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sábado, 7 de junho de 2025

The Beatles - Rubber Soul - Parte 5

The Beatles - Rubber Soul - Parte 5
Na primeira fase dos Beatles, o guitarrista George Harrison não tinha muito espaço nos álbuns dos Beatles. Paul McCartney, em especial, sempre vetava as músicas dele que considerasse fracas ou ainda não plenamente desenvolvidas para fazer parte dos discos. Anos e anos de rejeição de seu material criou em George um forte ressentimento contra Paul. E isso iria explodir de vez por volta de 1969, culminando no fim da banda pouco tempo depois. 

"If I Needed Someone" foi uma das músicas de George Harrison que conseguiram vencer essa barreira. Paul não achou grande coisa, mas essa poderia entrar em "Rubber Soul". E assim foi feito. Eu pessoalmente concordaria com Paul. Não é uma grande música, mas serve para completar o disco, afinal pelo menos uma música de George Harrison estaria no disco, então essa não faz feio em relação às demais. 

E completando essa análise desse disco dos Beatles temos a faixa "Wait". Essa foi composta por Paul McCartney, com alguma ajudinha de Lennon. Outra canção que teve como inspiração o relacionamento de Paul com Jane Asher, já naquele período enfrentando seus problemas. Inicialmente a música foi escolhida para fazer parte do álbum "Help!", mas na correria de fazer o disco e o filme, acabou ficando de fora da lista final. Paul acreditava na canção, por isso decidiu que iria incluí-la no "Rubber Soul" onde ficou muito bem posicionada, fazendo um belo conjunto com as outras faixas do disco. 

O álbum "Rubber Soul" dos Beatles foi lançado em dezembro de 1966. Aproveitando as compras de Natal e fim de ano, acabou se tornando um grande sucesso de vendas, chegando ao primeiro lugar nos principais países, incluindo Estados Unidos e Inglaterra. Para muitos críticos era um disco excelente, bem melhor do que os outros. Hoje em dia ele é visto como um disco de transição, da primeira para a segunda e última fase do grupo. Não é um album totalmente do estilo da fase Yeah, Yeah, Yeah, mas tampouco é tão revolucionário como os demais que viriam a ser lançados depois. De uma forma ou outra é um dos grandes discos da banda, disso ninguém consegue discordar. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 17 de maio de 2025

The Beatles - Rubber Soul - Parte 4

The Beatles - Rubber Soul - Parte 4
Nos anos 60 Paul McCartney teve um caso sério com a atriz Jane Asher. Para ela fez várias músicas, entre elas "I'm Looking Through You". A linda atriz inglesa ruiva realmente era o modelo da nova mulher, independente, dono do próprio nariz, profissional, etc. E Paul ficou perdidamente apaixonado por ela. Das garotas que namoravam os Beatles ela era certamente a mais bonita, interessante e inteligente. John Lennon, por exemplo, acreditava que Paul se casaria com ela, com absoluta certeza. 

O namoro foi tão sério que Paul foi morar com ela, na casa dos pais dela, mesmo não sendo casados! E isso foi no começo do namoro deles. Os pais de Jane eram intelectuais da nova era. Professores, pessoas cultas. Paul era louco por Jane, disso os demais Beatles bem sabiam. Infelizmente esse relacionamento que tinha tudo para terminar em casamento chegou ao fim por causa de um ato impensado por parte de Paul. 

Numa tarde Jane chegou em sua casa (Paul havia comprado finalmente uma casa própria em Londres) e o pegou com uma garota em seu quarto! Fou um flagrante de traição! Um grande vacilo por parte dele! Aquilo pegou muito mal e ela terminou o relacionamento. Paul ficou tão arrasado que escreveu a letra dessa música. Infelizmente era tarde demais. Ela foi embora para nunca mais voltar! Para os fãs dos Beatles pelo menos a infidelidade de Paul (e depois sua dor de cotovelo) serviram de material para belas baladas românticas por parte do Beatle. E tudo poderia ser ouvido depois nos maravilhosos álbuns do grupo. 

"What Goes On" foi creditada como sendo uma parceria entre Lennon, McCartney e Ringo! Era algo que nunca havia acontecido antes e que não mais se repetiria na discografia dos Beatles. Ela começou sendo composta por Ringo que depois pediu ajuda aos seus colegas talentosos. Uma faixa para Ringo cantar. Uma boa música, um country bem bacana, ideal para o timbre de voz do baterista. Nessa fase os Beatles sempre deixavam uma música para Ringo cantar. Uma maneira dos Beatles de valorizar o seu mais carismático e amigável integrante. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 10 de maio de 2025

The Beatles - Rubber Soul - Parte 3

The Beatles - Rubber Soul - Parte 3
Outra obra-prima desse álbum é a música "Nowhere Man". Essa é uma criação de John Lennon que escreveu letra e melodia. Novamente Lennon escreve sobre si mesmo numa linguagem à la Bob Dylan (como ele gostava de se referir). John tinha essa personalidade angustiada, com toques depressivos que geravam ótimas letras. De fato ele aqui em “Rubber Soul” realmente começa a se soltar como compositor e criador. Seu lado mais centrado em si mesmo começa a dominar suas criações. Curiosamente essa música iria dar título a uma cinebiografia muito interessante de John Lennon no cinema. Eu indicaria a quem gosta dos Beatles. 

Outra música marcante de John Lennon nesse disco é a faixa "The Word". Para muitos críticos de música essa canção foi a primeira essencialmente psicodélica dos Beatles. Já antecipava com sua letra o que viria a acontecer a seguir, especialmente no verão do amor de 1967. Sem querer e ter consciência plena disso, Lennon antecipava o que iria surgir em Woodstock, o movimento hippie e tudo o mais que iria acontecer naquela geração do Flower Power. Sem dúvida um marco na música dos Beatles.  

Bem menos pretensiosa era "Think for Yourself". Essa foi composta e cantada por George Harrison. É fato que ele sempre se sentiu muito inseguro em levar suas próprias músicas para John e Paul. E nem sempre tinha suas criações aceitas pelos demais Beatles. Ao longo dos anos muitas delas foram recusadas. Isso criou em Harrison um sentimento de insegurança e muito ressentimento, em especial para com Paul McCartney, que ele particularmente foi odiando ao longo de todos aqueles anos dentro do estúdio. Chegou ao ponto dele dizer, nos anos 70, que poderia voltar a trabalhar com John Lennon, mas que jamais iria gravar de novo com Paul McCartney. 

E por falar em Paul McCartney, era dele a canção "You Won't See Me". Essa foi uma canção que Paul compôs e gravou sem maiores pretensões artísticas. Apenas uma boa música para completar o álbum, como ele bem iria confidenciar em entrevistas depois. Era uma música bacana, bem agradável de se ouvir. Na época ele estava curtindo ainda seu longo relacionamento com Jane Asher e essa foi outra criada dentro desse namoro, que quase virou casamento. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 12 de abril de 2025

The Beatles - Rubber Soul - Parte 2

Rubber Soul - Parte 2
A música "In My Life" é certamente um dos maiores clássicos dos Beatles nesse álbum. Uma letra nostálgica em que John Lennon procurava relembrar as amizades e amores do passado. Uma letra autoral que de certa forma antecipava o que os Beatles iriam escrever em músicas como "Strawberry Fields Forever" e "Penny Lane", onde o passado surgia como tema principal. Nessa canção o produtor George Martin também colaborou bastante, ajudando ativamente nos belos arranjos finais que ouvimos na gravação oficial que saiu no mercado e que em pouco tempo virou um grande hit nas rádios. 

Se John Lennon apostava na nostalgia, Paul se apoiava em sua própria imaginação. Ele era mestre em criar personagens para suas músicas. Assim para esse disco Paul McCartney criou "Michelle". A música foi composta por Paul quando ele estava em Paris. Inspirado pelas belas melodias francesas que ouviu, ele decidiu seguir naquela mesma linha. Também decidiu incluir na letra alguns versos em francês. Como não sabia falar a língua dos franceses pediu uma ajudinha a um amigo, que lhe trouxe esses pequenos versos. Acho uma balada maravilhosa, simples, mas bem linda. E olha que Rubber Soul foi um disco dos Beatles em que só havia grandes baladas! 

Pouca gente sabia, mas "Norwegian Wood (This Bird Has Flown)" era sobre um caso de infidelidade de John Lennon com uma garota escandinava que ele conheceu. O detalhe é que o Beatle já era casado na época, então teve que usar aquele tipo de letra enigmática, que poucos entenderiam, mas que ele saberia muito bem do que se tratava. Anos depois, John Lennon confidenciaria tudo numa entrevista. Era mesmo sobre essa noite em que ele pulou a cerca com essa loira, enquanto sua esposa Cynthia cuidava do filho Julian. Não era algo para se orgulhar, mas John falou que a mulher era mesmo um monumento, uma loira de parar o trânsito. Quem poderia julgar o Beatle por esse fugaz caso de infidelidade conjugal?

Se as duas músicas anteriores foram clássicos de John Lennon, músicas para se orgulhar até o fim de sua vida, a faixa "Run for Your Life" foi rejeitada por ele alguns anos depois. John chegou até mesmo a dizer que "sempre a detestou" e que a havia criado às pressas, para completar o disco. A letra hoje em dia seria considerada abominável, pois basicamente afirmava, sem nenhuma classe, para uma garota, que ela deveria correr por sua vida... O que sugeria? Que iria bater nela ou até mesmo matá-la? E isso composto por John Lennon, que iria virar um símbolo da paz e amor dos anos que viriam? Realmente não é complicado entender porque John a renegou completamente alguns anos depois. Era uma letra embaraçosa para ele, de puro machismo sem noção.

Pablo Aluísio. 

sábado, 5 de abril de 2025

The Beatles - Rubber Soul - Parte 1

Rubber Soul - Parte 1 
Outro álbum que ando ouvindo com certa frequência ultimamente é Rubber Soul dos Beatles. Conheci o disco ainda na infância pois ele fora comprado por um dos meus irmãos mais velhos quando eu deveria ter entre seis ou sete anos de idade. Então estamos falando de um trabalho dos Beatles com quem tenho profunda ligação, até mesmo emocional e afetiva. Depois de alguns anos sem ouvir voltei a curtir esse que para mim é um dos trabalhos mais consistentes e únicos do grupo de Liverpool. É inegavelmente um álbum de transição onde os Beatles iam deixando para trás sua fase Yeah, Yeah, Yeah para entrar de cabeça nas experiências sonoras revolucionárias que iriam desenvolver na fase psicodélica da banda. 

Assim Rubber Soul é ao mesmo tempo a despedida aos anos iniciais do conjunto e o ponto de chegada numa nova era que os iriam consagrar para sempre no mundo da música. E também por essa razão você vai encontrar na seleção musical do álbum desde canções mais pueris até sons altamente bem trabalhados em estúdio, tanto do ponto de vista instrumental, como de letras. Não é à toa que Rubber Soul costuma ser um álbum que consegue agradar tanto aos fãs dos anos pioneiros como os que curtem Revolver e seus derivados da psicodelia. Certa vez assisti uma entrevista de George Harrison afirmando que Rubber Soul e Revolver deveriam ter feito parte de um único disco duplo e que isso havia sido cogitado na EMI durante as gravações. Na verdade Revolver é bem mais revolucionário, já é inegavelmente um disco da segunda fase dos Beatles enquanto Rubber Soul é bem mais pé no chão, já com inovações, mas sem ainda chutar o balde completamente.

Um exemplo é a faixa que abre o disco, "Drive My Car". Essa música poderia fazer parte tranquilamente de qualquer disco da fase primeira dos Beatles. Não é em nada inovadora, chega até mesmo a ser juvenil. A letra é uma brincadeira criada por Paul com John que só foi aprender a dirigir bem mais velho, justamente na época em que os Beatles gravavam esse disco. Como nunca havia dirigido um carro na adolescência e juventude, John sempre andou de ônibus. Quando os Beatles estouraram então ele comprou seu primeiro carro, mas não sabia dirigir! Só em 1965 John finalmente entrou na autoescola, mas mesmo após tirar sua carteira nunca mais conseguiu dirigir sem medo. Em meados dos anos 70 ele juraria nunca mais dirigir na vida após atropelar um gato!  

Talvez a canção mais conhecida do disco, pelo menos para os brasileiros, seja "Girl" que na época da jovem guarda ganhou versões em língua portuguesa. A suposta garota citada por Lennon na letra não era uma mulher real, mas sim uma idealização do que seria a garota perfeita para ele. Era um sonho, uma garota simplesmente maravilhosa e sem defeitos (ou em poucas palavras, puro platonismo romântico!). O interessante é que quando a compôs Lennon já era um homem casado, mas não sentia que tinha encontrado o grande amor da sua vida que viria a ser Yoko Ono. Aliás numa entrevista na década de 70 o próprio John Lennon diria justamente tudo o que escrevi aqui. "Girl" acabaria sendo mesmo Yoko Ono, a mulher de sua vida. Alguém para finalmente dividir sua vida, sem culpas ou arrependimentos.

Pablo Aluísio.