quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Sombra e Ossos

Sombra e Ossos 
Série de fantasia lançada em 2021 na plataforma Netflix. É toda baseada em um universo criado pelo escritor Leigh Bardugo. No total foram produzidos para essa primeira temporada 16 episódios. Para vender o peixe, a Netflix está promovendo uma campanha de marketing que associa essa série com o sucesso Game of Thrones. Será que teria alguma razão de ser? Vamos comentar os episódios para chegarmos a uma conclusão. Segue abaixo minha opinião sobre cada um dos episódios assistidos.

Sombra e Ossos 1.01 - A Searing Burst of Light
No primeiro episódio, somos apresentados a esse estranho mundo. Uma região de fronteira onde existe uma fenda que leva para outra dimensão. Um lugar habitado por dragões e outros animais fantásticos. Uma região perigosa, principalmente para os jovens protagonistas da série. Eles acabaram de entrar no exército e estão prestes a atravessar essa fronteira pela primeira vez. O navio é enviado para a região além das nuvens escuras e lá eles são atacados por monstros alados, verdadeiros dragões que destroem tudo por onde passam. Poucos conseguem sobreviver. E de volta ao nosso mundo, eles descobrem que possuem um segredo eespecial. 

Fiquei com uma sensação de estranheza, afinal, eu nunca li os livros originais. Tudo é muito novo e preciso de tempo para se ver essa nova série é necessária. Embora seja cedo para dar alguma opinião definitiva, o certo é que a direção de arte é de primeira. Produção de muito bom gosto, tanto dos monstros digitais que atacaram o navio, como também em aspectos que podem parecer secundários, mas que são importantes, como os figurinos dos soldados e toda a ambientação ao redor. Parece o século 18. Vou acompanhar para ver o que vai sair dessa nova série. / Sombra e Ossos 1.01 - A Searing Burst of Light (Estados Unidos, 2021) Direção: Lee Toland Krieger / Elenco: Jessie Mei Li, Archie Renaux, Freddy Carter.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Elvis Presley - Jailhouse Rock - Parte 3

Essa trilha sonora de Elvis contou com poucas canções. A RCA Victor optou pelo lançamento de um compacto duplo (EP) ao invés de um álbum completo (LP). É um desses erros que ficam para a história. Curiosamente, apesar de haver poucas faixas para gravar, Elvis levou três sessões de gravação para finalizar toda a trilha. Em termos de Elvis, que era conhecido por gravar um álbum inteiro em apenas uma ou duas sessões, foi realmente muito. A primeira sessão foi realizada no dia 30 de abril de 1957, em West Hollywood. O produtor dessa famosa sessão foi Jeffrey Alexander, acompanhado do engenheiro de som Thorne Nogar.

Nesse dia Elvis gravou diferentes versões de "Jailhouse Rock" para ser usada no filme e no vinil, no disco oficial. Nessa mesma ocasião ele ainda trabalhou nas primeiras versões de "Treat Me Nice". A intenção era gravar logo as duas músicas que iriam fazer parte do primeiro single do filme. Obviamente foi um dos discos mais vendidos de toda a carreira de Elvis. Um marco de sucesso na indústria fonográfica da época. Nunca se vira tantos pedidos antecipados de um artista na história. A RCA colocou suas fábricas empenhadas em produzir as cópias em ritmo acelerado. E quando chegou no mercado, em poucos dias, ultrapassou a marca de um milhão de cópias vendidas. Um sucesso absoluto.

Para finalizar esse dia Elvis se empenhou em terminar as diferentes versões de uma bela balada chamada "Young and Beautiful". É interessante salientar que esse tipo de coisa, de gravar versões diferentes para uma mesma música, sendo algumas usadas no filme e outras nos discos, iria ser abandonada por Elvis e banda. Dava muito trabaho. Era melhor gravar apenas uma versão definitiva e isso já estava de bom tamanho. Nas cenas dos filmes Elvis iria apenas fazer playback. De qualquer modo a versão oficial, a que foi lançada em vinil, era uma das mais bonitas músicas românticas dessa fase da carreira de Elvis.

E as diferentes versões também foram renomeadas pelo produtor da sessão. Por exemplo,  "Young and Beautiful" foi chamada de "versão oficial", "solo version" e "Florita Club version". O mesmo aconteceu com as demais. O produtor Jeffrey Alexander era considerado um sujeito bem obcecado por organização. Por fim uma dúvida interessante: quem tocou guitarra em "Young and Beautiful"? O próprio Scotty Moore anos depois iria dizer que não havia sido ele, que ele não tinha tocado nessa faixa. Seria a única que ele não tocaria nessa trilha sonora. O único outro músico creditado nas sessões tocando guitarra e violão nessa sessão de gravação foi Elvis. Teria sido ele o guitarrista dessa gravação? Em minha opinião, sim. Tanto que anos depois Elvis voltaria a tocar guitarra numa versão improvisada (e bonita) dessa mesma música nas sessões de ensaio de 1972 para o filme "Elvis On Tour".

Pablo Aluísio.

The Beatles - Please Please Me - Parte 5

"There's A Place" é a última canção composta por Paul e John em seu disco de estréia. Mais uma que foi inspirada no cinema. Aqui Lennon apenas aproveitou uma frase da música "Somewhere" do filme West Side Story que dizia: "Somewhere there's a place for us". Já que havia em algum lugar um cantinho para esses jovens apaixonados viverem felizes, John completou a ideia com uma afirmação de que, sim, havia mesmo um lugar para eles.

Não seria necessariamente um lugar físico, poderia ser apenas uma abstração na própria mente, onde eles viveriam felizes, mas de fato esse lugar existiria. Gosto muito dessa letra pois já mostra um lado de John em que ele imagina um lugar ideal (ecos da futura Imagine? Pode ser). Ele provava assim que desde jovem já tinha uma visão bem abstrata do mundo ao seu redor.

O álbum se encerra com a excelente "Twist and Shout". Uma composição da dupla Medley e Russell. A sessão de gravação do disco já estava em seu final quando os Beatles puxaram um último fôlego para finalizar essa música. A voz de John Lennon já estava em frangalhos, o que de certa forma acabou combinando com a essência da música em si.

Além disso a forma como John canta a música acabou lhe dando sua característica mais conhecida. Depois que foi utilizada na trilha sonora do filme "Curtindo a Vida Adoidado" acabou ficando ainda mais conhecida e famosa para as novas gerações. No geral é aquele tipo de rock mais visceral que John Lennon queria trazer para os discos dos Beatles, afinal de contas ele próprio se auto intitulava "uma velha orquestra de rock ´n´ roll".

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Marlon Brando - Sangue em Sonora

Dos filmes em que Marlon Brando atuou no gênero western, esse pode ser considerado um dos mais convencionais. O roteiro segue a linha básica desse tipo de filme daquela época. Não há maiores inovações em termos estéticos e artísticos. Na verdade, o ator Marlon Brando iria confessar, anos depois, em sua autobiografia, que só realizou o filme porque estava precisando de muito dinheiro na época. Ele havia comprado uma ilha particular nas ilhas polinésias e precisava de dinheiro para construir um hotel para turistas. Então acabou aceitando o que estava sendo oferecido. Dito isso, é bom deixar claro que não se trata de um filme ruim, longe disso. Ele é apenas convencional. No quesito atuação, Marlon Brando apenas entrega o feijão com arroz. Quem acabou surpreendendo e sendo indicado ao Globo de ouro foi justamente o ator John Saxon. Ele está ótimo em seu papel. 

A crítica da época também chamou atenção para a extrema violência desse filme. Realmente para os padrões dos anos 60, o filme tinha cenas bem viscerais. E havia também um bem montado jogo psicológico, principalmente em momentos como a queda de braço com os escorpiões na velha taberna mexicana da fronteira. Outra curiosidade interessante sobre esse filme é que ele foi filmado nas mesmas locações de "Sangue de Bárbaros" com John Wayne. Esse local iria ser anos depois interditado para a frequência de turistas e pessoas, pois estava contaminado com radiação nuclear. Era uma base de testes para o governo americano detonar bombas atômicas. E muitos que trabalharam nesta região acabaram desenvolvendo câncer. O saldo final do filme é positivo, embora sem maiores surpresas. Para quem aprecia um faroeste com estrutura narrativa mais tradicional, embora com toques de violência mais de acordo com o spaghetti, vai acabar curtindo o filme.

Sangue em Sonora (The Appaloosa, Estados Unidos, 1966) Direção: Sidney J. Furie / Roteiro: James Bridges, Roland Kibbee / Elenco: Marlon Brando, John Saxon, Anjanette Comer / Sinopse: Um bandoleiro americano vai até a fronteira entre Estados Unidos e México e acaba tendo que enfrentar um grupo de malfeitores e bandidos que vivem naquela região. Um jogo de vida ou morte logo se instala entre todos eles.

Pablo Aluísio.

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 7

Depois de atuar em um drama chamado "Sonho Desfeito" onde interpretava um jovem médico que tentava superar a morte de sua esposa, o ator Randolph Scott voltou para os filmes de faroeste. A nova produção se chamava "O Último Assalto" (The Last Round-Up, EUA, 1934). Aqui já vejo Scott bem no tipo de papel que iria se eternizar em sua filmografia nos anos que viriam pela frente.

O filme era uma refilmagem de uma produção do cinema mudo. Um faroeste B dirigido por um grande diretor, o sempre lembrado Henry Hathaway, um dos cineastas mais consagrados da era de ouro do cinema americano. Na trama Randolph Scott interpretava um ex fora-da-lei que só tinha um sonho: se casar com a garota que amava para depois tocar seu rancho em paz. Tudo porém vai por água abaixo quando uma quadrilha de ladrões de gado chegava em sua região para espalhar medo e terror. Ao mesmo tempo velhos comparsas o seduziam para realizar um último roubo a banco, algo que o coloca em uma situação bem delicada.

"Amor em Trânsito" (Wagon Wheels, EUA, 1934) veio logo a seguir. Mais um filme de western. Aqui o estilo foi mais focado para a pura ação, o que os americanos gostam de denominar de um autêntico filme bang-bang. No enredo um trem em disparada atravessava o oeste selvagem enquanto todos procuravam detê-lo de alguma forma, sejam os habituais bandoleiros, ladrões de trens e locomotivas, sejam os próprios índios em busca de escalpos dos homens brancos que ousavam invadir suas terras com aqueles "cavalos de metal".

Bem movimentado, foi uma parceria bem sucedida entre o ator Randolph Scott e o diretor Charles Barton. Novamente o roteiro era inspirado em um livro de western escrito por Zane Grey que foi um dos escritores mais populares da época nesse tipo de gênero cinematográfico, tendo vários de seus romances adaptados para as telas de cinema. Mais um western produzido pela Paramount Pictures, que seria um estúdio muito habitual para Scott nessa fase de sua carreira no cinema.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Cortina Rasgada

Assisti a esse filme pela primeira vez nos anos 80. Fiquei com altas expectativas, porque, afinal de contas, era um filme dirigido por Alfred Hitchcock e estrelado por Paul Newman. Grandes nomes do cinema em sua era clássica. Só que, sendo sincero, as expectativas não foram plenamente satisfeitas. A realidade é que eu não gostei muito do filme. E qual seria a razão? Olhando para trás, penso que o material original não era adequado para um diretor como Alfred Hitchcock. Era uma história de espionagem com poucas nuances de suspense para o mestre do suspense trabalhar. De certa maneira, esse roteiro não escapava das armadilhas do cinema na época da guerra fria. Trocando em miúdos, o roteiro muitas vezes, caia nas garras do puro propagandismo do regime norte-americano. Sim, o material original tinha muita propaganda política em sua história. Uma pena, já que nomes tão importantes da história do cinema poderiam certamente render um filme melhor. 

No enredo, Paul Newman interpretava um cientista americano que começava a colaborar com os soviéticos. Ele agia como um traidor da pátria, mas na realidade era um espião infiltrado para passar informações erradas aos comunistas. Um típico caso de contraespionagem. As coisas no começo saíram bem, mas logo perderiam o rumo, fazendo com que até mesmo a sua noiva entrasse nessa trama de espionagem, uma trama mortal, uma vez que naquela época era normal o assassinato de espiões infiltrados nas linhas inimigas. Um  jovem Paul Newman, ainda em sua fase de galã de cinema, roubava todas as cenas. É uma das poucas coisas mais interessantes do filme. O roteiro apresentava muitos problemas de ritmo, com acentuada lentidão. E o mestre do suspense acabou sem ter material de suspense para trabalhar. Assim não dava mesmo para fazer um filme melhor.

Cortina Rasgada (Torn Curtain, Estados Unidos, 1966) Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: Brian Moore, Willis Hall / Elenco: Paul Newman, Julie Andrews, Lila Kedrova / Sinopse: Paul Newman interpreta um cientista dos Estados Unidos que entra em um jogo mortal de contraespionagem entre espiões soviéticos e norte-americanos durante a era da guerra fria.
Pablo Aluísio.

Perversa Paixão

Esse filme marcou a estreia na direção de Clint Eastwood. Na época que foi anunciado que ele iria ser diretor de seu próximo filme, muita gente não levou fé nele. Afinal, ele era vista apenas como um ator que interpretava os tipos durões em filmes de ação, policial ou faroeste. Quando o filme surgiu nos cinemas, a crítica se surpreendeu completamente. Clint não era apenas habilidoso para fazer um bom filme, mas também conseguia manter o suspense em um nível elevado. E esse filme, de certa forma, nada tinha a ver com os filmes de seu passado. Havia nuances de um drama adulto mostrando um radialista que dava a chance de encontrar uma fã que ouvia seu programa de rádio. Esse programa era feito nas madrugadas com muita música romântica. Então, o personagem de Clint pensava que ela queria apenas um encontro de fim de noite. Para seu azar, era uma mulher obcecada que não estava interessada muito em romantismo, mas sim em satisfazer sua veia obsessiva. 

Assisti pela primeira vez há muitos anos em um Supercine, da Rede Globo, ainda nos anos 80. Assim como a crítica que havia gostado muito do filme em seu lançamento original, eu também me surpreendi com o resultado. O personagem de Clint não tem nada de heróico, nem age como um durão valentão das ruas. Ele é apenas um cara comum que se vê em uma situação muito triste, lamentável e perigosa. De certa forma, lembrava até mesmo que iria acontecer com John Lennon quando foi morto por um fã insano dos Beatles. O roteiro relembra que o termo fã vem de fanatismo, por isso não se pode brincar muito com esse tipo de relação entre ídolo e fã. Tudo pode acabar mal.

Perversa Paixão (Play Misty for Me, Estados Unidos, 1971) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Dean Riesner / Elenco: Clint Eastwood, Jessica Walter, Donna Mills / Sinopse: Radialista de um programa noturno de músicas românticas, se envolve em uma situação extremamente perigosa ao se encontrar com uma fã insana de seu programa de rádio.

Pablo Aluísio. 

domingo, 1 de janeiro de 2023

Mandamentos de um Serial Killer

Mandamentos de um Serial Killer 
Série belga, contando com 13 episódios, que está disponível na plataforma Netflix. Lançada originalmente na Bélgica no ano de 2017 e ficando no ar até 2018. Como foi uma série policial de muito sucesso de audiência em seu país, acabou sendo disponibilizada na famosa plataforma mundial de streaming. Vamos aos comentários dos episódios.

Mandamentos de um Serial Killer 1.01
Nesse primeiro episódio, somos apresentados aos principais personagens. Temos um policial veterano já meio cansado da vida e da carreira. Ele passa a ser parceiro de uma jovem policial que não se deu muito bem no outro departamento em que trabalhava. Assim, ela acabou sendo enviada para o setor de homicídios. E logo surge um caso intrigante. Uma pessoa encontrada morta. Ela Foi assassinada em um espécie de ritual. 

No local do crime, há referências a um dos 10 mandamentos. Obviamente se trata de um serial killer, atuando por motivos religiosos. Esse tipo é dos mais perigosos, pois geralmente é uma pessoa inteligente, com método e organização na morte de suas vítimas. Então os policiais precisam se organizar, pois vão ter muito trabalho pela frente. Bom episódio que funciona muito bem como o cartão de visitas da série. / Mandamentos de um Serial Killer 1.01 (Bélgica, 2017) Direção: Maarten Moerkerke, Max Osswald / Elenco: Dirk van Dijck, Marie Vinck, Karlijn Sileghem.

Pablo Aluísio.

Pixels

Temos aqui mais um filme com o Adam Sandler. Isso significa que a primeira coisa que o cinéfilo deve fazer é ficar com as expectativas baixas. Esse ator e comediante americano não ficou conhecido exatamente por fazer bons filmes ao longo de sua carreira. Na verdade, ele fez algumas das bombas cinematográficas mais constrangedoras dos últimos anos. Apesar disso, devo dizer que esse Pixels é bem divertido. Sim, há uma sucessão de piadinhas sem graça. Sim, o elenco parece não levar nada muito a sério. De qualquer forma, essas características que poderiam ser ditas como negativas fazem parte do jogo de um filme como esse. Afinal, o próprio roteiro e a história são bem bobocas. 

Uma civilização extraterrestre tem contato com antigos jogos da Terra, de games lançados durante os anos 80. Jogos do tipo Atari e outras companhias daquela época. Quem viveu os anos 80 certamente vai se lembrar. Então eles decidem atacar o nosso planeta justamente usando esses personagens dos games antigos. Então o filme traz coisas como o pac-man atacando Nova Iorque. Ficou até mesmo nostálgico em certa medida. Os efeitos especiais são muito bem feitos, mas algumas coisas me incomodaram um pouco. Tentando imitar a tecnologia dos anos 80, os games são altamente "pixelizados". De qualquer forma, está aí um filme leve, divertido, para passar o tempo sem maiores compromissos. Pura pipoca!

Pixels (Estados Unidos, 2015) Direção: Chris Columbus / Roteiro: Tim Herlihy / Elenco: Adam Sandler, Kevin James, Michelle Monaghan, Peter Dinklage, Brian Cox, Sean Bean / Sinopse: Uma civilização extraterrestre decide atacar a Terra usando personagens de vídeo games dos anos 80. E apenas um garoto bom de game daquela época poderá vencê-lo nos dias de hoje.

Pablo Aluísio.

sábado, 31 de dezembro de 2022

Feliz 2023

Feliz ANO Novo com muita cultura!
Happy New Year with lots of culture
Bonne année avec beaucoup de culture