quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Elvis Presley - Elvis' Christmas Album - Parte 2

O disco abre com "Santa Claus Is Back in Town", uma faixa que é puro blues. Dois terços da população da cidade de Memphis era formada por pessoas negras. Isso dá uma ideia da grande influência cultural dessa parcela do povo na cultura da cidade de uma forma em geral. É claro que o jovem Elvis absorveu tudo isso. Ele ouvia com regularidade as estações negras da cidade. Elvis nunca foi um homem racista, muito pelo contrário. Ele sabia o que tinha ou não qualidade musical. E havia muita qualidade nas gravações dos artistas black. Obviamente, tudo isso, toda essa influência, passou para a sua própria musicalidade. O blues nasceu nas grandes plantações de algodão do sul. Era um lamento dos escravos negros que foram traficados para a América do Norte por séculos. Era cultura preta em sua mais pura essência.

Agora imaginem um homem branco americano, de classe média, dos anos 50, comprando esse disco natalino, levando para casa, para ouvi-lo pela primeira vez. Um sujeito que poderia até mesmo se considerar um conservador. De repente, ele coloca o disco para tocar e o que ele ouve? Um blues visceral cantado por Elvis! A letra até poderia soar bem de acordo com a cultura média branca da época, mas o som, a musicalidade, era pura black music. Não me admira em nada que houve até mesmo boicotes contra o álbum. Quem era racista não admitiria uma coisa dessas, ainda mais sendo consumido pelas suas jovens fiilhas adolescentes no sul dos Estados Unidos, onde, nem preciso dizer, era muito presente o racismo nos lares americanos. Uma situação social realmente deplorável.

Já o Coronel Parker queria um disco natalino bem tradicional. E para se ter um repertório nesse estilo, era necessário também apelar para os grandes compositores clássicos. Poucos compositores foram tão clássicos dentro da cultura musical dos Estados Unidos do que Irving Berlin. Um compositor sutil, elegante, de músicas que ficaram para sempre gravados dentro da mais alta cultura dos Estados Unidos. Justamente o que temos aqui na segunda faixa, "White Christmas". Elvis deve ter sentido o peso de gravar uma faixa como essa, embora clássicos não tenham sido uma novidade para ele. Presley já havia flertado com essa linha musical, até mesmo no lado B do disco "Loving You". Já havia gravado, por exemplo, Cole Porter. De qualquer forma, a gravação é excelente e do mais alto nível, tudo obviamente, com um toque do próprio Elvis e seu estilo musical. Pura cultura da tal elite branca da época.

O álbum assim abria com duas faixas bem representativas dos dois lados culturais da América. Mesclava a cultura negra e a cultura branca. Sem dúvida, era algo que não se esperaria de um disco natalino naqueles tempos. A década de 1950 foi uma das mais conservadoras e tradicionais da história americana. Os costumes culturais e sociais de segregação racial imperavam dentro daquela comunidade. Elvis surgira assim como um verdadeiro desbravador, um cara branco que ousou misturar tudo com a negritude dos guetos de Memphis. E tornou isso a fonte principal de sua música. Grande parte de sua genialidade artística veio justamente dessa mistura de culturas tão distintas e historicamente tão separadas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 11

O filme "Suzana" (Susannah of the Mounties) foi lançado em 1939. Com direção da dupla de cineastas William A. Seiter e Walter Lang (esse último não creditado), o faroeste contava uma história interessante. O roteiro mostrava um problema que nem sempre era tratado pelos filmes da época. A questão das crianças órfãs, quando os pais eram mortos em conflitos entre os colonizadores e os índios. Quem cuidava dessas crianças? Scott aqui interpreta o bom homem que resolve adotar uma dessas órfãs. Curiosamente esse filme foi colorizado, mas prefiro muito mais a versão original, em preto e branco.

O filme seguinte segue sendo muito especial para fãs do western. Isso porque nessa produção o ator Randoloh Scott interpretou ninguém menos do que o lendário xerife Wyatt Earp. Estou me referindo, é claro, a um dos personagens mais mitológicos do velho oeste americano. Um personagem histórico, que realmente existiu. "A Lei da Fronteira" (Frontier Marshal, Estados Unidos, 1939) é um desses filmes até complicados de achar, mas caso você consiga não deixe de adquirir para sua coleção de filmes clássicos e de western. Item indispensável.

O filme seguinte de Scott não foi um faroeste ao velho estilo, mas sim um filme de guerra chamado "Vigilantes do Mar" (Coast Guard, Estados Unidos, 1939). Um filme bem pouco conhecido hoje em dia, mas que seguiu o clima de euforia que se seguia naqueles tempos conturbados. Não é desnecessário lembrar que o mundo estava nas vésperas do maior conflito da história, a II Grande Guerra Mundial. Com os ânimos patrióticos em alta, os estúdios corriam para faturar em cima desse tipo de sentimento dos americanos.

E o fim da década de 1930 chegou para Scott com o lançamento de sua último filme dos anos 30, chamado "20.000 Homens por Ano" (20,000 Men a Year, Estados Unidos, 1939). Dirigido por Alfred E. Green, também era um filme sobre militarismo, mas ao invés da marinha do filme anterior, tínhamos aqui a história de um piloto da força aérea. Os fãs curtiram e prestigiaram, mas o fato é que as pessoas (principalmente os mais jovens) queriam ver Randolph Scott interpretando cowboys e não aviadores. E o ator entendeu bem esse recado.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Luzes da Cidade

Título no Brasil: Luzes da Cidade
Título Original: City Lights
Ano de Lançamento: 1931
País: Estados Unidos
Estúdio: Charles Chaplin Productions
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Virginia Cherrill, Florence Lee, Harry Myers, Al Ernest Garcia, Hank Mann

Sinopse:
O adorável vagabundo Carlitos (Charles Chaplin) se apaixona por uma pobre vendedora cega de flores na rua e decide ajudá-la. Ele tenta ganhar dinheiro de todas as formas para bancar sua cirurgia que lhe trará de volta a sua visão. Seu maior sonho é que ela volte a ver as luzes da cidade.

Comentários:
Chaplin passou muitos meses escrevendo e reescrevendo o roteiro desse filme. Ele queria que fosse a despedida final de seu personagem, Carlitos, que tanto sucesso lhe havia trazido ao longo de toda a sua carreira. Por isso ele se empenhou tanto em escrever uma boa história. A inspiração veio por acaso, quando encontrou uma vendedora de flores cega nas ruas de Los Angeles. Ele ficou comovido com a forma que aquela mulher tentava ganhar a vida, sobreviver no dia a dia. Chaplin trouxe tanta sensibilidade e humanismo para esse filme que até hoje ele é considerado a obra-prima definitiva do personagem Carlitos no cinema. A crítica pensou que o filme seria prontamente o grande vencedor do Oscar naquele ano, mas, como todos sabemos, Chaplin foi um dos maiores injustiçados dessa premiação na história. De qualquer maneira, não faz falta. O filme é considerado, mesmo sem o Oscar, um clássico eterno da história de Hollywood.

Pablo Aluísio.

As Aventuras de Robin Hood

Título no Brasil: As Aventuras de Robin Hood
Título Original: The Adventures of Robin Hood
Ano de Lançamento: 1938
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz, William Keighley
Roteiro: Norman Reilly Raine, Seton I. Miller
Elenco: Errol Flynn, Olivia de Havilland, Basil Rathbone, Claude Rains, Patric Knowles, Eugene Pallette

Sinopse:
Adaptação para o cinema da lenda de Robin Wood. Um ladrão e bandoleiro medieval que roubava dos ricos para dar aos pobres nas florestas da Inglaterra. E por essa razão, acabou sendo amado pelo povo que vivia oprimido pelas autoridades opressivas daqueles tempos difíceis. 

Comentários:
Ainda hoje, esse filme é considerado uma das melhores aventuras produzidas na história de Hollywood. Realmente é um filme tecnicamente perfeito. Mesmo após tantos anos de seu lançamento original. Foi um grande sucesso de bilheteria e de crítica, alcançando números comerciais espantosos para a época. Acabou se tornando o maior sucesso da história da carreira do ator Errol Flynn, que naqueles anos era o nome mais popular da indústria cinematográfica norte-americana. E isso foi, de certa forma, uma surpresa, porque a produção do filme foi conturbada. O orçamento estourou e o filme acabou custando o dobro do que era previsto pela Warner. Houve problemas de relacionamento entre o astro e o diretor. Errol Flynn resolveu seduzir a mulher de Michael Curtiz nas filmagens. Mesmo com tantos problemas, o filme superou tudo e hoje é considerado um grande marco da história do cinema. Criou várias situações narrativas que até atualmente são incorporadas e copiadas aos filmes desse gênero cinematográfico. Venceu a barreira do tempo e é considerado um grande entretenimento.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de fevereiro de 2023

O Campo da Morte do Texas

Título no Brasil: O Campo da Morte do Texas
Título Original: The Texas Killing Fields
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Imagine Documentaries
Direção: Jessica Dimmock
Roteiro: Jessica Dimmock
Elenco: Richard Rennison, Skip Hollandsworth, Lise Olsen, Tim Miller, Kathryn Casey, Nina Edwards

Sinopse:
Jovens garotas passam a desaparecer no Texas. Após várias investigações da polícia regional e do FBI, seus corpos foram encontrados, localizados na região de uma grande rodovia ligando as cidades de Houston e Galveston. Os crimes seriam de autoria de um único assassino em série? Ou haveria vários psicopatas atuando naquela região? 

Comentários:
Minissérie em 3 episódios que mostra a luta de parentes e autoridades para descobrir o autor ou autores desses crimes bárbaros. Esse título faz parte de uma linha maior de programas com a marca "Cenas do crime" (Crime Scene). Praticamente todos eles estão disponíveis na grade de programação da Netflix. O interessante desse em particular é que as investigações duraram anos. Muitas garotas só tiveram suas identidades desvendadas com o avanço da tecnologia forense. Por essa razão, é uma opção interessante para estudantes de direito que queiram se aprofundar no mundo da criminologia. Mostra aspectos interessantes que muitos brasileiros desconhecem, como a própria imperícia da polícia dos Estados Unidos. Se não fossem os esforços de certos parentes em buscas de suas filhas desaparecidas, muitos desses crimes nunca teriam sido desvendados. Nesse aspecto, o personagem mais interessante dessa série é um senhor já idoso, cuja filha desapareceu há muitos anos. Ele criou uma associação de ajuda para famílias das vítimas de crimes semelhantes. E sua luta rendeu bons resultados, pois em muitos casos houve a solução de crimes horrendos. Uma lição de vida de alguém sempre em busca da justiça. 

Pablo Aluísio.

Sally: Fisiculturismo e Assassinato

Título no Brasil: Sally - Fisiculturismo e Assassinato
Título Original: Killer Sally
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Nanette Burstein
Roteiro: Nanette Burstein
Elenco: Sally McNeil, John Lowden, Shantina Lowden, Shannon Brown, Peggy Hook, Dan Goldstein

Sinopse:
Minissérie dividida em episódios que conta a história de Sally McNeil, uma fisiculturista da década de 1990, que matou o próprio marido a tiros de espingarda após uma grande discussão no Dia dos Namorados. Teria sido um caso de legítima defesa após uma agressão dele ou ao contrário, teria sido um ato de vingança após ela descobrir que ele tinha uma amante mais jovem?

Comentários:
Na década de 1990, houve uma explosão do fisiculturismo nos Estados Unidos. O casal retratado nessa minissérie era competidor de diversos títulos de fisiculturismo naquela época. O marido chegou inclusive a participar do prestigiado mister Olímpia. Na busca pelo corpo perfeito, havia também muitos excessos, com abuso de substâncias químicas, como os asteroides anabolizantes. E isso, de certa forma, aumentava a agressividade dos competidores. A minissérie mostra um caso criminal ocorrido entre esse casal que vivia nesse circuito de competições de fisiculturismo. A esposa matou com 2 tiros de espingarda o próprio marido, após descobrir uma traição. Levada ao tribunal do júri, ela tentou defender a tese de que havia sido espancada por ele. Haveria algum fundo de verdade nisso, ou foi simplesmente um ato de vingança? Gostei desse retorno aos anos 90 com seus excessos culturais e essa onda de musculação que varreu o mundo de forma sem precedentes na época. A Sally havia sido das forças armadas dos Estados Unidos e largou tudo para apostar numa carreira de fisiculturismo. Só que esse crime aconteceu e tudo foi por água abaixo. Um bom caso criminal dissecado nessa minissérie, que está disponível na Netflix.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de fevereiro de 2023

Carrington

Título no Brasil: Carrington, Dias de Paixão
Título Original: Carrington
Ano de Lançamento: 1995
País: Reino Unido
Estúdio: PolyGram Filmed Entertainment
Direção: Christopher Hampton
Roteiro: Christopher Hampton
Elenco: Emma Thompson, Jonathan Pryce, Steven Waddington, Samuel West, Rufus Sewell, Penelope Wilton

Sinopse:
Poucos dias antes do começo da primeira guerra mundial, uma pintora chamada Dora Carrington (Emma Thompson) se apaixona pelo escritor Lytton Strachey (Jonathan Pryce). O grande problema é que é um amor que vai ter que superar várias barreiras. Entre elas, o fato dele ser homossexual. Filme com história baseada em fatos históricos reais.

Comentários:
Mais um excelente filme inglês. Baseado em uma história real. O tema é delicado e polêmico e coloca a questão sobre um relacionamento envolvendo uma mulher e um homem homossexual. Poderia haver possibilidade de uma paixão assim dar certo, ou seguir em frente? Ou ficaria tudo no plano do puro platonismo? O filme foi extremamente elogiado em seu lançamento original. A grande interpretação do ator Jonathan Pryce lhe valeu um prêmio especial no prestigiado festival de Cannes. E por falar em talento, coube a Emma Thompson colocar tudo em frente. Ela leu o roteiro original e ficou decidida a levar essa história para o cinema. Se tornou produtora executiva do filme e acabou escalando o seu amigo, o roteirista Christopher Hampton, para a direção. O resultado é excelente, um claro exemplar da elegância e da finesse cultural do cinema britânico de uma forma em geral. É, sem sombra de dúvidas, um dos melhores filmes ingleses produzidos na década de 1990. Especialmente recomendado para cinéfilos de bom e refinado gosto cinematográfico.

Pablo Aluísio.

O Padre

Título no Brasil: O Padre
Título Original: Priest
Ano de Lançamento: 1994
País: Reino Unido
Estúdio: BBC Films
Direção: Antonia Bird
Roteiro: Jimmy McGovern
Elenco: Linus Roache, Tom Wilkinson, Robert Carlyle, Cathy Tyson, Lesley Sharp, Christine Tremarco

Sinopse:
Um padre católico homossexual descobre durante o confessionário que uma jovem está sendo abusada sexualmente pelo pai e precisa decidir como lidar com esse segredo e com os seus próprios segredos pessoais.

Comentários:
Ao longo dos anos, vários filmes receberam o título de "O Padre". Por isso é fácil confundir os filmes entre si. Esse aqui é um filme inglês lançado na década de 1990 e que chegou a ser lançado igualmente nas locadoras brasileiras. É uma produção em parceria entre a BBC inglesa e a Miramax norte-americana. O personagem principal é um padre que tenta esconder sua homossexualidade ao mesmo tempo em que precisa ajudar uma fiel que lhe contou em segredo um crime. Tudo lhe foi passado em confissão. Foram relatados abusos sexuais envolvendo uma jovem de sua paróquia. E aí entra diversos aspectos delicados nessa equação. Como denunciar algo da confissão? Ele não pode abertamente denunciar para as autoridades policiais o que ouviu. E como também tem seus próprios segredos, precisa agir com a devida cautela. E nesse processo, acaba sofrendo uma crise ética pessoal muito acentuada. Um filme muito bom, muito bem dirigido e com excelente elenco. O cinema inglês nunca decepciona na elegância e sofisticação ao tratar mesmo dos temas mais complicados.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Alerta Máximo

Alerta Máximo
Nesse filme o ator Gerard Butler interpreta um comandante de avião comercial que vai fazer um voo entre Cingapura e Tóquio, no Japão. A viagem conta com poucos passageiros, pois será realizada na noite de ano novo. Realmente ninguém quer passar o réveillon dentro de um avião. Entre os passageiros se encontra um criminoso condenado, acompanhado de escolta policial. Mas os problemas não param por aí. Na rota do avião está uma grande tempestade tropical. E atravessá-la vai ser um desafio. Um raio acaba atingindo o sistema de energia do avião, que sofre uma pane geral. Voando manualmente, ele precisa chegar em um lugar seguro para pousar. Acaba encontrando uma velha pista em uma ilha remota e distante das Filipinas. O problema é que a região é conhecida por ser um local de atividade de guerrilhas criminosas. Esses bandidos são acostumados a sequestraram estrangeiros e pedirem resgate por suas vidas. Não vai ser fácil sobreviver a tantos desafios. 

Esse é um bom filme, tem seus clichês e em alguns momentos você sabe com antecedência o que vai acontecer, mas ainda assim se mantém interessante do começo ao fim. Gerard Butler realmente se especializou em fitas de ação, como se tem visto em seus últimos lançamentos. São filmes com boa produção e que se tornam eficazes na tela. De certa maneira, ele tem acertado em suas escolhas, e esse filme é mais um uma boa opção para quem gosta desse tipo de produção. Há três atos distintos e bem localizados na narrativa. A crise em pleno voo, as situações de perigo em pouso e por final, a tentativa de sair daquela ilha de qualquer forma. Coloque aí um grupo mercenário de resgate, e você terá um bom filme no final de tudo.

Alerta Máximo (Plane, Estados Unidos, 2023) Direção: Jean-François Richet / Roteiro: Charles Cumming, J.P. Davis / Elenco: Gerard Butler, Mike Colter, Tony Goldwyn / Sinopse: Gerard Butler interpreta um comandante de avião comercial que vai fazer um voo entre Cingapura e Tóquio, no Japão. Uma viagem mais do que perigosa. Não vai ser nada fácil sobreviver a tantos desafios. 
Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

O Meme do Mal

O Meme do Mal
Pelo visto, Hollywood está sempre antenada com os acontecimentos. Recentemente surgiu uma espécie de desafio para crianças e adolescentes na internet. São situações que preocupam pais e professores, pois colocam em risco a própria integridade física das crianças. Basta lembrar do desafio da baleia azul e da momo. Essa última parece ser a grande motriz incentivadora do roteiro desse fraco filme de terror. Na história, uma garota adolescente acaba se envolvendo em situações perigosas na net. E ela passa a ver uma criatura estranha que surge nas sombras. Parece existir uma ligação psicológica com os pais, mas esqueça isso. O roteiro até que começa essa discussão, mas não leva em frente. Ao invés disso, tudo se resume a partir de certo momento, em mostrar os ataques dessa criatura estranha. 

E aí está o grande problema do filme como um todo. A tal criatura é muito mal feita. Em determinadas cenas, lembra até mesmo um daqueles bonecos de Carnaval de Olinda. Os roteiristas também não se preocuparam em nada em criar uma certa estrutura fixa para o monstro. Todo momento ele aparece com tamanhos diferentes. Surge com 4 metros de altura para depois ser do tamanho de uma pessoa normal entrando em uma casa. Isso é desleixo de um roteiro realmente muito mal feito, de um filme que não assusta. E também demonstra um certo oportunismo barato em aproveitar esses desafios da internet para escrever um roteiro feito às pressas. E fechando tudo com mais uma patifaria, temos esse péssimo título nacional que se torna até mesmo um caso de humor involuntário. Assim, não há filme que sustente em pé diante de tantos aspectos negativos.

O Meme do Mal (Grimcutty, Estados Unidos, 2022) Direção: John Ross / Roteiro: John Ross / Elenco: Shannyn Sossamon, Sara Wolfkind, Usman Ally / Sinopse: Uma garota adolescente acaba se envolvendo em situações perigosas na net. E ela passa a ver uma criatura estranha que surge nas sombras. 

Pablo Aluísio.