Título no Brasil: Eu me Vingarei
Título Original: The Gambler from Natchez
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry Levin
Roteiro: Gerald Drayson Adams, Irving Wallace
Elenco: Dale Robertson, Debra Paget, Thomas Gomez
Sinopse:
Década de 1840. New Orleans. Após cumprir vários anos de serviço militar o capitão Vance Colby (Dale Robertson) retorna ao lar para reencontrar o pai mas é surpreendido pela notícia que ele foi morto após ter supostamente trapaceado em um jogo de cartas. Vance não se convence da estória pois seu pai sempre fora um homem honesto nos jogos de cartas. Ao lado de um amigo, o também veterano capitão Barbee (Thomas Gomez), e de sua filha Melanie (Debra Paget), ele começa a investigar o que de fato teria acontecido com seu velho.
Comentários:
A figura do jogador de cartas do velho oeste sempre prosperou na imaginação dos fãs de western. O exemplo mais conhecido foi Doc Holliday, o mais famoso carteador e pistoleiro do oeste selvagem. Assim variações desse tipo de personagem sempre povoaram as produções do gênero. Esse "The Gambler from Natchez" se passa praticamente todo nesse universo. Como se sabe um jogo de cartas naquele tempo quase sempre terminava com pistolas em punho. A mera desconfiança de que algo estava errado e de que alguém estava trapaceando já era motivo suficiente para os jogadores sacassem suas armas para duelos onde ao final apenas um homem ficava de pé. Apesar da boa trama não vá esperando nada muito complexo ou sofisticado demais. O filme se assume como puro entretenimento realmente. No elenco vale destacar a presença da bela Debra Paget, certamente uma das mais lindas atrizes de Hollywood durante os anos 1950. Os admiradores de pin ups ficarão um pouco surpresos pois ela, que era considerada uma loira exuberante, surge em cena aqui com os cabelos pintados de negro - e que na minha opinião não ficaram tão bem como seus cabelos loiros. Mas isso é o de menos no final das contas, pois "The Gambler from Natchez" vale mesmo por sua proposta inicial. Um bom western que vale a pena ser conferido.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 31 de outubro de 2023
segunda-feira, 30 de outubro de 2023
...E o Noivo Voltou
Título Original: No Room for the Groom
Ano de Lançamento: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Douglas Sirk
Roteiro: Joseph Hoffman, Darwin L. Teilhet
Elenco: Tony Curtis, Piper Laurie, Don DeFore
Sinopse:
Tony Curtis interpreta o jovem soldado que volta para casa para finalmente se casar com sua namorada. Uma antiga promessa que ele pensa mesmo em cumprir. Só que na véspera do casamento ela fica doente e ele decide então ir passar um último fim de semana como solteiro em Las Vegas. Claro que isso vai gerar inúmeras confusões para os noivos em questão.
Comentários:
Não se engane sobre isso... o Tony Curtis foi um verdadeiro astro do cinema. Ele tinha ótima aparência quando jovem e se especializou em interpretar personagens bonitões, mas com algo perigoso no ar. Ao contrário de outros galãs, como Tyrone Power, por exempo, a galeria de personagens do Curtis tinha um elemento a mais de realismo. Não eram tipos virtuosos e heróicos, longe disso, na realidade eram meio malandros, cínicos, espertos, podendo passar a perna nas mocinhas românticas quando fosse preciso. Essa comédia romântica que foi uma das primeiras trazendo Tony Curtis como ator principal do elenco, é uma boa amostra disso. Outro aspecto que não se pode ignorar é que ele tinha mesmo um feeling impecável para comédias. De certa maneira apesar de ser um cara bonito, baby face, que de certa maneira o estigmatizada em papéis de conquistadores, ele também sabia fazer cenas de humor como poucos. Não é à toa que se tenha se tornado tão popular em sua época de auge, sucesso e fortuna.
Pablo Aluísio.
domingo, 29 de outubro de 2023
Irmã Morte
Eu sempre tenho escrito que o cinema de terror produzido atualmente na Espanha é um dos melhores do mundo. Não deixa nada a desejar se compararmos com os filmes produzidos nos Estados Unidos e Inglaterra, os redutos mais tradicionais de produção desse gênero cinematográfico. Pois bem, via de regra os filmes feitos na Espanha são muito bons. O último que havia assistido não me agradou muito, mas agora com esse novo filme as coisas voltaram ao seu normal. Esse é o caminho certo que os filmes de terror devem seguir. Perceba que o filme não tem efeitos digitais e mesmo assim o espectador não sente falta deles. Na verdade franquias como "A Freira" deveriam sim aprender mais com esse roteiro de como as coisas podem ser bem feitas sem se tornarem em nenhum momento apelativas. E nem precisa também ofender a inteligência do espectador. É tudo uma questão de ter um roteiro inteligente em mãos para se trabalhar.
No filme temos essa jovem que está prestes a fazer seus votos definitivos como freira. Na infância ela alegava ter visões da própria virgem Maria, o que a levou a ser chamada de Menina Santa. Ela cresceu, se tornou uma jovem muito religiosa e agora está em um convento, trabalhando como professora de literatura para uma classe de meninas. Só que não demora muito e ela começa a ter visões sobrenaturais onde está vivendo, dentro dos próprios muros do convento. Esse lugar foi palco de uma história simplesmente sombria no passado e pelo visto velhos fantasmas ainda sedentos de justiça voltaram para acertar contas com algumas religiosas dessa ordem de freiras. Gostei de praticamente tudo por aqui. O final é de certo modo simples, pois a chave de toda a história também é simples, mas quem disse que algo assim não pode ainda funcionar? No meu caso tudo soou muito bem, com roteiro onde não falta nada e nem apresenta excessos ou exageros sensacionalistas. Mais um filme de terror nessa já vasta coleção de bons filmes de suspense e sobrenatural produzidos na Espanha. Vale muito a pena assistir e está bem acessível no catálogo da Netflix no momento.
Irmã Morte (Hermana muerte, Espanha, 2023) Direção: Paco Plaza / Roteiro: Jorge Guerricaechevarría / Elenco: Aria Bedmar, Almudena Amor, Maru Valdivielso / Sinopse: Jovem noviça, prestes a se tornar freira, começa a ter visões no convento onde vive e trabalha. Ao que tudo indica essas visões possuem um elo de ligação com eventos traumáticos e criminosos que aconteceram ali no passado entre os muros dessa mesma instituição religiosa.
Pablo Aluísio.
sábado, 28 de outubro de 2023
Corrida Para o Topo
Título Original: Duell am Abgrund
Ano de Lançamento: 2023
País: Alemanha
Estúdio: Netflix
Direção: Nicholas de Taranto, Götz Werner
Roteiro: Nicholas de Taranto, Götz Werner
Elenco: Dani Arnold, Ueli Steck, Sheridan Tongue
Sinopse:
Esse filme mostra a história real de dois alpinistas suiços que disputaram entre si uma competição para subida em tempo recorde no maior pico montanhoso do país. E tudo sendo feito sem o devido cuidado e equipamento necessário para evitar acidentes fatais. O vencedor seria aquele que chegasse ao topo da montanha no menor número de horas de escalada que fosse possível.
Comentários:
Existem coisas nesse mundo que não se deve fazer. As situações mostradas nesse filme formam exemplos perfeitos disso. Não se deve escalar uma grande montanha de picos gelados sem o devido equipamento de proteção como cordas de fixação, etc. Não se deve subir uma montanha na correria, sem o devido cuidado, visando apenas bater um recorde de tempo que pode custar sua própria vida. E não se deve acreditar unicamente na palavra de um alpinista se ele não tiver provas de que chegou ao topo de uma montanha e em que tempo realizou isso. Quando se ignora o bom senso, a chance de terminar em tragédia é muito grande. E o desfecho desse filme mostra bem isso. Subir em uma montanha, apressado, pode valer a vida do alpinista. Um pé mal colocado, uma mão que escorrega e aí não tem jeito, só sobrará o abismo, a queda fatal para a morte certa. Lamento, mas é justamente esse tipo de situação que vai acontecer de forma inevitável. Depois não adianta chorar.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 27 de outubro de 2023
O Diabo no Tribunal
Título Original: The Devil on Trial
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Chris Holt
Roteiro: Chris Holt
Elenco: Carlo Adamo, Hannah Mae Beatty, Foster Hamilton
Sinopse:
Documentário que resgata a história de um garoto que supostamente teria sido possuído pelo Diabo nos Estados Unidos durante a década de 1980. E quando uma pessoa próxima acabou matando um homem logo surgiu a tese de que o verdadeiro assassino seria não ele, mas o Diabo.
Comentários:
Seria cômico se não fosse trágico. Essa coisa de toda de tentar se eximir de culpa em um crime grave no tribunal alegando que tudo seria obra do Diabo não passa mesmo de uma grande picaretagem. E o mais espantoso de tudo foi ver um advogado levando essa linha de defesa para um tribunal dos Estados Unidos! Outro aspecto que me chamou atenção nesse bom documentário foi a participação do casal Warren nessa história. Como se pode perceber inclusive por depoimento do irmão do suposto menino possuído pelo capeta, eles estavam mesmo interessados na grana toda que fatalmente estaria envolvida nessa caso, que poderia ser explorado em livros, filmes e demais produtos lucrativos. Pois é, muitos vão se decepcionar, mas o fato é que os Warrens tinham mesmo um pezinho na pura picaretagem sobrenatural. Os fantasmas não existiam, mas o dinheiro tinha existência bem concreta, isso é certo.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 26 de outubro de 2023
A Ilha da Garganta Cortada
Título Original: Cutthroat Island
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Renny Harlin
Roteiro: Michael Frost Beckner
Elenco: Geena Davis, Matthew Modine, Frank Langella
Sinopse:
Nos tempos em que os piratas reinavam nos sete mares, uma jovem e destemida mulher assume o controle de um barco e vai até o Caribe com o firme objetivo de encontrar um tesouro escondido na Ilha da Garganta Cortada. Será uma aventura cheia de perigos e situações de risco.
Comentários:
Quando eu assisti a esse filme pela primeira vez, eu pude perceber que Hollywood havia perdido a mão para fazer bons filmes de piratas. Na era de ouro dos grandes estúdios filmes sobre piratas formavam um estilo cinematográfico dos mais populares. Só que isso havia acontecido nos anos 30, 40 e 50. Depois disso perderam a fórmula dos bons filmes. Essa aventura assim sempre me pareceu muito artificial, nada convincente. Até que houve uma boa produção, com um orçamento que beirou os 100 milhões de dólares, mas as filmagens tiveram problemas. Marido e mulher dividiam as responsabilidades do filme, ele na direção, ela liderando o elenco. Não deu muito certo. Com um roteiro que era reescrito a cada semana de filmagem, esses problemas apareceram na tela. E tudo isso era uma pena pois o filme tinha tudo para dar certo. Não deu, lançado nos cinemas foi fracasso de bilheteria, levando a produtora Carolco à falência. A crítica malhou muito também. E de certa maneira jogou novamente o estilo de filmes de piratas na geladeira por anos a fio. Pois é, nem sempre Hollywood acertava em sua escolhas.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
O caso homossexual de John Lennon
O boato sempre existiu. E conforme os anos foram passando pareceu ainda mais crível. E o que dizia essa fofoca que circulava entre os fãs dos Beatles? Dizia que John Lennon havia tido um caso amoroso com o empresário da banda, Brian Epstein. Inclusive Brian teria se esforçado tanto pelos Beatles justamente porque nutria uma paixão por Lennon. Afinal ele era um homem rico, dono de empresas de sucesso em Liverpool. Naquela fase de sua vida não teria a menor necessidade de se envolver tanto com aqueles jovens de uma banda estridente que tocava em uma caverna no lado mais proletário da cidade. Talvez o fato dele ter se interessado por John como promissor amante em potencial tenha feito ele se tornar empresário daqueles teddys boys.
John Lennon obviamente conhecia os boatos e não reagia bem quando os ouvia. Certa vez partiu para a agressão física contra um antigo conhecido em uma festa em Liverpool. E tudo porque ele teria perguntado a John se ele estava mesmo namorando Brian. O jovem Beatle, já bastante embriagado, partiu para cima do sujeito na frente de todos, tendo que os demais membros de seu grupo apartar a briga. Um fato lamentável, nada condizente com a imagem de paz e amor que John tanto lutou para construir em torno de si mesmo ao longo dos anos. Além disso nos dias de hoje algo assim pegaria muito mal. Afinal a violência por parte de John deixaria claro que ele também era, em certa medida, um homofóbico!
Nos anos 60 o Beatle John Lennon fez uma viagem de férias até a Espanha com o empresário do grupo Brian Epstein, que era notoriamente gay. Alguns livros dizem que eles tiveram um tórrido romance homossexual de verão na Espanha, mas outros afirmam que tudo não passou de mera provocação. Um antigo amigo de Lennon disse entretanto que o Beatle confidenciou a ele que teria deixado Epstein passar a mão em todo o seu corpo nu, com o pênis ereto. De qualquer forma nunca saberemos a verdade pois ela foi para o túmulo com Epstein e Lennon. E quando Brian morreu precocemente, vítima de overdose acidental de pílulas, John teria se fechado ainda mais, jamais aceitando sequer que uma pergunta sobre isso lhe fosse feita.
Também é importante salientar que o empresário dos Beatles começou a ter muitos problemas emocionais após o casamento de John com Cynthia. Ela ficou grávida e John resolveu se casar com a jovem namorada. Brian ficou arrasado. Com um filho na jogada, John jamais assumiria nada com ele. Além disso tinha o problema da fama dos Beatles. Nos anos 60 teria sido um grande escândalo, com potencial para destruir o grupo, se Lennon admitisse qualquer caso homossexual e justamente com o empresário de sua banda. De qualquer forma as relações foram cortadas. Quando Brian morreu as coisas andavam tensas entre ele e os Beatles. Eles tinham parado com os shows ao vivo e andavam reclamando com Brian de alguns erros que ele havia cometido, inclusive em relação a contratos com a gravadora e empresas que fabricavam produtos com a marca dos Beatles. E tudo parece ter contribuído para Brian Epstein ter morrido ainda bem jovem, de uma maneira que deixou todos que o conheceram bastante chocados!
Pablo Aluísio.
terça-feira, 24 de outubro de 2023
John Wayne, Meu Pai
Seguindo os passos de Christopher Scott, que escreveu um belo livro sobre seu pai, Randolph Scott, Aissa Wayne, filha do mito John Wayne, também publicou seu livro de memórias intitulado "John Wayne, My Father" ("John Wayne, Meu Pai" em português). Aissa nasceu em 1956, era filha da terceira esposa de John Wayne, Pilar. Como se sabe o velho cowboy sempre teve grande predileção por mulheres latinas de personalidade forte como Pilar. O Duke era um sujeito durão também no lar e gostava de mulheres de personalidade marcante para contrabalancear seu gênio. Outro aspecto que chamava a atenção é que John Wayne era católico e não protestante. No país mais evangélico do mundo ele optou por se dedicar ao catolicismo. Quem diria, um dos símbolos do americanismo não seguia a linha religiosa predominante em seu país.
Aissa Wayne traz um retrato muito terno do velho ícone do cinema. O retrata como uma pessoa extremamente bondosa, amigo leal de todos que lhe eram próximo. Também mostra aspectos pouco conhecidos da personalidade do pai. Poucos sabem mas John Wayne era uma pessoa bem reservada, chegando às raias da timidez.
Tratava todos no set com grande cordialidade e educação e não perdia sua pose nem quando os outros profissionais não tinham o mesmo comportamento para com ele. John Ford, por exemplo, muitas vezes era um diretor difícil de lidar, cabeça quente e impulsivo, mas nem seu temperamento explosivo tirava Wayne de seu modo de ser. Em uma ocasião Ford irritou-se com Wayne e gritou a plenos pulmões: "Vamos lá seu hipopótamo, me dê alguma expressão nessa cena!";
O Duke se limitou a fechar a cara. Em seu até curto relato (o livro tem pouco mais de 200 páginas) Aissa ainda põe por terra alguns mitos que duraram anos no que diz respeito ao ator. Ela afirma, por exemplo, que é pura ficção a velha estória que dizia que Wayne tinha vergonha de seu verdadeiro nome, Marion (que em inglês tem uma conotação dúbia, podendo ser um nome tanto masculino como feminino). Aissa diz que Wayne não se importava de ser chamado de Marion e nunca presenciou ele censurando alguém por fazê-lo, apenas esclarece que poucos dias antes de morrer o Duke pediu a família que em sua lápide fosse colocado seu nome artístico e não o real em respeito aos fãs que ele tanto adorava. Em suma, "John Wayne, My Father" é outro excelente livro para conhecermos esse grande ícone do western de uma maneira privada e familiar. Uma bela dica de leitura para os amantes do gênero e da história do cinema americano.
Pablo Aluísio.
Aissa Wayne traz um retrato muito terno do velho ícone do cinema. O retrata como uma pessoa extremamente bondosa, amigo leal de todos que lhe eram próximo. Também mostra aspectos pouco conhecidos da personalidade do pai. Poucos sabem mas John Wayne era uma pessoa bem reservada, chegando às raias da timidez.
Tratava todos no set com grande cordialidade e educação e não perdia sua pose nem quando os outros profissionais não tinham o mesmo comportamento para com ele. John Ford, por exemplo, muitas vezes era um diretor difícil de lidar, cabeça quente e impulsivo, mas nem seu temperamento explosivo tirava Wayne de seu modo de ser. Em uma ocasião Ford irritou-se com Wayne e gritou a plenos pulmões: "Vamos lá seu hipopótamo, me dê alguma expressão nessa cena!";
O Duke se limitou a fechar a cara. Em seu até curto relato (o livro tem pouco mais de 200 páginas) Aissa ainda põe por terra alguns mitos que duraram anos no que diz respeito ao ator. Ela afirma, por exemplo, que é pura ficção a velha estória que dizia que Wayne tinha vergonha de seu verdadeiro nome, Marion (que em inglês tem uma conotação dúbia, podendo ser um nome tanto masculino como feminino). Aissa diz que Wayne não se importava de ser chamado de Marion e nunca presenciou ele censurando alguém por fazê-lo, apenas esclarece que poucos dias antes de morrer o Duke pediu a família que em sua lápide fosse colocado seu nome artístico e não o real em respeito aos fãs que ele tanto adorava. Em suma, "John Wayne, My Father" é outro excelente livro para conhecermos esse grande ícone do western de uma maneira privada e familiar. Uma bela dica de leitura para os amantes do gênero e da história do cinema americano.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 23 de outubro de 2023
As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 33
As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 33
Só para se ter uma ideia do tipo de participação de Marilyn Monroe em seus primeiros filmes basta conferir seu papel (se é que poderíamos dizer isso) no filme "Torrentes de Ódio". Essa é uma produção de 1948. É uma aparição ao estilo "piscou, perdeu". Marilyn é a jovenzinha que passa atrás da atriz principal do filme, descendo as escadas de uma igreja. Ela apenas dá uma olá para a protagonista e nada mais. Sua "atuação" é tão sem importância que muitas biografias simplesmente ignoraram o filme como sendo um da filmografia da atriz, que fez questão de deixar claro: "Olha rapazes, eu estive nesse filme, basta prestar atenção!".
Porém o talento de Marilyn Monroe e seu carisma falaram mais alto com o passar dos anos. Aos poucos ela foi chamando atenção em um filme aqui, outro acolá. E as cartas de fãs e admiradores começaram a chegar nos estúdios Fox. E como a própria Marilyn Monroe diria alguns anos depois em uma entrevista, "Receber a primeira carta de um admirador, no começo da carreira, é como se embriagar! É uma alegria que até hoje sinto quando relembro".
Naquela época em Hollywood isso era extremamente importante para qualquer ator ou atriz, pois os executivos dos estúdios costumavam medir a popularidade de seus contratados pelo número de cartas que recebiam. E em pouco tempo o camarim de Marilyn ficou repleta de cartas, vindas de todos os lugares dos Estados Unidos e também do exterior. E ela fazia questão de ler todas, de ficar emocionada com cada frase escrita por seus fãs por todos os lugares. Era um sentimento de auto afirmação para quem sempre teve problemas de autoestima.
Pablo Aluísio.
Porém o talento de Marilyn Monroe e seu carisma falaram mais alto com o passar dos anos. Aos poucos ela foi chamando atenção em um filme aqui, outro acolá. E as cartas de fãs e admiradores começaram a chegar nos estúdios Fox. E como a própria Marilyn Monroe diria alguns anos depois em uma entrevista, "Receber a primeira carta de um admirador, no começo da carreira, é como se embriagar! É uma alegria que até hoje sinto quando relembro".
Naquela época em Hollywood isso era extremamente importante para qualquer ator ou atriz, pois os executivos dos estúdios costumavam medir a popularidade de seus contratados pelo número de cartas que recebiam. E em pouco tempo o camarim de Marilyn ficou repleta de cartas, vindas de todos os lugares dos Estados Unidos e também do exterior. E ela fazia questão de ler todas, de ficar emocionada com cada frase escrita por seus fãs por todos os lugares. Era um sentimento de auto afirmação para quem sempre teve problemas de autoestima.
Além disso o nome de Marilyn começou a aparecer cada vez mais nas revistas de fofocas, fazendo com que ela fosse ainda mais conhecida a cada dia. Marilyn sabia manipular a imprensa ao seu favor. Quando fotos suas de nudez surgiram na imprensa, Marilyn soube facilmente virar o jogo para seu lado. Ela explicou, de forma chorosa, que havia tirado aquelas fotos porque estava sem dinheiro para pagar o aluguel. Claro que imediatamente ganhou o jogo da opinião pública. Ela novamente contou sua história de garotinha órfã abandonada, que havia passado por muitos problemas financeiros ao longo de sua vida, sempre na pobreza, sempre dura, tentando sobreviver. As pessoas que inicialmente a acusavam de ser vadia logo mudaram de opinião. Com compaixão de Marilyn elas logo passaram para seu time de admiradores. E para virar o jogo Marilyn não precisou mentir, ela apenas contou a verdade sobre sua vida. Bastou abrir seu coração e contar tudo, de forma bem honesta. Claro que o público não apenas aprovou seu modo de agir como começou a ir aos cinemas em busca de novos filmes com a jovem atriz. O sucesso estava encaminhado em sua carreira.
Pablo Aluísio.
O Príncipe Encantado
Nobre regente (Laurence Olivier) conhece jovem corista (Marilyn Monroe) em um show de variedades e a convida para jantar em sua residência oficial em Londres. O encontro acaba trazendo inúmeras consequências para ambos durante os dias seguintes. Essa sinopse não esconde a verdadeira vocação de "O Príncipe Encantado". É um texto teatral e o filme não nega sua origem. Grande parte das cenas se passa em ambiente fechado e em cena duelam (no bom sentindo) o formalismo profissional de Laurence Olivier e o adorável amadorismo de Marilyn Monroe. Os acontecimentos de bastidores, das filmagens, há anos povoam o imaginário dos cinéfilos. Marilyn, como era de se esperar, causou todo tipo de problemas para Olivier, tantos que essa conturbada filmagem acabou virando um filme próprio que recebeu várias indicações ao Oscar, "My Week With Marilyn".
As histórias do set são saborosas mas e o filme? Sim, é uma boa comédia, muito bem produzida com lindos figurinos, cenários, muita pompa e luxo. Marilyn Monroe está encantadora. Apesar dos problemas de saúde ela surge em cena linda e aparentando muita saúde (o que me deixou surpreso). No saldo final considerei sua atuação muito superior á de Laurence Olivier, esse está particularmente travado na interpretação do nobre regente dos balcãs. Já Monroe não, está natural, espontânea. Não causa admiração a declaração que Laurence Olivier fez muitos anos depois da realização do filme reconhecendo que Marilyn estava ótima em "O Príncipe Encantado". Concordo plenamente. Aliás se tem algo que prejudica o filme é justamente a mão pesada do diretor Olivier. Ele demonstra claramente não ter o timing perfeito para Marilyn. O filme se alonga além do que seria razoável e tem barrigas (quebras de ritmo que o levam a certos momentos de monotonia). Pra falar a verdade quem salvou a produção foi realmente Marilyn que em muitos momentos simplesmente carrega o filme nas costas. Quem diria que a amadora Monroe daria uma rasteira no grande Laurence Olivier? Pois deu, e foi em "O Príncipe Encantado". O filme é dela no final das contas. Assista e confira!
O Príncipe Encantado (The Prince and The Showgirl, EUA - Inglaterra, 1957) / Direção de Laurence Olivier / Roteiro de Terence Rattigan / Fotografia de Jack Cardiff / Trilha sonora de Richard Addinsell / Com Laurence Olivier, Marilyn Monroe, Sybil Thorndike, Jeremy Spencer, Richard Wattis / Sinopse: Nobre regente (Laurence Olivier) conhece jovem corista (Marilyn Monroe) em um show de variedades e a convida para jantar em sua residência oficial em Londres. O encontro acaba trazendo inúmeras consequências para ambos durante os dias seguintes.
Pablo Aluísio.
As histórias do set são saborosas mas e o filme? Sim, é uma boa comédia, muito bem produzida com lindos figurinos, cenários, muita pompa e luxo. Marilyn Monroe está encantadora. Apesar dos problemas de saúde ela surge em cena linda e aparentando muita saúde (o que me deixou surpreso). No saldo final considerei sua atuação muito superior á de Laurence Olivier, esse está particularmente travado na interpretação do nobre regente dos balcãs. Já Monroe não, está natural, espontânea. Não causa admiração a declaração que Laurence Olivier fez muitos anos depois da realização do filme reconhecendo que Marilyn estava ótima em "O Príncipe Encantado". Concordo plenamente. Aliás se tem algo que prejudica o filme é justamente a mão pesada do diretor Olivier. Ele demonstra claramente não ter o timing perfeito para Marilyn. O filme se alonga além do que seria razoável e tem barrigas (quebras de ritmo que o levam a certos momentos de monotonia). Pra falar a verdade quem salvou a produção foi realmente Marilyn que em muitos momentos simplesmente carrega o filme nas costas. Quem diria que a amadora Monroe daria uma rasteira no grande Laurence Olivier? Pois deu, e foi em "O Príncipe Encantado". O filme é dela no final das contas. Assista e confira!
O Príncipe Encantado (The Prince and The Showgirl, EUA - Inglaterra, 1957) / Direção de Laurence Olivier / Roteiro de Terence Rattigan / Fotografia de Jack Cardiff / Trilha sonora de Richard Addinsell / Com Laurence Olivier, Marilyn Monroe, Sybil Thorndike, Jeremy Spencer, Richard Wattis / Sinopse: Nobre regente (Laurence Olivier) conhece jovem corista (Marilyn Monroe) em um show de variedades e a convida para jantar em sua residência oficial em Londres. O encontro acaba trazendo inúmeras consequências para ambos durante os dias seguintes.
Pablo Aluísio.
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