terça-feira, 28 de março de 2023

Irmão Contra Irmão

Título no Brasil: Irmão Contra Irmão
Título Original: Saddle the Wind
Ano de Lançamento: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Sturges, Robert Parrish
Roteiro: Rod Serling, Thomas Thompson
Elenco: Robert Taylor, Julie London, John Cassavetes, Donald Crisp, Charles McGraw, Royal Dano

Sinopse:
Depois de uma vida como pistoleiro em pequenas cidades do velho oeste, Steve Sinclair (Robert Taylor) decide cuidar de um rancho na Califórnia. E Nesse novo momento de sua vida tudo parece correr certo. Ele trabalha na propriedade rural, tem um pequeno rebanho de gado e consegue viver bem, mesmo que modestamente. Só que tudo muda com a chegada de seu irmão na região. Tony Sinclair (John Cassavetes) abre caminho para uma amarga rivalidade entre irmãos. Quem sairá vencedor desse trágico duelo entre eles?

Comentários:
Eu nunca considerei o ator Robert Taylor muito adequado para estrelar filmes de faroeste. Ele sempre fez mais o tipo galã, com sombras nos olhos para parecer mais bonito nas cenas, além de sempre aparecer com figurinos e cabelos impecáveis nos filmes em que atuava. Era um homem extremamente vaidoso de sua aparência pessoal. Uma imagem que não era condizente com os cowboys e pistoleiros reais que viveram no velho oeste. Mesmo assim ele colecionou bons filmes no gênero, algo inegável de se constatar. Esse filme aqui pode ser considerado um dos melhores de sua longa filmografia. Baseada em uma boa produção do estúdio MGM e contando com a preciosa direção do especialista John Sturges, o filme se destacava mesmo entre os bons filmes de faroeste de sua época (considerada a era de ouro do western americano). O roteiro era muito bom e o elenco estava em momento de graça. Sem dúvida um belo momento do gênero na década de 1950. Por fim uma curiosidade até divertida: muitos brasileiros que gostavam  de cinema na época acreditavam que Robert Taylor era o imrão mais velho de Elizabeth Taylor! Claro que eles não tinham parentesco, apenas usavam o mesmo sobrenome artístico. A confusão era fruto mesmo da falta de informações que havia naquela época em nosso país. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de março de 2023

Tempos Modernos

Título no Brasil: Tempos Modernos
Título Original: Modern Times
Ano de Lançamento: 1936
País: Estados Unidos
Estúdio: Charles Chaplin Productions
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard, Henry Bergman, Tiny Sandford, Chester Conklin, Stanley Blystone

Sinopse:
Carlitos (Charles Chaplin) arranja emprego em uma fábrica de peças industriais. Na linha de montagem descobre que está perdendo aquilo que lhe é mais precioso: sua humanidade. A série de atos repetitivos o transformam quase em uma máquina. Apenas o amor de sua amada poderá resgatar sua alma e seus ricos sentimentos humanos. 

Comentários:
Esse filme é considerado uma das grandes obras-primas de Chaplin. Aqui ele centra seu foco nas condições sub-humanas que os operários de grandes fábricas eram submetidos na época. Seu personagem, o eterno Carlitos, sente na pele como seria desgastante passar horas e mais horas fazendo a mesma coisa, parafusando máquinas, repetindo tudo à exaustão. Quando o filme foi lançado Chaplin declarou: "As condições dos operários é a pior possível. Eles não são máquinas, são seres humanos e seus direitos devem ser respeitados!". Além de sua mensagem de apoio à classe trabalhadora o filme também se notabilizou por ter sido o primeiro filme falado de Chaplin. Ele teve que se render a uma nova realidade no cinema, mas aproveitou para fazer humor com isso também. Quando Carlitos abre finalmente a boca para falar e cantar, tudo o que sai dela são palavras sem o menor sentido. Com essa cena Chaplin quis passar o recado de que o cinema mudo era a verdadeira essência da sétima arte. O cinema falado era algo que ele realmente não tinha o menor apreço. Enfim "Tempos Modernos" é um grande clássico da história do cinema. Mais uma obra de arte cinematográfica assinada pelo gênio Charles Chaplin. 

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de março de 2023

Império da Luz

Título no Brasil: Império da Luz
Título Original: Empire of Light
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos; Reino Unido
Estúdio: Searchlight Pictures
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Sam Mendes
Elenco: Olivia Colman, Micheal Ward, Colin Firth, Toby Jones, Tom Brooke, Tanya Moodie

Sinopse:
Hilary (Olivia Colman) é uma senhora que trabalha em um cinema no sul da Inglaterra nos anos 80. Sua situação é delicada porque ela tem histórico de problemas de saúde mental e está sempre tentando se manter em uma situação de controle emocional. E ser assediada sexualmente pelo dono do cinema não ajuda em nada sua situação. E tudo complica quando ela se envolve com o novo empregado, um jovem que vai trabalhar naquele cinema. 

Comentários:
Muito bom filme, outro que acabou sendo esnobado injustamente no Oscar. Merecia muitos prêmios, mas a Academia parece firme no seus anseios de premiar porcarias. Aqui temos uma clara homenagem ao cinema de antigamente. O cenário é um bonito cinema no sul da Inglaterra, chamado Empire. Ele já está meio decadente, mas ainda consegue atrair certo eventos como a estreia mundial do filme "Carruagens de Fogo". O foco do filme centra na história dos empregados desse cinema. A protagonista é uma mulher já com certa idade que tenta viver dignamente, algo complicado por causa de seus problemas mentais e do chefe que promove assédio sexual contra ela. Esse personagem asqueroso é interpretado por Colin Firth! Veja que ironia, logo um ator que sempre se destacou por suas atuações de gentlemens e homens finos. É sem dúvida um bom filme, mas em minha opinião o diretor errou ao escolher seu final. O filme deveria terminar na cena em que a protagonista assiste no cinema ao filme "Muito Além do Jardim". Seria o desfecho ideal, mas o filme ainda se arrasta por 10 minutos inúteis, perdendo o lirismo de um final que teria sido perfeito. 

Pablo Aluísio.

Respire Fundo

Título no Brasil: Respire Fundo
Título Original: A Mouthful of Air
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Amy Koppelman
Roteiro: Amy Koppelman
Elenco: Amanda Seyfried, Paul Giamatti, Amy Irving, Olivia Katz, Christian Kutz, Finn Wittrock

Sinopse:
Julie Davis (Amanda Seyfried) é uma jovem mãe que após o nascimento do primeiro filho desenvolve uma grande depressão. E as coisas só pioram quando ela descobre que está novamente grávida, agora de uma filha. Anteriormente ela havia tentado se matar, cortando seus pulsos, e tudo parece voltar. Para piorar, ela tem uma forte resistência em tomar os remédios prescritos, o que pode levar a uma grande tragédia naquela família. 

Comentários:
Esse filme tem uma história de cortar o coração! Lida com temas sensíveis e delicados por si mesmos. O roteiro tem que tratar de maternidade, depressão e suicidio, tudo ao mesmo tempo. Não é fácil. Por essa razão não recomendaria esse filme para todos os tipos de públicos. Há gatilhos psicológicos em sua história, mesmo que eles sejam amenizados o tempo todo pela narrativa que chega a usar elementos infantis, como desenhos animados com personagens coloridos. Só que o tema é tão pesado, o drama que se desenvolve ao redor é tão dramaticamente marcante, que nem isso consegue suavizar o filme como um todo. Em termos de elenco me surpreendi completamente com o trabalho de atuação da atriz Amanda Seyfried. Ela que construiu toda a sua carreira com filmes leves, comédias românticas, aqui interpreta uma personagem tão trágica. Merece todos os elogios. É um ótimo filme, só não espere por um final feliz. 

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de março de 2023

Luther: O Cair da Noite

Título no Brasil: Luther: O Cair da Noite
Título Original: Luther: The Fallen Sun
Ano de Lançamento: 2023
País: Reino Unido
Estúdio: BBC Films
Direção: Jamie Payne
Roteiro: Neil Cross
Elenco: Idris Elba, Cynthia Erivo, Andy Serkis, Dermot Crowley, Thomas Coombes, Hattie Morahan

Sinopse:
O detetive John Luther (Idris Elba) cai em uma armadilha. Enquanto um velho inimigo começa a ganhar terreno com seus planos mirabolantes de vingança contra todos os que lhe prejudicaram no passado, o veterano detetive vai parar na prisão - e pelo visto não vai conseguir sair dali pelos meios mais tradicionais. Ele vai ter mesmo que fugir para colocar a situação em sua devida ordem. 

Comentários:
O púbico brasileiro não conhece muito, mas na Inglaterra esse personagem Luther é bem popular, tanto que sua série ficou no ar por longos dez anos. A novidade é que com o cancelamento da série original, o personagem desse detetive foi migrado para um novo formato, o de Longa-Metragem. O filme é bom, bem interessante. O clima em certos aspectos até mesmo me lembrou de Bond, James Bond, só que mais pé no chão. O ator Idris Elba mantém todo o interesse, pois ele é realmente muito bom nesse tipo de personagem. O vilão é interpretado por Andy Serkis, que tem uma chance de mostrar seu trabalho em um filme, sem estar escondido em um personagem digital feito de puro pixel. Talvez seu estilo seja um pouco caricato demais, entretanto dentro da proposta desse filme até que no final tudo se encaixou bem. Pelo visto o detetive seguirá em frente, pois o filme foi bem sucessido em seu lançamento, chegando a liderar a lista dos mais vistos da Netflix.

Pablo Aluísio.

O Fotógrafo de Mauthausen

Título no Brasil: O Fotógrafo de Mauthausen
Título Original: El fotógrafo de Mauthausen
Ano de Lançamento: 2018
País: Espanha
Estúdio: Film Factory
Direção: Mar Targarona
Roteiro: Roger Danès, Alfred Pérez Fargas
Elenco: Mario Casas, Richard van Weyden, Alain Hernández, Stefan Weinert, Eduard Buch, Stefan Weinert

Sinopse:
A história do filme, baseada em fatos reais, mostra um grupo de prisioneiros judeus no campo de concentração alemão de Mauthausen. Eles foram instruídos a queimarem e destruírem todo o material fotográfico que havia sido produzido no campo. A guerra havia virado e os nazistas queriam apagar todas essas provas, mas esse grupo de judeus conseguiu com muita luta salvar os negativos desses registros. 

Comentários: 
O Holocausto foi uma tragédia sem igual na história da humanidade. A máquina de genocídio nazista realmente produziu coisas chocantes e muitas são as histórias importantes que precisam ser resgatadas pela história e pelo cinema, pela cultura em geral. Aqui temos uma história importante envolvendo um jogo de acobertamento promovido pelos nazistas. Eles queriam apagar os rastros de seus crimes, queimando o material fotográfico que havia sido feito no campo de concentração de Mauthausen. Só que um grupo de judeus corajosos conseguiu preservar esse vasto material mostrando os nazistas se vangloriando de seus crimes contra a humanidade. Entre o material havia inclusive fotos do chefe da SS Heinrich Himmler em visita ao local da morte de milhares de judeus. Choca as cenas, como bem podemos esperar. E ainda mais chocante é ver como os nazistas quase escaparam dessa verdadeira destruição de provas. O filme em si não é tão bem produzido como poderia se esperar, mas conta uma história importante que precisa ser conhecida pelas novas gerações. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Red Rocket

Título no Brasil: Red Rocket
Título Original: Red Rocket
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: A24
Direção: Sean Baker
Roteiro: Sean Baker, Chris Bergoch
Elenco: Simon Rex, Bree Elrod, Suzanna Son, Brittney Rodriguez, Judy Hill, Brenda Deiss

Sinopse:
Mikey (Simon Rex) volta para sua cidade natal do Texas após viver muitos anos fazendo filmes adultos na Califórnia. Volta para a casa de sua ex-mulher e sua sogra que o conhecem muito bem, sabem que vem confusão pela frente. Ele tenta se adaptar novamente na vida de interior, mas é complicado, principalmente porque não tem emprego para ninguém por ali. Não demora muito passa a vender maconha e fica apaixonado por uma linda jovem que trabalha numa pequena loja de doces. 

Comentários:
Tecnicamente esse filme nem é uma comédia, mas vocè certamente vai dar algumas boas risadas nervosas ao assisti-lo, justamente por causa do protagonista, um sujeito bem sem noção. Ele volta para sua cidadezinha natal no Texas após viver por longos anos em Los Angeles. Ganhava a vida fazendo filmes pornôs. Quebrado e sem dinheiro, ele precisa arranjar algum trabalho, mas quem vai dar emprego para ele? Ainda mais naquele lugar onde a maioria da população também é desempregada. Então ele passa a vender baseados de maconha na vizinhança, ao mesmo tempo em que fica apaixonado por uma linda garota que vende rosquinhas em uma loja perto de sua casa. E ele pensa em levá-la para Los Angeles, para fazer filmes adultos! E a garota que parece um anjo, também é meio maluquinha! Enfim só vendo a maluquice do filme para acreditar. De minha parte gostei bastante. Mostra um lado da América pobre que muita gente ignora, a dos jovens que tentam qualquer coisa, uma saída para ganhar a vida! E salve-se quem puder! 

Pablo Aluísio.

Crack: Cocaína, Corrupção e Conspiração

Título no Brasil: Crack: Cocaína, Corrupção e Conspiração
Título Original:  Crack: Cocaine, Corruption & Conspiracy
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Stanley Nelson
Roteiro: Stanley Nelson
Elenco: Ronald Reagan, Nancy Reagan, Bill Clinton, George Bush, Oliver North, Elizabeth Hinton

Sinopse:
Documentário da Netflix mostrando a chegada do crack nas ruas das principais cidades norte-americanas durante a década de 1980. A nova droga, um subproduto químico da cocaína, devastou as periferias. Altamente viciante aterrorizou as comunidades pobres do país. Uma nova situação social para o qual o governo não estava preparado. 

Comentários:
O crack chegou nos Estados Unidos nos anos 80 e foi uma explosão dentro daquela sociedade. Viciou milhões de pessoas e trouxe para os pobres os efeitos mais devastadores da própria cocaína que era considerada uma droga de ricos por causa de seu alto valor. Feito do lixo da coca, o crack era acessível aos mais pobres e essa foi uma combinação explosiva. Ao mesmo tempo o documentário mostra como o governo Reagan foi pego de surpresa. Pior do que isso, o próprio governo estava envolvido numa operação ilegal chamada "Contras da Nicarágua" que usou inclusive o tráfico de cocaína como arma de guerra contra o governo socialista que se instalava naquele pequeno país da América Central. Ou seja, tudo estava errado, no lugar errado, na pior época possível. Não é de se admirar que o tráfico de drogas, do crack, tenha obtido tanto sucesso nas ruas das grandes cidades. Uma verdadeira tragédia social que segue até os dias atuais . 

Pablo Aluísio.

Hot Girls Wanted

Título no Brasil: Hot Girls Wanted 
Título Original: Hot Girls Wanted 
Ano de Lançamento: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Two to Tangle Productions
Direção: Jill Bauer, Ronna Gradus
Roteiro: Brittany Huckabee
Elenco: Tressa Silguero, Riley Reynolds, Rachel Bernard, Lucy Tyler, Farrah Laurel Abraham, Sasha Grey

Sinopse:
Este documentário da Netflix acompanha um grupo de garotas de 18 anos de idade rumo a Miami, considerada a atual capital norte-americana da pornografia. Elas querem trabalhar com conteúdo adulto na internet.

Comentários:
Eu fiquei muito surpreso com esse documentário, porque ele mostra uma realidade bem fugaz. Eu sou de um tempo em que a carreira de uma atriz no mercado adulto durava em média de 5 a 6 anos. Hoje em dia, como vemos neste documentário, a carreira delas dura no máximo 3 meses! É um absurdo completo, uma alta rotatividade de meninas que vão para esse lado obscuro em busca de trabalho e independência pessoal. O curioso desse documentário é que ele mostra uma dessas garotas e seus problemas familiares. Os pais, obviamente, ficam chocadas ao saberem que ela participou de algo assim. Pior fica o namorado tentando convencê-la a não voltar para a pornografia! São mulheres muito jovens e, na maioria das vezes, não possuem a maturidade suficiente para jogar esse jogo. Eu achei bem interessante o documentário e recomendo para quem está interessado em descobrir os bastidores desse mundo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de março de 2023

Elvis Presley - King Creole - Parte 3

A gravação da música "Crawfish" trouxe uma novidade dentro da discografia de Elvis. Era a primeira vez que o cantor dividia os microfones com uma cantora. Acontece que o Coronel Parker era completamente contrário a Elvis realizar duetos em seus discos. Na visão do empresário isso diminuía Elvis, o seu prestígio como artista. Elvis deveria vender discos apenas com seu talento, sem precisar de ninguém. Era um tipo de orgulho sem sentido que o Coronel trazia dos seus dias de homem de circo, de gerenciador de artistas de parques de diversões. Uma coisa até mesmo bizarra se formos analisar bem.

Só que no caso dessa canção não havia outra alternativa. Elvis cantava a bela música em uma sacada em New Orleans enquanto uma senhora negra passava pela rua vendendo lagostim. Ela anunciava seus produtos à venda cantando, ao qual o personagem de Elvis respondia, também cantando. Uma bela cena, evocativa do dia a dia daquela cidade, de seus vendedores ambulantes e dos hábitos culinários da região. Quando foi a hora de decidir se a música traria ou não a participação da cantora Kitty White no álbum, o Coronel tentou tirar a participação dela da trilha sonora. Só que isso iria deixar a música sem sentido. Assim a RCA e a Paramount Pictures decidiram que ela estaria sim no disco e como eles mandavam por questões contratuais, a decisão foi mantida. Sabiamente ninguém deu ouvidos aos absurdos do Coronel. Até porque isso também poderia ser interpretado como uma questão de racismo, o que iria pegar muito mal perante os fãs de Elvis.

De todas as músicas de "King Creole" a única que Elvis levou em frente na sua carreira foi "Trouble". Ela inclusive iria ter uma importância incrível dentro do NBC TV Special em 1968. De fato é uma canção com vida própria, que poderia ser mesmo aproveitada dentro da carreira de Elvis dissociada desse filme e do contexto onde ela era apresentada no cinema. A letra também era ideal para o personagem de Elvis em "Balada Sangrenta", uma vez que ele tinha seu lado sombrio, vinculado ao submundo do crime em New Orleans. Aliás os únicos personagens de Elvis no cinema que tinham esse lado mais perigoso e criminal eram justamente o Danny de "King Creole" e o Vince de "Jailhouse Rock", não por acaso seus papéis mais fortes na sétima arte.

"As Long As I Have You" é uma boa balada do disco. Não teve muito uso fora da trilha sonora do filme. Todos os filmes de Elvis tinham sua dose de canções românticas. Fazia parte do pacote, afinal naqueles tempos os filmes de Elvis poderiam ser considerados como romances musicais (em alguns casos, comédias musicais), onde seus personagens invariavelmente tinham que cortejar a mocinha do filme, namorar com ela, tudo para encantar seu público feminino na época que no caso era formado nessa fase de sua carreira por uma imensa maioria de adolescentes. Fazia parte dos roteiros ter sempre uma ou mais cenas românticas onde essas baladas se encaixavam perfeitamente bem.

Pablo Aluísio.