sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Gary Cooper no Velho Oeste - Parte 2

Demorou um tempo para que Gary Cooper finalmente se tornasse um astro de cinema, com seu nome estampado em cartazes dos filmes e tudo o mais que estrelas tinham direito. Apenas alguns meses depois ele finalmente foi alçado a essa posição pela Paramount Pictures. O filme se chamava "Bandoleiro Romântico" (Arizona Bound). Era um faroeste de matinê, mas com toques de romantismo, como bem deixava claro o título da produção no Brasil. Cooper interpretava um cowboy chamado Dave Saulter. Ele vagava pelo velho oeste até chegar em uma pequena cidadezinha (velha fórmula dos filmes de western americano). 

Para seu azar chegava na cidade no mesmo dia em que estava sendo roubado do banco local um carregamento de ouro em uma diligência. Claro que tanto ouro assim chamaria a atenção de ladrões e bandoleiros. Cooper assim assumia a figura do mocinho bem intencionado, que salvava inclusive a sua nova amada, interpretada pela bela Betty Jewel, até que conseguisse recuperar o ouro roubado, prendendo todos os bandidos. Filme de praxe, bem de acordo com o que era produzido naqueles tempos. Acabou fazendo sucesso de bilheteria, firmando Cooper como nome comercialmente viável para os estúdios. Nascia mais um cowboy heroico das telas.

Em Hollywood, era normal a assinatura de um contrato com os estúdios com prazo de validade de 7 anos. Esse contrato poderia ter cláusula de exclusividade ou não, dependendo da habilidade do agente de cada ator. Ele assinou um contrato desse tipo com a Paramount e outros ao longo dos anos pois seus filmes renderiam ótimos bilheterias, se transformando em um astro de cinema da velha Hollywood.  Com o dinheiro, comprou uma bela mansão em Beverly Hills, um bairro que se tornaria exclusivo de pessoas que trabalhavam no mundo do cinema. Ele mandou aumentar a piscina para o padrão olímpico, pois adorava nadar. Também construiu um estábulo nos fundos da casa, pois investiu em sua própria criação de cavalos. Não confiava muito nos cavalos de estúdio e tinha medo de sofrer algum acidente mais sério nas cenas de ação, assim começou a ter sua própria criação de cavalos puro-sangue, todos importados da Arábia Saudita. Nessa casa ele viveria até o fim de seus dias. 

Os atores trabalhavam muito. Mal saíam das filmagens de um filme e já estavam em outro. Tudo feito de forma industrializada, a toque de caixa. Logo após "Bandoleiro Romântico" Cooper atuou em um drama chamado "Filhos do Divórcio". Ele não era o ator principal do filme (coube essa honra à atriz Clara Bow), mas tinha importância dentro da trama pois interpretava Edward D. 'Ted' Larrabee, um homem cujo coração estava dividido entre duas mulheres, uma delas o amor de sua adolescência. Seu personagem também tinha nuances psicológicas interessantes para um filme dessa época, pois no fundo não queria se casar por causa dos problemas que vivenciou como filho no casamento fracassado de seus próprios pais.

Pablo Aluísio.

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 10

Depois do sucesso comercial de "O Último dos Moicanos" o ator Randolph Scott deu um tempo nas fitas de faroeste. E isso surpreendeu muita gente já que todos esperavam que ele iria cair com tudo no gênero para aproveitar o sucesso. Apenas algum tempo depois é que ele voltaria a usar chapéu de cowboy, botas e esporas para montar seu belo cavalo branco. Isso voltaria a acontecer em "A Heroína do Texas" (The Texans), boa produção dirigida pelo cineasta  James P. Hogan. O que chamava bastante a atenção aqui é que todas as atenções do roteiro iam para a mocinha do filme e não para o herói. Algo raro em um estilo cinematográfico tão voltado para o público masculino. Era algo novo e inovador, algo que poucos tinham feito em Hollywood naquele período histórico do cinema americano.

A estrelinha do filme, a atriz Joan Bennett, foi até mesmo creditada na frente do astro Randolph Scott. isso mostrava também como ele poderia ser generoso com as colegas de profisssão. Ele vinha de um sucesso de bilheteria e poderia muito bem calçar seu ego de astro de western em Hollywood e exigir seu nome em primeiro lugar nos créditos do filme. Porém não fez isso. Foi bem humilde e companheiro, sendo usado até mesmo como escada da jovem atriz. A sinopse era padrão: "Após a Guerra Civil, um ex-soldado confederado enfrentava novas batalhas, incluindo os membros de uma quadrilha de bandidos que tentavam roubar uma jovem indefesa".

Após esse filme Scott atuou em um drama chamado "Almas sem Rumo". Um bom filme, mas também um pouco cheio de clichês melodramáticos típicos daquele período. Isso porém logo foi esquecido porque ele voltaria ao velho oeste em um grande clássico do cinema, "Jesse James". Esse é considerado um dos melhores filmes de western já feitos. Dirigido pelo ótimo Henry King, trazendo um excelente elenco que contava com Tyrone Power e Henry Fonda como os irmãos foras-da-lei James, esse é um daqueles filmes que até hoje são debatidos e reprisados por fãs de faroeste clássico em sua era de ouro.

Em uma produção com tantos astros e estrelas, Randolph Scott acabou sendo escalado para um personagem secundário, porém não menos importante. Will Wright. Porém o mais importante desse filme é que o ator percebeu que o segredo para fazer fortuna em Hollywood era produzir seus próprios filmes. Ele teve a ideia, justamente nesse set de filmagens, de começar a ele mesmo produzir uma série de filmes de cowboy, algo que o tornaria um dos atores mais ricos de Hollywood nos anos seguintes.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 31

O casamento de Marilyn com o marido Joe DiMaggio durou muito pouco tempo. Ele queria uma mulher tradicional que fosse uma dona de casa que cuidasse dele. Que fizesse seu prato de jantar enquanto ele assistia a filmes de Faroeste na TV. Ou seja, ele queria uma típica matrona italiana, coisa que Marilyn jamais foi na vida e que ela não tinha a menor intenção de ser algum dia. Pior do que isso, ele queria que Marilyn abandonasse sua carreira no cinema. Era o maior absurdo que ela poderia ouvir. Logo ela que havia lutado tanto para ser atriz. Marilyn também não gostava dos amigos de Joe DiMaggio. Uns caras que pareciam ter saído de algum fichário da máfia italiana. Eles iam para a casa dela e pediam cervejas enquanto jogavam cartas. Faziam dela uma garçonete! 

Não demorou muito e Marilyn se aborreceu de tudo e de todos. Ela estava prestes a atuar no filme "No Mundo da Fantasia", que iria exigir muito dela em termos artísticos. Tinha que decorar suas falas, atuar dramaticamente e ainda dançar e cantar no filme que tentava reviver o estilo dos antigos clássicos musicais do cinema americano. Então se tornou uma situação intolerável para a atriz ter que trabalhar o dia todo e voltar para casa e encontrar aquele bando de italianos que queriam tratá-la como uma garota qualquer. Numa noite ela se aborreceu totalmente com a situação e colocou todos para fora da casa dela. Colocou todos para correr!

O casamento de Marilyn Monroe com Joe também afundou por causa da agressão física que ela sofreu após o marido testemunhar sua cena clássica, sendo filmada nas ruas em Nova Iorque para o filme "O Pecado Mora ao Lado". A sequência das saias voando pelo ar do metrô, com sua calcinha sendo vista por todos foi intolerável para Joe. Quando eles voltaram para seu apartamento, ele a agrediu fisicamente. Aquilo foi o fim de tudo. Marilyn deu um basta! Entrou em contato com seu advogado e enviou as papéis de divórcio pelo correio. Joe nunca mais!

O curioso é que Joe jamais deixarei de pegar no pé dela, sempre à espreita, esperando uma nova chance. Quando ela faleceu foi ele que providenciou tudo. Quem cuidou de seu funeral. E durante 30 anos, manteve as flores no túmulo de Marilyn Monroe, até sua própria morte. Ele jamais a esqueceu. Quando procurado por repórteres e jornalistas para escrever um livro, ele recusava dizendo que sabia o que eles queriam. Eles queriam saber detalhes privados da vida de Marilyn Monroe, algo que ele jamais faria. E realmente cumpriu o que prometeu, nunca escreveu um livro, nem deu entrevistas sobre a famosa ex-esposa.

Pablo Aluísio.

Paul Newman - Hollywood Boulevard - Parte 1

A estreia de um jovem Paul Newman no cinema se deu justamente nesse épico  improvável de 1954, "O Cálice Sagrado". Vestido com os típicos trajes da época romana, Newman era certamente o ator errado no filme errado. Para quem vinha de uma sólida formação no Actor´s Studio aquele filme ao estilo sandálias e areia não lhe fazia jus em nada. Ele interpreta um escravo grego, bom artesão, que acaba se envolvendo de forma plenamente casual com o cálice usado por Jesus Cristo em sua última ceia ao lado dos doze apóstolos. O filme jamais convence, ficando abaixo da média das produções bíblicas dos anos 50 do tipo "Sansão e Dalila" com Victor Mature.

Para piorar o que já era bem ruim, Paul Newman acaba completamente ofuscado por Jack Palance que interpreta Simão, o mago, um personagem citado na própria bíblia, um farsante, mistura de mágico com ilusionista, que enganava as pessoas na antiguidade, se fazendo passar por algo que ele não era. Há ainda a bela Pier Angeli, uma atriz que ficou mais conhecida por ter sido o grande amor de James Dean do que por qualquer outra coisa. Era uma starlet, nada talentosa em termos dramáticos, que conseguia chamar a atenção por causa de sua beleza exótica, bem italiana.

O diretor Saville também estava pouco preocupado com fidelidade histórica e trouxe ao filme uma estranha direção de arte, com cenários pouco comuns para o cinema da época. São em última análise cenários teatrais estilizados, usando aspectos pós-modernistas em seu conceito, que ficaram mais do que deslocados dentro do filme. Philip Johnson, o diretor de arte, desenhou uma cidade antiga que em nada lembrava a Jerusalém dos grandes filmes épicos. Olhando sob um certo ponto de vista isso poderia até ter sido interessante mas a realidade é que simplesmente não funciona, deixando uma sensação de algo falso ao espectador.

A crítica não gostou e muito menos Paul Newman que em um gesto de profunda humildade reconheceu seu erro escrevendo um pedido de desculpas ao seu público em um jornal de Nova Iorque. No texto Newman reconhecia que sua atuação tinha sido ruim e que ele poderia fazer melhor. Também confessava que não havia gostado nem do roteiro e nem da proposta do filme, e que só depois quando conferiu nas telas pode se conscientizar e entender o quanto estava ruim tudo aquilo. Para o público em geral tinha sido mesmo uma decepção, uma vez que Newman estava sendo apontado como a grande revelação de Hollywood. Mas tudo bem, bola pra frente. No final Paul Newman tranquilizava a todos dizendo que iria melhorar em sua próxima atuação, promessa que aliás cumpriu.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

O Lobo Viking

O Lobo Viking
Um grupo de Vikings fazendo um saque na Normandia acaba encontrando um estranho animal em uma abadia isolada. Eles resolvem trazer o bicho para casa, mas no meio da viagem, ele acaba atacando todos os guerreiros do barco Viking. Um massacre! Mil anos depois tudo vira lenda a ser passada oralmente de geração em geração. Entretanto ataques dessas estranhas criaturas começam a acontecer em uma pequena cidade no interior gelado da Noruega. E tudo leva a crer que não se trata de um lobo comum. Pesquisas demonstram que não poderia ser um lobo qualquer, pois suas presas e suas marcas deixadas nas vítimas são grandes demais. Uma policial desta cidadezinha começa a investigar e acaba descobrindo algo realmente surpreendente. 

Pelo visto a Noruega virou mesmo um polo de produção de filmes de cultura pop. Como podemos ver no caso desse novo filme, que acabou sendo um dos filmes mais vistos da Netflix nesta semana. Devo dizer que é um filme legal, apesar de alguns deslizes pontuais. Acredito que o monstro clássico do lobisomem sempre poderá gerar bons filmes, desde que surjam boas ideias originais por trás de seu ressurgimento nas telas. Eu também gostei bastante do desenho do monstro aqui, parecendo mais um lobo sarnento, um bicho rabugento bem nojento. Tem que ser assim mesmo! No começo, os ataques só surgem em uma visão subjetiva, mas depois o monstro aparece melhor, em closes mais bem elaborados. A computação digital está boa e o filme, de maneira geral, é um pop pipoca bem satisfatório. Conta com um roteiro básico, mas eficiente, deixando até mesmo uma porta aberta para futuras continuações. Você quer algo mais cultura pop do que isso?

O Lobo Viking (Vikingulven, Noruega, 2022) Direção: Stig Svendsen / Roteiro: Espen Aukan, Stig Svendsen / Elenco: Liv Mjönes, Elli Rhiannon, Müller Osborne, Arthur Hakalahti / Sinopse: Jovens são atacados por uma estranha fera em uma Floresta do interior da Noruega. E tudo parece ter uma ligação com uma antiga lenda dos tempos dos Vikings.

Pablo Aluísio.

O Céu da Meia-Noite

Título no Brasil: O Céu da Meia-Noite
Título Original: The Midnight Sky
Ano de Lançamento: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: George Clooney
Roteiro: Mark L. Smith
Elenco: George Clooney, Kyle Chandler, Felicity Jones, David Oyelowo, Caoilinn Springall, Sophie Rundle

Sinopse:
Depois de uma catástrofe de proporções mundiais, um cientista é deixado para trás em um estação no Ártico. Ele tenta entrar em contato com uma nave espacial que está retornando à Terra após explorar um satélite do planeta Júpiter. O lugar parece ser adequado para a vida. O cientista tenta avisar aos astronautas que não voltem, pois não há mais para onde voltar.

Comentários:
Assistindo a esse filme, cheguei na conclusão que o ator George Clooney tem uma certa obsessão com esse tipo de história. Um tipo de enredo que mistura fixação com o futuro, com devaneios filosóficos. Aqui, ele tenta algum tipo de salvação para um planeta Terra devastado. O que aconteceu com a Terra? O roteiro não explica. Foi uma catástrofe natural, como uma questão de aquecimento global ou foi uma guerra nuclear entre grandes potências? Fica a dúvida! De qualquer forma, o planeta está destruído e a humanidade, em sua enorme parte, já pereceu. Esse personagem do Clooney só está vivo porque está no Ártico, onde a contaminação e os efeitos dessa catástrofe ainda não chegaram. O filme tem um desenvolvimento lento e contemplativo, o que me levou a lembrar de Solaris, outro filme estrelado pelo ator nessa mesma linha. Realmente, há certas semelhanças entre os dois filmes, mas esse aqui tem pretensões mais modestas do ponto de vista filosófico. A questão da garotinha, que passa a acompanhar o cientista e depois a revelação sobre sua real existência, é um plot twist interessante, mas não muito surpreendente. Em geral, até gostei do filme, apesar de ter certas ressalvas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

O Estranho que Nós Amamos

Título no Brasil: O Estranho que Nós Amamos
Título Original:  The Beguiled
Ano de Lançamento: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: The Malpaso Company
Direção: Don Siegel
Roteiro: Albert Maltz, Irene Kamp
Elenco: Clint Eastwood, Geraldine Page, Elizabeth Hartman, Jo Ann Harris, Darleen Carr, Melody Thomas Scott

Sinopse:
Durante a guerra civil nos Estados Unidos, um soldado do exército da União é resgatado por um grupo de mulheres que vivem isoladas, tentando sobreviver em um rancho no sul do país. O soldado, muito ferido, é levado para o local e elas começam a tratar dele. Essa situação acaba criando uma grande tensão por causa de sua presença naquele local.

Comentários:
O roteiro desse filme foi baseado no romance escrito por Thomas Cullinan. Esse foi o primeiro grande diferencial em relação a outros filmes de faroeste do ator Clint Eastwood. Isso porque a história valorizava muito mais o relacionamento humano entre os personagens, sendo a ação deixada em segundo plano. O filme investe bastante na dualidade de se ter um soldado da União sendo tratado por mulheres sulistas, ou seja, ela estavam ajudando o inimigo de guerra. Isso por si só já seria ruim o bastante, mas ainda havia a questão da tensão sexual envolvida com a presença de um homem como ele no meio de tantas mulheres solitárias e abandonadas à própria sorte. Esse filme já demonstrava que Clint Eastwood estava preocupado em investir mais no conteúdo dramático de seus filmes. Para isso, ele produziu o filme e trouxe para dirigi-lo o excelente cineasta Don Siegel. O resultado é muito bom. Um filme realmente marcante. Houve, inclusive, um remake recente, mas esqueça esse novo filme. Embora seja até bem feito, não se compara esse original dos anos 70. Clint Eastwood estava em plena forma. Esbanjando carisma e boa atuação em um filme realmente acima da média.

Pablo Aluísio.

O Tesouro de Pancho Villa

Título no Brasil: O Tesouro de Pancho Villa
Título Original: The Treasure of Pancho Villa
Ano de Lançamento: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: Niven Busch
Elenco: Rory Calhoun, Shelley Winters, Gilbert Roland, Joseph Calleia, Fanny Schiller, Pascual García Peña

Sinopse:
México, 1915. O ladrão de bancos americano Tom Bryan (Rory Calhoun) vai ao México para ajudar Pancho Villa na entrega de um valioso carregamento de ouro. O bando de leais apoiadores de Villa precisa do tesouro para colocar seu líder no poder. Não vai ser nada fácil enfrentar todos os seus inimigos.

Comentários:
O ator Rory Calhoun teve uma longa carreira em Hollywood, atuando em mais de 120 filmes ao longo de sua trajetória. Infelizmente, quando estava se tornando um astro, principalmente ao estrelar filmes de faroeste, ele foi alvo de boatos maldosos, afirmando que era gay. Para a sociedade preconceituosa da época, isso significava o fim de uma promissora carreira no cinema. De qualquer maneira, os filmes de western em que atuou são muito bons de forma em geral. Esse aqui foi dirigido pelo ótimo diretor George Sherman, que tinha nome de herói da guerra civil americana. Ele, em determinada época de sua carreira, se especializou em filmes de faroeste. E dirigiu algumas dos melhores produções desse gênero cinematográfico. Esse filme aqui se notabilizou por fazer mais sucesso no exterior do que dentro dos Estados Unidos. No México foi um grande sucesso de bilheteria, o que era se esperar. Afinal, o roteiro tratava da história daquele país.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

A Malvada

Título no Brasil: A Malvada
Título Original: All About Eve
Ano de Lançamento: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Joseph L. Mankiewicz
Roteiro: Joseph L. Mankiewicz
Elenco: Bette Davis, Anne Baxter, Marilyn Monroe, George Sanders, Celeste Holm, Hugh Marlowe

Sinopse:
Margo (Bette Davis), uma veterana atriz de teatro, com a chegada da idade, começa a se sentir prejudicada. Além disso, ela precisa enfrentar a acirrada concorrência de atrizes mais jovens, entre elas um ambiciosa mulher que trabalha como sua assistente pessoal. Filme vencedor de 6 Oscars entre eles o de melhor filme, melhor direção e melhor roteiro.

Comentários:
Esse filme é considerado o melhor da carreira de Bette Davis por muitos críticos de cinema. Ela fez tantos filmes maravilhosos que, em minha opinião, é complicado afirmar qual seria realmente o seu melhor filme. Mas de qualquer modo, esse é seguramente um dos mais consagradores de sua atuação. Essa foi uma atriz realmente diferenciada, que enchia os olhos do público com seu talento espetacular. O roteiro do filme trata de questões extremamente relevantes, como o ressentimento, a ambição, a ganância e até mesmo a inveja que impera nos meios artisticos. A personagem Eve surge extremamente complexa no roteiro. Ela age como cortadinha, uma mulher boazinha, mas que no fundo esconde a alma de uma mulher ambiciosa que apenas quer subir na vida de qualquer jeito. Ótima interpretação da atriz Anne Baxter. 

Em termos de elenco, outro destaque vem com a presença de uma jovem Marilyn Monroe, interpretando uma bela loira platinada que serve de troféu para um figurão do meio teatral durante uma festa. Ela tem apenas duas cenas no filme, mas chama bastante atenção por causa de seu figurino elegante e de sua exuberante beleza. Eu considero esse um roteiro tecnicamente perfeito, sem nuances negativas. Entretanto, é bom chamar a atenção para um certo moralismo que não tem mais sentido nos dias de hoje. Em determinado momento, a personagem Eve é condenada por relacionamentos de seu passado, por ter se relacionado com um homem casado. Isso não seria um crime. De qualquer forma o filme é excelente, acima de qualquer crítica mais mordaz. Merece nota máxima em termos de sétima arte!

Pablo Aluísio.

Luzes da Ribalta

Título no Brasil: Luzes da Ribalta
Título Original: Limelight
Ano de Lançamento: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Charles Chaplin Productions
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Claire Bloom, Buster Keaton, Nigel Bruce, Sydney Chaplin, Norman Lloyd

Sinopse:
Calvero (Charles Chaplin) é um velho palhaço de circo, um veterano artista do teatro burlesco. Idoso, descobre que a vida pode ser ainda mais dura. Ele busca encontrar um novo sentido para sua existência. E ele acaba encontrando uma bailarina com problemas de depressão e auto estima. Juntos, os dois vão tentar encontrar o caminho para a felicidade. Filme premiado com o Oscar na categoria de melhor música original.

Comentários:
Todos pensavam que Chaplin já estava aposentado, que não mais voltaria ao cinema. Então ele escreveu a história desse filme. Uma verdadeira obra-prima. Chaplin usou a imagem do palhaço triste. O artista, que faz milhares de pessoas de seu público rirem e terem momentos de felicidade, ao mesmo tempo que cultiva uma personalidade complicada, complexa, entristecida. É uma imagem no espelho do próprio Chaplin. Seu autorretrato definitivo no cinema. O seu personagem passa longe do mundo da malandragem do vagabundo de bom coração Carlitos. É um homem amargurado, mas ainda tentando encontrar um sentido para a vida, uma forma de ser feliz, mesmo no momento final de sua existência. Extremamente bem escrito como personagem, Calvero se revela de uma riqueza interior excepcional. Chaplin mostrou mais uma vez como era um grande artista, um dos maiores nomes da história da sétima arte. Nesse filme ele expôs sua alma sem medo.

Pablo Aluísio.