sábado, 8 de outubro de 2022

Ecos do Mal

Como estamos em época de Halloween, os canais a cabo estão programando vários filmes de terror em sua grade de programação. No meu caso, é uma boa notícia, pois eu gosto desse gênero cinematográfico. E no cardápio há diferentes tipos de filmes, desde os mais escatológicos até os mais sutis e elegantes. Esse aqui fica no meio termo. É um bom filme, que mexe com uma história tradicional, mas de uma maneira bem inteligente, coesa. Na história, um ex presidiário sai da prisão após cumprir pena por longos anos. Como ele precisa recomeçar a vida e não tem emprego, ele acaba indo morar no apartamento que era de sua mãe, onde morava. Ela faleceu há algumas semanas. O lugar é antigo e meio abandonado. E ele logo descobre que seus vizinhos não são boas pessoas. 

Há uma família de um policial morando na porta ao lado. O policial é um sujeito violento, que espanca a mulher e os filhos. Parece ser um homem sempre no limite, sempre prestes a estourar e partir para a violência. Como o protagonista é um ex presidiário ele mantém uma certa distância, mas chega um momento em que a violência doméstica explode. Ele tem que agir. O grande mote do filme vem justamente dessa família. Pois há várias surpresas no roteiro. Gostei do plot twist. Em relação a isso, achei bem bolado. Além de bem filmado com boa fotografia, o filme tem como destaque justamente essas boas ideias desse roteiro que surpreende até mesmo um fã de terror veterano e mais experiente nesse estilo de filme.

Ecos do Mal (The Echo, Estados Unidos, 2008) Direção: Yam Laranas / Roteiro: Eric Bernt / Elenco: Jesse Bradford, Amelia Warner, Carlos Leon / Sinopse: Depois de passar anos na prisão, um ex detento ganha a Liberdade e vai morar no apartamento que pertenceu à sua mãe. E descobre que no lugar existem manifestações paranormais e uma estranha família que mora ao lado, onde há muita violência física e psicológica.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Entre o Céu e o Inferno

Título no Brasil: Entre o Céu e o Inferno
Título Original: Black Snake Moan
Ano de Lançamento: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Craig Brewer
Roteiro: Craig Brewer
Elenco: Christina Ricci, Samuel L. Jackson, Justin Timberlake, S. Epatha Merkerson, John Cothran, David Banner

Sinopse:
Uma jovem garota é espancada pelo amante e deixada bem machucada para morrer em uma estrada de terra de uma propriedade rural. O dono dessas terras acaba encontrando a jovem. Ele a leva para sua casa para cuidar de seus ferimentos. Ela fica sem consciência por alguns dias e quando retorna o velho descobre que terá muitos problemas pela frente.

Comentários:
O filme tem até uma história interessante. A diferença de idade e de experiência de vida entre o velho interpretado por Samuel L. Jackson e a garota interpretada por Christina Ricci tem seus atrativos. Ela é uma garota perdida na vida, com fama de promíscua na pequena cidade onde mora. Ele é um velho músico de blues aposentado, que agora toca a vida vendendo produtos de sua terra. Quando os dois se encontram, um choque de personalidades e diferenças culturais logo se faz presente. O roteiro tem um certo moralismo fora de eixo, que me incomodou um pouco. Em determinado momento, o velho acorrenta a garota em sua cabana para que ela não volte a ter a vida que tinha antes. Claro que quando ela descobre isso se rebela! Afinal é absurdo. Tudo vem abaixo, a garota tem gênio forte, não vai se deixar dominar. E nem deve deixar algo assim acontecer. Um aspecto interessante é que a atriz Christina Ricci passa a primeira parte do filme totalmente desinibida, praticamente apenas de calcinha. Para quem gosta dela e de seu jeito, de sua beleza exótica, pode ser um atrativo a mais para assistir ao filme. No mais esse drama com toques estranhos e esquisitos me soou até meio convencional, por mais estranho que isso possa parecer.

Pablo Aluísio.

Terror na Estrada

Título no Brasil: Terror na Estrada
Título Original: Curve
Ano de Lançamento: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Iain Softley
Roteiro: Kimberly Lofstrom Johnson
Elenco: Julianne Hough, Teddy Sears, Penelope Mitchell, Madalyn Horcher, Drew Rausch, Kurt Bryant

Sinopse:
Bela e jovem garota atravessa uma estrada bem no meio do deserto, quando seu carro tem problemas de motor. Ela precisa parar e fica totalmente sem ajuda. Até que surge um desconhecido. Um jovem bonitão que resolve lhe ajudar a sair daquela situação. Para desespero dela, logo vai descobrir que o tal sujeito é, na verdade, um perigoso psicopata.

Comentários:
Esse filme de terror B me lembrou muito de um filme dos anos 80 chamado "A Morte Pede Carona". As premissas são muito parecidas. Afinal, não se pode dar carona para qualquer desconhecido ou desconhecida no meio de uma estrada deserta. A protagonista desse filme é uma garota muito bonita que está prestes a se casar. Quando o seu carro dá um problema na estrada, ela acaba sendo ajudada por um cara bonitão. E ela balança para cima do tal sujeito. Surge um jogo de sedução e ele percebe tudo. E nesse jogo de flerte, começa um jogo também perigoso. O desconhecido não é um sujeito normal. Na realidade, é um psicopata sádico. E ela se dá muito mal ao dar carona para ele. O filme é rápido. E se mantém na maior parte do tempo em uma situação base. Principalmente quando ela fica nas mãos dele, em uma situação altamente desesperadora após sofrer um grave acidente. Diria que o filme funciona, apesar de tudo. Ele tem pequenos problemas de lógica, mas esse tipo de história realmente mantém o interesse. Eu particularmente, gostei do resultado geral. Apenas o desfecho soa um pouco forçado demais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Os Mensageiros do Mal

Uma família de classe média de Chicago se muda para uma propriedade rural na Dakota do Norte. Um lugar isolado, que está praticamente aos pedaços, com a casa em mal estado. O pai da família precisou fazer isso porque gastou todo seu dinheiro em um tratamento de saúde para seu filho caçula. Assim, eles se mudam ao lado do menino, da esposa e da filha adolescente para aquele lugar sombrio. Essa jovem, interpretada pela atriz Kristen Stewart, em bom momento da carreira, tem um passado problemático. Conforme o tempo passa naquela casa caindo aos pedaços, ela descobre que há coisas anormais acontecendo em cada corredor escuro. 

Ela consegue ver pessoas que provavelmente já estão mortas. Há uma jovem garota como ela, que parece estar sempre sendo puxada pelos cabelos em uma escada. Existe também uma mulher madura que parece ter sofrido um grande ato de violência em sua morte e há, por fim, um garotinho que se esconde no canto de um celeiro, chorando sozinho. Trocando em miúdos, temos aqui um filme de fantasmas e muito bem roteirizado. É bom avisar que a história é bem construída. Eu gostei de praticamente tudo nesse filme, inclusive de suas boas cenas de sustos. E das saídas inteligentes do roteiro. Preste bem atenção no homem errante que se apresenta na fazenda para trabalhar, o tal de John. Ele vai acabar se tornando uma figura central nessa história de fantasmas ao velho estilo.

Os Mensageiros do Mal (The Messengers, Estados Unidos, 2007) Direção: Danny Pang, Oxide Chun Pang / Roteiro: Mark Wheaton, Todd Farmer / Elenco: Dylan McDermott, Penelope Ann Miller, Kristen Stewart / Sinopse: Família de Chicago vai morar em uma velha fazenda do campo. Descobrem que o lugar é assombrado por pessoas que ali viveram, sofreram e morreram de forma violenta.

Pablo Aluísio.

A Seita

Título no Brasil: A Seita
Título Original: The Veil
Ano de Lançamento: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Phil Joanou
Roteiro: Robert Ben Garant
Elenco: Jessica Alba, Thomas Jane, Lily Rabe, Aleksa Palladino, Shannon Woodward, Reid Scott

Sinopse:
Uma equipe de filmagem liderada por uma jovem diretora vai até uma antiga fazenda onde no passado houve um suicídio coletivo promovido por um líder religioso de uma seita de fanáticos. A intenção deles é filmar um documentário sobre os acontecimentos do passado. Só que algo sai errado. Forças sobrenaturais ressurgem nas sombras do lugar.

Comentários:
O filme começa de forma não muito convincente. Parece ser mais um filme de terror banal. Só que, curiosamente, o roteiro acaba sendo salvo dessa mesmice. O texto apresenta opções inteligentes. Uma delas é explorada numa série de flashbacks sobre o passado da seita. Nesses momentos o líder religioso desses fanáticos ganha destaque. Ele é uma mistura de Jim Jones com David Koresh. Um homem alucinado que pensa ter a capacidade de atravessar o mundo dos vivos e dos mortos. Tudo através de drogas pesadas. E nesse jogo de atravessar o mundo dos mortos surgem figuras e criaturas estranhas vindas do além. Claro que algo assim iria dar muito errado. A atriz Jessica Alba interpreta a jovem diretora. Ela tem até uma certa ligação com o passado.  O resultado do filme é interessante, não chega a ser absolutamente original, mas mantém o interesse nesse roteiro e o caminho que ele segue, explorando o perigo de pessoas que são fanatizadas demais pela religião. Como diz o ditado, "fé demais não cheira bem".

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

O Melhor Presente é o Amor

Título no Brasil: O Melhor Presente é o Amor
Título Original: All I Wish
Ano de Lançamento: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: ETA Films
Direção: Susan Walter
Roteiro: Susan Walter
Elenco: Sharon Stone, Tony Goldwyn, Ellen Burstyn, Liza Lapira, Jason Gibson, Caitlin FitzGerald

Sinopse:
Nesta comédia romântica a atriz Sharon Stone interpreta uma mulher madura que precisa endireitar e resolver sua vida pessoal. E através de seus aniversários o espectador vai conhecendo as diversas fases de sua vida emocional. Assim como as mudanças, que o tempo opera na vida de uma mulher como ela.

Comentários:
A atriz Sharon Stone foi uma grande esteira do cinema nos anos 90. Os anos passaram e ela foi ficando um pouco para trás. Depois daquela fase de grande sucesso, ela precisou readaptar sua carreira. Assim, o que temos aqui é um filme que bem simboliza esse momento pelo qual a antiga estrela passa. É uma comédia romântica de orçamento modesto. Roteiro sem novidades. Ainda assim, mantém interesse. Não diria que é um filme muito especial ou para se ter na coleção. Entretanto, para uma sessão descompromissada de fim de noite, até que pode funcionar como um bom passatempo. Principalmente para quem gosta da atriz e se lembra dela de sucessos do passado. Como o grande sucesso cinematográfico Instinto Selvagem. Ainda é uma mulher bonita, embora, obviamente não se possa comparar com o que ela foi em seu auge. O roteiro é bem quadrado e não espere por maiores inovações. O filme é bem convencional. Nada surpreendente.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Loving You - Parte 2

Não é surpresa para ninguém que o grande hit desse álbum foi mesmo "(Let Me Be Your) Teddy Bear". A música foi escrita pela dupla Kal Mann e Bernie Lowe. O interessante é que apesar de todo o sucesso alcançado por essa canção, Elvis nunca mais iria gravar nada desses compositores. Ao contrário do que aconteceu com Ben Weisman, por exemplo, eles simplesmente sumiram da discografia de Elvis. O que terá acontecido? De qualquer maneira a música do ursinho Teddy foi mesmo um grande sucesso. Foi lançada em single e atingiu rapidamente a marca das cinco milhões de cópias vendidas.

As fãs da época adoravam a música e entenderam (de forma errada) que Elvis colecionava ursinhos de pelúcia. Na verdade ele jamais havia pensado em algo parecido. As únicas coisas que Elvis colecionava naqueles tempos eram discos e carros. Ele não tinha interesse em brinquedos felpudos para crianças, afinal já era um homem adulto. Apesar disso e de repente Elvis se viu em um mar de bichinhos enviados por correspondência para Graceland. Sem saber direito o que fazer com tantos ursinhos, que encheram um quarto inteiro na sua mansão, o cantor teve a boa ideia de doar todos eles para instituições de caridades que cuidavam de crianças carentes e órfãs. Foi um gesto bonito, mostrando mais uma vez o lado generoso da personalidade de Elvis.

A música título do filme foi a bela balada "Loving You". Escrita pela excelente dupla de compositores formada por Jerry Leiber e Mike Stoller, a faixa era nitidamente uma tentativa de repetir o sucesso de "Love Me Tender" (a música tema do filme anterior). Nunca chegou ao mesmo patamar de popularidade,, mas também não fez feio nas paradas. Muitas versões foram gravadas ao longo de todos esses anos, inclusive pelo cantor brasileiro Roberto Carlos. O curioso é que Elvis precisou de um tempo para se acostumar com sua melodia. Ela tinha um lado melancólico, quase parando, que destoava um pouco do que Elvis estava produzindo naquele ano. Afinal aquele era o Elvis rocker, o Elvis roqueiro, e Loving You, baladona romântica por excelência, exigia uma certa postura que aquele jovem de 22 anos ainda não tinha.

Os compositores Sid Tepper e Roy C. Bennett escreveram a música mais hollywoodiana desse álbum. Estou falando de  "Lonesome Cowboy". Parecia até mesmo uma música bem antiga, dos clássicos faroestes dos anos 1940. Essa dupla iria cair nas graças do Coronel Parker e na década seguinte eles iriam escrever a maioria dos temas musicais de filmes de sucesso de Elvis como "Feitiço Havaiano" (Blue Hawaii) e "Saudades de um Pracinha" (G.I.Blues). Ao lado de Ben Weisman foram os mais assíduos compositores de músicas para filmes de Elvis na década de 1960. De uma forma ou outra o tema, que não chegou a fazer sucesso nas paradas, serviu perfeitamente para o contexto do filme, que mostrava um jovem cantor tentando vencer na carreira, bem no circuito country and western.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 4

O diretor Henry Hathaway voltou a pedir ao estúdio que contratasse Randolph Scott para mais um faroeste. Ele havia assinado para trabalhar na direção da adaptação para as telas de cinema do romance de Zane Grey. Em sua visão apenas Scott tinha os atributos para interpretar o personagem principal, um cowboy chamado Chane Weymer. O filme iria se chamar "Wild Horse Mesa" (no Brasil recebeu o título de "Audácia Entre Adversários").

O roteiro desse western era bem interessante, mostrando os conflitos e lutas de um rancheiro que desejava tocar sua vida em uma região inóspita, bem no meio do deserto do Arizona. As filmagens foram feitas em locações desérticas, algo que exigiu muito do elenco e da equipe técnica. Scott ficou bem amigo da estrela do filme, Sally Blane. Essa aproximação (que não passava de simples amizade) acabou caindo nas revistas de fofocas, onde se dizia que os dois atores estavam tendo um caso no set de filmagens. "Pura mentira, mas que ajudava a promover o filme" - relembraria anos depois o próprio ator.

"Wild Horse Mesa" foi sucesso de bilheteria. Ainda hoje é cultuado pelos fãs do gênero western. Um bom filme certamente, embora não fugisse muita da mitologia auto centrada que os estúdios de cinema tinham criado para os filmes de faroeste. Havia o mocinho, a mocinha que seria conquistada, os vilões malvados e, é claro, a exuberância dos cenários naturais. A diferença é que o filme foi dirigido pelo grande e talentoso cineasta Henry Hathaway que iria se notabilizar em Hollywood pela diversidade de filmes que dirigiu. Embora tenha feito também grandes filmes de western, inclusive ao lado de John Wayne, esse cineasta procurava ser o mais eclético possível, passeando por todos os tipos de filmes, sem ficar preso a nenhum gênero.

Algo que Randolph Scott tentou no começo da carreira, embora no íntimo ele soubesse que seu futuro vinha mesmo dos filmes de faroeste. Seu próximo filme demontra bem isso, um dos poucos filmes de terror e suspense da filmografia de Randolph Scott. "Vingança Diabólica" foi dirigido por A. Edward Sutherland, um cineasta inglês que tentava melhorar a qualidade dos filmes de terror nos Estados Unidos. Os ingleses eram considerados mestres no suspense cinematográfico naquela época. "Não deu certo!" - confidenciaria anos depois o ator. "Eu não fui bem nesse filme. Estava deslocado, sem saber muito bem o que fazer! Essa coisa de terror não era a minha área." Ao contrário do faroeste anterior essa fita com ares de cinema noir foi um fracasso de bilheteria, fazendo com que Randolph Scott começasse a se concentrar nos cavalos, nas esporas, nas estrelas de xerife e nos duelos ao pôr do sol. Os filmes de western eram mesmo o seu porto seguro em termos de público e crítica.

Pablo Aluísio.

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 7

Em 1932 John Wayne voltou para os filmes de faroeste. A fita da vez se chamava "Pena de Talião" (Ride Him, Cowboy). Com direção de Fred Allen e roteiro escrito pela dupla Kenneth Perkins e Scott Mason, esse western de matinê era mais um passo para que Wayne se tornasse um verdadeiro astro de cinema. Esse também foi um dos primeiros trabalhos de Wayne na poderosa Warner Bros, conhecido estúdio que sempre caprichava em suas produções.

O enredo era simples. John Wayne interpretava um cowboy chamado John Drury. Em uma cidade do velho oeste ele encontrava todos os tipos de gente, desde a mocinha romântica em perigo, até um grupo de bandoleiros sob ás ordens do manda chuva do lugar. Conforme podemos ver no poster original um destaque dessa fita era a presença do cavalo treinado Duke, um alazão muito bonito e forte, que acabou roubando várias cenas do próprio John Wayne. O curioso é que embora tenha se tornado um dos astros mais populares desse tipo de filme, ele nunca teria um cavalo ligado ao seu mito, como aconteceu por exemplo com Roy Rogers e Trigger. Ao invés disso preferiu deixar os animais de seus filmes em segundo plano, com exceção talvez única desse filme onde o "Duke" ganhou espaço até mesmo no cartaz da fita.

No filme seguinte, "A Grande Estirada" (The Big Stampede, Estados Unidos, 1932), John Wayne  interpretou um xerife, John Steele. Em um lugar remoto no meio do deserto, sem homens para apoiá-lo na captura de um violento pistoleiro e sua quadrilha, ele se vê forçado a recrutar cowboys comuns, alguns até mesmo com histórico de prisão, para enfrentar os demais criminosos. Esse foi outro filme de Wayne na Warner Bros, outra fita rápida com apenas 54 minutos de duração. Com direção de Tenny Wright e roteiro escrito a partir do conto "The Land Beyond the Law" de  Marion Jackson, o filme era mais um a ser exibido em matinês por cinemas em toda a América. A estratégia de lançamento desse tipo de produção era simples e lucrativa. Os filmes eram exibidos geralmente em sessões duplas, com outras produções, a preços promocionais. Baratos e altamente lucrativos, fizeram a fortuna de muitos produtores na época.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 26

Ao longo de sua carreira Marilyn Monroe fez sucesso interpretando loiras burras em seus filmes. Isso criou uma imagem dela no inconsciente coletivo de acordo com o que se via nas telas. Só que Marilyn poderia ser muitas coisas em sua vida, menos burra! Na verdade ela era bem esperta no que dizia respeito em criar uma lenda em torno de si mesma. Ao longo da vida a loira atriz colecionou uma série de amizades com jornalistas de todo o país. Ela poderia ser considerada até mesmo uma das estrelas de Hollywood mais abertas e prontas para colaborar com jornalistas em geral.

É certo que a beleza ajudou muito, mas havia outras atrizes e estrelas em Hollywood que eram bem mais bonitas do que ela. Marilyn também passava longe de ser a mais talentosa atriz de sua época. Sua capacidade dramática aliás sempre foi contestada! Qual foi então o segredo que transformou Marilyn em um dos maiores ícones da história de Hollywood? Para muitos autores a resposta é até simples: Marilyn soube como poucas manipular a imprensa e os estúdios de cinema! Sim, de ingênua, boba e burra ela não tinha absolutamente nada! Havia um jogo a se jogar no mundo das celebridades de cinema e ela soube jogar muito bem ele, durante muito tempo.

Desde o começo da sua carreira Marilyn percebeu que uma boa matéria numa revista ou algum artigo revelador publicado em um jornal era de grande valia para uma jovem pretendente ao estrelato como ela. Assim Marilyn começou a cultivar amizade com um grande número de jornalistas em Los Angeles e Nova Iorque. Era uma relação de mão dupla - Marilyn conseguia publicidade grátis e os jornalistas tinham seu grande furo de reportagem que tanto queriam. Um dos biógrafos mais conhecidos da história de Marilyn revelou que ela mantinha intenso contato com esses profissionais, tudo para que sua vida pessoal e profissional jamais saísse das páginas da imprensa.

Tanto isso é verdade que nenhum grande jornalista da época precisava ir atrás de grandes notícias sobre Marilyn pois ela mesma tratava de ligar para todos eles contando as novidades! Depois fingia ficar escandalizada com as notícias. Outro aspecto interessante: Marilyn também desde cedo descobriu que sua história de garota órfã poderia atrair muita simpatia e compaixão dos leitores. O efeito disso era uma popularidade cada vez maior de pessoas que torciam por ela! Dessa maneira Marilyn estava sempre com um repórter ao lado contando histórias tristes (reais e imaginárias) de sua infância e juventude. Quando essas matérias eram publicadas atraíam grande atenção, se revelando uma enorme publicidade, tudo resultando em belas bilheterias de cinema.

Assim Monroe foi certamente uma das primeiras grandes relações públicas de Hollywood. Ela sabia fazer muito bem seu marketing pessoal em um tempo em que isso nem era muito conhecido! Marilyn, de forma inteligente, entendeu que não bastava apenas ser uma boa atriz e ter beleza, era necessário também criar uma personagem pública de si mesma! Enquanto os demais astros procuravam esconder sua vida pessoal, Marilyn usava ela para ganhar manchetes de primeira página. Ela adorava esse tipo de coisa e certamente a exploração de sua vida pessoal rendia muito lucro em retorno. Como se pode ver Marilyn era loira sim, mas burra... jamais!

E nesse processo de relacionamento próximo com a imprensa ela também virou a primeira grande celebridade de seu tempo. Dando matérias e furos para as principais revistas, ela acabou sendo presença constante nas capas delas. Porém houve um preço a se pagar que foi o fim de sua privacidade. Qualquer caso amoroso ou problema logo aparecia também na imprensa, prejudicando sua vida pessoal. Quando ela foi internada em uma clínica psiquiátrica, por um surto que tivera, a imprensa correu e logo estampou nas capas que ela estava ficando louca! Assim, do pior modo possível, Marilyn foi entendendo que a imprensa poderia também destruir sua imagem. Criava a lenda e depois destruía com a mesma intensidade. E isso seguiu até sua morte quando jornalistas inescrupulosos chegaram até mesmo a invadir o necrotério para tirar duas fotos de Marilyn Monroe morta. E isso foi depois de sua autópsia, quando o corpo já apresentava sinais de desgaste. O sensacionalismo e a falta de escrúpulos nesse caso não teve mesmo limites ou barreiras éticas. No final de tudo Marilyn Monroe acabou se tornando vítima da mesma imprensa que a transformou em uma deusa da história do cinema.

Pablo Aluísio.