sábado, 9 de novembro de 2024

The Beatles - Beatles For Sale - Parte 2

The Beatles - Beatles For Sale - Parte 2
"Eight Days a Week" quase virou canção tema do filme "Help!". Ela foi intitulada originalmente de "Oito braços para lhe abraçar" que era uma tremenda apelação de marketing para fisgar as fãs adolescentes dos Beatles. Depois de algum tempo John Lennon começou a achar tudo aquilo brega demais (e obviamente era algo bem pegajoso e bregoso), por isso o título da música foi finalmente mudado. 

É interessante também notar que os Beatles estavam bem pressionados para completar um disco para as festas de final de ano, por isso eles encaixaram essa música nesse álgum. Inicialmente ela foi pensada para fazer parte de "Help!", mas os Beatles mudaram de opinião sobre isso. Assim ela foi finalmente escalada para o "For Sale". Fez bem, se encaixando perfeitamente no repertório desse disco.

"Words of Love" é um cover dos Beatles com a imortal balada romântica escrita por Buddy Holly. Paul McCartney sempre foi um fã de carteirinha desse pioneiro do rock americano, a tal ponto que anos depois iria comprar os direitos autorais de toda a obra de Buddy Holly, que morreu muito jovem em um acidente de avião. Nesse mesmo evento trágico morreram também Ritchie Valens (de La Bamba) e Big Bopper, outro roqueiro da época. Como forma de homenagem e referência os Beatles então decidiram gravar essa criação imortal de Holly. Ficou linda a gravação, simplesmente irretocável. Um dos grandes momentos do disco.

"Mr. Moonlight" é outro cover. Foi composta por Roy Lee Johnson. Era uma daquelas canções que ninguém esperava encontrar em um disco dos Beatles na época. A sonoridade lembra o som que era mais comum nas décadas de 1930 e 1940, tendo pouco ou nada a ver com a imagem e a sonoridade dos Beatles naquela época. Pode-se inclusive imaginar como as fãs adolescentes dos Beatles se sentiram a ouvir algo tão fora da rota quando compraram o disco. Na parte interna do álbum havia uma grande foto dos Beatles na frente de ídolos da era do cinema mudo americano. Pois bem, isso sim era algo que combinava com "Mr. Moonlight".

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Coringa: Delírio a Dois

Título no Brasil: Coringa: Delírio a Dois
Título Original: Joker: Folie à Deux
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Todd Phillips
Roteiro: Scott Silver, Todd Phillips
Elenco: Joaquin Phoenix, Lady Gaga, Brendan Gleeson

Sinopse:
Preso em um hospício para criminosos violentos, o infame asilo Arkham, o Coringa começa a ir para julgamento pela morte de cinco pessoas, inclusive de um apresentador sensacionalista de televisão. Só que ele está muito debilitado em sua saúde mental, tendo uma série de delírios em série. Nessa mente doentia não se consegue mais separar a realidade das alucinações que passa a sofrer. 

Comentários:
Esse filme sofreu uma série de críticas negativas desde que surgiu nos cinemas. A maioria do público também não gostou do que viu. Achei tudo isso muito injusto. O filme não é ruim, no meu ponto de vista. Pelo contrário, achei muito bom! O que as pessoas não entenderam é que tudo o que se vê na tela está sendo mostrado sob o ponto de vista subjetivo do personagem, do Coringa. Sua mente está deteriorada, claramente sofrendo de problemas de saúde mental. Por isso as coisas parecem meio surreais, sem nexo, sem racionalidade. Os números musicais entram nesse pacote de insanidade. Enquanto tenta sobreviver a um julgamento e a uma realidade terrível, preso em uma instituição psiquiátrica, a mente do Coringa vai tentando de alguma forma trazer algo feliz para seus pensamentos. Daí os números musicais, meros delírios de sua mente. O próprio termo delírio está no título do filme! Lamento que as pessoas não entenderam esse filme. Eu o considero muito bom mesmo, acima da média do que vemos atualmente nos cinemas. É um filme para se pensar e até mesmo ter compaixão do próprio Coringa, por mais estranho que isso possa vir a parecer. Um dos melhores filmes do ano! 

Pablo Aluísio.

Lobisomens

Título no Brasil: Lobisomens 
Título Original: Loups-Garous
Ano de Lançamento: 2024
País: França
Estúdio: Netflix
Direção: François Uzan
Roteiro: François Uzan, Céleste Balin
Elenco: Franck Dubosc, Jean Reno, Suzanne Clément

Sinopse:
Uma família encontra um velho jogo de tabuleiro no porão de casa. Eles então decidem jogar, só que acabam indo parar na Idade Média, em um vilarejo que está sofrendo uma série de ataques de lobisomens. Vão agora tentar sobreviver, enquanto buscam uma forma de voltar para sua casa, nos tempos atuais. 

Comentários:
Esse tipo de filme fraco me faz pensar se ainda vale a pena assinar a Netflix. É um monte de filme com esse tipo de (falta) de qualidade! O acervo de filmes novos vai de mal a pior e realmente complica continuar como assinante dessa plataforma de streaming. O que temos aqui é apenas uma cópia meio descarada de sucessos do cinema como o próprio Jumanji. Apenas muda a situação, de selva para a era medieval, numa terra com lobisomens. E de novo temos o velho problema envolvendo filmes com esses monstros. Eles surgem bem mal feitos, pessimamente colocados dentro da história. Não assustam, estão mais para personagens de desenhos animados. Assim não dá! Como fã de filmes de terror fico até ofendido com uma coisa dessas! 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

MaXXXine

Título no Brasil: MaXXXine 
Título Original: MaXXXine 
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: A24
Direção: Ti West
Roteiro: Ti West
Elenco: Charley Rowan McCain, Kevin Bacon, Simon Prast

Sinopse:
Maxine Miller (Charley Rowan McCain) é uma pornstar vivendo na Los Angeles dos anos 80. Ambiciosa e determinada a vencer na carreira de atriz de todo jeito, ela arranja um trabalho em filmes de terror de baixo orçamento. E as coisas começam a complicar quando ela passa a ser perseguida por um sujeito psicótico determinado a lhe fazer mal, muito mal. 

Comentários:
Apesar de certos exageros esse filme é realmente muito bom. Fiquei surpreso! Mais um acerto da produtora A24 que vem apostando há anos em histórias mais ousadas, criativas e até mesmo surpreendentes. Uma das melhores coisas desse filme foi a forma como capturaram o clima dos anos 80, pois a história se passa em 1985. Eu vivi essa época, dos videocassetes, onde o mundo era quase completamente analógico. Inclusive um dos melhores amigos da protagonista trabalha como atendente em uma locadora de vídeo. Os jovens de hoje em dia não sabem mais o que é isso. Era um outro mundo que não existe mais. E assim o filme capta muito bem não apenas o clima dos filmes pornôs da época, como também o universo dos filmes B de terror. produções feitas muitas vezes para serem lançadas diretamente no mercado de vídeo VHS. Tudo na linha podreira! E por apresentar uma linha narrativa de metalinguagem muito original, esse filme conseguiu trazer muito bem esse mesmo espírito para a vida real da jovem Maxine, uma vez que ela é perseguida justamente por um tipo de psicopata que parece ter saído de um filme slasher desses! Enfim, tudo muito criativo e bem elaborado. Esse filme vale a recomendação. 

Pablo Aluísio.

O Pelo do Lobo

Título no Brasil: O Pelo do Lobo
Título Original: Le poil de la bête
Ano de Lançamento: 2010
País: Canadá
Estúdio: Christal Films
Direção: Philippe Gagnon
Roteiro: Stéphane J. Bureau, Pierre Daudelin
Elenco: Guillaume Lemay-Thivierge, Viviane Audet, Gilles Renaud

Sinopse:
A história desse filme se passa em 1865. Um fugitivo da prisão acaba encontrando um padre agonizante em uma estrada perdida que vai parar em pequenos vilarejos. Ele então decide assumir a identidade desse jesuíta para escapar da perseguição dos policiais. O seu maior problema é que justamente naquela região está ocorrendo uma série de ataques de lobisomens!

Comentários:
Tirando alguns clássicos do cinema como "Um Lobisomem Americano em Londres", a maioria dos filmes sobre esses monstros folclóricos são meras produções B, sem nada de muito relevante para o cinema. Esse filme aqui até que consegue ficar em um meio termo. Passa muito longe de ser um grande filme, mas pelo menos não é uma produção trash feita em companhias do tipo fundo de quintal. É uma produção canadense que até se esforça em dar algum tipo de produção bem feita ao espectador. O problema só fica mais grave mesmo quando os bichanos surgem em cena. Eles não são bem feitos, mais se parecendo com um figurino daqueles mal feitos, como as fantasias de ursos que se vendem aos montes por aí. Quando chega nesses momentos, a coisa toda desanda. Uma pena, se o diretor tivesse sido mais inteligente teria colocado os monstros na penumbra, apostando no suspense, já que não tinha o dinheiro suficiente para fazer lobisomens mais bem feitos! 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Zuzu Angel

Título no Brasil: Zuzu Angel 
Título Original: Zuzu Angel 
Ano de Lançamento: 2006
País: Brasil
Estúdio: Globo Filmes
Direção: Sergio Rezende
Roteiro: Marcos Bernstein. Sergio Rezende
Elenco: Patricia Pillar, Daniel de Oliveira, Leandra Leal

Sinopse:
Esse filme conta a história real da estilista Zuzu Angel. Durante a ditadura militar no Brasil ela viu seu filho, o jovem Stuart Angel, ser levado por agentes da repressão. Sem saber para onde ele teria sido levado, ela procura por ele em diversos estabelecimentos militares do Estado brasileiro, mas tudo acaba sendo em vão. 

Comentários:
Filme que mostra bem a sordidez da ditadura militar brasileira. O jovem Stuart Angel foi capturado e desapareceu nos porões da repressão. Mostra bem toda a sordidez dos militares da época, que sabiam o que tinha acontecido com ele, mas mentiam, pois tinham cometido todos os tipos de atrocidades que se possa imaginar. O rapaz havia sido morto por militares de uma forma cruel e seu corpo foi desaparecido para sempre. Esses criminosos de farda representavam muito bem o que acontecia naquela época. E a Zuzu Angel, com muita coragem, não desistiu de encontrar seu filho, até sua morte, que aconteceu de forma muito suspeita!. E pensar que hoje em dia, apesar de tudo o que aconteceu, ainda há pessoas que defendem o rotorno de ditadura militar em nosso país. Não tenho outra avaliação a fazer sobre esse tipo de pessoa a não ser que esse tipo de gente simplesmente não presta! 

Pablo Aluísio.

A Vítima Invísivel

Título no Brasil: A Vítima Invísivel 
Título Original: A Vítima Invísivel 
Ano de Lançamento: 2024
País: Brasil
Estúdio: Netflix
Direção: Juliana Antunes
Roteiro: Caroline Margoni, Carol Pires
Elenco: Eliza Samudio, Bruno, Macarrão (em imagens de arquivos)

Sinopse:
Documentário da Netflix que resgata um dos casos criminais mais infames da crônica policial brasileira, quando o goleiro Bruno do Flamengo foi acusado, condenado e preso pela morte de uma jovem chamada Eliza Samudio, que havia se tornado a mãe de seu filho. Em episódios, todos os principais eventos desse crime são mostrados em detalhes. 

Comentários:
Esse caso do goleiro Bruno realmente parou o país quando aconteceu. Não apenas pelo fato de envolver um dos esportistas mais conhecidos do futebol, membro destacado do time mais popular do Brasil, o Flamengo, mas também pela sordidez dos acontecimentos. E foi realmente algo cruel. Ao lado de comparsas, entre eles um tal de Macarrão, o goleiro Bruno mandou matar uma jovem que havia engravidado dele e que tinha dado a luz um de seus filhos. Foi realmente algo sórdido. E até hoje o corpo de Eliza Samudio nunca foi encontrado pelos policiais! Uma história triste e macabra que envolvia fama, dinheiro e esportes. Uma das muitas tragédia a se somar na história da criminalidade brasileira. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Uma Aventura na Martinica

Título no Brasil: Uma Aventura na Martinica
Título Original: To Have and Have Not
Ano de Lançamento: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Howard Hawks
Roteiro: Jules Furthman
Elenco: Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Walter Brennan, Dolores Moran, Hoagy Carmichael, Sheldon Leonard

Sinopse:
Humphrey Bogart interpreta um cínico dono de barco em Martinica, região pertencente à França. E naquele período histórico, ainda durante a Segunda Guerra Mundial, a região passa a ser disputada por dois grupos rivais. Os colaboracionistas (leais aos invasores nazistas) tentam liquidar os membros da resistência (que lutam contra os nazistas, tentando expulsar o invasor de sua nação). Sobreviver nesse campo de batalha se torna uma arte da sobrevivência. 

Comentários:
Realizado dois anos depois do grande clássico "Casablanca" esse filme tem muito em comum com o anterior, mas com resultados cinematográficos bem mais modestos. De certa maneira é quase uma imitação, com história bem parecida mesmo, mas a todo tempo tentando soar diferente. De maneira em geral é um filme curtinho, com história simples. Não é um filme marcante na carreira do Bogart, apesar de ser bem conhecido pelos cinéfilos. O personagem de Bogart é antes de qualquer coisa um cínico, mas que no final de tudo tem pelo menos o bom senso de estar do lado certo da história. Lauren Bacall sempre teve uma boa presença em cena, mas aqui cometeu um grande deslize na carreira. Ela se meteu a cantar algumas músicas. O problema é que ela era provavelmente uma das piores cantoras de Hollywood. Voz realmente horrível. Coitado do pianista que a estava acompanhando no filme. Seu constrangimento fica bem claro. Enfim, temos aqui um genérico de "Casablanca", mas que passa longe, muito longe, da genialidade do filme que tentou desesperadamente copiar! 

Pablo Aluísio.

Jerry Lewis - O homem por trás do Palhaço

Título no Brasil: Jerry Lewis - O homem por trás do Palhaço
Título Original: Jerry Lewis, clown rebelle
Ano de Lançamento: 2018
País: França
Estúdio: ARTE Films
Direção: Gregory Monro
Roteiro: Gregory Monro
Elenco: Jerry Lewis, Dean Martin, Martin Scorsese, Marilyn Monroe, Shirley MacLaine (em imagens de arquivos). 

Sinopse:
Documentário realizado na França que traz um perfil geral da carreira do ator e diretor de cinema Jerry Lewis. Cenas antigas e raras foram recuperadas, além de partes de entrevistas que o artista realizou ao longo de sua vida, tanto nos Estados Unidos, como também na Europa. 

Comentários:
Jerry Lewis é cultuado na França como grande diretor de cinema. E também como comediante tem grande prestígio profissional, chegando a ser comparado ao grande Charles Chaplin. Esse documentário francês retrata bem o respeito que os cineastas franceses cultivam em relação a Jerry Lewis. Eu não discordaria dessa visão, eu pessoalmente considero Lewis um dos grandes comediantes da história do cinema. Sua obra não deixa dúvidas sobre isso. E esse documentário também traz uma preciosa entrevista em que Jerry Lewis admite que a pessoa mais importante de sua vida foi Dean Martin! De fato ele nunca se recuperou do fim da parceria. Ele adorava Martin, não apenas como grande amigo, mas também como companheiro de tantos filmes e shows. Uma pena que a dupla tenha sido desfeita. E Jerry admite que se lembrará dele pelo resto de sua vida. Essa entrevista foi realizada após a morte de Dean Martin e a emoção do velho palhaço fica mais do que evidente. Enfim, um documentário muito bom, feito para quem aprecia e ama a história do cinema. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Profissão: Repórter

Título no Brasil: Profissão: Repórter
Título Original: Professione: reporter
Ano de Lançamento: 1975
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Michelangelo Antonioni
Roteiro: Michelangelo Antonioni
Elenco: Jack Nicholson, Maria Schneider, Jenny Runacre

Sinopse:
Jack Nicholson interpreta um jornalista investigativo que vai até a África para entrevistar algum chefe de guerrilha em um país africano assolado pela guerra civil. Ele não consegue seu objetivo e acaba trocando identidade com outro americano que estava hospedado em seu hotel. O problema é que o sujeito tinha ligações com contrabandistas de armas e a situação do impostor vai ficar realmente perigosa com essa mudança de identidade. 

Comentários:
Durante anos ouvi falar desse filme, com elogios e mais elogios. Finalmente nesse fim de semana acabei assistindo. A mais óbvia conclusão a que cheguei é que esse filme é realmente muito superestimado pela crítica. Não é segredo para nenhum cinéfilo que Michelangelo Antonioni sempre foi um queridinho da crítica. Tudo o que ele fez ao longo de sua carreira foi louvado, idolatrado e aclamado. Seu filmes trazem um clima de desolação e melancolia que faz até hoje muitos críticos revirarem os olhos de êxtase. Acho isso uma grande bobagem. Esse filme, por exemplo, fica o tempo todo entre dois estilos cinematográficos, sem chegar bem neles em nenhum momento. Em certos aspectos tenta ser um drama existencial, para em outros quase virar uma cópia mal feita dos filmes de James Bond. O final é simplesmente chato. Lamento dizer. Jack Nicholson continua ótimo, embora contido. Já a Maria Schneider seguramente foi uma das piores atrizes de todos os tempos. Ao lado do velho Jack, que sempre foi um craque, ela passa vergonha com sua fraca atuação. A coisa toda é quase amadora de tão ruim! Enfim, valorizaram demais um filme que no final das contas é apenas OK! 

Pablo Aluísio.