segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Hércules e a Rainha da Lídia

Título no Brasil: Hércules e a Rainha de Lídia
Título Original: Ercole e la regina di Lidia 
Ano de Lançamento: 1959 
País: Itália, França
Estúdio: Galatea Film
Direção: Pietro Francisci 
Roteiro: Ennio De Concini, Pietro Francisci 
Elenco: Steve Reeves, Sylva Koscina, Sylvia Lopez, Mimmo Palmara, Sergio Fantoni, Gabriele Antonini 

Sinopse:
Após cumprir suas lendárias façanhas, o herói Hércules (Steve Reeves) viaja em missão diplomática com o príncipe Ulysses para a cidade de Tebas. No caminho, Hércules bebe de uma nascente que faz perder sua memória e acaba preso aos caprichos da rainha Omphale, soberana de Lídia. Enquanto luta para recuperar sua identidade e voltar à missão, ele também intervém numa guerra civil entre os irmãos Polinices e Etéocles pelo trono de Tebas.

Comentários: 
Segundo filme do Steve Reeves como o herói e semideus da mitologia grega, o lendário Hércules! A história é bem interessante: Enquanto negocia a paz entre dois irmãos que disputam o trono de Tebas, um Hércules amnésico é seduzido pela malvada Rainha Onfale. Essa é uma produção entre Itália e França, lançada bem no auge da popularidade dos filmes épicos italianos. Esse tipo de filme era chamado na época de “péplum” (no Brasil, “espada e sandálias”). O diretor de fotografia desse filme, Mario Bava, se tornaria anos depois bastante conhecido por dirigir filmes italianos clássicos de terror. O roteiro também era bem interessante, colocando lado a lado elementos da mitologia original com inovações cinematográficas para o público que ia aos cinemas. O resultado comercial foi excelente, se tornando um dos filmes italianos de melhor bilheteria naquele ano. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 9 de novembro de 2025

Os Filmes de Brad Pitt - Parte 3

Inimigo Íntimo
Rory Devaney (Brad Pitt) é um jovem irlandês ligado ao grupo terrorista IRA (Exército Republicano Irlandês, muito ativo na época) que vai até Nova Iorque com o objetivo de comprar armamento pesado para a luta de sua organização dentro da Irlanda. Uma vez lá acaba se hospedando com uma falsa identidade na casa de um policial, Tom O'Meara (Harrison Ford), que em pouco tempo começa a desconfiar das suas atividades em solo americano. Bom, como é de esperar em Hollywood a intenção dos produtores ao realizar esse filme foi unir dois astros do cinema, campeões de bilheteria na época, o jovem Pitt e o veterano Ford. Claro que era uma boa ideia do ponto de vista comercial. Além disso seria bem interessante unir duas gerações de atores em apenas um filme. A questão é que se você é um cinéfilo experiente sabe logo de antemão que nem sempre um elenco famoso garante um excelente filme. É bem o caso desse "Inimigo Íntimo".

Apesar do argumento interessante o resultado é bem morno e mediano, nada memorável. Provavelmente a indefinição sobre qual rumo a seguir tenha prejudicado o resultado final. O roteiro ora valoriza o lado mais dramático de sua história, com ênfase nas relações humanas, ora tenta ser um filme de ação com baixo teor de adrenalina. Sem saber direito para onde ir, acaba aborrecendo ambos os públicos. Os fãs de filmes de ação acharam tudo sem sal e o público acostumado com dramas acabou achando tudo mal desenvolvido. Some-se a isso a atuação preguiçosa de Harrison Ford e os ataques de estrelismo de Brat Pitt e você entenderá porque uma boa iniciativa acabou mesmo ficando pelo meio do caminho.

Inimigo Íntimo (The Devil's Own, Estados Unidos, 1997) Direção: Alan J. Pakula / Roteiro: Kevin Jarre, David Aaron Cohen / Elenco: Harrison Ford, Brad Pitt, Margaret Colin / Sinopse: Dois homens, com origens em comum, acabam descobrindo que estão em lados opostos da lei. Enquanto um é um policial dedicado, o outro está envolvido em atividades terroristas.

Sete Anos no Tibet
O filme "Sete Anos no Tibet" foi baseado no livro autobiográfico de Heinrich Harrer, um alpinista austríaco que a serviço do Terceiro Reich tentou escalar um dos maiores picos do mundo mas que foi preso por tropas inglesas no começo da II Guerra Mundial. Após um período como prisioneiro de guerra na Índia, Heinrich (interpretado no filme por Brad Pitt) consegue escapar, indo parar no distante e isolado Tibet (ou Tibete), um país teocrático liderado por uma criança que na crença religiosa local seria a reencarnação de uma alma iluminada conhecida como Dalai Lama. O ocidental então acaba se tornando próximo do líder tibetano justamente durante a truculenta ocupação chinesa na região após o líder comunista chinês Mao Tsé Tung decretar o Tibet como parte da República Popular da China. "Sete Anos no Tibet" é um sensível drama que mostra um choque de civilizações terrível. De um lado a cultura religiosa milenar do povo Tibetano. Do outro o pulso forte do socialismo ateu de Mao. Pacífico por natureza e convicção a população daquele país teve que lidar com o regime linha dura socialista da China, em um novo governo brutal e sanguinário que considerava toda e qualquer religião um veneno para o desenvolvimento do Estado.

Uma das questões mais interessantes que me lembrei ao rever "Sete Anos no Tibet" foi que na época de seu lançamento vários filmes trataram da ocupação chinesa no Tibete mas de uns anos para cá o tema sumiu de pauta do cinema americano, isso apesar de estarmos longe de uma solução para a situação internacional daquela região. O que aparenta ter acontecido foi que Hollywood parece ter descoberto o mercado chinês para seus filmes atualmente. Impossível ignorar um mercado consumidor de um bilhão de pagantes de entradas de cinema. Assim o tema do Tibete acabou sendo varrido discretamente para debaixo do tapete pela indústria americana de entretenimento o que é uma pena pois violações de direitos internacionais nunca deveriam sair de cena. Tirando as questões políticas de lado "Sete Anos no Tibet" é sem dúvida uma ótima película, com tudo o que o cinéfilo mais consciente tem direito: um bom roteiro, um tema relevante, excelentes interpretações de todo o elenco e ótima reconstituição de época. Alem disso como ignorar a maravilhosa fotografia? Enfim, todos os requisitos para um grande filme estão aqui, por isso se ainda não assistiu não deixe de conferir.

Sete Anos no Tibet (Seven Years in Tibet, Estados Unidos, 1997) Direção: Jean-Jacques Annaud / Roteiro: Becky Johnston baseado no livro de Heinrich Harrer / Elenco: Brad Pitt, David Thewlis, BD Wong, Mako / Sinopse: Heinrich Harrer (Brad Pitt) é um alpinista austríaco que tenta escalar um dos maiores picos do mundo mas acaba sendo preso por tropas inglesas no começo da II Guerra Mundial. Após um período preso na Índia, Heinrich (interpretado no filme por Brad Pitt) consegue escapar, indo parar no distante e isolado Tibet (ou Tibete) onde acaba se tornando próximo do líder tibetano, o Dalai Lama.

Encontro Marcado
A morte sempre foi um mistério para o homem. Assim não é de se admirar que aqui ela (ou ele) ganhe carne e osso e vire um personagem de ficção. "Meet Joe Black" é justamente isso. Quando assisti ao filme pela primeira vez (no cinema) eu realmente achei o argumento muito sombrio, de complicado desenvolvimento e entendimento para o grande público. É um texto com muito simbolismo e poucas pessoas realmente perceberam as nuances do roteiro na época. 

Anthony Hopkins representa a futilidade e a frivolidade da vida. Dinheiro, poder, sucesso financeiro, será que isso tudo leva alguém a algum lugar? Será que traz mesmo felicidade? Brad Pitt, por outro lado, representa o grande mistério, o vácuo, o abismo. Verdade seja dita, um ator como ele, que na época estava desfrutando do auge de sua popularidade, estrelando um sucesso de bilheteria atrás do outro, ter a coragem de aceitar o papel de Joe Black é realmente algo digno de admiração. Ele não se importou com sua imagem ou nem mesmo com suas fãs adolescentes (que muito provavelmente não captaram a verdadeira mensagem do filme) e resolveu arriscar, ser ousado. Isso de certa forma já provava que ele não era apenas um galã como tantos outros. Era de fato um ator talentoso - algo que provaria nos anos seguintes. 

Confesso que na primeira vez que assisti a essa produção não consegui gostar muito. Certamente entendi o texto subliminar mas para um jovem aquilo não tinha tanta importância. Revendo agora pude perceber que esse é um daqueles casos em que apenas a maturidade e a experiência de vida conseguem fazer o espectador enxergar além do que é visto na tela. Em meu caso pude perceber isso muito bem. Os anos vividos fizeram com que a mensagem do roteiro ganhasse uma outra dimensão agora. Se é o seu caso reveja, certamente o filme mostrará detalhes que passaram despercebidos anteriormente.

Encontro Marcado (Meet Joe Black, Estados Unidos, 1998) Direção: Martin Brest / Roteiro: Ron Osborn, Jeff Reno / Elenco:  Brad Pitt, Anthony Hopkins, Claire Forlani / Sinopse: William Parrish (Anthony Hopkins) é um homem extremamente bem sucedido no mundo dos negócios. Magnata das comunicações ele acaba conhecendo um estranho sujeito chamado simplesmente de Joe Black. É uma figura estranha, que causa terror e curiosidade em Parrish. O tal estranho está particularmente interessado em entender a natureza humana e por isso propõe um estranho e inusitado pacto com seu anfitrião.

Clube da Luta
"Fight Club" foi muito badalado em seu lançamento. Não era para menos, pois de fato o filme unia uma proposta nova e inteligente com um roteiro cheio de boas sacadas. Os personagens retratam de certa maneira o vazio existencial que impera entre os mais jovens ou entre adultos que descobrem que o jogo finalmente acabou, que não há mais nenhuma esperança no fim do túnel. Para escapar do sufocante tédio do dia a dia e preencher esse vácuo em suas almas, eles partem em busca de emoções mais viscerais, animais mesmo, trazendo-os de volta a um estado mais natural e selvagem. 

A briga assim funciona não apenas como uma brilhante válvula de escape do massacrante cotidiano, mas também como um retorno às origens animalescas dos seres humanos. Para muitos especialistas estamos assim diante da maior obra prima assinada pelo criativo cineasta David Fincher. Não há como negar que Fincher é seguramente um dos cinco diretores mais brilhantes que surgiram em meados dos anos 1990. Seus filmes nunca se rendem ao lugar comum cinematográfico, especialmente aqueles que tinham tudo para se tornarem fitas descartáveis como "Seven" ou "O Curioso Caso de Benjamin Button", mas que numa verdadeira tacada de mestre se tornaram pequenos clássicos contemporâneos. 

O elenco também está em momento particularmente inspirado. Edward Norton, o narrador e também protagonista de tudo o que acontece, transparece em sua voz toda a melancolia e falta de ânimo de seguir em frente com sua vida enfadonha. Brad Pitt dá vida a um personagem completamente amoral, que não liga mais para qualquer tipo de valor humano que um dia tenha sido importante para a vida civilizada em sociedade. Infelizmente no Brasil o filme ficou também tristemente marcado por uma tragédia ocorrida em um cinema, quando um jovem estudante de medicina com problemas mentais abriu fogo contra o público em um cinema de São Paulo. Melhor esquecer esse tipo de coisa e louvar sempre o excelente nível desse "Clube da Luta", um dos melhores filmes do cinema americano surgidos dos últimos anos. 

Clube da Luta (Fight Club, Estados Unidos, 1999) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: David Fincher / Roteiro: Jim Uhls, baseado na obra de Chuck Palahniuk / Elenco: Brad Pitt, Edward Norton, Helena Bonham Carter, Meat Loaf / Sinopse: Tyler Durden (Brad Pitt) se junta a outros homens como ele, para violentos combates pelos subterrâneos das grandes cidades com o desesperado objetivo de escapar de alguma forma do marasmo e do tédio da vida moderna. Nesse mundo de extremos, um narrador (Edward Norton) conta suas experiências nesse submundo que muitos ignoram existir. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhores efeitos sonoros, melhores efeitos especiais e melhor edição. Indicado ainda a 19 outros prêmios, entre eles Brit Awards, MTV Movie Awards e Las Vegas Film Critics Society.

Snatch: Porcos e Diamantes
Guy Ritchie pode ser um diretor bem pedante. Um exemplo disso você encontra nesse "Snatch: Porcos e Diamantes" (2000). A intenção do cineasta era realizar um filme bem estilizado, com muita violência e longos diálogos, ao estilo Tarantino, só que tudo passado em uma Londres escura, chuvosa e cheia de criminalidade. Nos becos escuros da cidade convivia toda uma fauna de escroques de todos os tipos: promotores desonestos de lutas de boxes, cobradores violentos de apostas ilegais, membros da máfia russa, ladrões de bancos incompetentes, etc. Só a escória, sem mocinhos e heróis, só bandidos e vilões. Ritchie tinha mesmo uma pequena obsessão por esses tipos. Só que no meio de tantos personagens, usando e abusando de um roteiro ao estilo mosaico, tudo acabou se perdendo, ficando diluído demais.

Claro que a crítica adorou e elevou o filme a um dos melhores da década, mas isso foi obviamente um exagero da imprensa. Embora o filme tenha alguns bons momentos, no geral ele se torna estilizado demais, caindo para a caricatura pura e simples (o que não foi nada bom para o resultado final). Quando os personagens começam a agir como se estivessem em um desenho animado ultra violento, a sensação é mesmo de que há algo de errado no filme. No final das contas o que salva "Snatch" de ser uma pura perda de tempo é o seu elenco. Brad Pitt, Benicio Del Toro e até Jason Statham estão muito bem em cena. Eles demonstram foco, querendo dar mesmo o melhor de si. Pena que a direção pesada demais de Guy Ritchie acabou prejudicando mais do que ajudando o elenco. Então é isso. Esse é um exemplo perfeito de um filme superestimado pela crítica da época, que acabou prejudicado por seus próprios exageros. Revisto hoje em dia suas falhas se tornam bem mais óbvias.

Snatch: Porcos e Diamantes (Snatch, Inglaterra, França, 2000) Direção: Guy Ritchie / Roteiro: Guy Ritchie / Elenco:  Jason Statham, Brad Pitt, Benicio Del Toro, Vinnie Jones / Sinopse: Um grupo de criminosos tenta, rivais entre si, tenta colocar as mãos em um lote de diamantes roubados. Filme premiado pelo Empire Awards na categoria de melhor direção - filme britânico (Guy Ritchie). Também indicado na categoria de melhor filme britânico do ano de 2000.

Pablo Aluísio.

Kissinger & Nixon

Título no Brasil: Kissinger & Nixon
Título Original: Kissinger and Nixon 
Ano de Lançamento: 1995 
País: Estados Unidos / Canadá 
Estúdio: Daniel H. Blatt Productions 
Direção: Daniel Petrie 
Roteiro: Lionel Chetwynd, Walter Isaacson 
Elenco: Ron Silver, Beau Bridges, Ron White, George Takei, Kenneth Welsh, Tony Rosato 

Sinopse:
O filme dramatiza o relacionamento complexo entre Henry Kissinger e o presidente Richard Nixon durante 1972-73, período em que Kissinger, como Conselheiro de Segurança Nacional, negociava secretamente com o Vietnã do Norte a fim de obter um acordo de paz, enquanto Nixon equilibra suas necessidades políticas internas, inclusive visando as eleições. Há tensão entre interesses diplomáticos, morais e políticos, e o filme explora como questões estratégicas, traições percebidas e manobras de bastidor influenciaram a condução da Guerra do Vietnã e sua saída dos EUA.

Comentários:
Narrado principalmente do ponto de vista de Henry Kissinger, este filme explora a triste traição do Vietnã do Sul aos comunistas cometida por Kissinger enquanto trabalhava no governo Nixon. Mostra suas tentativas de negociar com o Vietnã do Norte comunista às custas do Sul, a fim de obter a retirada dos EUA a qualquer preço. Esses esforços levaram aos Acordos de Paz de Paris de 1973, que por sua vez levaram à tomada total do Vietnã do Sul pelos comunistas em 1975. Os Americanos sempre gostaram de louvar seus políticos, principalmente seus ex-presidentes. Até mesmo um canalha como Nixon ganhou, imaginem vocês, uma releitura histórica favorável de seu passado! Eu pessoalmente acho um desrespeito com os jovens soldados que perderam suas vidas a troco de nada nas florestas úmidas do Vietnã. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 8 de novembro de 2025

Homens Perigosos

Título no Brasil: Homens Perigosos
Título Original: Hoodlum 
Ano de Lançamento: 1997 
País: Estados Unidos 
Estúdio: United Artists 
Direção: Bill Duke 
Roteiro: Chris Brancato 
Elenco: Laurence Fishburne, Tim Roth, Vanessa Williams, Andy Garcia, Cicely Tyson, Chi McBride 

Sinopse:
Nos anos 1930, Harlem vive sob disputa de poder entre gangues rivais que controlam jogos ilegais e apostas. Quando "Madame Queen" (Stephanie St. Clair) é presa, Ellsworth "Bumpy" Johnson retorna da prisão e se envolve numa guerra com o impiedoso chefe mafioso Dutch Schultz, que quer expandir seu domínio. No meio disso tudo, entra em cena Lucky Luciano, com suas próprias ambições, e uma luta de lealdade, sobrevivência e identidade se mostra cada vez mais sangrenta e complexa.

Comentários:
Nos anos 90 muitos bons filmes que nunca foram lançados nos cinemas poderiam ser encontrados nas locadoras de vídeo. Esse foi um deles. Assisti naqueles anos e fiquei satisfeito com o que vi. Filmes de Gangsters já eram raridade naqueles tempos. No enredo criminosos que dominam o bairro do Harlem precisam defender seu território da invasão de mafiosos italianos e judeus. A direção foi de Bill Duke, um cineasta praticamente desconhecido que conseguiu realizar um bom trabalho. O destaque ia mesmo para o elenco. Laurence Fishburne sempre convenceu muito interpretando personagens maus. Ele sempre foi um especialista em dar vida a gente ruim no cinema e nesse aspecto era completamente convincente. O mesmo vale para Tim Roth. Certa vez ele brincou em uma entrevista dizendo que tinha "cara de rato, de um desses bandidinhos perigosos que vivem nos esgotos das grandes cidades!". Pois é, concordo plenamente com essa auto análise de sua imagem. É algo que foi devidamente comprovado nesse filme que ainda hoje vale a pena ser conhecido. 

Pablo Aluísio.

O Homem Que Sabia de Menos

Título no Brasil: O Homem Que Sabia de Menos
Título Original: The Man Who Knew Too Little 
Ano de Lançamento: 1997 
País: Estados Unidos / Alemanha 
Estúdio: Regency Enterprises 
Direção: Jon Amiel 
Roteiro: Robert Farrar, Howard Franklin 
Elenco: Bill Murray, Peter Gallagher, Joanne Whalley, Alfred Molina, Richard Wilson, John Standing 

Sinopse:
Wallace Ritchie, um americano despretensioso, vai a Londres para visitar seu irmão. Para entretê-lo, ele acaba participando do “Teatro da Vida”, um espetáculo interativo em que espectadores têm seus “papéis” em cenas dramatizadas nas ruas. Porém, ao atender um telefonema que não era para ele, Wallace é confundido com um agente secreto num plano real de conspiração envolvendo espionagem internacional. Ele acredita que tudo seja parte da peça teatral, enquanto está no centro de uma trama perigosa!

Comentários: 
Eu sempre gostei do Bill Murray, mas convenhamos que essa comédia que satiriza velhos filmes de espionagem era bem fraquinha. Na história ele interpretava um cara comum que era confundido com um espião, um assassino profissional internacional! E para piorar ele deveria parar uma grande conspiração envolvendo os interesses de seu próprio país! Lançado em 1997 fez pouco sucesso, até mesmo no Brasil, indo parar diretamente nas prateleiras de fitas VHS. O título do filme fazia uma sátira com "O Homem que Sabia Demais" do mestre Alfred Hitchcock! Não poderia haver filmes tão diferentes entre si. O clássico é, até os dias de hoje, considerado uma obra-prima assinada pelo mestre do suspense. Esse aqui, por outro lado, era apenas uma comédia descartável. O Bill Murray, pelo talento, poderia fazer bem melhor. Enfim, um filme bem dispensável mesmo! Com muita boa vontade dá para dar umas risadinhas, mas é só, é isso é absolutamente tudo! 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Perto de Você

Título no Brasil: Perto de Você
Título Original: Close to You
Ano de Lançamento: 2023 
País: Reino Unido / Canadá / Estados Unidos 
Estúdio: Good Question Media 
Direção: Dominic Savage 
Roteiro: Dominic Savage, Elliot Page 
Elenco: Elliot Page (Ellen Page), Hillary Baack, Wendy Crewson, Peter Outerbridge, Janet Porter, Alex Paxton-Beesley 

Sinopse:
Elliot Page (Ellen Page) interpreta uma garota que muda de sexo. Agora ele se identifica como Sam. Após quatro anos afastado de sua família decide aceitar o convite para visitar seus pais, seus irmãos e irmãs. O reencontro não será isento de traumas e muitos problemas familiares decorrentes de sua decisão. A situação, assim, não demora muito a ficar bem pesada. 

Comentários:
Filme bem interessante que tem tudo a ver com Elliot Page (antiga Ellen Page). Assim como a protagonista (ou o protagonista) da história do filme, a atriz Ellen Page também decidiu mudar de sexo. Uma decisão dessas, obviamente, nem sempre é bem aceita por familiares, antigas amigas, etc. O céu passa a ficar meio cinzento em relação às pessoas de seu passado e o clima de hostilidade, principalmente dentro do seio familiar, logo se instala. O enredo do filme mostra justamente isso, quando uma garota, que agora é um garoto, decide voltar para reencontrar seus familiares. Pode ser sim uma decisão traumática. Assim que ela (ou ele) chega em seu antigo lar, sentimos o clima pesar. Muitos querem falar sobre isso, mas poucos se arriscam e quando o fazem, a briga se instala imediatamente. O clime do filme é bem introspectivo e nem o breve romance dele com uma antiga amiga da escola ameniza essa situação. Uma película de que gostei bastante, mostrando o outro lado da luta do movimento LGBT, principalmente dentro de suas famílias. Não, não é fácil para ninguém mesmo. 

Pablo Aluísio. 

Os Pervertidos

Título no Brasil: Os Pervertidos
Título Original: This World, Then the Fireworks 
Ano de Lançamento: 1997 
País: Estados Unidos 
Estúdio: Largo Entertainment 
Direção: Michael Oblowitz 
Roteiro: Jim Thompson, Larry Gross
Elenco: Billy Zane, Gina Gershon, Sheryl Lee, Rue McClanahan, Seymour Cassel, Will Patton 

Sinopse:
Ambientado na Califórnia dos anos 1950, o filme acompanha Marty e Carol Lakewood, irmãos que testemunharam um ato de violência na infância que marcou suas vidas. Crescendo sob esse trauma, Marty torna-se jornalista, Carol vive prostituída, e os dois mantêm uma relação ambígua e perturbadora. Quando Marty volta para sua cidade natal para lidar com a mãe doente, ele se envolve em manipulações, seduções e crimes, enquanto a mãe começa a suspeitar da natureza da relação entre os filhos.

Comentários: 
Quando eu olho para o passado, para alguns filmes dos anos 90, eu chegou na conclusão que a massa de filmes que era produzida naquela época era até bem melhor e mais ousada do que vemos hoje em dia. E não havia essa paranóia puritana que existe por aí tão fortemente como hoje em dia. O cinema, de maneira em geral, era mais corajoso, mais sensual. Esse filme mistura sensualidade, com erotismo, tudo se passando nos anos 50. Ficou bem interessante o resultado final. De fraco mesmo apenas a presença sem graça do Billy Zane. De qualquer forma tudo isso era compensado pela beleza maravilhosa da Sheryl Lee! Era tão linda que compensava qualquer filme B em que estivesse no elenco!

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

A Teia

Título no Brasil: A Teia
Título Original: Sleeping Dogs 
Ano de Lançamento: 2024 
País: Estados Unidos / Austrália 
Estúdio: Gramercy Park Media 
Direção: Adam Cooper 
Roteiro: Adam Cooper, Bill Collage 
Elenco: Russell Crowe, Karen Gillan, Marton Csokas, Tommy Flanagan, Harry Greenwood, Thomas M. Wright 

Sinopse:
Um detetive, já afastado do departamento de polícia e sofrendo os primeiros sinais do Mal de Alzheimer decide investigar, por conta própria, um antigo caso de assassinato. O suposto criminoso que foi apontado como autor do crime está no corredor da morte esperando sua execução. Correndo contra o tempo, o velho investigador então segue pistas que foram deixadas pelo meio do caminho, revelando algo que vai surpreender todos os envolvidos nesse caso mal resolvido do passado. 

Comentários:
O ator Russell Crowe já está naquela fase de ex-astro de Hollywood, prestes de ir para a aposentadoria de forma definitiva. Isso porém não o impede de fazer bons filmes. Vivendo na Austrália (ele diz detestar os Estados Unidos de hoje) ele raramente saí de seu país do coração. Assim o filme foi rodado todo na Austrália, embora com história sendo passada nos EUA. O resultado me agradou, sem dúvida é um bom filme. O seu grande triunfo nos momentos finais é um plot twist que me lembrou muito de "Coração Satânico", mas devo dizer que isso é coisa de cinéfilo velho, como esse que escreve essas linhas. Para as novas gerações a coisa toda vai soar quase como genial! Aliás o título original do filme "Sleeping Dogs" tem tudo a ver com o momento do ator. Deixem os cães velhos dormirem em paz ou então terá muitos problemas pela frente! É bem isso, velhos cães nem sempre perdem seu farejo, pelo contrário, os anos os tornam mais sagazes! 

Pablo Aluísio. 

Risco Total

Risco Total
Não se sabe bem qual foi a razão mas em determinado momento de sua carreira, após grandes sucessos de bilheteria, Sylvester Stallone resolveu que queria ser um comediante. Ninguém entendeu direito mas como ele vinha de vários sucessos ninguém ousou contestar o ator. O resultado dessa má ideia foi a realização de dois péssimos filmes, “Oscar – Minha Filha Quer Casar” e “Pare, Senão Mamãe Atira!”. Desnecessário dizer que ambos os filmes foram enormes fracassos de público e crítica. Essa por sua vez se sentiu gratificada, após bater em Stallone por anos seguidos agora tinha o público ao seu lado, finalmente. De fato não há como negar que essas comédias são realmente horrendas. Enredos sem graça e Stallone tentando fazer rir de forma constrangedora. Recentemente o ator reconheceu o erro em uma entrevista explicando que seu ego o tinha cegado à realidade. De qualquer modo passada a repercussão negativa de ambos os filmes, Stallone resolveu voltar para sua zona de conforto, a dos filmes de ação e aventura. A solução foi se reunir ao cineasta Renny Harlin, na época em ótimo momento na carreira, para estrelar esse filme que usava e abusava de ótima fotografia, com tomadas maravilhosas de alpinismo e aventura. Era uma volta triunfal ao gênero que sempre o havia consagrado.

As filmagens foram complicadas mas Stallone estava disposto a voltar ao topo (da carreira, não das montanhas onde o filme foi realizado). A produção ficou a cargo da Carolco, a mesma que havia realizado os filmes da série Rambo. Stallone quis realizar ele próprio várias das cenas mas foi convencido a não ir em frente pois nenhuma seguradora do mundo bancaria o filme assim. Ao custo de 65 milhões de dólares as filmagens tiveram início nos famosos estúdios Cinecittà em Roma. Já as cenas externas, onde foram capturadas as melhores sequências de alpinismo, foram realizadas nas Montanhas Rochosas no Colorado e em Dolomites na Itália. O resultado foi muito bom, tanto em termos de bilheteria como de crítica. O filme rendeu mais de 250 milhões apenas no mercado externo e os jornais especializados pouparam Stallone de mais um massacre, elogiando a boa fotografia do filme e o fato dele ser um produto diferente, que fugia dos costumeiros Rambos e Rockys. Em suma, um bom momento na carreira de Sly, que recuperou assim seu prestígio e seu sucesso nos cinemas.

Risco Total (Cliffhanger, EUA, 1993) Direção: Renny Harlin / Roteiro: John Long, Michael France / Elenco: Sylvester Stallone, John Lithgow, Michael Rooker / Sinopse: Um famoso alpinista, Gabe Walker (Sylvester Stallone) é contratado para levar uma equipe de resgate que parte em busca de um grupo desaparecido nas montanhas. Durante a jornada porém Gabe acaba descobrindo que nada é o que aparentava ser.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Premonição 6

Título no Brasil: Premonição 6
Título Original: Final Destination: Bloodlines 
Ano de Lançamento: 2025 
País: Estados Unidos 
Estúdio: New Line Cinema 
Direção: Zach Lipovsky e Adam B. Stein 
Roteiro: Guy Busick e Lori Evans Taylor 
Elenco: Kaitlyn Santa Juana, Teo Briones, Richard Harmon, Owen Patrick Joyner, Anna Lore, Brec Bassinger 

Sinopse:
A estudante universitária Stefani Reyes herda de sua avó moribunda visões terríveis de um desastre em 1968 numa torre que quase desabou — e descobre que a Morte está seguindo sua linhagem familiar, determinado a reclamar aquilo que escapou. Agora ela vai lutar para salvar a todos da morte, pois essa pode estar presente em qualquer lugar, a qualquer momento. 

Comentários:
A melhor coisa dessa franquia que chega ao seu sexto filme é a forma como a principal protagonista é retratada. E não estou falando das personagens que vão morrendo ao longo dos filmes. Estou me referindo à morte mesmo! Ela é, não se engane sobre isso, a principal personagem de todos os filmes, mas nunca está visivelmente presente, o roteiro não a personifica, a morte é apenas uma entidade oculta que vai ceifando vida por vida, tal como acontece no mundo real. Em relação a esse filme eu gostei bastante da parte inicial, toda se passando nos anos 60. Até me empolguei pensando que o filme iria se passar todo naquela década tão mágica, com ótima trilha sonora. Pena que tudo é apenas uma introdução para os fatos que irão acontecer no futuro (e no nosso presente, obviamente!). Eu teria ficado lá mesmo nos anos 60, se assinasse o roteiro desse filme, pois fica claro que quando se saí daquela década perde-se muito charme. E para piorar os personagens do presente são pouco carismáticos, ao contrário do casalzinho jovem e apaixonado do começo do filme. Assim ficamos sem nos importar muito com o destino deles, seja morrendo em máquinas de ultrassonografia, seja em caçambas de caminhões de lixo! Enfim, é a vida (ou a morte) dependendo do ponto de vista...

Pablo Aluísio.