quarta-feira, 21 de maio de 2025

O Clube dos Monstros

O Clube dos Monstros 
Mais um filme em que Vincent Price parece se divertir como nunca! Ele interpreta um sujeito "boa praça" que leva um amigo humano para um clube frequentado apenas por monstros! Uma vez lá decide lhe contar três histórias que vão dar origem aos três contos de terror mostrados ao longo do filme. No primeiro encontramos um sujeito solitário que vive de seu antiquário. A namorada de um criminoso decide arranjar um emprego por lá e o misterioso homem acaba se apaixonando por ela que no fundo só quer roubar os artefatos de valor. Obviamente ela vai acabar se dando mal pois o solitário dono na verdade é um descendente de vampiros!

Na segunda história temos uma estranha família. O filho sofre humilhações na escola. Ele é zombado por ser fraco, magro e feio. Só que na realidade o menino é filho de um vampiro! Nada mais, nada menos, do que o próprio Conde Drácula. Quando um padre decide ir em sua casa para colocar uma estaca no coração do velho vampiro as coisas saem imediatamente do controle. Um conto levado na base do bom humor, tal como se fosse uma sitcom dos nossos tempos. Na terceira e última história temos um diretor de cinema. Ele vai dirigir um filme de terror e procura pelas locações ideais. Acaba encontrando um vila isolada, onde vivem estranhos moradores. O lugar parece o certo pois é sombrio e estranho, mas não vai demorar muito para ele entender que ir até lá foi o maior erro de sua vida! 

Enfim, curti esse filme que mistura velhos monstros clássicos com um certo humor negro. Lançado no começo dos anos 80, quando o cinema clássico de terror já tinha passado por seu auge e estava em pleno declínio, essa produção tentou resgatar tudo de um ponto de vista de bom humor, mas também respeito com o passado. E de quebra ainda trazia números musicais, animações bem boladas (como a da stripper de esqueleto!) e um bom uso de ilustrações de alta categoria do mundo dos quadrinhos. Assim, em termos de cultura pop, por aqui há de tudo um pouco. Bem legal de assistir (ou rever) nos dias de hoje. 

O Clube dos Monstros (The Monster Club, Reino Unido, 1981) Direção: Roy Ward Baker / Roteiro: R. Chetwynd Hayes, Edward Abraham / Elenco: Vincent Price, John Carradine, Anthony Steel / Sinopse: Três histórias de terror contadas de um amigo para o outro em um estranho clube frequentado apenas por criaturas monstruosas! Trilha sonora de John Williams. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 20 de maio de 2025

A Noite dos Pistoleiros

Título no Brasil: A Noite dos Pistoleiros
Título Original: Rough Night in Jericho
Ano de Lançamento: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Arnold Laven
Roteiro: Sydney Boehm, Marvin H. Albert
Elenco: Dean Martin, Jean Simmons, George Peppard, John McIntire, Slim Pickens, Don Galloway

Sinopse:
Max Flood (Dean Martin) é um vilão e criminoso. Usando de uma quadrilha de homens violentos ele domina a pequena cidade de Jericho. Todos devem pagar sua parte, em um grande esquema de extorsão. Só que a chegada de um forasteiro e de um velho xerife, que agora trabalha em uma diligência que atravessa o deserto, pode mudar muito bem essa situação de dominação e terror. Esses homens definitivamente não vão se deixar dominar assim tão facilmente. 

Comentários:
De certa maneira esse faroeste é até bem convencional, bem de acordo com o que se produzia naquela época, segunda metade dos anos 1960. O que há de diferente é ver o cantor e ator Dean Martin interpretando um vilão na história. Desde que havia se tornado famoso, ao lado do colega Jerry Lewis, Martin sempre interpretou bons homens, personagem carismáticos. Assim ver ele aqui interpretando um sujeito bem asqueroso, vai deixar muita gente surpresa. E ao que tudo indica o próprio Dean Martin não gostou muito da experiência. Aconselhado por Frank Sinatra, ele deixou esse tipo de personagem de lado. Não caía bem para quem também tinha uma bem sucedida carreira de cantor. Afinal ele precisava vender discos. Assim podemos dizer que foi uma experiência bem singular em sua filmografia. Não demorou muito e ele retornou para sua tão conhecida e amada persona de Mr. Cool que o havia levado para a fama e o sucesso. 

Pablo Aluísio.

Wyatt Earp

Título no Brasil: Wyatt Earp
Título Original: The Life and Legend of Wyatt Earp
Ano de Produção: 1955 - 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: American Broadcasting Company (ABC)
Direção: Frank McDonald, Roy Rowland, Paul Landres
Roteiro: Frederick Hazlitt Brennan, John Dunkel
Elenco: Hugh O'Brian, Jimmy Noel, Ethan Laidlaw

Sinopse:
Wyatt Earp (Hugh O'Brian) se torna xerife de uma série de cidadezinhas no velho oeste. Durão, austero, honesto e íntegro, impõe respeito à lei por onde passa. Ao lado de seus irmãos e do amigo Doc Holliday (Douglas Fowley), enfrenta todo e qualquer tipo de fora-da-lei que cruza seu caminho. Ao chegar em Tombstone precisa enfrentar uma família de malfeitores, os Clantons, pistoleiros e bandoleiros perigosos e temidos. 

Comentários:
Essa foi a  mais longa série produzida sobre o xerife Wyatt Earp. No total foram 227 episódios, em seis temporadas exibidas com grande sucesso pelo canal americano ABC entre os anos de 1955 a 1961. Eram tempos de ouro para os fãs de faroestes, principalmente jovens e adolescentes, que tinham uma programação de qualidade para assistir após chegarem em casa, depois da escola, já que "Wyatt Earp" era exibido no horário vespertino. Nesse seriado muito popular nos Estados Unidos quem interpretava o famoso xerife de Tombstone era o ator Hugh O'Brian, um veterano que logo se tornou ídolo nos anos 50. E ser astro de TV naqueles anos não significava apenas gravar suas cenas para os episódios, mas sim também viajar para promover a série, ir em escolas e programas, sempre divulgando seu personagem e dando bons conselhos para a garotada em geral. Depois de tanto sucesso na pele do mais famoso xerife da história do oeste americano ele ainda emplacaria outros êxitos na TV como nas séries "O Homem de Virgínia" e "Perry Mason". Como era de se esperar não se deve procurar de uma série de western dos anos 50 a tão valorizada veracidade histórica. Os episódios estão mais para a literatura de bolso da época do que qualquer outra coisa. O Earp é um poço de virtude e bom mocismo que tem que enfrentar todos os dias os mais terríveis e indigestos vilões. Claro que justamente por seguir essa fórmula determinada a série tenha alcançado tanto sucesso. A lamentar apenas o fato da TV brasileira ainda ser muito primitiva nos anos 50, o que privou nossa juventude de acompanhar tudo na época. De qualquer maneira para quem deseja conhecer nunca é tarde demais pois a série tem sido lançada periodicamente em DVDs nos EUA e o objetivo final da produtora é colocar no mercado todas as seis temporadas, para deleite de todos os colecionadores do gênero.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Duas Vidas

Michel Marnet (Charles Boyer) é um playboy francês que decide, após longos anos, finalmente se casar. Obviamente que isso logo se torna uma notícia e ele decide viajar até os Estados Unidos para lá se casar com sua futura esposa americana. Na viagem acaba conhecendo casualmente Terry McKay (Irene Dunne) que embora esteja comprometida acaba jogando seu charme para seduzi-lo. O que começa como um flerte casual acaba se tornando algo mais profundo a ponto de ambos combinarem de se encontrarem em seis meses no topo do Empire State em Nova Iorque, caso seus relacionamento amorosos não criem bons frutos nesse tempo."Duas Vidas" é o filme original que deu origem a dois remakes que se tornaram bem conhecidos do público cinéfilo. O primeiro foi o clássico absoluto "Tarde Demais para Esquecer" de 1957 com Cary Grant e Deborah Kerr protagonizando essa bonita história de amor. Depois nos anos 1990 tivemos uma nova refilmagem chamada "Segredos do Coração" com Warren Beatty e Annette Bening como o casal apaixonado. Esse segundo remake contou com a preciosa participação da diva do cinema Katharine Hepburn que curiosamente quase estrelou o filme original.

Cada um desses filmes tem seus pontos fortes. "Tarde Demais para Esquecer" contava com uma maravilhosa trilha sonora e uma fotografia inspirada. "Segredos do Coração" trouxe um trabalho melhor em termos de roteiro, onde os dois personagens principais eram bem mais trabalhados do ponto de vista psicológico. Já o original "Duas Vidas" se destaca pelo elenco. Charles Boyer tinha uma finesse e elegância pessoal que casou muito bem com seu personagem. De fala suave e gestos diplomaticamente ensaiados, ele convence plenamente como um conquistador irresistível para as mulheres. Já Irene Dunne passa a impressão de ser uma mulher decidida, dona de si, que sabe muito bem que seu casamento não terá muito futuro pois está apaixonada por Michel Marnet (Boyer). Esse tipo de atitude pode até ser vista como algo comum nos dias de hoje, mas lembre-se que esse filme foi rodado na década de 1930 e naquela época uma mulher prestes a se casar com outro tinha que manter uma certa postura pessoal, caso contrário causaria um verdadeiro escândalo, criando um estigma social ruim para si.

Ouvindo seu coração, ela prefere partir para os braços de Marnet, ao invés de continuar em um relacionamento sem amor, vazio por dentro. E justamente por ter essa coragem o filme se tornou logo um sucesso de público e crítica, sendo indicado a seis Oscars, entre eles Melhor Filme, Melhor Atriz (Irene Dunne), Melhor Atriz Coadjuvante (Maria Ouspenskaya), Melhor Roteiro Original e Melhor Trilha Sonora Original. Sem dúvida um marco do cinema romântico de Hollywood e um grande avanço em termos de emancipação da mulher dentro daquele contexto histórico e social.

Duas Vidas (Love Affair, Estados Unidos, 1939) Estúdio: RKO Radio Pictures / Direção: Leo McCarey / Roteiro: Delmer Daves, Donald Ogden Stewart / Elenco: Irene Dunne, Charles Boyer, Maria Ouspenskaya / Sinopse: Um casal se apaixona e decide fazer uma espécie de pacto. Caso não sejam felizes em seus relacionamentos atuais devem se encontrar no alto do Empire State em Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

Meus Braços Te Esperam

A família Winfield se muda para uma nova casa em uma pequena cidade em Indiana. Então a jovem Marjorie Winfield (Doris Day) começa um romance com William Sherman (Gordon MacRae), seu novo vizinho que vive do outro lado da rua. Marjorie tem de aprender a dançar e agir como uma jovem e respeitada dama da sociedade. Infelizmente, William Sherman tem ideias não convencionais para a época (o enredo se passa na Primeira Guerra Mundial, embora o conflito não desempenhe nenhum papel importante para a maior parte do filme). Suas ideias diferentes, por exemplo, não incluem acreditar no casamento ou no valor do dinheiro, o que provoca um atrito imediato com o pai de Marjorie, que é o vice-presidente do banco local. Em determinado momento de sua carreira a atriz Doris Day foi apelidada de "A Virgem Profissional", isso porque interpretava geralmente mocinhas doces e ingênuas nas telas. Esse tipo de rótulo porém era pura bobagem. O que importava mesmo é que Doris Day tinha um grande talento. Ela não era apenas a jovem loira e virgem em busca do príncipe encantado em romances açucarados de seus filmes, mas também uma cantora maravilhosa, dona de uma das vozes mais bonitas da música americana. Talento puro!

Esse simpático e muito charmoso "On Moonlight Bay" traz um pouco do melhor de Day. Certamente sua personagem é mais uma no estilo "virgem intocada", mas a despeito disso o filme é um ótimo musical, com excelente repertório, onde Doris Day dá uma amostra de seu grande talento vocal. A estorinha é leve, com pitadas de comédia e romance, o que ajuda ainda mais a passar o tempo. Em tempos cínicos e violentos como os que vivemos, assistir algo assim tão bem intencionado pode soar como inocente e bobinho, mas deixe esse tipo de opinião ranzinza e preconceituosa de lado e curta mais esse belo momento da carreira da primeira e única Doris Day no cinema.

Meus Braços Te Esperam (On Moonlight Bay, Estados Unidos, 1951) Estúdio: Warner Bros / Direção: Roy Del Ruth / Roteiro: Jack Rose, Melville Shavelson / Elenco: Doris Day, Gordon MacRae, Jack Smith / Sinopse: O filme conta a história de um romance envolvendo dois jovens e os problemas que podem surgir quando o namorado tem uma visão bem diferente do mundo do pai da garota pelo qual ele está apaixonado.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de maio de 2025

Sonhos Rebeldes

Sonhos Rebeldes
Esse foi um dos primeiros filmes do Nicolas Cage! Não deixa de ser muito divertido ver ele aqui, bem jovem, com muito cabelo, tentando dar uma de descolado, embora já naqueles tempos fosse um tremendo de um esquisitão! A história do filme não tem nada de muito especial. É uma produção feita nos anos 80 para o público adolescente. Uma espécie de Romeu e Julieta para os jovens daquela época, com muitos cabelos armados, letreiros de neon e bandas com músicas de sintetizadores. 

Cage interpreta esse carinha que vive do outro lado da cidade, onde mora a classe trabalhadora, onde os jovens frequentam clubes punks! Ele se apaixona pela loirinha da parte rica da cidade. Ela é uma patricinha de alto a baixo. Imagine o tamanho do preconceito social que vai ter que enfrentar para ficar com seu novo namorado, aquele punk de butique pobretão! Olha só, realmente nada de muito especial encontrará nessa fita, mas hoje em dia, ela tem seu charme, principalmente para quem curte Nicolas Cage. Seu papel é muito divertido, ainda mais revisto hoje em dia, após tantos anos! 

Sonhos Rebeldes (Valley Girl, Estados Unidos, 1983) Direção: Martha Coolidge / Roteiro: Andrew Lane, Wayne Crawford / Elenco: Nicolas Cage, Deborah Foreman, Elizabeth Daily / Sinopse: Garota rica e mimada, cai de amores por um sujeito pobretão, que gosta de boates punks, no outro lado da cidade, onde vive a classe trabalhadora e pobre da região. 

Pablo Aluísio.

Uma Escola Muito Especial, para Garotas

Uma Escola Muito Especial, para Garotas
A década de 1980 foi o auge daquelas comédias adolescentes picantes sobre sexo entre os jovens. Não era nada muito vulgar, embora não tivesse a sofisticação dos velhos filmes do passado que ousassem juntar sexo e humor no mesmo roteiro. Esse filme aqui foi um dos primeiros exemplares desse tipo de cinema. É tão antigo, para falar a verdade, que mal me lembro dele, embora tenha assistido em uma dessas sessões madrugada adentro, ainda no tempo da TV aberta onde só existia alguns poucos canais para ver filmes. 

A história é meio banal. Garota que estuda em colégio só para meninas se apaixona por carinha que estuda em colégio só para rapazes. Isso era comum na época. Geralmente eram escolas católicas tradicionais e toda aquela baboseira que conhecemos bem. Enfim, uma comédia adolescente dos anos 80. Nada demais, mas temos que admitir que abriu a porta para um verdadeiro subgênero do cinema americano, para o bem e também para o mal porque vieram muitas porcarias no rastro dele. 

Uma Escola Muito Especial, para Garotas (Private School, Estados Unidos, 1983) Direção: Noel Black / Roteiro: Dan Greenburg, Suzanne O'Malley / Elenco: Phoebe Cates, Betsy Russell, Matthew Modine / Sinopse: Jovens loucos pelas garotas entram em escola feminina vestidos de estudantes femininas. É para piorar aquelas são escolas católicas tradicionais. O escândalo assim se torna uma questão de tempo!

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de maio de 2025

The Beatles - Rubber Soul - Parte 4

The Beatles - Rubber Soul - Parte 4
Nos anos 60 Paul McCartney teve um caso sério com a atriz Jane Asher. Para ela fez várias músicas, entre elas "I'm Looking Through You". A linda atriz inglesa ruiva realmente era o modelo da nova mulher, independente, dono do próprio nariz, profissional, etc. E Paul ficou perdidamente apaixonado por ela. Das garotas que namoravam os Beatles ela era certamente a mais bonita, interessante e inteligente. John Lennon, por exemplo, acreditava que Paul se casaria com ela, com absoluta certeza. 

O namoro foi tão sério que Paul foi morar com ela, na casa dos pais dela, mesmo não sendo casados! E isso foi no começo do namoro deles. Os pais de Jane eram intelectuais da nova era. Professores, pessoas cultas. Paul era louco por Jane, disso os demais Beatles bem sabiam. Infelizmente esse relacionamento que tinha tudo para terminar em casamento chegou ao fim por causa de um ato impensado por parte de Paul. 

Numa tarde Jane chegou em sua casa (Paul havia comprado finalmente uma casa própria em Londres) e o pegou com uma garota em seu quarto! Fou um flagrante de traição! Um grande vacilo por parte dele! Aquilo pegou muito mal e ela terminou o relacionamento. Paul ficou tão arrasado que escreveu a letra dessa música. Infelizmente era tarde demais. Ela foi embora para nunca mais voltar! Para os fãs dos Beatles pelo menos a infidelidade de Paul (e depois sua dor de cotovelo) serviram de material para belas baladas românticas por parte do Beatle. E tudo poderia ser ouvido depois nos maravilhosos álbuns do grupo. 

"What Goes On" foi creditada como sendo uma parceria entre Lennon, McCartney e Ringo! Era algo que nunca havia acontecido antes e que não mais se repetiria na discografia dos Beatles. Ela começou sendo composta por Ringo que depois pediu ajuda aos seus colegas talentosos. Uma faixa para Ringo cantar. Uma boa música, um country bem bacana, ideal para o timbre de voz do baterista. Nessa fase os Beatles sempre deixavam uma música para Ringo cantar. Uma maneira dos Beatles de valorizar o seu mais carismático e amigável integrante. 

Pablo Aluísio. 

Elvis Presley - A Date With Elvis - Parte 4

Em setembro de 1954 Elvis participou de uma das sessões mais produtivas em seus anos na Sun Records. Em apenas um dia ele gravou seis músicas! Ora, isso era mais da metade de um disco de vinil da época, algo que Sam Phillips poderia pensar em fazer, caso sua gravadora não fosse tão modesta. As sessões começaram com "I'll Never Let You Go", cujos primeiros takes nunca foram lançados e se perderam para sempre. Outra que se perdeu e nunca foi lançada foi "Satisfied". Essa gravação foi realmente uma perda e tanto pois Elvis nunca mais gravaria a música em sua carreira. As baladas "I Don't Care if the Sun Don't Shine" e "Just Because" também foram gravadas. Como se pode perceber Elvis estava com bastante energia e vontade de mostrar seu talento nessa ocasião.

Para finalizar essa sessão de gravação mais do que produtiva Elvis encerrou os trabalhos com chave de ouro ao gravar o clássico "Good Rockin' Tonight" de Roy Brown. Para o dono da Sun Records, o produtor Sam Phillips, esse foi certamente um dos pontos altos de Elvis na gravadora de Memphis. Havia apenas três músicos dentro do estúdio naquele dia. Elvis cantando e fazendo acompanhamento em seu violão. Scotty Moore na guitarra e Bill black em seu enorme contrabaixo. Não houve baterista. Não havia mais ninguém. É de se impressionar ao ouvir a faixa nos dias de hoje e perceber que apenas três músicos conseguiram um efeito tão bom. Naquele mesmo mês de setembro a gravadora se apressou para lançar o single Sun 210, o segundo de Elvis pelo pequeno selo de Memphis. Não havia tempo a perder.

Outra música dos tempos da Sun Records que a RCA Victor aproveitou para eolocar nesse álbum "A Date With Elvis" foi "I Forgot to Remember to Forget". Escrita pela dupla Stan Kesler e Charlie Feathers. É uma baladinha country que tem um título curioso, que em português significaria algo como "Eu esqueci de lembrar de me esquecer". Um trocadilho até divertido de palavras. Os Beatles, que eram grandes fãs de Elvis nesse período da Sun Records, gravariam a música em seu programa na BBC de Londres. O registro sobreviveu ao tempo e foi lançado anos depois no excelente box "The Beatles - Live at the BBC".

Finalizando essa análise do álbum "The Date With Elvis" aqui vão algumas informações adicionais. O disco foi lançado no mercado americano em agosto de 1959 com o código fonográfico LPM 2011. Foi o oitavo LP de Elvis a chegar ao mercado pela RCA Victor. Não foi um grande sucesso de vendas, chegando apenas ao trigésimo segundo lugar entre os mais vendidos. Curiosamente o disco foi lançado um mês antes na Inglaterra, onde vendeu muito bem, chegando ao quarto lugar das paradas inglesas. Elvis era adorado pelos fãs das ilhas britânicas. No Brasil o disco só chegaria ao mercado quase um ano depois, numa edição bem simples, sem todo o capricho gráfico da edição americana.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

A Última Showgirl

A Última Showgirl 
Pamela Anderson foi um dos grandes símbolos sexuais nos anos 90. Ela foi a bombshell definitiva daquela década. Tinha uma série de sucesso na TV (SOS Malibu), foi capa seis vezes da revista Playboy, sendo eleita a coelhinha mais popular de seu tempo e obviamente ganhou muito dinheiro com tudo isso. Pois bem, o tempo passou, a idade chegou e hoje em dia ela vive um verdadeiro revival em sua carreira. Está sendo considerada inclusive uma boa atriz, algo que jamais aconteceu em seu passado. 

Nesse filme Pamela interpreta uma personagem que tem claras semelhanças com sua própria vida e seu passado. É uma showgirl de Las Vegas. Décadas atrás ela foi muito popular, liderando o elenco de beldades de um show de grande sucesso naquela cidade. Só que agora ela está sendo demitida, seu show cancelado e aos 57 anos de idade não sabe mais o que fazer... para piorar sua filha, que ela não vê há muitos anos, retorna para lhe encontrar. E o encontro acaba sendo cheio de mágoas e acertos de contas com o passado, afinal em busca do sucesso e glamour ela negligenciou sua própria filha em sua infância e adolescência. 

Agora, se Pamela Anderson está bem em cena, quem acaba roubando alguns momentos de seu renascimento é justamente Jamie Lee Curtis. Nesse filme ela se despiu de qualquer vaidade pessoal, mostrando, sem pudores, os efeitos do tempo em seu rosto e em seu corpo. Assumindo a idade, o que faz muito bem. Existe uma cena em especial, em que sua personagem, que agora vive como garçonete de cassino, sobe em uma mesa. Está tocando ao fundo um velho hit dos anos 80. E lá está ela dançando, lembrando de seus tempos de showgirl quando era amada e cortejada por todos. Só que agora ninguém presta atenção nela, que fica completamente ignorada por todos que passam ao seu lado. Um momento de pura melancolia pessoal. 
 
Um triste desfecho na história dessas belas mulheres do passado, que construíram toda uma carreira em cima disso, da beleza e sensualidade, mas que agora precisam se reinventar de alguma maneira para continuar sobrevivendo. Uma lição de vida, sem dúvida. Enfim, grande filme. Recomendo a quem viveu o auge dessas divas de um passado nem tão distante assim. Haverá um pingo de melancolia em tudo, mas isso, no final das contas, só depõe mesmo a favor desse belo e triste drama. 

A Última Showgirl (The Last Showgirl, Estados Unidos, 2024) Direção: Gia Coppola / Roteiro: Gia Coppola / Elenco: Pamela Anderson, Jamie Lee Curtis, Brenda Song, Kiernan Shipka / Sinopse: Veterana showgirl de Las Vegas percebe que sua carreira está chegando ao fim quando seu show é cancelado. Ela então é demitida. Aos 57 anos de idade ela precisa recomeçar, mas as portas se fecham e sua situação fica desesperadora. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Pamela Anderson). 

Pablo Aluísio.