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sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Coringa: Delírio a Dois

Título no Brasil: Coringa: Delírio a Dois
Título Original: Joker: Folie à Deux
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Todd Phillips
Roteiro: Scott Silver, Todd Phillips
Elenco: Joaquin Phoenix, Lady Gaga, Brendan Gleeson

Sinopse:
Preso em um hospício para criminosos violentos, o infame asilo Arkham, o Coringa começa a ir para julgamento pela morte de cinco pessoas, inclusive de um apresentador sensacionalista de televisão. Só que ele está muito debilitado em sua saúde mental, tendo uma série de delírios em série. Nessa mente doentia não se consegue mais separar a realidade das alucinações que passa a sofrer. 

Comentários:
Esse filme sofreu uma série de críticas negativas desde que surgiu nos cinemas. A maioria do público também não gostou do que viu. Achei tudo isso muito injusto. O filme não é ruim, no meu ponto de vista. Pelo contrário, achei muito bom! O que as pessoas não entenderam é que tudo o que se vê na tela está sendo mostrado sob o ponto de vista subjetivo do personagem, do Coringa. Sua mente está deteriorada, claramente sofrendo de problemas de saúde mental. Por isso as coisas parecem meio surreais, sem nexo, sem racionalidade. Os números musicais entram nesse pacote de insanidade. Enquanto tenta sobreviver a um julgamento e a uma realidade terrível, preso em uma instituição psiquiátrica, a mente do Coringa vai tentando de alguma forma trazer algo feliz para seus pensamentos. Daí os números musicais, meros delírios de sua mente. O próprio termo delírio está no título do filme! Lamento que as pessoas não entenderam esse filme. Eu o considero muito bom mesmo, acima da média do que vemos atualmente nos cinemas. É um filme para se pensar e até mesmo ter compaixão do próprio Coringa, por mais estranho que isso possa vir a parecer. Um dos melhores filmes do ano! 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Casa Gucci

Casa Gucci
Após tantos anos como cinéfilo inveterado eu já posso falar certas verdades sobre o mundo do cinema. Uma delas é que Ridley Scott não faz filmes ruins. Nunca fez! A regularidade dele e seu conhecido padrão de qualidade o coloca em um outro nível, um outro patamar! Aqui ele repete sua costumeira ótima direção. O filme conta a história por trás da mundialmente famosa marca de luxo Gucci. Muito aclamada no mundo da moda por causa de suas roupas, bolsas e artigos de luxo. Puro glamour fashion! Foi fundada e administrada por anos como uma empresa familiar, da família italiana Gucci. E é justamente no núcleo familiar dessa empresa que a história se desenvolve. 

O protagonista é o jovem herdeiro da marca, Maurizio Gucci (Adam Driver), um rapaz inicialmente bem tímido e nada ambiciosa sobre os negócios da família. Após se casar com uma jovem pobre e ambiciosa, que obviamente estava de olho na fortuna da família, ele começa a agir como todos os seus parentes, ou seja, uma tigrada daquelas que pessoas de famílias grandes bem conhece. Ambiente altamente tóxico, tudo indo para o caminho do crime, que se torna o grande clímax do filme. Elenco todo bom, alguns inclusive surpreendem na arte da atuação, entre elas a cantora Lady Gaga. Não a subestime apenas por ser uma popstar. Atua muito bem. Além dela tem os já consagrados Al Pacino e Jeremy Irons para reforçar ainda mais aquele estilo classe A de fazer cinema. Eles interpretam os dois velhos irmãos Gucci que ainda estão na frente da empresa. Até mesmo Driver está muito bem e eu nem gosto muito dele como ator! Enfim, excelente em todos os aspectos, esse filme é mais uma pequena obra-prima do genial Ridley Scott. Palmas para ele! 

Casa Gucci (House of Gucci, Estados Unidos, 2021) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Becky Johnston, Roberto Bentivegna, Sara Gay Forden / Elenco: Adam Driver, Lady Gaga, Al Pacino, Jeremy Irons, Jared Leto / Sinopse: O filme conta a história da família Gucci, proprietária de uma das mais famosas marcas do mundo da moda internacional. Baseado em fatos reais. Filme indicado ao Oscar na categoria de maquiagem e cabelo. Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de melhor filme do ano. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de março de 2019

Nasce uma Estrela

Há muitos anos tinha assistido às duas versões mais famosas de "Nasce uma Estrela". A primeira, clássica, com Judy Garland e a segunda, dos anos 1970, com Barbra Streisand e Kris Kristofferson. Filmes bem melodramáticos que investiam bastante em lágrimas. Do meu ponto de vista isso bastava, mas eis que no ano passado surgiu essa nova versão, mais suave, com Lady Gaga e Bradley Cooper. Não tive muita vontade de ver, até que o filme se saiu excepcionalmente bem nas indicações ao Oscar, sendo indicado até mesmo na categoria de melhor filme! Assim, diante de toda essa repercussão, decide finalmente conferir, pela terceira vez, esse enredo.

O roteiro não inova muito, não tem muita originalidade, preferindo mesmo suavizar o drama que era bem forte nas versões anteriores. Ficou, digamos, bem mais soft. O romance entre um cantor decadente e uma jovem cantora promissora seguiu basicamente o mesmo caminho. Ele decai a cada dia, enquanto ela vai subindo os degraus da fama. Um relacionamento conseguiria sobreviver a esse tipo de situação, ainda mais sabendo que ambos são artistas, possuem seus egos e por profissão são vaidosos e orgulhosos? Esse tema básico foi, mais uma vez, bem suavizado. O que era explosão de personalidades nos filmes anteriores agora abre espaço para mais compaixão e compreensão entre o casal.

Dito isso, é forçoso reconhecer que Lady Gaga não é uma atriz. Ela pode enganar bem, disfarçar bastante, mas não é uma atriz de verdade. Sua indicação ao Oscar de melhor atriz foi um ato irracional por parte dos membros da academia, só justificada por sua popularidade como cantora pop. Em diversos momentos percebemos como ela está mal em cena. Em algumas cenas beira o amadorismo completo. Já Bradley Cooper adotou um estilo mais másculo, mais de acordo com o que se espera de um cantor country. Inclusive imitou o tom de voz de Sam Elliott, que interpreta seu irmão no filme. Ficou bom, gostei. No mais é isso mesmo que já escrevi. O que temos aqui é uma versão bem suave, para não assustar muito essa nova geração. O que mais me admira é que o filme acabou dando certo, mesmo tendo uma "não atriz" em um dos papéis centrais. Um feito e tanto!

Nasce uma Estrela (A Star Is Born, Estados Unidos, 2018) Direção: Bradley Cooper / Roteiro: Eric Roth, Bradley Cooper / Elenco: Lady Gaga, Bradley Cooper, Sam Elliott, Alec Baldwin / Sinopse: Um cantor country famoso se apaixona por uma cantora desconhecida e resolve ajudá-la em sua carreira. Enquanto ela começa a colecionar sucessos, ele vai decaindo a cada dia, por causa do alcoolismo e uso de drogas. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Música Original ("Shallow" de Lady Gaga, Mark Ronson, Anthony Rossomando e Andrew Wyatt).

Pablo Aluísio.