sexta-feira, 22 de julho de 2022

O Rabino e o Pistoleiro

Título no Brasil: O Rabino e o Pistoleiro
Título Original: The Frisco Kid
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Robert Aldrich
Roteiro: Michael Elias, Frank Shaw
Elenco: Gene Wilder, Harrison Ford, Ramon Bieri

Sinopse:
Avram (Gene Wilder) é um rabino de uma pequena vila polonesa que é enviado por seus superiores para pregar em San Francisco nos Estados Unidos. A viagem porém se mostra mais complicada do que ele pensava. Logo ao chegar na América é roubado e depois, sem dinheiro ou cavalo, acaba encontrando um cowboy, Tommy (Harrison Ford), que lhe oferece ajuda até ele chegar na cidade californiana. No meio do caminho vão precisar superar todas as dificuldades, entre elas bandidos, ladrões e tribos de índios.

Comentários:
O fato do filme ser protagonizado pelo ator Gene Wilder pode levar alguns a pensarem imediatamente nos filmes de Mel Brooks, achando que se trata de uma comédia bem escrachada. Não é bem isso. Certamente é um western com muito humor, mas passa muito longe do pastelão. O roteiro é básico, levando o espectador a acompanhar o rabino de Wilder pelo velho oeste americano. O mote das piadas é justamente esse, o choque cultural que nasce de um judeu no meio daquele ambiente selvagem. Em alguns momentos isso funciona (como no encontro com uma comunidade Amish) mas em outros soa pueril demais (como vemos nas sequências em que ele encontra uma tribo de nativos americanos). Como o próprio nome nacional entrega, o rabino faz sua viagem ao lado de um pistoleiro interpretado por Harrison Ford. Bastante jovem, alguns podem pensar que ele fez o filme antes do grande sucesso de "Star Wars" mas não, por incrível que pareça Ford topou fazer esse faroeste despretensioso mesmo depois de seu sucesso na pele de Han Solo. Sua atuação é apenas ok, o cowboy que dá vida inclusive tem espasmos de seu mais famoso personagem, um sujeito cínico e enfezado, mas não adianta se animar muito pois no geral não há nada acima da média. "The Frisco Kid" é um filme divertido, porém seus clichês o tornam apenas uma diversão curiosa, passageira e nada mais do que isso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Os Pássaros

Um dos filmes mais lembrados do mestre do suspense Alfred Hitchcock também tem uma das origens mais curiosas. Isso porque apesar de seu enredo parecer pura ficção, mostrando uma pequena vila na costa sendo atacada misteriosamente por pássaros enfurecidos, tudo foi na verdade baseado em fatos reais. Aconteceu de verdade! Segundo historiadores os ataques do pássaros aconteceram por volta de 1890, na costa oeste dos Estados Unidos. Até hoje não se sabe o que levou aquelas aves a atacarem os moradores locais. Teria sido uma doença? Algum tipo de desequilíbrio ambiental? Não há mais como saber nos dias de hoje.

Isso porém serviu de prato cheio para Alfred Hitchcock. O interessante é que em muitas cenas o veterano diretor de cinema decidiu usar aves de verdade, colocando em risco inclusive a integridade física do elenco. Ora, isso nem era uma surpresa, já que Hitchcock já havia dito várias vezes que atores deveriam se tratados como "gado"! Pois é, para o veterano cineasta o elenco era apenas uma coleção de peças que ele movia ao seu bel prazer. E isso gerou inúmeras histórias de bastidores. A atriz Tippi Hedren, por exemplo, foi uma das que mais sofreu nas filmagens. De qualquer forma o resultado de tudo isso foi mais uma obra-prima da filmografia de Hitchcock. Um de seus filmes tecnicamente mais bem realizados.

Os Pássaros (The Birds, Estados Unidos, 1963) Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: Daphne Du Maurier, Evan Hunter/ Elenco: Rod Taylor, Tippi Hedren, Jessica Tandy / Sinopse: Uma rica socialite de São Francisco vai até uma pequena cidade do norte da Califórnia e acaba sendo atacada misteriosamente por pássaros! Filme indicado ao Oscar na categoria de melhores efeitos especiais.

Pablo Aluísio.

Amor, Sublime Amor

"West Side Story" segue sendo um dos filmes musicais mais aclamados da história de Hollywood. E o interessante de tudo é que essa produção foi lançada em um momento complicado para o gênero musical. Não chegava nem perto do auge do gênero, dos tempos de Fred Astaire e Gene Kelly. O resultado dessa boa iniciativa de se trazer o estilo dos antigos musicais para uma realidade mais próxima dos jovens foi a consagração de público e crítica, inclusive com a premiação de uma chuva de Oscars, algo que na época foi considerado muito surpreendente inclusive para os realizadores do filme. Eles esperavam por uma recepção bem mais modesta, talvez alguns linhas elogiosas no New York Times, nada muito além disso. Jamais pensaram que essa produção iria levar o Oscar de melhor filme do ano. Era algo impensável para os produtores.

E sem dúvida "Amor, Sublime Amor" se destacava por se comunicar com os jovens de sua época. Ao invés de adotar o estilo dos musicais do passado, optou por levar a música e a dança para a realidade daquela juventude. E isso significava que o enredo e a sua história seria contada nas ruas, no meio dos jovens latinos, dos bairros mais pobres das grandes cidades. O resultado não poderia ter sido melhor. Contando com um elenco muito inspirado e talentoso, o filme se destacou por sua linguagem moderna e atual. Para sobreviver o musical tinha mesmo que se adaptar aos novos tempos.

Amor, Sublime Amor (West Side Story, Estados Unidos, 1961) Direção: Robert Wise, Jerome Robbins / Roteiro: Ernest Lehman / Elenco: Natalie Wood, George Chakiris, Richard Beymer, Rita Moreno / Sinopse: Dois jovens de gangues rivais de Nova York se apaixonam, mas as tensões entre seus respectivos amigos se transformam em tragédia. Filme premiado em 10 categorias do Oscar, entre elas as de melhor filme, melhor atriz coadjuvante (Rita Moreno), melhor roteiro adaptado, melhor direção e melhor direção de fotografia.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Elvis Presley - Elvis (1956) - Parte 2

Esse segundo álbum de Elvis Presley na RCA Victor foi muito bem gravado. Havia todo um cuidado técnico, até porque Elvis já era naquela altura o maior vendedor de discos da gravadora multinacional. Com isso Elvis também se firmava como o roqueiro número 1 do mundo, um fenômeno de popularidade sem precedentes. Nesse mesmo ano ele começava a ser conhecido pelo mundo afora. Deixava de ser um artista de Memphis e do sul, para ser um artista internacional. Também foi o primeiro disco oficial de Elvis a ser lançado no Brasil, numa edição completamente fiel ao disco americano original.

O apuro técnico dentro do estúdio se refletiu principalmente em faixas como "Rip It Up". Hoje em dia essa composição da excelente dupla formada por Robert Blackwell e John Marascalco é considerada um dos maiores clássicos da história do rock. Uma canção vibrante, que contou com uma performance irretocável por parte de Elvis, que é importante frisar, não passava de um jovem cantor de 21 anos de idade na época. Tão jovem e já tão revolucionário em termos musicais.

O country também não poderia ficar de fora. Afinal Elvis não negava suas origens sulistas. "When My Blue Moon Turns to Gold Again" era uma típica representante do estilo mais rural dentro do álbum. Essa música havia sido composta pelo cantor cowboy Gene Sullivan. Elvis que não queria perder sua público mais fiel, aquele que o acompanhava desde os primeiros shows em Memphis, a escolheu como uma espécie de homenagem a esse tipo de fã. Sim, Elvis abraçava o rock, mas não estava disposto a virar o rosto para o country and western de seus primeiros anos. Assim temos uma boa faixa, bem gravada, com Elvis evocando o antigo estilo de cantar do country de Nashville.

De Arthur Crudup, Elvis trouxe para o álbum a balada blues "So Glad, You're Mine". Para a turma de Nova Iorque, da equipe da RCA Victor na cidade, aquele tipo de sonoridade soava como algo diferente, até mesmo novo. Só que na verdade era uma velha canção, muito popular em bares e espeluncas de Memphis. Elvis a conhecia também do rádio, das estações black de Memphis. Esse aparelho era o principal meio de entretenimento da família Presley, sempre ligado ao fundo. Assim Elvis a conhecia muito bem, por isso também resolveu gravar sua própria versão que ficou excelente, melhor do que qualquer outra já feita, antes ou depois desse disco.

Pablo Aluísio.

Crônicas de um Cinéfilo - Parte 10

Uma vida de cinéfilo nos anos 80 não se resumia ao cinema. Pelo contrário. A TV aberta era muito especial nessa época em termos de filmes. Posso me lembrar vivamente da Sessão da Tarde naqueles anos. Eram filmes excelentes. Outro dia fui conferir os filmes que estavam passando na Sessão da Tarde de hoje e só havia filmes fracos, telefilmes americanos que ninguém conhece. Esqueça essa decadência. Nos anos 70 e 80 havia uma programação muito mais rica.

Muitos brasileiros vão se lembrar dos filmes de Jerry Lewis e Elvis Presley nesse período. Além disso havia uma variedade muito boa de comédias adolescentes, filmes de faroeste e tudo o mais que o cinéfilo tinha direito. As outras emissoras além da Rede Globo também passavam bons filmes. No sábado pela tarde a Rede Rocord passava uma sessão apenas com antigos filmes de faroeste. Eram ótimos! A Bandeirantes (atualmente mais conhecida como Band) também não ficava atrás. Havia muitos filmes de ação e até uma sessão só para filmes de terror B, os conhecidos filmes Trash! E a cereja do bolo vinha pela apresentação do próprio Zé do Caixão! Estranho e divertido ao mesmo tempo!

Na Globo havia sessões especiais na programação. O Supercine passava os grandes filmes, algo que depois seria herdado e passado para a Tela Quente. Nas madrugadas a Globo mantinha uma sessão apenas para filmes clássicos. Era o Cinema Classe A que passava todas às quartas pela madrugada, após o Jornal da Globo. Como era a época dos videocassetes eu sempre deixava o meu programado para no dia seguinte assistir aos grandes filmes do passado.

Foi através dessas gravações que vi pela primeira vez grandes filmes como "E O Vento Levou", "Assim Caminha a Humanidade" e "Juventude Transviada", "Casablanca" além de centenas de outros clássicos. O cinéfilo da época que tivesse um videocassete e uma coleção de fitas para gravar realmente fazia a festa! Para gravar em qualidade o dono do videocassete usava a velocidade SP. Para gravar até três ou mais filmes em uma fita de seis horas ele usava a velocidade EP. E no outro dia fazia sua própria sessão de cinema em casa. Eram tempos em que não existia internet e muitos desses clássicos não tinham chegado nas locadoras brasileiras. Só algum tempo depois selos especiais como a CIC e a Warner finalmente começaram a colocar no mercado brasileiro grandes clássicos da sétima arte para os cinéfilos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de julho de 2022

Clint Eastwood e o Faroeste

Clint Eastwood se tornou o legítimo sucessor de John Wayne dentro do western dos Estados Unidos. Isso chega a ser óbvio pelo simples fato de que nenhum outro ator apresentou nas telas e nos filmes as credenciais para se colocar em uma posição de herdeiro de John Wayne. Ao longo de todas essas décadas apenas Clint ficou à altura do veterano ator nesse aspecto. Eastwood talvez seja o último representante dos grandes mitos do faroeste, pois surgiu em uma época em que o gênero já deixava de ser o foco de interesse principal dos grandes estúdios. De certa maneira Clint Eastwood foi de fato o último grande nome do western em uma época em que ele já estava saindo de cartaz.

Com a morte de John Wayne em 1979, Clint Eastwood passou a ser o principal nome dos filmes de faroeste nos cinemas, no grande circuito comercial. Não havia nenhum outro em seu patamar. Embora Clint não tenha se dedicado exclusivamente aos filmes de cowboy ao longo de sua carreira, o fato é que ele muito  ficou associado ao gênero, a ponto de que muitos, ainda hoje, mesmo após tantos filmes em outros gêneros cinematográficos, ainda ligam automaticamente o nome de Clint Eastwood aos seus personagens nos filmes de western. O cavaleiro solitário sem nome marcou época.

Natural de São Francisco, Clint iniciou sua carreira no cinema em pequenos filmes, alguns sem qualquer expressão. Acabou se tornando conhecido apenas quando entrou para o velho oeste, principalmente com a série de televisão de faroeste "Rawhide" que foi exibida enre os anos de 1959 a 1966. Em 1964 Clint Eastwood foi convidado pelo diretor italiano Sergio Leone para fazer "Por Um Punhado de Dólares", o primeiro de três filmes rodados na Espanha, com produção italiana, que lançaram a moda do chamado spaghetti-western, o faroeste feito e produzido no velho continente, na Europa. Não deixava de ser muito esquisito o fato de que o mais americano de todos os gêneros cinematográficos passasse a ser feito por estrangeiros. De qualquer forma o público adorou e os filmes se tornaram sucessos de bilheteria, inclusive dentro dos Estados Unidos.

A parceira de Clint com Sergio Leone renderia ainda mais dois grandes sucessos de bilheteria, "Por uns Dólares a Mais" e "Três Homens em Conflito". O ator, que nunca tivera uma chance de verdade dentro do indústria americana de cinema, acabou se tornando um astro ao estrelar produções italianas de faroeste. Uma ironia do destino! Depois do sucesso e reconhecimento ele finalmente voltou para os Estados Unidos, para rodar seus próprios filmes de faroeste em seu país natal. Clint fundou sua própria companhia cinematográfica (A Malpaso Productions), se tornando assim também produtor de seus filmes. Seu primeiro filme após esse retorno foi "A Marca da Forca" em 1968.

Embora o filme tenha sido até bem recebido, Clint Eastwood começou a acertar mesmo após o lançamento de "Os Abutres Têm Fome" que pode ser considerado o seu primeiro grande filme americano de faroeste. Ao lado da atriz Shirley MacLaine, ele finalmente acertou o foco de seus personagens nesse estilo. A partir dessa produção Clint iria aprimorar o seu "pistoleiro sem nome". Um tipo caladão, com cara de poucos amigos, mas com a mira certeira. Em "O Estranho que Nós Amamos" Clint surgia com um pouco de romantismo em uma trama passada durante a sangrenta guerra civil. O próximo faroeste de sua carreira "Joe Kidd" fez sucesso novamente, fazendo com que Clint Eastwood se tornasse o ator número 1 do gênero western, ultrapassando até mesmo o veterano John Wayne, que ainda estava vivo, mas que com vários problemas de saúde não conseguia mais manter a velha força do passado.   

Porém de todos os filmes que fez nesse período, o que mais foi definitivo para a carreira de Clint Eastwood no gênero western foi sem dúvida "O Estranho sem Nome" de 1973. Nesse excelente filme ele finalmente encontrou definitivamente os contornos do personagem símbolo de sua carreira no cinema. O pistoleiro que interpretou nesse filme sequer tinha nome, sendo conhecido apenas como "The Stranger". A direção foi do próprio Clint, que aqui tomou todas as rédeas da produção, tanto no aspecto de roteiro, produção, direção e atuação. Com controle absoluto, ele criou uma obra-prima do faroeste. Em 1979 John Wayne morreu, ficando apenas Clint Eastwood para manter a chama acessa do faroeste. Finalmente ele assumia o lugar que tanto merecia.

Ao longo de décadas, Clint ainda alcançaria vários sucessos de bilheteria no gênero western, se destacando produções como "Josey Wales, o Fora da Lei" e "O Cavaleiro Solitário". Ele faria até mesmo uma homenagem aos artistas que ganhavam a vida explorando os mitos do velho oeste em circos e apresentações circenses no bom e saudoso "Bronco Billy" em 1980. Esse filme, campeão de reprises no Brasil nos bons tempos da Sessão da Tarde, se tornaria um dos mais populares em nosso país. Com ótimo roteiro e uma história comovente, era uma declaração de amor ao faroeste e seus mitos do passado.

Clint Eastwood se despediu do western em um filme magnífico de 1992. "Os Imperdoáveis" foi o grande vencedor do Oscar naquele ano, vencendo nas principais categorias, inclusive as de melhor filme, melhor direção (prêmio dado ao próprio Clint) e melhor ator coadjuvante (dado para o excepcional Gene Hackman). Quem poderia imaginar que essa longa estrada, que havia começado na década de 1960 em um programa de TV, que depois iria para a Europa com o western spaghetti, iria finalmente chegar ao seu destino naquela noite do Oscar, com a consagração final e definitiva de Clint Eastwood? Pois é, o mundo realmente dá voltas.

Pablo Aluísio.

Entardecer Sangrento

“Entardecer Sangrento” é um filme sobre vingança. O personagem de Randolph Scott, Bart Allison, chega numa pequena cidade do oeste americano justamente para saciar sua sede de justiça. Ele acredita que Tate Kimbrough (John Carroll) seja o responsável pela morte de sua esposa três anos antes. O problema é que embora tenha suspeitas sobre isso ele não consegue chegar na certeza absoluta. De qualquer modo tentará levar Tate para um acerto de contas final. “Entardecer Sangrento” é mais uma bem sucedida parceria entre o ator Randolph Scott e o diretor de westerns Budd Boetticher. Juntos realizaram filmes eficientes, econômicos e com roteiros bem trabalhados que faziam grande sucesso de bilheteria, principalmente nas matines. Esse aqui não foge a essa fórmula.  Para Randolph Scott as filmagens trouxeram algo de novo. Há tempos que ele vinha nutrindo um desejo de se tornar diretor algum dia (algo que ele não levaria adiante pois se aposentaria em breve). De qualquer modo em “Entardecer Sangrento” ele resolveu também trabalhar como uma espécie de diretor assistente para Budd Boetticher, para aprender as técnicas da profissão de cineasta. 

Assim durante todas as filmagens Scott intercalou seu trabalho como ator com a de diretor de segunda unidade. Ele se mostrou bem empolgado pela possibilidade de um dia vir a assumir a direção de algum de seus filmes. Produtor ele já havia se tornado pois seus faroestes estavam sendo bancados por ele próprio (produziu 14 de seus filmes). Por que Scott não levou adiante seus planos? O que parece ter acontecido é que ele ficou tão rico com seus westerns que em determinado momento da vida simplesmente deixou isso de lado, preferindo mesmo se dedicar a uma doce e tranqüila aposentadoria, jogando golf e levando uma vida mais calma e sossegada.  Quem pode dizer que o velho Scott não estava certo?

Entardecer Sangrento (Decision at Sundown, Estados Unidos,1957) Direção: Budd Boetticher / Roteiro: Charles Lang, Vernon L. Fluharty / Elenco: Randolph Scott, John Carroll, Karen Steele / Sinopse: Bart Allison (Randolph Scott) chega numa pequena cidade do oeste americano justamente para saciar sua sede de justiça. Ele acredita que Tate Kimbrough (John Carroll) seja o responsável pela morte de sua esposa três anos antes. O problema é que embora tenha suspeitas sobre isso ele não consegue chegar na certeza absoluta. De qualquer modo tentará levar Tate para um acerto de contas final.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Assim Caminha a Humanidade

Esse filme é uma epopeia sobre a fundação do Texas, seus valores primordiais e as famílias que fundaram esse estado norte-americano. Também apresenta, para surpresa de muitos, uma clara declaração progressista, ao mostrar a evolução pela qual passa o personagem interpretado por Rock Hudson. No começo ele surge como um tipo turrão, mais rude e até mesmo com preconceito racial e social, principalmente quando se depara com imigrantes mexicanos. Depois ele aprende com a vida e no final dá um exemplo de sua evolução como homem e como pessoa. Esses são, em essência, os pontos centrais nessa história.

Entretanto o filme se notabilizou mesmo dentro da história do cinema por ter sido o último da carreira de James Dean. Ele terminou sua participação e antes que o filme fosse editado e concluído, ele se espatifou com seu carro em uma estrada de Salinas. O jovem ator era apaixonado por carros velozes e participava ativamente de corridas que eram realizadas na Califórnia. Com sua morte o público ficou muito ansioso para ver o filme. Quando chegou nas telas "Giant" causou sensação, principalmente pelo fato de que era um filme bem longo, centrado, sério, sem pressa de contar sua história, que havia sido baseada no best-seller escrito por Edna Ferber. Sem dúvida um tipo de cinema grandioso que já não se faz mais nos dias atuais.

Assim Caminha a Humanidade (Giant, Estados Unidos, 1955) Direção: George Stevens / Roteiro: Fred Guiol, Ivan Moffat, baseados no romance escrito por Edna Ferber / Elenco: Elizabeth Taylor, Rock Hudson, James Dean / Sinopse: O filme conta a história de um casal, dono de vastas terras no Texas. E quando um de seus empregados encontra petróleo em seu pequeno rancho, as camadas sociais mudam de posição, onde um antigo empregado se torna mais rico que seu patrão, criando uma certa tensão entre todos os personagens. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor direção (George Stevens).

Pablo Aluísio.

O Retrato de Dorian Gray

Título no Brasil: O Retrato de Dorian Gray
Título Original: The Picture of Dorian Gray
Ano de Produção: 1945
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Albert Lewin
Roteiro: Albert Lewin, baseado na obra de Oscar Wilde
Elenco: George Sanders, Hurd Hatfield, Donna Reed

Sinopse:
Dorian Gray é um homem moralmente corrupto. Os anos passam e sua beleza e juventude continuam a ser mantidas. Um retrato seu que ele mantém para si, escondido de olhos alheios, guarda seus segredos - à medida que os anos vão passando, o retrato vai exibindo sua feiúra interior. Aos poucos, porém, suspeitas começam a acontecer com relação a seu comportamento e vitalidade.

Comentários:
Baseado na obra clássica de Oscar Wilde. Sempre foi um dos meus livros preferidos, na realidade uma metáfora sobre o envelhecimento e a perda da beleza e do frescor da juventude. Sou fã incondicional do Oscar Wilde, principalmente das frases espirituosas que dizia. Esse livro dele que deu origem ao filme causou um rebuliço geral quando foi publicado na época. A crítica o chamou de violento, demente, herege e tudo o mais. Oscar levou tudo com fina ironia, até porque ele gostava mesmo de chocar as pessoas da era vitoriana. Oscar Wilde era um devasso que sabia muito bem utilizar a publicidade dos meios de comunicação em seu favor. Era gênio. Nesse livro escreveu: "A única maneira de libertar-se de uma tentação é entregar-se a ela. Resista, e sua alma adoecerá de desejo das coisas que ela a si mesma se proibiu, com o desejo daquilo que suas leis monstruosas tornaram monstruoso e ilícito". Recentemente lançaram uma nova versão, com boa produção, mas não foi muito do meu agrado. Esse analisado aqui já é consagrado e deve ser conhecido pelas novas gerações de cinéfilos.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de julho de 2022

Guia de Episódios - Edição 8

Dexter - New Blood 1.08 - Unfair Game
As cartas estão sobre a mesa entre Dexter e Kurt. Eles sabem quem são, não há mais necessidade de se manter uma fachada de boa convivência, tanto que Kurt manda um dos seus capangas dar um fim em Dexter. Ele é pego por trás, desprevenido, na covardia e levado para a Floresta, a intenção é óbvia pois Kurt quer Dexter Morgan morto. Só que o psicopata ainda tem cartas na manga e não vai deixar barato. Ele consegue se soltar e fugir. Tudo se torna um jogo de vida ou morte. Mesmo sendo alvo, como ponto fixo de tiro, consegue sobreviver. Enquanto isso Kurt leva seu filho Harrison para sua cabana de execução isolada. Uma vez lá se mostra muito confiável e amigável, um sujeito muito bacana, até o momento em que enfia uma máscara medonha na cabeça e fala para Harrison correr por sua vida. Bom episódio, pela história que conta bem poderia ser o final da temporada. / Dexter - New Blood 1.08 - Unfair Game (Estados Unidos, 2021) Direção: Sanford Bookstaver / Elenco: Michael C. Hall, Jack Alcott, Julia Jones
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Star Trek - Strange New Worlds 1.02 - Children of the Comet
A Enterprise intercepta um cometa que está indo em direção a um planeta onde vive uma civilização primitiva. A colisão seria o fim daquele mundo. O capitão Pike decide intervir mesmo contra as diretrizes da frota estelar. O que ele nem desconfiava vem logo a seguir. O cometa estava sendo protegido por uma nave de guerra, de origem alienígena. Logo se cria um clima de tensão entre a Enterprise e essa nave. O curioso é que esses alienígenas são retratados como tipos fanáticos pois nutrem um sentimento religioso em relação ao cometa. Episódio muito bom, aliás bem superior ao episódio piloto. / Star Trek - Strange New Worlds 1.02 - Children of the Comet (Estados Unidos, 2022) Direção: Maja Vrvilo / Elenco: Anson Mount, Ethan Peck, Jess Bush.

Pablo Aluísio.