O segundo filme da carreira de Paul Newman trazia um tema muito ousado para a época. De certa forma seria considerado complexo do ponto de vista psicológico até mesmo para os dias atuais, imagine para os anos 1950. O ator interpreta um militar das forças armadas americanas que é feito prisioneiro na guerra da Coreia. Ele passa dois longos anos em um campo de prisioneiros e quando retorna aos Estados Unidos está destruído psicologicamente. Pior do que isso, há provas de que nesse período ele teria passado para o lado do inimigo, colaborando com as forças ideológicas e militares dos países que lutaram contra os Estados Unidos na guerra.
Paul Newman, ainda bem jovem, encontrou finalmente nesse filme o material de qualidade artística que tanto havia procurado. Ele tinha se formado no famoso Actors Studio e estava decepcionado com o primeiro filme que havia estrelado em Hollywood. Então passou a buscar por um roteiro que estivesse à altura de sua formação como ator. Encontrou esse que não foi tão bem compreendido na época de seu lançamento original. Só que não se engane, esse é um drama psicológico maduro e inteligente, um dos melhores já lançados na história do cinema norte-americano. E Newman, como era esperado, estava ótimo em sua atuação.
Deus é Meu Juiz (The Rack, Estados Unidos, 1956) Direção: Arnold Laven / Roteiro: Stewart Stern, Rod Serling / Elenco: Paul Newman, Wendell Corey, Walter Pidgeon / Sinopse: Após ficar dois anos como prisioneiro em um campo inimigo na guerra da Coreia, um jovem militar dos Estados Unidos retorna ao seu país, mas algo está errado com sua mente e forma de pensar. O que teria acontecido?
Pablo Aluísio.