ficou bem melhor do que ele próprio pensaria. Paul resgatou velhas canções que estavam arquivadas, compôs novas músicas e levou em frente seu projeto, sem a ajuda de nenhum outro músico e produtor.

Segue abaixo o primeiro comercial do disco. Ainda não foi tocada nenhuma das novas músicas, mas é esperado que isso seja feita nas próximas semanas. A MPL, a empresa de Paul e selo de seus discos, vai distribuir em breve um single com duas músicas para as rádios de Londres. Agora é esperar para conferir o resultado. Na foto ao lado Paul McCartney aparece ao lado do contrabaixo que pertenceu a Bill Black, da primeira banda de Elvis Presley.

Pablo Aluísio.

The Beatles - Edição I

The Beatles - Love Me Do / P.S. I Love You - O primeiro single da história dos Beatles foi um pequeno compacto gravado na Alemanha com as faixas "My Bonnie" no Lado A e "The Saints" no Lado B. Esse single não era creditado aos Beatles, mas sim aos "Beat Brothers". Foi o nome usado por eles para servir como grupo musical que acompanhou Tony Sheridan, que na época era uma espécie de genérico de Elvis Presley. Foi uma boa performance, mas não era um lançamento de verdade dos Beatles. Estava mais para um trabalho freelancer que eles fizeram na época.

O primeiro single realmente do grupo foi esse "Love Me Do / P.S. I Love You", gravado e lançado em 1962 pela EMI. Na época os Beatles eram apenas quatro jovens desconhecidos que tentavam um lugar ao sol no concorrido mundo da música. Duas pessoas foram bem importantes nesse lançamento pioneiro. Primeiro Brian Epstein que lutou muito para que uma gravadora aceitasse seus jovens músicos. Era o empresário da banda. O outro nome que jamais pode ser deixado de lado foi o do produtor George Martin. Quando ele encontrou os Beatles pela primeira vez o som do grupo ainda estava muito cru e amador. Foi Martin quem sentou com eles para melhorar aquelas canções.

O resultado dessa união de talentos todos sabemos. Reza a lenda que a primeira vez que os Beatles tocaram "Love Me Do" para Martin ele não gostou muito do que ouviu. Era uma composição muito simples, que precisava de muito trabalho para melhorar. E desse trabalho conjunto finalmente chegaram em um bom resultado. Muitos anos depois John Lennon iria explicar que a canção foi inspirada na obra de Roy Orbison. Realmente o sentimento é bem parecido, evocando aquele tipo de sentimento mais juvenil de um amor romântico, embora Paul e John também tenham inserido ali, de forma praticamente camuflada, um pouco de picardia juvenil. No geral é um excelente trabalho, tanto de composição como de performance. É a página 1, do capítulo 1 da história da discografia dos Beatles tal como a conhecemos.

The Beatles - I Want to Hold Your Hand - Em fevereiro de 1964, há exatamente 50 anos, os Beatles, uma banda inglesa que poucos conheciam nos Estados Unidos chegou ao primeiro lugar da principal parada de sucessos americana, a Billboard, com o single "I Want To Hold Your Hand". Desde então o mundo musical jamais seria o mesmo. Nos anos seguintes os Beatles e outros conjuntos britânicos como os Rolling Stones tomariam de assalto todas as listas de mais vendidos, começando uma nova era que seria conhecida anos depois como "A Invasão Britânica"

I Want To Hold Your Hand (Lennon - McCartney) - Oh, yeah, I'll tell you something / I think you'll understand / When I say that something / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / Oh, please, say to me / You'll let me be your man / And, please, say to me / You'll let me hold your hand / Now let me hold your hand / I wanna hold your hand / And when I touch you I feel happy inside / It's such a feeling that my love / I can't hide, I can't hide, I can't hide / Yeah, you've got that something / I think you'll understand / When I'll say that something / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / And when I touch you I feel happy inside / It's such a feeling that my love / I can't hide, I can't hide, I can't hide / Yeah, you've got that something / I think you'll understand / When I'll feel that something / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand / I wanna hold your hand.

O Beatle George - Relendo algumas antigas entrevistas de John Lennon eu pude constatar como ele, Lennon, via seu colega de banda, George Harrison. Para quem não sabe foi Paul que trouxe George para os Beatles. Eles moravam perto em Liverpool e o fato de que ambos gostavam muito de música os aproximou. Quando Paul entrou para o grupo de John esse lhe perguntou se ele não tinha ninguém para entrar na banda, já que os antigos membros tinham ido embora. Paul então levou George para conhecer John. A questão era que Harrison não passava de um adolescente ou nas palavras de John, "Um fedelho".

Harrison tinha pouco mais de quinze anos de idade e isso era demais para John que já havia terminado o ensino médio e estava frequentando uma escola de arte na cidade, onde obviamente todos eram bem mais velhos, fumavam, bebiam e se envolviam em confusões pelos bares da cidade. John de certo modo teria vergonha de ser visto ao lado de um garoto como George, que mal havia saído debaixo das saias da mãe. No primeiro encontro, por essas e outras razões, John recusou George no que viria a se tornar no futuro os Beatles. Paul porém tinha suas próprias ideias sobre Harrison. Achava que ele tocava bem, muito mais aliás do que Stu, o grande amigo de John, que apenas fingia tocar baixo. Assim depois de muita insistência, meio constrangido e quase sem ninguém para tocar em seu grupo musical, John acabou colocando aquele garoto para dentro de seu conjunto.

Essa postura de certa insegurança e subordinação dentro dos Beatles acabou acompanhando George pelo resto da carreira. Só quando os Beatles estavam prestes a se separar é que George finalmente desabrochou como grande compositor e criador de belas músicas como "Something" e "Here Comes The Sun". Na parte do tempo ele apenas se mostrava dentro dos estúdios Abbey Road como um competente guitarrista solo do grupo. Numa das entrevistas John Lennon, chateado com a biografia que George havia escrito, desabafou dizendo: "George vivia me seguindo por aí, como um garotinho que segue seu ídolo. Assim quando ele escreveu seu livro pensei que ele iria reconhecer tudo isso, mas não, ele praticamente não falou da minha influência sobre ele! Eu tinha muito trabalho com as minhas músicas e as de Paul, mas sempre achei espaço para ajudar nas canções de George como Taxman. Nunca pedi reconhecimento, mas ele parece que esqueceu tudo o que eu fiz por ele!"

Excessos de zelo por parte de John Lennon? Certamente. O fato é que George Harrison seguiu seu próprio caminho na carreira solo, sempre com dois gênios à sombra, tentando se firmar como artista completo, longe de Lennon e McCartney. Não foi algo fácil de alcançar. Todos os seus álbuns acabavam sendo comparados com os de John e Paul, algo que o irritava profundamente. Isso também fez com que George mantivesse um relacionamento conturbado com a imprensa de um modo em geral. Sua esquiva de dar entrevistas ou colaborar com os jornalistas lhe trouxe uma fama de tímido e introspectivo, culminando com o título de "O Beatle Quieto", algo que nem sempre lhe agradou.

Os Instrumentos dos Beatles - Essa excelente foto dos Beatles capturou para sempre a época em que eles, ainda jovens, conquistaram o mercado americano com sua música. Nesse tempo cada membro do conjunto tocava um instrumento específico. Paul McCartney era o mais eclético de todos. Além de tocar baixo, seu instrumento básico dentro dos Beatles, Paul ainda tocava piano, violão, guitarra e quando preciso, bateria. Dá para se ter uma ideia de como ele era mesmo  o multi instrumentista do quarteto de Liverpoo.

John Lennon, por outro, lado se concentrava em sua guitarra. Na capa do Please Please Me John era creditado como guitarrista líder, uma denominação de pouca importância. Na verdade ele tocava mesmo guitarra ritimica, ou seja, ele fazia a banda "pulsar" como ele afirmaria anos depois em uma entrevista. Raramente John tocava outros instrumentos, mas em várias ocasiões arriscava algumas notas no piano e órgão, esse último levado aos palcos algumas vezes (como no show do Shea Stadium). 

George Harrison também era guitarrista, mas cabia a ele fazer os solos das canções. Era considerado por John um instrumentista bem talentoso nesse aspecto. Assim se você ouvir um belo solo nos primeiros discos dos Beatles saiba que é George o responsável por eles. Por fim Ringo Starr se responsabilizava não apenas pela bateria, mas também por qualquer outro instrumento de percussão. Se era precisa qualquer tipo de tambor nos discos dos Beatles, lá estava Ringo para providenciar esse tipo de som.

John Lennon 1965
Foto tirada durante as filmagens de "Help" nos alpes. Como relembraria anos depois essa foi uma fase complicada na vida de John. Ele se sentia perdido, sem saber que rumo tomaria. Os Beatles, como grupo e como ideia, já não o atraía mais como antes. John pensava em tomar novos rumos em sua carreira como artista, mas ainda não sabia para onde ir. Ele tinha formação em artes, queria criar algo mais nesse sentido, porém os Beatles absorviam todo o seu tempo e toda a sua criatividade.

Também havia o problema das drogas. Em entrevista a uma revista americana durante os anos 70, John disse que os Beatles estavam usando muita droga nessa fase. "Mal tínhamos acordado e já estávamos fumando maconha. Na verdade o café da manhã dos Beatles era cocaína". Para Lennon todos estavam fora do controle, mas ele era o que mais parecia perdido. Engordando muito, usando muitas drogas, John confessou que a letra de "Help!" era bem coerente com o que ele estava passando na época. John estava literalmente pedindo socorro!

O Baixo de Paul McCartney
O primeiro instrumento musical da vida de Paul McCartney foi um piston dado por seu pai. Paul porém logo chegou na conclusão que até aprender a tocar o instrumento ele iria sofrer um bocado pois teria que passar por um período de endurecimento dos lábios. O pai de Paul tinha uma pequena banda de jazz. Não era algo profissional, mas sempre estavam se apresentando nos finais de semana em parques e pubs de Liverpool. Assim a música era algo tradicional dentro da família McCartney.

O Jazz porém era a música dos mais velhos. A moda entre os jovens era aprender violão e depois a guitarra. O rock americano estava nascendo e por essa razão o legal mesmo era ser guitarrista. Tocar rock! Paul não teve muitas dificuldades em aprender a tocar seu novo instrumento e com uma perseverança fora do normal se tornou um ótimo instrumentista. Nunca foi dos planos de Paul em se tornar o baixista dos Beatles. No começo ele era ao lado de John e George um dos guitarristas da banda. O problema é que Stuart Stutcliff, o baixista, simplesmente não sabia tocar direito. Assim quando ele foi embora sobrou para Paul tocar seu baixo Hoffner. E assim ele se tornou o baixista dos Beatles, muito embora fosse um ótimo guitarrista. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Mais Pesado que o Céu

Kurt Cobain teve uma vida curta. Ele sempre será lembrado por ter sido o criador do Nirvana, o grupo de punk que provavelmente foi o último suspiro do rock. Como artista sempre o considerei um ótimo músico, embora também tivesse reservas sobre algumas letras que escreveu. Deixa pra lá, isso não tem mais importância. Fazia parte de sua imagem de rebeldia juvenil. Como ser humano, aí sim havia uma situação bem complicada. Kurt sucumbiu ao mundo das drogas. Ele foi criado meio largado, com problemas em casa, pais se divorciando e se odiando, família disfuncional e todas aquelas coisas que seus fãs bem conhecem. Isso criou traumas e gatilhos emocionais em Cobain. Para superar essa carga pesada psicológica ele se refugiu nas drogas, em especial na heroína, que não perdoa, escraviza e mata todos os seus amantes.

De homeless, sem-teto, morador das ruas na cidade onde havia nascido, ele se tornou um milionário, rico e famoso com o Nirvana. Mas nada disso parece ter virado a chave de sua mente. Ele continuou, dentro de sua forma de pensar, como aquele garotinho que não conseguia aguentar ver os pais brigando o dia todo. E sua carga genética, seu DNA, com muitos antepassados que se mataram, não contribuía de forma positiva em nada para essa situação.

O fim veio no cano de uma espingarda colocada na boca. Seus miolos ficaram escorrendo na parede. Em um vaso de plantas vazio uma caneta segurava uma carta de suicídio endereçada ao seu amigo imaginário da infância. Em um texto confuso ele tentava explicar o inexplicável. Essa boa biografia, a melhor que eu já li sobre o Kurt Cobain, conta sua história, do nascimento ao tiro de misericórdia. Texto bem escrito, a leitura flui muito facilmente. Um retrato muito bom de um músico que passou a vida toda se sentindo muito mal.

Mais pesado que o céu: Uma biografia de Kurt Cobain (Heavier than heaven, Estados Unidos, 2001) Autor: Charles R. Cross / Tradução: Cid Knipel / Editora: Globo / Sinopse: Livro que conta a história do cantor e compositor americano Kurt Cobain, líder do grupo de punk rock Nirvana, falecido em abril de 1994, após cometer suícidio.

Pablo Aluísio.

Madonna - True Blue

Na década de 80 a Madonna atingiu seu auge de sucesso. Naqueles anos a música mundial era dividida em dois feudos básicos na categoria pop: um era do Michael Jackson, o outro de Madonna. Os fãs obviamente queriam que seus ídolos superassem o concorrente / rival. Dessa forma cada novo lançamento nas lojas era um verdadeiro evento da mídia. Assim foi com esse True Blue, um álbum da Madonna lançado bem no auge de seu sucesso absoluto nas paradas. Por essa época ela desenvolveu uma paixão avassaladora pelo mito de Marilyn Monroe e começou a incorporar aspectos da imagem da deusa do cinema em sua carreira. Pintou seus cabelos na cor da famosa atriz e até reproduziu a pintinha de Monroe no rosto. Teria Madonna ficado louca? Para completar ela ainda insistia em levar adiante seu relacionamento com o troglodita e espancador de Paparazzis Sean Penn, um sujeito nada simpático que naqueles anos ainda era apenas um ator marrento e com ares de brigador de rua (anos depois ele viraria um excelente diretor mostrando que nada melhor do que a idade para melhorar certas pessoas).

Pois bem, a obsessão de Madonna com Marilyn Monroe não se resumiu à imagem. Ela procurou trazer o espírito vintage do passado para sua música também. O maior exemplo é esse álbum "True Blue" que traz em certas músicas aquele sabor deliciosamente inocente das músicas das décadas de 50 e 60. Claro que revisto hoje em dia o som soa datado. Há exagero nos arranjos de sintetizadores (marca registrada da sonoridade da década de 80). Mesmo assim em termos de melodia temos que admitir que canções como "True Blue" (a bonita canção título) e "Jimmy, Jimmy" parecem provenientes dos anos dourados. Nesses anos é bom entender também que a carreira de Madonna era movida a polêmica e controvérsia, tudo para emplacar mais espaço na mídia. Assim esse álbum, mesmo sendo leve como é, também teve sua cota de brigas.

Como sempre Madonna escolhia seu saco de pancadas preferido: a Igreja Católica. A polêmica foi sobre o aborto. A música "Papa Don´t Preach" era um libero sobre a gravidez na adolescência (uma praga do mundo moderno) e a possibilidade dessas jovens terem direito a abortar. Claro que uma mensagem assim criou um rebuliço geral. Será que Madonna chegou mesmo a defender tal causa ou tudo não passou de mero marketing? Complicado saber o que pensava a loira platinada. O que sabemos porém é que a estratégia deu muito certo e o disco vendeu horrores, alcançando o primeiro lugar em praticamente todos os países ocidentais. Singles acompanharam o sucesso, tornando Madonna um fenômeno de vendas novamente. E o mundo mudou alguma coisa? Não, a Igreja Católica continua firmemente contra o aborto e o Sean Penn continuou distribuindo sopapos, inclusive na própria Madonna, mas essa é uma outra história!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

The Beatles - I Call Your Name

The Beatles - I Call Your Name
Os Beatles (em especial John Lennon e Paul McCartney) tinham também a intenção de compor músicas para outros artistas. O próprio Paul havia declarado em entrevistas que quando o sucesso dos Beatles acabasse, ele poderia viver de vender suas composições para outros astros do momento (pois é, conforme o próprio John certa vez declarou, eles acreditavam que o sucesso dos Beatles iria durar, no máximo, cinco anos!). Assim John e Paul comporam "I Call Your Name" em 1963 e a venderam para o grupo The Dakotas gravar.

Quando pintou a ideia de gravar o EP (compacto duplo) "Long Tall Sally", John e Paul decidiram que havia chegado a hora dos Beatles gravarem sua versão da canção. Havia a necessidade de completar o compacto com mais uma música e eles não queriam colocar nenhuma das inéditas, que tinham reservado para o álbum que viria no natal. Assim decidiram fazer essa boa gravação dessa canção original. Na era do vinil essa música ficou anos fora de catálogo. Até porque o disquinho logo virou peça de colecionador. A EMI a colocou então como quarta música do lado B do álbum "The Beatles Rarities" nos anos 70. Finalmente depois achou o lugar ideal para a faixa na coletânea (essa sim, excelente) "Past Masters". Foi um belo resgate de uma gravação que estava perdida dentro da discografia dos Beatles.

Grupo: The Beatles
Música: I Call Your Name
Compositores: John Lennon / Paul McCartney
EP: Long Tall Sally
Selo: EMI Odeon
Ano de Lançamento: 11 de maio de 1964
Produção: George Martin

I Call Your Name
(Lennon / McCartney)

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Paul McCartney - O Grupo Wings

A primeira formação dos Wings durou pouco tempo. No começo da banda Paul teria dito aos demais membros do conjunto que todos teriam o mesmo peso nas decisões finais, mas isso jamais aconteceu. Paul já era dominador na época dos Beatles e não seria diferente agora. Ele logo impôs sua opinião pessoal aos demais músicos que na verdade eram apenas pessoas contratadas por Paul e não tinham nenhum poder de decisão nos discos e nos shows do Wings. Era pura ilusão pensar que Paul iria abrir mão do poder de mandar em todo mundo.

O primeiro a ir embora foi o guitarrista Henry McCullough. Ele se irritou com Paul por causa de certas decisões, como a de gravar e lançar em compacto a música infantil "Mary Had a Little Lamb". Depois se irritou ainda mais quando Paul decidiu que os Wings iriam cantar a canção em um programa de TV. "O que nós éramos? Uma banda de rock? Cantando música para crianças no horário nobre?" - perguntou o irritado McCullough para Paul. "Os Wings serão o que eu decidir o que eles serão" - respondeu Paul, já com tons de autoridade sobre todos os músicos do grupo.

As desavenças só pioraram com o tempo. Henry queria encaixar várias músicas compostas por ele no próximo disco dos Wings, mas Paul sem cerimônia vetou todas elas. Depois McCartney começou a implicar com seus solos de guitarra. "Faça melhor - faça algo que você nunca tenha feito antes" - disse. Era algo que já havia acontecido entre Paul e George na época dos Beatles. Depois disso McCullough decidiu que era hora de ir embora. "Um dia eu simplesmente peguei minha guitarra, subi na minha moto e fui embora para nunca mais voltar".

Outro que decidiu ir embora dos Wings foi o baterista Denny Seiwell, esse por motivos financeiros. Ele explicaria alguns meses depois o motivo de sua saída: "Paul pagava muito mal aos músicos. Eu não conseguia pagar meu aluguei e nem conseguia comprar um carro! Não dava mais para continuar. Como músico contratado de estúdio eu ganhava cinco vezes mais. Paul não tinha muitas noções das coisas. Ele achava que pagando poucas libras por mês nós conseguiríamos sobreviver em Londres! Nem pensar. Fui embora!". Assim os Wings ficaram restritos a um trio formado por Paul, sua esposa Linda e Denny Laine.

Pablo Aluísio.

George Harrison - Dark Horse

Por volta de 1974 George Harrison resolveu criar seu próprio selo ao qual chamou de Dark Horse. Ele não aguentava mais a Apple, seus problemas financeiros, seus processos judiciais sem fim e as brigas que giravam em torno do selo dos Beatles. Era demais para sua cabeça. A Apple era um desastre sem precedentes, mal administrada, mal gerida, com acusações de roubo para todos os lados, gastos com advogados, confusões jurídicas na Inglaterra e nos Estados Unidos. Nada poderia ser mais desastroso.

Com a Dark Horse George queria ter mais controle sobre suas músicas. Ele imediatamente gravou um disco, com o nome de seu novo selo musical, e saiu em turnê, fazendo vários shows ao vivo. O fantasma dos Beatles porém não pareciam deixar George em paz. Durante os concertos ele se recusou a cantar "Something" e outras canções do grupo e isso irritou os fãs e a crítica.

As coisas foram ficando mais tensas até que George perdeu a calma durante uma coletiva de imprensa. Cansado de tantas perguntas sobre a volta dos Beatles o sempre ponderado Harrison acabou perdendo sua paciência. Ele disse, em tom de raiva: "Eu não quero voltar a tocar com os Beatles. Eu nem acho que eles eram tão bons como dizem. Hoje em dia isso tudo é passado. Eu faria parte de qualquer grupo de rock com John Lennon, mas não com Paul McCartney. Não quero voltar a tocar com Paul! Os que querem a volta dos Beatles, por favor, comprem os discos dos Wings. Eu não quero voltar para o passado! Se vocês querem, o problema é de vocês!".

Paul reagiu às criticas de George e disse que não concordava com ele. "Os Beatles não eram ruins, como George quis dizer, eles não eram apenas muito bons, eles eram excelentes!". A turnê continuou e George foi alvo de novas críticas. Ele foi criticado por insistir demais na doutrinação de sua religião em suas apresentações, trocando as letras originais, colocando mensagens da religião oriental que seguia. As pessoas queriam se divertir, não ver um sujeito querendo impor sua visão religião aos outros. Ninguém queria ouvir sermões. George estava ficando chato demais para a maioria do público. Também colocava músicos indianos para abrir suas apresentações. Esses shows de abertura eram longos e aborrecidos para o público ocidental. A má receptividade irritou ainda mais George. Ele queria todos na sua onda de Hare Krishna, mas ninguém parecia disposto a embarcar em suas egotrips religiosas.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de setembro de 2011

David Bowie

Eu nunca gostei muito do David Bowie. Uma coisa é admitir a importância de um artista dentro da música internacional. Outra coisa é se tornar fã, comprar discos, etc. Pessoalmente eu não deixei de reconhecer a importância do Bowie, porém nunca consegui gostar de sua música. Nunca fui de entrar numa loja de discos atrás de algum álbum do Bowie para comprar...

Eu não sou da época do auge da carreira do Bowie. Quando fui saber de sua existência ele já estava em sua fase anos 80, que para muitos, é um momento pouco inspirado de sua carreira, onde ele se rendeu demais aos aspectos mais comerciais das gravadoras. Sobre isso não vou opinar, afinal nunca cheguei mesmo a acompanhar sua discografia. Aliás do pouco que ouvi (e não gostei muito) pouca coisa sobreviveu. Lembro do clip que ele fez ao lado do Mick Jagger e de sua peruca no filme "Labirinto". Acredito que sejam dois dos mais manjados momentos de sua vida artística dos 80´s.

De uma coisa posso afirmar com certeza. Ele nunca foi muito popular no Brasil. Eventualmente (muito eventualmente) o Bowie emplacava algum hit nas rádios brasileiras. Seus discos também não vendiam muito por aqui. Sua imagem mais andrógina realmente não conquistou muitos admiradores na terra brasilis. Claro, sempre há o nicho de fãs, isso acontece com todos os grandes nomes da música, mas mesmo esse grupo penso ser bem minoritário aqui em nosso país.

De qualquer forma a principal razão de nunca ter gostado da música do David Bowie foi mesmo o tal gosto pessoal. Sim, já ouvi muitos de seus mais famosos discos, mas não dá liga, não criou empatia comigo. Geralmente chegava no fim do Lado B já com cansaço e tédio. Em muitos aspectos o Bowie dava muito mais valor ao aspecto estético de sua imagem do que à beleza de suas melodias. Como não consigo ser fã de um artista que muitas vezes tem mais pose do que notas musicais acabei me tornando um "não fã", alguém que olha de longe e diz "OK!" sobre algum LP que ouviu, mas sem nunca ter tido vontade de comprar um título com seu nome estampado na capa...

Pablo Aluísio.

Little Richard

Little Richard foi um nome importante no surgimento do rock ´n´roll. Alguns disseram agora, com sua morte, que ele foi um dos nomes fundamentais no surgimento nesse novo gênero musical, que o rock simplesmente não existiria sem ele. Littler Richard teria sido um dos criadores do rock tal como conhecemos.

Não desmerecendo a importância dele como artista, as coisas não são bem assim. O próprio Little Richard sequer considerava o rock como algo novo, que havia sido inventado. Ele costumava dizer que aquilo que passou a ser chamado de rock nada mais era do que o bom e velho conhecido Rhythm and blues. E de certa foram ele tinha uma dose de razão.Os novos artistas jovens apenas aceleraram ainda mais aquela vertente do Blues e nesse processo criaram uma nova linguagem musical. Porém ser considerado o inventor do rock era algo sem sentido, segundo a própria opinião de Richard.

Expulso de casa aos 14 anos, após ser acusado de ser homossexual pelo pai, Richard Wayne Penniman (seu nome real) pegou a estrada e foi viver por conta própria. Imagine ser um negro pobre, homossexual e sem trabalho naqueles anos. Pior ainda, ser uma pessoa nessa situação no sul, a região mais racista dos Estados Unidos. Ele porém era lutador e viveu de pequenos trabalhos (como lavador de pratos) por anos. Ganhando sua sobrevivência na luta do dia a dia foi melhorando na música, estudou piano e mais tarde conseguiu viver da arte.

O surgimento daquele novo estilo, que os radialistas associavam a uma rocha (rock), por causa da pegada forte do ritmo, foi sua salvação pessoal. Dono de um timbre de voz único, inimitável, Little Richard começou a fazer sucesso com músicas como "Tutti Frutti", “Long Tall Sally”, “Rip It Up” e “Good Golly Miss Molly”. Foi justamente nessa fase que ele encontrou o auge comercial de toda a sua carreira. Sua melhor fase foi na gravadora RCA, onde gravou seus maiores e mais lembrados hits. Curiosamente na virada da década de 1950 para 1960 ele passou por uma fase de fervor religioso, largando o rock para se dedicar completamente à religião. Virou um cantor de música religiosa e saiu do foco da parada de sucessos que ele vinha frequentando. Uma opção pessoal dele. De qualquer forma aqueles poucos anos de sucesso, entre 1956 a 1959 o imortalizaram para sempre na história da música, fazendo com que ele jamais seja esquecido.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de setembro de 2011

Astrid Kirchherr

Morreu na última quarta-feira a fotógrafa alemã Astrid Kirchherr. E quem foi ela? Qual sua importância no mundo da música? Ela foi namorada nos anos 1950 e 1960 de um jovem inglês chamado Stuart Sutcliffe. Ele estava em Hamburgo, se apresentando com seus amigos numa banda de rock.

Isso tudo não teria nenhuma importância se os amigos de Stu não se chamassem John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Pete Best. Pois é meus caros, eram os Beatles! E ela foi uma pessoa bem importante nessa época da carreira dos Beatles. Eles eram desconhecidos, apenas um grupo de jovens procurando um lugar ao sol.

Ela adorou os rapazes e os influenciou, inclusive no aspecto visual. Eles copiaram o penteado de franjinha lisa que Astrid usava. Com isso a imagem clássica dos Beatles, tal como conhecemos, nasceu. Ela também tirou uma série de fotos deles em Hamburgo, fotos que até hoje fazem parte da história do rock.

Infelizmente Stu morreu muito jovem. Ele tinha problemas cerebrais e faleceu bem jovem. A amizade com os Beatles porém continuou por anos e anos. John Lennon a contratou depois para tirar novas fotos do grupo, já em sua fase de sucesso internacional e nunca deixou de visitar Astrid quando ia na Alemanha. Afinal Stu havia sido um dos grandes amigos de sua vida. Por fim deixo a dica do filme "Os Cinco Rapazes de Liverpool" que conta a história de Astrid, Stu e os Beatles na Alemanha. Um excelente filme que resgata toda essa história.

Pablo Aluísio.

Silver Beatles na Escócia

Quando Paul e John foram convidados para tocar com o cantor Johnny Gently na Escócia eles não passavam de garotos. Tanto isso é verdade que Paul McCartney precisou enganar ao pai, dizendo que naquela semana não haveria aulas na escola de Liverpool. Ele era apenas um colegial. John, que na época estava morando sozinho em um quartinho, precisou também ligar para a tia Mimi dizendo que ia passar uma semana fora, tentando ganhar alguns trocados na Escócia.

Na época os Beatles nem se chamavam Beatles, mas sim Silver Beatles (ou Silver Beetles, dependendo do dia). Não fazia muito tempo que eles tinham tocado ao vivo com o estranho nome de Johnny and the Moondogs. Na verdade era um bando de fedelhos que mal conseguiam ganhar um refrigerante em troca de algumas notas musicais em qualquer palco que os aceitasse. Eles queriam tocar, acima de tudo, para ganhar experiência.

Ringo ainda não fazia parte da banda e George Harrison ainda era menor de idade. Mesmo assim eles se amontoaram numa van velha e foram para a Escócia, servir de banda de apoio do tal Johnny Gently, que era um ídolo adolescente, teen, uma imitação inglesa barata de Elvis Presley. John Lennon, apesar de ser um notório desconhecido, não baixou a crista para o cantor. Achou suas músicas fracas e até deu uns toques para algumas composições dele. Mal sabia todos que o nome de John Lennon em uma música iria valer milhões de dólares em um futuro próximo.

A excursão foi bem mais ou menos e os Beatles não ganharam bem. Na verdade eles gastaram tudo em alimentação e estadia, nos hotéis mais baratos que tinham a disposição. A turnê também foi em pequenas cidades do interior, nada espetacular. Posters de divulgação dos shows sobreviveram ao tempo, mas o nome dos Silver Beatles nem aparecia neles. Apenas Johnny Gently era anunciado. No mais os Beatles foram indicados apenas como "sua banda". De qualquer maneira valeu a experiência, porque eles tiveram a oportunidade de tocar profissionalmente pela primeira vez, ganhando dinheiro com a música. Algo que eles nem esperavam acontecer.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

The Beatles Again (1964)

Para quem gosta de pesquisar sobre a discografia brasileira dos Beatles, não se pode deixar de citar esse "The Beatles Again". Foi o segundo LP dos Beatles a ser lançado em nosso país, isso em setembro de 1964. Não podemos esquecer que em março desse mesmo ano havia chegado ao público brasileiro o tão afamado "Beatlemania". Para quem era fã nacional dos Beatles na época não existia o "Please Please Me" e nem tampouco o "With The Beatles". Esses álbuns, iguais aos originais ingleses, só chegariam em nossas lojas alguns anos depois.

E como um disco 100 por cento Brazuca, podemos bem perceber uma certa confusão em suas faixas, misturando músicas gravadas pelos Beatles para seus primeiros discos. A grande maioria das canções foram retiradas do álbum inglês "Please Please Me", com algumas novidades. Entre elas o fato de que a EMI no Brasil decidiu colocar também canções do filme "A Hard Day´s Night". Isso era surpreendente porque as músicas eram novidade, inclusive na Europa e Estados Unidos. A capa, feinha que só, vinha para completar o quadro bem pouco sofisticado, do ponto de vista fonográfico, desse álbum nacional. Porém para quem queria ouvir os Beatles naqueles tempos, era um alívio ter um disco como esse em mãos. Quem não tinha contatos e nem dinheiro para discos importados, o jeito era se contentar com o nosso mercado mesmo.

Eu tenho uma certa ligação emocional com esse disco porque meu irmão mais velho o tinha desde os anos 70. E foi nessa época em que eu nasci. Assim, muito provavelmente, esse foi um dos primeiros discos que ouvi em minha vida. Mesmo a capa sendo primitiva e tudo mais, eu curti muito esse disco de vinil. O curioso é que apesar de meu irmão ser um grande fã dos Beatles ele não tinha em nossa casa o "Beatlemania" que era figurinha fácil nos lares brasileiros. Ao invés disso ele tinha o "Beatles For Sale" desse mesmo ano de 1964. Depois vieram todos os demais discos. Por volta do começo dos anos 80 já tínhamos praticamente tudo do grupo, até porque a Odeon no Brasil relançou todos os discos oficiais dos Beatles, seguindo à risca a discografia da Inglaterra, que sempre foi considerada a oficial. Esse pacote de discos, lá por volta de 1982, foi um verdadeiro presente para essa geração que não havia vivido a época dos Beatles, mas que agora se interessava por sua maravilhosa obra musical.

Ainda tenho o disco original em minha coleção de discos de vinil. Pois é, muita gente jogou fora seus LPs quando o disco de vinil pareceu morrer ali por volta da virada dos anos 80 para os anos 90. Em minha casa procuramos preservar tudo, não apenas como um item de colecionador, mas também pelo apego emocional a esses discos que fizeram parte da nossa infância e adolescência. É uma questão de preservar aquilo que no passado nos deu muita alegria e diversão.

The Beatles Again (1964)
Please Please Me / Boys / Twist and Shout / From Me Tou You / Baby It´s You / I´ll Get You / Hold Me Tight / Money / Do You Know a Secret? / All My Loving / Love Me Do / Can´t Buy Me Love.

Pablo Aluísio.

The Beatles - John e Paul tocando ao vivo!