Título no Brasil: A Lei da Fronteira
Título Original: Frontier Marshal
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Allan Dwan
Roteiro: Stuart N. Lake, Sam Hellman
Elenco: Randolph Scott, Nancy Kelly, Cesar Romero
Sinopse:
Tombstone é uma cidade infestada de bandidos. Conhecida por ser uma terra sem lei, a região acaba se tornando ponto de encontro de assassinos, assaltantes de trem e facínoras em geral. Aterrorizados, os cidadãos de bem do local resolvem eleger um novo xerife! Para a função terá que ser escolhido alguém realmente rápido no gatilho, que esteja disposto a enfrentar o crime sem medo, pois não será fácil limpar toda aquela sujeira. A escolha acaba caindo nos ombros de Wyatt Earp (Randolph Scott) que está disposto a impor a lei e a ordem novamente na pequena Tombstone.
Comentários:
Esse é certamente um dos mais clássicos filmes da carreira de Randolph Scott. Não poderia ser diferente, afinal de contas ele interpreta o lendário xerife e homem da lei Wyatt Earp! A junção desses dois mitos não poderia resultar em nada menos do que memorável. Curiosamente, apesar de ser reconhecidamente um dos melhores filmes já feitos sobre o tiroteio do O.K. Corral, o roteiro toma certas liberdades com a história real. Só para citar a mais famosa delas, aqui temos a morte de Doc Halliday (Cesar Romero), que antecede o famoso confronto entre Earp e os bandoleiros no famoso curral de Tombstone. Na história real Doc não morreu como mostrado no filme, pelo contrário, ele vai até o O.K. para enfrentar ao lado de Earp todo o bando de criminosos naquele que, até hoje, é considerado o maior duelo da história do velho oeste. Isso porém não desmerece as qualidades de um western clássico que é extremamente bem realizado. Randolph Scott está perfeito em seu papel e até mesmo Cesar Romero convence plenamente como Doc, o dentista jogador e tuberculoso que se tornou um dos mais conhecidos pistoleiros da mitologia do western americano. Mais um exemplo do talento do subestimado cineasta Allan Dwan. Em suma, um título para se ter na coleção, assim você poderá sempre rever o mito Randolph Scott na pele do mais famoso xerife de todos os tempos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 4 de junho de 2024
segunda-feira, 3 de junho de 2024
A Filha da Pecadora
Título Original: Desert Fury
Ano de Lançamento: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Lewis Allen
Roteiro: Robert Rossen, Ramona Stewart
Elenco: Lizabeth Scott, Burt Lancaster, John Hodiak, Wendell Corey, Mary Astor, Kristine Miller
Sinopse:
Paula Haller (Lizabeth Scott) é uma garota privilegiada, filho do dono de um dos maiores cassinos do estado de Nevada. O pai a enche de mimos e luxos, mas ela logo se revela ter uma personalidade rebelde. E as coisas pioram ainda mais quando ela se apaixona por um vigarista, um criminoso procurado, sempre em busca de novos golpes. E aquela garota rica era justamente o alvo que ele tanto procurava.
Comentários:
Filme muito bom, mostrando o lado sórdido da elite rica de Nevada. E tudo foi baseado em fatos reais, na crônica policial da época. Um aspecto que me chamou muito atenção aqui foi ver uma jovem Lizabeth Scott em cena. Na juventude ela era realmente linda, uma beleza de impressionar. Eu a conhecia muito mais como a tutora de Elvis em "A Mulher Que Eu Amo" (Loving You) que seria lançado dez anos depois desse filme, quando ela já era uma mulher madura. Beleza e talento não lhe faltaram, mas ela nunca se tornou uma estrela como Marilyn Monroe ou Grace Kelly. O problema é que ela era lésbica e virava alvo fácil de revistas de fofocas como a Continental, muito popular em Hollywood. Ainda assim o produtor Hall Wallis a manteve sob contrato por muitos anos. Esse filme inclusive foi produzido por ele. Era mais do que um produtor, era um amigo pessoal da atriz. Então é isso. Um bom filme com elenco mais do que interessante, inclusive contando com Burt Lancaster ainda bem jovem, atlético, com aquele jeito de homem bruto, mas de bom coração, que iria ser sua persona definitiva nas telas durante toda sua carreira.
Pablo Aluísio.
Amor Eletrônico
Título no Brasil: Amor Eletrônico
Título Original: Desk Set
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Walter Lang
Roteiro: Phoebe Ephron, Henry Ephron
Elenco: Spencer Tracy, Katharine Hepburn, Gig Young
Sinopse:
Numa grande rede de TV, em seu departamento de notícias, um engenheiro de ponta chamado Richard Sumner (Spencer Tracy) tenta informatizar todos os setores da empresa, algo que não será muito bem visto pelos demais empregados. Bunny Watson (Katharine Hepburn), uma astuta executiva, tentará pegar no pé de Sumner, enquanto que, para sua surpresa, descobre estar ficando realmente interessada nele.
Comentários:
Esse foi o primeiro filme colorido da dupla Spencer Tracy e Katharine Hepburn. Antes já tinham atuado em sete produções, todas em preto e branco e todas muito bem sucedidas na bilheteria. A química entre eles nascia de um suposto romance que mantiveram por longos anos, após a esposa de Tracy ficar seriamente doente. Por ser muito católico jamais se divorciou dela e assim manteve esse romance com Hepburn por anos e anos. Como sempre acontecia em filmes deles esse aqui também investe em um tipo de humor mais sofisticado, adulto, feito para uma platéia com mais de 30 anos. O foco vai para o mundo corporativo das grandes redes de TV dos Estados Unidos, a tensão dentro dos bastidores e a luta para se alcançar melhores postos na hierarquia dessas empresas. Curiosamente a direção foi dada ao Walter Lang por insistência de Hepburn, que inclusive também escolheu a peça teatral que daria origem a esse roteiro. O resultado de seus esforços se mostra muito positivo pois o filme ainda consegue divertir e encantar em doses generosas.
Pablo Aluísio.
Título Original: Desk Set
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Walter Lang
Roteiro: Phoebe Ephron, Henry Ephron
Elenco: Spencer Tracy, Katharine Hepburn, Gig Young
Sinopse:
Numa grande rede de TV, em seu departamento de notícias, um engenheiro de ponta chamado Richard Sumner (Spencer Tracy) tenta informatizar todos os setores da empresa, algo que não será muito bem visto pelos demais empregados. Bunny Watson (Katharine Hepburn), uma astuta executiva, tentará pegar no pé de Sumner, enquanto que, para sua surpresa, descobre estar ficando realmente interessada nele.
Comentários:
Esse foi o primeiro filme colorido da dupla Spencer Tracy e Katharine Hepburn. Antes já tinham atuado em sete produções, todas em preto e branco e todas muito bem sucedidas na bilheteria. A química entre eles nascia de um suposto romance que mantiveram por longos anos, após a esposa de Tracy ficar seriamente doente. Por ser muito católico jamais se divorciou dela e assim manteve esse romance com Hepburn por anos e anos. Como sempre acontecia em filmes deles esse aqui também investe em um tipo de humor mais sofisticado, adulto, feito para uma platéia com mais de 30 anos. O foco vai para o mundo corporativo das grandes redes de TV dos Estados Unidos, a tensão dentro dos bastidores e a luta para se alcançar melhores postos na hierarquia dessas empresas. Curiosamente a direção foi dada ao Walter Lang por insistência de Hepburn, que inclusive também escolheu a peça teatral que daria origem a esse roteiro. O resultado de seus esforços se mostra muito positivo pois o filme ainda consegue divertir e encantar em doses generosas.
Pablo Aluísio.
domingo, 2 de junho de 2024
O Rei Leão
Título Original: The Lion King
Ano de Lançamento: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Jon Favreau
Roteiro: Jeff Nathanson, Irene Mecchi
Elenco: Donald Glover, James Earl Jones, Beyoncé, Seth Rogen, Chiwetel Ejiofor, John Oliver
Sinopse:
O Rei Leão Mufasa apresenta ao seu reino Simba, o herdeiro do trono, para todos so demais animais. Só quem não aprecia a cerimônia é seu irmão rancoroso e ressentido, o malvado Scar. Ele planeja se unir ao reino da Hienas para destruir seu próprio irmão, o monarca de pleno direito, para assumir a coroa em seu favor. E Simba também será um de seus alvos nesse plano terrível.
Comentários:
A Disney tem produzido releituras de seus mais famosos desenhos animados nos últimos anos. Sai a animação tradicional e entra a tecnologia da computação gráfica. Essa nova versão de "O Rei Leão" veio justamente nessa onda de remakes. E muita gente não gostou, principalmente por causa do realismo dos bichos mostrados na tela. Tirando o fato deles falarem, tudo o mais foi recriado com extremo realismo mesmo. Os leões são leões de verdade. Para os críticos isso tirou o encanto que havia na animação original. Eu concordo com esse ponto de vista, gosto muito mais do primeiro filme, mas vamos dar uma chance. Esse segundo não é ruim, pelo contrario, a força da história ofusca esse desconforto inicial que surge quando vemos os animais pela primeira vez. Assim, no saldo geral, entre mortos e feridos, afirmo que gostei desse novo Rei Leão. Não tem a magia e nem e encanto do filme original. Até as músicas surgem meio apagadas, mas ainda assim é um dos bons momentos da Disney moderna. É apenas uma maneira diferente de recontar a mesma história, sendo esse sim seu maior valor. Vale ter o selo de recomendação.
Pablo Aluísio.
Os Flintstones
Título Original: The Flintstones
Ano de Lançamento: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Hanna - Barbera
Direção: Joseph Barbera, William Hanna
Roteiro: Joseph Barbera, William Hanna
Elenco: Alan Reed, Mel Blanc, Jean Vander Pyl
Sinopse:
Na idade da Pedra, dois amigos operários, Fred Flintstone e o "nanico" Barney Rubble vão vivendo suas vidas ao lado de suas respectivas esposas, Velma e Betty e seus filhos Pedrita e Bam-Bam. E as coisas só melhoram quando eles se envolvem nas maiores confusões da idade da pedra lascada!
Comentários:
Esse desenho animado foi o maior sucesso da história dos estúdios Hanna-Barbera. A primeira vez que foi exibido na TV norte-americana foi em 1960 e desde então jamais saiu da programação infantil. Um sucesso absoluto. Curiosamente foi criado por William Hanna após assistir a um documentário sério sobre a pré-história. Então ele pensou em uma maneira de contar aquela mesma história, mas com muito humor e diversão, em animação. Ao lado de seu amigo Joseph Barbera começou a criar todos os personagens. Hoje em dia o desenho traz um aspecto mais do que curioso, porque apesar dos personagens viverem na idade da pedra eles na realidade vivem mesmo nos anos 1960, com seus eletrodomésticos e carros, tudo adaptado com muito bom humor. Enfim, a primeira leva de desenhos tinha a ambição de produzir 20 episódios no máximo, mas o resultado foi tão bom, o público adorou tanto que eles viraram 140 episódios! Um sucesso realmente espetacular!
Pablo Aluísio.
sábado, 1 de junho de 2024
Os Segredos dos Neandertais
Título Original: Secrets of the Neanderthals
Ano de Lançamento: 2024
País: Reino Unido
Estúdio: Rosa Productions
Direção: Ashley Gething
Roteiro: Ashley Gething
Elenco: Gabriel Andreu, Graeme Barker, Caroline Colomei
Sinopse:
Documentário da Netflix mostrando as últimas descobertas da aequeologia sobre o chamado Homem de Neandertal que teria surgindo há mais ou menos 400 mil anos, sendo extinto há 30 mil anos na Europa. Um vasto leque de interessantes descobertas da ciência sobre esse parente do homem moderno.
Comentários:
Muito bom esse documentário. O Homem de Neandertal é uma das espécies de primatas mais estudados pela ciência. Ele foi extinto há relativamente poucos milênios (em termos de história) e deixou diversos sítios arqueológicos para estudo. Nesse documentário descobrimos que esse homem das cavernas já realizava certos rituais em relação aos seus mortos. Isso pode ser um indicio de sentimento religioso, surgindo daí as religiões. Outro aspecto interessante é que os pesquisadores fizeram uma reconstrução facil de uma mulher que teria vivido em uma das cavernas escavadas. Embora não fossem homens modernos (o Homo Sapiens, que somos nós) ao olharmos para essa face não podemos ignorar o sentimento de estarmos olhando para nós mesmos! Aquilo que conhecemos como humanidade já estava presente nesses seres, nosso parentes, que deixaram de existir.
Pablo Aluísio.
Na França com Madonna
Título Original: In France With Madonna
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos, França
Estúdio: France Inc.
Direção: Julie Lazare
Roteiro: Julie Lazare
Elenco: Madonna, Louis Mercer, Julie Lazare
Sinopse:
Documentário musical que mostra as influências e a aproximação da cultura francesa no jeito de se vestir e cantar da famosa artista norte-americana. O especial mostra os estreito laço cultural que liga a França com Madonna durante toda a sua carreira.
Comentários:
Achei muito interessante esse documentário. Muitas das coisas reveladas aqui eu não conhecia. Desde os primeiros anos de sua carreira a jovem Madonna sempre teve essa ligação com a cultura francesa. Na verdade seu primeiro plano no mundo das artes era se tonar uma dançarina. E ela começou tudo isso em Nova Iorque e depois Paris. Depois conforme as coisas foram acontecendo ela então optou pela carreira de cantora, mas sem nunca deixar o mundo da dança para trás. Basta ver seus shows para entender bem isso. E também descobrimos que por trás de tudo que conhecemos na jovem Madonna, desde as roupas, maquiagem e cabelos, havia uma equipe de talentosos artistas franceses. É mais do que uma opção cultural, é amor mesmo entre Madonna e a bela cultura francesa.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 31 de maio de 2024
Atlas
Título Original: Atlas
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: ASAP Entertainment
Direção: Brad Peyton
Roteiro: Leo Sardarian, Aron Eli Coleite
Elenco: Jennifer Lopez, Simu Liu, Sterling K. Brown
Sinopse:
Quando criança, Atlas Shepherd (Lopez) mexeu na programação do robô doméstico de sua casa. Isso acabou gerando uma máquina que começou a pensar por si mesma, avaliando que a humanidade deveria ser destruída. Anos depois, agora adulta, Atlas precisa deter o avanço de um plano de robôs rebelados que estão mesmo dispostos a destruir cada ser humano na face do planeta Terra.
Comentários:
O filme foi massacrado pelos críticos. Um exagero! Percebi que os críticos mais velhos ficaram extremamente furiosos porque o novo Mad Max fracassou nos cinemas e esse novo filme Atlas fez sucesso. Uma espécie de ressentimento e revanchismo. Ficaram ofendidos! Não tem nada a ver. Cada filme deve ser analisado por si mesmo. Atlas não quer revolucionar nada, nem ser um filme que discute questões existenciais sobre Inteligência Artificial. É apenas um filme pipoca, feito para a pura diversão. É um filme de robôs gigantes de guerra enfrentando robôs rebeldes e revolucionários por causa da IA. Nada mais do que isso. E olhando sob esse ponto de vista digo que gostei do que assisti. É bem produzido, tem ótimos efeitos especiais e de computação gráfica e sua história simples funciona muito bem. Se a geração mais jovem não conhece Mad Max e nem está interessada em conhecer é outra coisa. Atlas agradou justamente por ser mera diversão. Nesse aspecto está de bom tamanho.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 30 de maio de 2024
Vestígios do Dia
Vestígios do Dia
Revi esse excelente filme de James Ivory. O filme continua maravilhoso a cada releitura. Na verdade o tema principal não é apenas a fleuma e o mundo das grandes propriedades vitorianas de uma Inglaterra prestes a embarcar nos horrores da Segunda Guerra Mundial. Tudo isso é um pano de fundo ricamente ilustrado, porém não o tema central do filme.
Na verdade o cerne de seu argumento vem da impossibilidade de um homem, no caso o mordomo Mr. Stevens (brilhantemente interpretado por Anthony Hopkins), de assumir suas emoções e de expressá-las. Criado para ser um profissional de extrema educação e gentileza, quase a um ponto obsessivo, ele não consegue mais sair do papel, nem mesmo para assumir um relacionamento com a governanta Miss Kenton (Emma Thompson) que também está apaixonada por ele. Assim temos o melhor filme sobre amor não concretizado da história do cinema (e isso definitivamente não é algo irrelevante).
Além desse aspecto emocional principal temos também um subtexto bem interessante. O mordomo de Hopkins trabalha para um Lord prestes a cair em desgraça no Reino justamente por tentar a todo custo construir uma aliança com os nazistas. O filme explora bem isso com suas duas linhas narrativas. Na primeira vemos Stevens no auge da casa onde trabalha, com a chegada de importantes políticos e chefes de Estado. A casa resplandece de brilho e glamour. Já na segunda linha encontramos tudo mudando, a aristocrata casa sendo colocada em leilão e o velho mordomo em viagem de reencontro ao seu passado (algo que novamente não trará frutos satisfatórios).
Tudo acaba caindo nas mãos de um americano, em bom momento de Christopher Reeve no cinema. Ele obviamente tem um outro modo de ver o mundo e de agir, fugindo completamente dos rígidos padrões britânicos de educação e estilo. Isso claro vai contrastar completamente com Mr. Stevens e sua refinada classe. Enfim, são muitos subtextos enriquecedores. Assim "Vestígios do Dia" continua sendo uma obra prima da sutileza, das frases não ditas e dos sentimentos não expressados. Um filme realmente emocionante ao seu próprio modo.
Pablo Aluísio.
Além desse aspecto emocional principal temos também um subtexto bem interessante. O mordomo de Hopkins trabalha para um Lord prestes a cair em desgraça no Reino justamente por tentar a todo custo construir uma aliança com os nazistas. O filme explora bem isso com suas duas linhas narrativas. Na primeira vemos Stevens no auge da casa onde trabalha, com a chegada de importantes políticos e chefes de Estado. A casa resplandece de brilho e glamour. Já na segunda linha encontramos tudo mudando, a aristocrata casa sendo colocada em leilão e o velho mordomo em viagem de reencontro ao seu passado (algo que novamente não trará frutos satisfatórios).
Tudo acaba caindo nas mãos de um americano, em bom momento de Christopher Reeve no cinema. Ele obviamente tem um outro modo de ver o mundo e de agir, fugindo completamente dos rígidos padrões britânicos de educação e estilo. Isso claro vai contrastar completamente com Mr. Stevens e sua refinada classe. Enfim, são muitos subtextos enriquecedores. Assim "Vestígios do Dia" continua sendo uma obra prima da sutileza, das frases não ditas e dos sentimentos não expressados. Um filme realmente emocionante ao seu próprio modo.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 29 de maio de 2024
The Beatles - A Hard Day's Night - Parte 3
The Beatles - A Hard Day's Night - Parte 3
Esse álbum dos Beatles levou muito tempo para ficar pronto. Eles levaram praticamente seis meses para completar o disco. Não que os Beatles tivessem ficado todo esse tempo dentro do estúdio gravando as canções. Pelo contrário. Eles tiveram que cumprir tantos compromissos que ficou complicado para eles terminarem o álbum. Só para se ter uma ideia eles tiveram que interromper as gravações para sua primeira turnê americana, a mesma que deu origem à Beatlemania nos Estados Unidos e no mundo.E a correria foi tão grande que quando as filmagens de seu primeiro filme terminaram eles não tinham sequer gravado a música título do disco, a canção "A Hard Day's Night". Por essa razão não existe nenhum cena no filme mostrando os Beatles tocando essa música. Eles simplesmente não tinham gravado a faixa durante as filmagens. Só depois de pronta é que os editores a colocaram no filme, mas apenas nos créditos iniciais. Uma loucura incrível. E como todos sabemos a música também foi composta meio às pressas, em quartos de hotel das turnês. Quem deu a dica foi Ringo, exausto de tantos compromissos. Ele apenas fez um trocadilho espirituoso em cima da maneira de falar e pensar de John Lennon. Deu certo.
"You Can't Do That" também foi gravada na pressa. A EMI queria lançar um single o mais rapidamente possível. Já que o disco não conseguia ficar pronto era necessário colocar alguma coisa nova no mercado para faturar em cima da imensa popularidade dos Beatles. Assim eles se reuniram de forma urgente dentro da EMI e gravaram essa música que seria colocada como Lado B de "Can't Buy Me Love". Como se pode perceber a pressão em cima do grupo era grande, principalmente por parte da gravadora. Eles tinham que compor e gravar em ritmo quase industrial. Manter o pique para tantas solicitações de material era complicado.
Quando chegou em junho de 1964 o filme estava praticamente pronto, mas o disco ainda não. Os Beatles precisavam gravar ainda cinco ou seis faixas para o lado B do disco. John e Paul tinham decidido não colocar nenhum cover no álbum, mas apenas composições próprias. Então eles correram para criar um lado inteiro para o que seria a trilha sonora do filme. "Things We Said Today" foi composta dentro dos estúdios da BBC, onde os Beatles tinham seu próprio programa musical, onde tocavam e conversavam com os ouvintes e o DJ. Enquanto estavam esperando sua vez de entrar, eles apressadamente fizeram a música. Depois foi uma questão de tempo para finalizá-la em Abbey Road, poucos dias depois.
Pablo Aluísio.
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