segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Deus é Meu Juiz

Deus é Meu Juiz
O segundo filme da carreira de Paul Newman trazia um tema muito ousado para a época. De certa forma seria considerado complexo do ponto de vista psicológico até mesmo para os dias atuais, imagine para os anos 1950. O ator interpreta um militar das forças armadas americanas que é feito prisioneiro na guerra da Coreia. Ele passa dois longos anos em um campo de prisioneiros e quando retorna aos Estados Unidos está destruído psicologicamente. Pior do que isso, há provas de que nesse período ele teria passado para o lado do inimigo, colaborando com as forças ideológicas e militares dos países que lutaram contra os Estados Unidos na guerra. 

Paul Newman, ainda bem jovem, encontrou finalmente nesse filme o material de qualidade artística que tanto havia procurado. Ele tinha se formado no famoso Actors Studio e estava decepcionado com o primeiro filme que havia estrelado em Hollywood. Então passou a buscar por um roteiro que estivesse à altura de sua formação como ator. Encontrou esse que não foi tão bem compreendido na época de seu lançamento original. Só que não se engane, esse é um drama psicológico maduro e inteligente, um dos melhores já lançados na história do cinema norte-americano. E Newman, como era esperado, estava ótimo em sua atuação.

Deus é Meu Juiz (The Rack, Estados Unidos, 1956) Direção: Arnold Laven / Roteiro: Stewart Stern, Rod Serling / Elenco: Paul Newman, Wendell Corey, Walter Pidgeon / Sinopse: Após ficar dois anos como prisioneiro em um campo inimigo na guerra da Coreia, um jovem militar dos Estados Unidos retorna ao seu país, mas algo está errado com sua mente e forma de pensar. O que teria acontecido?

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de setembro de 2023

Todos os Corações do Mundo

Título no Brasil: Todos os Corações do Mundo
Título Original: Two Billion Hearts
Ano de Lançamento: 1995
País: Brasil
Estúdio: Europa Filmes
Direção: Murilo Salles
Roteiro: George Vecsey
Elenco: Romário, Roberto Baggio, Bebeto, Dennis Bergkamp, Mario Zagallo, Carlos Alberto Parreira

Sinopse:
Documentário sobre a Copa do Mundo FIFA de 1994, disputada pela primeira vez na história nos Estados Unidos. A seleção brasileira se consagraria campeã nesse mundial de futebol. E o que havia de melhor nas técnicas cinematográficas foram utilizadas nesse filme, tudo com o objetivo de capturar a emoção das partidas de futebol com as melhores seleções do mundo. 

Comentários:
O Brasil venceu a Copa do Mundo de 1994 após passar muitos anos sem ser campeão do mundo. Em minha opinião, essa era uma seleção Brasileira muito burocrática, que vivia apenas da generalidade de alguns poucos jogadores. Romário e Bebeto eram os craques. Embora fosse um time sem grande brilhantismo, acabou sendo protagonista desse ótimo documentário. É um filme realmente tecnicamente impecável. O cineasta Murilo Salles transformou jogos até mesmo fracos em obras de arte cinematográfica. Quando isso acontece, descobrirmos realmente quem tem talento para ser diretor de cinema. Nem preciso dizer que quando chegou nas locadoras e foi lançado com cinemas essa produção se tornou um sucesso de bilheteria. Afinal, os brasileiros ainda estavam celebrando a vitória de sua seleção. Pena que depois esse tipo de filme foi abandonado. Nunca mais vi nenhum documentário sobre Copas do mundo nesse estilo e com todo esse capricho técnico.

Pablo Aluísio.

Império dos Discos

Título no Brasil: Império dos Discos 
Título Original: Empire Records
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Regency Entertainment
Direção: Allan Moyle
Roteiro: Carol Heikkinen
Elenco: Liv Tyler, Renée Zellweger, Anthony LaPaglia, Debi Mazar, Maxwell Caulfield, Johnny Whitworth

Sinopse:
Vinte e quatro horas na vida dos jovens funcionários da Empire Records, uma loja de discos de Los Angeles, na Califórnia. Exceto que este é um dia em que tudo vem à tona para vários deles enfrentando crises pessoais. E mais importante, eles conseguiriam manter sua loja de discos independente para não ser engolida pela ganância das grandes corporações?

Comentários:
Filme jovem dos anos 90. O destaque vai para o elenco de jovens atrizes que depois iriam se destacar de uma forma ou outra. Liv Tyler era uma verdadeira gracinha quando fez esse filme. Ela foi muito badalada naqueles anos. O curioso é que ela ficou famosa antes do cinema. Estrelando clips da MTV de bandas de rock famosas se tornou uma jovem popular entre os adolescentes dos anos 90, só depois foi para as telas de cinema. Virou símbolo sexual. Preste atenção no elenco coadjuvante. Quem viraria estrela de cinema mesmo seria a linda loirinha texana Renée Zellweger. Foi uma grande surpresa quando sua carreira começou a decolar, alguns anos depois. O roteiro também apresentava diálogos bem escritos, com a linguagem jovem da época. Retrato de um tempo que não existe mais. Afinal as lojas de discos deixaram de existir há muitos anos.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de setembro de 2023

Megatubarão 2

Megatubarão 2
Uma espécie de tubarão da pré-história, conhecido como Megalodonte, é encontrado em altas profundidades numa fossa oceânica. Levado à cativeiro, passa a ser estudado, mas algo falha e ele foge, ganhando novamente o mar aberto, colocando em risco a vida de milhares de pessoas que curtem férias numa ilha turística próxima. Enquanto isso, uma expedição é enviada para essa mesma região onde o tubarão foi encontrado. Agora eles estão em busca de outras espécies raras, como lulas colossais. Só que encontram um grupo clandestino por lá, explorando ilegalmente os recursos naturais do oceano. O conflito logo se torna inevitável.  

Esse filme é a sequência de Megatubarão, que já não era grande coisa... então imagine a situação por aqui. O segundo filme consegue ser ainda pior. Eu tenho percebido cada vez mais a ruindade dos roteiros escritos para esses novos filmes. Tudo segue uma fórmula que já foi gasta demais no passado. Pior do que tudo, os roteiros vão ficando cada vez mais vazios, sem conteúdo nenhum. Eu sei que não era de se esperar um texto bem escrito para um filme como esse, mas custa mesmo trazer algum tipo de informação sobre o animal em questão? Duas linhas de informação que fossem... Do jeito que ficou, ele é apenas mais um monstro genérico. A produção conta com dinheiro de produtores chineses. Por isso parte dos personagens são também chineses. Não que isso vá fazer alguma diferença. Sendo parte oriental ou ocidental, nada conseguiu salvar esse filme da fossa da ruindade cinematográfica. 

Megatubarão 2 (Meg 2: The Trench, Estados Unidos, China, 2023) Direção: Ben Wheatley / Roteiro: Jon Hoeber, Erich Hoeber, Dean Georgaris / Elenco: Jason Statham, Jing Wu, Shuya Sophia Cai / Sinopse: Megatubarão pré-historico que a ciência julgava extinto é encontrado em altas profundidades. Em cativeiro para estudos consegue fugir, colocando pessoas em risco em uma ilha próxima. 

Pablo Aluísio.

O Panaca

O Panaca
Esse pode ser considerado o primeiro filme de Steve Martin no cinema. Antes disso ele era mais conhecido por suas apresentações no palco em cidades como Chicago, Nova Iorque e Los Angeles e por aparições em programas de TV como Saturday Night Live nas noites de sábado, um dos mais assistidos dos Estados Unidos. Então a oportunidade apareceu para Martin quando um conhecido produtor resolveu lhe convidar para atuar nessa comédia. Não era, como muitos pensavam, um remake de um antigo filme de Jerry Lewis. Era um roteiro novo que procurava seguir por outros caminhos. 

Na história Steve Martin interpretava um jovem muito ingênuo do interior que ia para a cidade grande em busca de oportunidades. Sua ingenuidade iria se revelar seu maior defeito, mas também sua maior qualidade, o que o faria subir na vida, em busca de fama e fortuna. É uma boa comédia, mas para os padrões atuais poderia ser até mesmo um pouco ofensiva, principalmente como retrata as pessoas que moram em cidades do interior. 

O Panaca (The Jerk, Estados Unidos, 1979) Direção: Carl Reiner / Roteiro: Steve Martin, Carl Gottlieb / Elenco: Steve Martin, Bernadette Peters, Catlin Adams / Sinopse: Homem do interior, muito ingênuo, sem experiência e vivência de vida, vai morar na cidade grande, onde passa por muitas situações divertidas, engraçadas, mas também perigosas. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Uivo

Uivo 
Na década de 1950 o escritor e poeta Allen Ginsberg publicou um pequeno livro com um longo poema chamado Uivo. Foi uma descoberta e tanto no mundo da literatura da época e causou muita polêmica por causa dos temas tratados e da linguagem direta de seu autor. Para os conservadores foi um verdadeiro escândalo, a ponto de levarem os editores do livro original aos tribbunais norte-americanos para tentar proibir a publicação do texto em novas edições. Essa gente nunca aprende mesmo, quando se faz esse tipo de coisa tudo o que se ganha é ainda mais publicidade. Não foi à toa que Uivo se tornou tão popular, pois todos queriam ler depois da enorme polêmica criada em cima do poema. 

Esse filme, do qual gostei muito, se propõe não apenas a contar essa história, mas também em apresentar o próprio poema em longas sequências de animação. Devo dizer que além de criativa, essa forma de declamar a poesia foi mais do que acertada. As sequências de animação são um primor a mais em um filme inteligente e muito recomendado para quem aprecia o mundo da literatura. O único pontinho negativo talvez venha da escalação do ator James Franco como o protagonista beatnik. É um daqueles casos em que a persona do ator não tem nada a ver com o personagem que interpreta. De qualquer maneira devemos abstrair essa questão e curtir o filme pela excelente proposta que apresenta ao espectador. As boas intenções na realização do filme certamente são as melhores possíveis. 

Uivo (Howl, Estados Unidos, 2010) Direção: Rob Epstein, Jeffrey Friedman / Roteiro: Rob Epstein, Jeffrey Friedman / Elenco: James Franco, Jon Hamm, Todd Rotondi, Jon Prescott / Sinopse: O filme conta a história do jovem poeta e escritor Allen Ginsberg que após escrever e publicar um pequeno livro de poesias se vê bem no meio de uma grande polêmica pública que vai parar nos tribunais dos Estados Unidos. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

É Fada!

Título no Brasil: É Fada!
Título Original: É Fada!
Ano de Lançamento: 2016
País: Brasil
Estúdio: Globo Filmes
Direção: Cris D'Amato
Roteiro: Fernando Ceylão, Sylvio Gonçalves
Elenco: Kéfera Buchmann, Klara Castanho, Silvio Guindane

Sinopse:
Uma adolescente vive os problemas típicos de sua idade. Ela acabou de mudar para uma escola onde não conhece ninguém e ainda tem de aturar os problemas de seus pais que estão divorciados e vivem brigando. Para ajudar na situação surge então uma fada bem diferente! 

Comentários:
Nem vou aqui escrever culpando a youtuber Kéfera Buchmann pelo fato do filme ser ruim. Não é culpa dela. A moça é esforçada e tem carisma, caso contrario não teria milhões de membros em seu canal no Youtube. O problema desse filme é técnico mesmo! Além do roteiro ser muito ruim, com pulos na história que demonstram claramente que o troço foi mal escrito, ainda apresenta aquele velho problema de som que persegue o cinema nacional há anos! Fico impressionado como os diretores e técnicos brasileiros ainda não consertaram isso. E como grande parte do elenco é de adolescentes, cuja dicção é aquela coisa que não dá para entender nada do que dizem, ainda temos que aguentar esse amadorismo na produção do filme. Enfim, existem filmes bem mais bem feitos por aí, inclusive filmes para adolescentes. Esse aqui é inegavelmente muito fraquinho. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

The Witcher: Lenda do Lobo

Título no Brasil: The Witcher: Lenda do Lobo
Título Original: The Witcher: Nightmare of the Wolf
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Kwang Il Han
Roteiro: Beau DeMayo, Andrzej Sapkowski
Elenco: Theo James, Mary McDonnell, Lara Pulver

Sinopse:
Um jovem órfão, cujos pais foram mortos em uma emboscada numa floresta sinistra, começa a aprender as lições para se tornar um grande bruxo ao crescer. O tempo passa e anos depois ele reencontra uma antiga paixão do passado. Haveria ainda tempo para revitalizar esse antigo sentimento há muito tempo adormecido? 

Comentários:
Até que é uma boa animação, na verdade sendo mais um produto do universo expandido da popular série The Witcher. É curioso que aqui temos contada a história do passado da série. Sim, é um Prequel, com tudo de bom ou ruim que isso possa parecer. Só não indicaria muito para crianças bem pequenas porque apesar da animação ser ambientada em um mundo de fantasia tudo me pareceu bem violento, principalmente nas cenas em que monstros são enfrentados pelos personagens principais. E de bom mesmo destaco o elo emocional entre o bruxo e uma antiga paixão do passado. O roteiro valoriza esse relacionamento antigo em bom uso de flashbacks. Não é algo que se vê todo dia nesse tipo de produção. No mais, tudo é tecnicamente muito bem realizado. Penso que os fãs da série original não terão do que reclamar. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Comboio

Título no Brasil: Comboio
Título Original: Convoy
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Sam Peckinpah
Roteiro: Bill Norton
Elenco: Kris Kristofferson, Ernest Borgnine, Ali MacGraw, Burt Young, Madge Sinclair, Franklyn Ajaye

Sinopse:
Um motorista de caminhão, rebelde e turrão, decide liderar um movimento de paralização das estradas no sul dos Estados Unidos contra um xerife corrupto. A sua força de liderança desperta diversos problemas, levando autoridades policiais a um verdadeiro enfrentamento contra ele e seus colegas de profissão. 

Comentários:
Quando se trata de "Comboio" eu me lembro imediatamente das inúmeras reprises do filme na antiga Sessão da Tarde dos anos 80. Era quase impossível não esbarrar em uma exibição do filme naquela época. No Brasil, por essa razão, o filme ficou por demais conhecido. Nos Estados Unidos a recepção não foi tão boa. A crítica norte-americana não deixou de tecer críticas ao roteiro, que de certa maneira era bem fraco mesmo. Curiosamente eu gosto bastante da atuação do cantor country Kris Kristofferson. Tudo bem, ele realmente não teve uma carreira das mais consistentes no cinema, mas inegavelmente fez bons filmes que até hoje são lembrados. Ja para o diretor Sam Peckinpah, esse filme não foi uma boa experiência. Tão respeitado pelos críticos, acabou sendo acusado de ter feito seu filme mais fraco em anos, o que não deixava de ser uma verdade. De qualquer forma deixo a dica, para rever ou conhecer pela primeira vez essa película. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

A Espada de um Bravo

Título no Brasil: A Espada de um Bravo
Título Original: Kidnapped
Ano de Lançamento: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Productions
Direção: Robert Stevenson
Roteiro: Robert Stevenson, Robert Louis Stevenson
Elenco: Peter Finch, Peter O'Toole, James MacArthur, Bernard Lee, Andrew Cruickshank

Sinopse:
Na Escócia, em 1751, o jovem David Balfour é transportado a bordo de um navio onde conhece o rebelde jacobita Alan Breck Stewart, com quem foge para as Terras Altas da Escócia,  esquivando-se e combatendo os casacas vermelhas, como eram conhecidos os soldados do exército imperial inglês.

Comentários: 
Filme da Disney que ficou bem conhecido através dos anos não apenas por causa de seu sucesso entre o público infanto-juvenil em seu lançamento, como também por ter sido o filme de estreia de Peter O'Toole no cinema. E foi uma belo cartão de visitas pois o filme ainda hoje é lembrado em listas de melhores filmes sobre navios antigos, piratas e corsários. Agora, apesar da presença marcante do futuro Lawrence da Arábia, não podemos deixar de tecer todos os elogios para Peter Finch. Que grande ator ele foi! Com dicção perfeita, sua forte presença domina da primeira à última cena. Quando ele entrava na sequência, realmente não sobrava mais espaço para nenhum outro ator do elenco. Esteve simplesmente maravilhoso nessa produção. Palmas para Finch!

Pablo Aluísio.