Com um novo filme da marca "Matrix" nos cinemas, é sempre bom rever a trilogia original, até para se situar melhor dentro da linha narrativa da série. Curiosamente esse novo filme chamado "Matrix Resurrections" foi mal de bilheteria, com muitas críticas negativas. Pouca gente gostou! É o velho problema de se ter continuações tardias demais. Os fãs originais não gostam, o público jovem que vai aos cinemas não dá a mínima. Pois bem, voltando no tempo temos esse segundo filme da franquia "Matrix". Uma vez apresentado o universo de Matrix a dupla Wachowski teve mais liberdade para desenvolver melhor os temas e o enredo em torno desse universo. Foi bastante criticado também, até porque não tinha mais o mesmo impacto do primeiro filme. Ainda assim eu considero um dos bons filmes dessa franquia, bem melhor due o terceiro em comparação. Ao custo de 150 milhões de dólares o filme logo se tornou outro sucesso de bilheteria.
É curioso que na época em que foi lançado havia uma verdadeira febre em torno de Matrix, mas hoje em dia percebo que a febre passou e isso não mudou nem com a chegada de um quarto filme nos cinemas. Quando esse segundo filme chegou aos cinemas havia até mesmo algumas belas animações sendo produzidas. Hoje tudo passa em branco. De qualquer maneira ainda é uma produção que recomendo, principalmente para essa nova geração que não acompanhou o sucesso dos primeiros filmes. Em termos de enredo e propostas, o filme não envelheceu, mostrando que sua força vinha mesmo da filosofia em torno de sua história.
Matrix Reloaded (Estados Unidos, 2003) Direção: Lana Wachowski, Lilly Wachowski / Roteiro: Lana Wachowski, Lilly Wachowski / Elenco: Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie-Anne Moss / Sinopse: Neo e seus seguidores precisam resolver tudo em apenas 72 horas ou então o universo real estará inevitavelmente perdido para sempre.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 4 de janeiro de 2022
Reencarnação
Bom, dentro da ampla liberdade religiosa em que vivemos (pelo menos enquanto certos setores fanáticos não ganharem cada vez mais poder) você pode escolher a linha de crença que bem entender. Para os Budistas e adeptos do Espiritismo um dos dogmas de sua doutrina é justamente a reencarnação. Através de sucessivas vidas ou voltas ao plano material, o espírito vai se engrandecendo e enriquecendo a cada nova reencarnação, que assim funcionaria como um mecanismo de compensação de pecados de vidas passadas e aprendizado de existência. A cada nova reencarnação o ser espiritual vai aprendendo com os erros, pagando pelas falhas do passado. Eu pessoalmente não acredito em reencarnação. Penso que a existência é apenas uma e é pra valer. Isso entretanto não atrapalhou na hora de assistir ao filme. Vi com olhos de neutralidade, absorvendo o que os roteiristas queriam passar.
O problema central é que os roteiristas de Hollywood resolveram explorar o tema em um dos roteiros mais absurdos de todos os tempos. Tudo bem dar asas à imaginação e à fantasia, mas não vamos exagerar. Nesse "Birth" um garoto de oito anos de idade tenta convencer uma mulher adulta que ele é na realidade a reencarnação de seu marido falecido. Sentiu como é complicado aceitar uma premissa dessas? Colocar uma criança em uma situação de envolvimento amoroso com uma mulher mais velha é mais do que delicado. Inclusive tenho sérias dúvidas se um filme como esse seria produzido nos dias de hoje. Acho que o estúdio jamais faria algo assim atualmente. As pessoas certamente iriam deixar a questão da reencarnação de lado e veriam apenas a Nicole Kidman acreditando que um guri era na verdade seu marido. Realmente não daria certo - assim como não deu! O filme é fraco, chato e com péssimo ritmo. As cenas se arrastam... bem lentamente. E com o absurdo da premissa inicial tudo afunda rapidamente. Um dos piores filmes da Nicole Kidman, sem dúvida!
Reencarnação (Birth, Estados Unidos, 2004) Direção: Jonathan Glazer / Roteiro: Jean-Claude Carrière, Milo Addica / Elenco: Nicole Kidman, Cameron Bright, Lauren Bacall / Sinopse: Mulher adulta, viúva, se surpreende ao conhecer um garoto que diz que é a reencarnação de seu marido, falecido alguns anos antes. E agora, ela acreditará em uma história tão surreal?
Pablo Aluísio.
O problema central é que os roteiristas de Hollywood resolveram explorar o tema em um dos roteiros mais absurdos de todos os tempos. Tudo bem dar asas à imaginação e à fantasia, mas não vamos exagerar. Nesse "Birth" um garoto de oito anos de idade tenta convencer uma mulher adulta que ele é na realidade a reencarnação de seu marido falecido. Sentiu como é complicado aceitar uma premissa dessas? Colocar uma criança em uma situação de envolvimento amoroso com uma mulher mais velha é mais do que delicado. Inclusive tenho sérias dúvidas se um filme como esse seria produzido nos dias de hoje. Acho que o estúdio jamais faria algo assim atualmente. As pessoas certamente iriam deixar a questão da reencarnação de lado e veriam apenas a Nicole Kidman acreditando que um guri era na verdade seu marido. Realmente não daria certo - assim como não deu! O filme é fraco, chato e com péssimo ritmo. As cenas se arrastam... bem lentamente. E com o absurdo da premissa inicial tudo afunda rapidamente. Um dos piores filmes da Nicole Kidman, sem dúvida!
Reencarnação (Birth, Estados Unidos, 2004) Direção: Jonathan Glazer / Roteiro: Jean-Claude Carrière, Milo Addica / Elenco: Nicole Kidman, Cameron Bright, Lauren Bacall / Sinopse: Mulher adulta, viúva, se surpreende ao conhecer um garoto que diz que é a reencarnação de seu marido, falecido alguns anos antes. E agora, ela acreditará em uma história tão surreal?
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2022
Somos Todos Iguais
Um belo filme. Mais um baseado em uma história real. O filme começa quando um casal passa por uma grave crise. O marido (interpretado pelo ator Greg Kinnear) arranjou uma amante após 19 anos de casamento. A esposa (Renée Zellweger) quer o divórcio. Para superar tudo eles decidem tentar uma reconciliação. Para isso decidem fazer o bem para outras pessoas; Prestar alguma assistência aos mais pobres. Ela o leva até um centro de ajuda a pessoas sem moradia. O lugar oferece comida, algum conforto e quando preciso também serviços gerais. Lá o casal conhece um senhor negro que vive nas ruas. Denver (Djimon Hounsou) sofreu todo tipo de violência e preconceito racial desde que nasceu em um estado do sul dos Estados Unidos. Sua família, muito pobre, vivia nas plantações de algodão, quase como nos tempos da escravidão. Um dia Denver decidiu ir embora de lá, indo parar na cidade grande. Não demorou muito tempo e acabou sendo preso. Ficou anos na prisão. Quando saiu já era um homem velho, sem familiares. Acabou parando na rua.
O roteiro assim explora essa aproximação entre um casal de brancos, de classe rica, com um homem negro, já idoso, que vive como sem-teto. Aliás o filme tem esse grande mérito que é chamar a atenção para a condição dos pobres que vivem pelas ruas das grandes cidades. É um problema que aumenta a cada dia nos Estados Unidos. Apesar de ser a maior economia do mundo, o país não consegue muitas vezes dar a dignidade mínima necessária que cada ser humano merece. Muitos brasileiros inclusive se espantam quando visitam os Estados Unidos e descobrem que há centenas de milhares de pessoas vivendo pelas ruas das grandes cidades. Um retrato da miséria que não se consegue mais esconder dos turistas. Tudo muito triste. Assista ao filme e veja uma história bonita de ajuda ao próximo. É uma bela lição de vida!
Somos Todos Iguais (Same Kind of Different as Me, Estados Unidos, 2017) Direção: Michael Carney / Roteiro: Ron Hall, Michael Carney / Elenco: Greg Kinnear, Renée Zellweger, Djimon Hounsou, Jon Voight / Sinopse: O filme conta a história real de um casal de brancos ricos que decide ajudar pessoas pobres que vivem pelas ruas, um problema social cada vez maior que atinge as cidades norte-americanas.
Pablo Aluísio.
O roteiro assim explora essa aproximação entre um casal de brancos, de classe rica, com um homem negro, já idoso, que vive como sem-teto. Aliás o filme tem esse grande mérito que é chamar a atenção para a condição dos pobres que vivem pelas ruas das grandes cidades. É um problema que aumenta a cada dia nos Estados Unidos. Apesar de ser a maior economia do mundo, o país não consegue muitas vezes dar a dignidade mínima necessária que cada ser humano merece. Muitos brasileiros inclusive se espantam quando visitam os Estados Unidos e descobrem que há centenas de milhares de pessoas vivendo pelas ruas das grandes cidades. Um retrato da miséria que não se consegue mais esconder dos turistas. Tudo muito triste. Assista ao filme e veja uma história bonita de ajuda ao próximo. É uma bela lição de vida!
Somos Todos Iguais (Same Kind of Different as Me, Estados Unidos, 2017) Direção: Michael Carney / Roteiro: Ron Hall, Michael Carney / Elenco: Greg Kinnear, Renée Zellweger, Djimon Hounsou, Jon Voight / Sinopse: O filme conta a história real de um casal de brancos ricos que decide ajudar pessoas pobres que vivem pelas ruas, um problema social cada vez maior que atinge as cidades norte-americanas.
Pablo Aluísio.
Inferno na Ilha
Filme baseado em fatos reais. A história se passa em 1915. Um jovem, acusado de alguns crimes menores, é enviado para uma instituição de detenção para menores de idade. Em uma época ainda muito primitiva em termos de direitos humanos o lugar mais parecia uma prisão de verdade. Isolado em uma ilha, esse reformatório prezava pela disciplina absoluta. Quem saísse da linha era violentamente repreendido, muitas vezes com violência física. É nessa ilha que vai parar um jovem rebelde que passa a ser chamado apenas pelo seu número de matrícula (c-19). Ele não se conforma em ficar lá, decide fugir, mas como? Afinal é uma ilha no norte gelado da Noruega. Sua chance de fugir surge quando explode uma rebelião. Um jovem é violentado sexualmente por um dos guardas e isso causa uma revolta generalizada. Será que conseguirá escapar?
Gostei do filme. O tom realista dá o clima certo para a história. O elenco jovem é muito bom, todos merecem aplausos pelo trabalho coletivo. Entretanto quem se destaca mesmo é o veterano ator Stellan Skarsgård. Ele interpreta o diretor, um homem que tenta ser justo. Inclusive odeia violência, mas que no fundo está envolvido com corrupção, com desvio de dinheiro daquela prisão, o que o faz ficar sempre na defensiva. Esse é aquele tipo de ator que pela simples presença no elenco já faz valer a pena qualquer filme. Um talento raro! Enfim, um filme que realmente conta sua história com extrema competência. Fica a recomendação.
Inferno na Ilha (Kongen av Bastøy, Noruega, 2010) Direção: Marius Holst / Roteiro: Mette M. Bølstad, Lars Saabye Christensen / Elenco: Stellan Skarsgård, Benjamin Helstad, Trond Nilssen / Sinopse: O filme conta a história de um jovem rebelde que vai parar em uma instituição de recuperação de jovens delinquentes. Uma vez lá, isolado nessa ilha gelada, ele decide fugir de qualquer maneira, desafiando as autoridades do lugar.
Pablo Aluísio.
Gostei do filme. O tom realista dá o clima certo para a história. O elenco jovem é muito bom, todos merecem aplausos pelo trabalho coletivo. Entretanto quem se destaca mesmo é o veterano ator Stellan Skarsgård. Ele interpreta o diretor, um homem que tenta ser justo. Inclusive odeia violência, mas que no fundo está envolvido com corrupção, com desvio de dinheiro daquela prisão, o que o faz ficar sempre na defensiva. Esse é aquele tipo de ator que pela simples presença no elenco já faz valer a pena qualquer filme. Um talento raro! Enfim, um filme que realmente conta sua história com extrema competência. Fica a recomendação.
Inferno na Ilha (Kongen av Bastøy, Noruega, 2010) Direção: Marius Holst / Roteiro: Mette M. Bølstad, Lars Saabye Christensen / Elenco: Stellan Skarsgård, Benjamin Helstad, Trond Nilssen / Sinopse: O filme conta a história de um jovem rebelde que vai parar em uma instituição de recuperação de jovens delinquentes. Uma vez lá, isolado nessa ilha gelada, ele decide fugir de qualquer maneira, desafiando as autoridades do lugar.
Pablo Aluísio.
domingo, 2 de janeiro de 2022
Elefante
Em abril de 1999 dois jovens estudantes fortemente armados entraram em uma escola no Colorado chamada Columbine e abriram fogo contra alunos, professores e funcionários. Foi a maior tragédia estudantil da história dos Estados Unidos até aquele momento, algo que chocou todo o mundo pela violência e pela loucura daquele ato sem sentido. O diretor Gus Van Sant se inspirou justamente nesse trágico evento para rodar "Elephant" em 2003. O interessante dessa obra é que ela em nenhum momento toma o caminho fácil, de uma narrativa tradicional, redondinha e nos padrões comerciais. O cineasta foi inovador o suficiente para fugir do lugar comum. Dessa maneira o roteiro investe muito mais em percepções, sensações e impressões psicológicas do que em qualquer outra coisa. Gus Van Sant procura quase por um tom de documentário, mas sem apelar para sensacionalismos ou emoções baratas. Ao lado do aspecto documental ele também inseriu um certo estilo sensorial, quase de delírio,
Em entrevistas o diretor explicou que tinha receios de explorar a tragédia por causa das famílias das vítimas. Muitos dos alunos mortos eram praticamente crianças que foram assassinadas por um ato bárbaro de insanidade e loucura. Assim ele procurou por uma forma de amostragem mais lírica, quase surreal. A história de Columbine seria mais tarde mostrada no cinema com mais realismo, porém em termos de valor cinematográfico poucos filmes conseguiram atingir o impacto de "Elefante". Sim, é perturbador e muito provavelmente não sairá de sua cabeça por um longo tempo, mas isso não é um defeito, pelo contrário, é uma qualidade. Ao mesmo tempo pode-se dizer que é de fato um grande filme. Gus Van Sant estava realmente em um momento inspirado quando rodou o filme.
Elefante (Elephant, Estados Unidos, 2003) Direção: Gus Van Sant / Roteiro: Gus Van Sant / Elenco: Elias McConnell, Alex Frost, Eric Deulen / Sinopse: Inspirado na tragédia de Columbine, o filme conta a história de um ato insano de dois estudantes do ensino médio que abrem fogo contra colegas, professores e policiais em uma escola do meio oeste dos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.
Em entrevistas o diretor explicou que tinha receios de explorar a tragédia por causa das famílias das vítimas. Muitos dos alunos mortos eram praticamente crianças que foram assassinadas por um ato bárbaro de insanidade e loucura. Assim ele procurou por uma forma de amostragem mais lírica, quase surreal. A história de Columbine seria mais tarde mostrada no cinema com mais realismo, porém em termos de valor cinematográfico poucos filmes conseguiram atingir o impacto de "Elefante". Sim, é perturbador e muito provavelmente não sairá de sua cabeça por um longo tempo, mas isso não é um defeito, pelo contrário, é uma qualidade. Ao mesmo tempo pode-se dizer que é de fato um grande filme. Gus Van Sant estava realmente em um momento inspirado quando rodou o filme.
Elefante (Elephant, Estados Unidos, 2003) Direção: Gus Van Sant / Roteiro: Gus Van Sant / Elenco: Elias McConnell, Alex Frost, Eric Deulen / Sinopse: Inspirado na tragédia de Columbine, o filme conta a história de um ato insano de dois estudantes do ensino médio que abrem fogo contra colegas, professores e policiais em uma escola do meio oeste dos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.
Kurt Cobain: About a Son
Um dos eventos trágicos mais marcantes da década de 1990 foi o suicídio do vocalista do grupo de rock Nirvana, Kurt Cobain. Em abril de 1994 ele subiu as escadas de sua casa em Seattle levando um rifle a tiracolo. Sentou-se numa cadeira, colocou o cano da arma na boca e disparou! Foi outro momento trágico que até hoje soa sem sentido. Corroído por um forte vício em heroína, Cobain vinha há tempos tentando se livrar das drogas, chegou ao ponto de se internar em vários centros de reabilitação, mas nada disso o conseguia livrar da absurda dependência química. Depois de mais uma recaída ele resolveu colocar um fim em tudo, o que de certa forma já era previsto uma vez que em seu último disco ele já havia escrito um refrão numa das canções com a seguinte frase: "Eu me odeio e quero me matar!".
"Kurt Cobain About a Son" é um documentário que tenta explicar o que aconteceu usando fragmentos, pensamentos e ideias deixadas por Cobain em sua vida. Eu gostei do formato desse filme porque ele é bem mais poético do que se iria explorar depois em outros documentários sobre a vida e morte do líder do Nirvana. Tudo é levado quase como se fosse um poema de tragédia e morte. Juridicamente o filme enfrentou problemas principalmente pela disputa de direitos autorais envolvendo a viúva de Cobain (a maluca da Courtney Love) e os demais membros da banda. Ignore isso e aproveite os méritos cinematográficos que são muitos. Vale realmente a pena conhecer.
Kurt Cobain: About a Son (Estados Unidos, 2006) Direção: AJ Schnack / Roteiro: AJ Schnack / Elenco: Kurt Cobain, Michael Azerrad, Courtney Love / Sinopse: Através de fragmentos e lembranças, o filme tenta contar a história do músico norte-americano Kurt Cobain e as razões que o levaram a se suicidar em abril de 1994.
Pablo Aluísio.
"Kurt Cobain About a Son" é um documentário que tenta explicar o que aconteceu usando fragmentos, pensamentos e ideias deixadas por Cobain em sua vida. Eu gostei do formato desse filme porque ele é bem mais poético do que se iria explorar depois em outros documentários sobre a vida e morte do líder do Nirvana. Tudo é levado quase como se fosse um poema de tragédia e morte. Juridicamente o filme enfrentou problemas principalmente pela disputa de direitos autorais envolvendo a viúva de Cobain (a maluca da Courtney Love) e os demais membros da banda. Ignore isso e aproveite os méritos cinematográficos que são muitos. Vale realmente a pena conhecer.
Kurt Cobain: About a Son (Estados Unidos, 2006) Direção: AJ Schnack / Roteiro: AJ Schnack / Elenco: Kurt Cobain, Michael Azerrad, Courtney Love / Sinopse: Através de fragmentos e lembranças, o filme tenta contar a história do músico norte-americano Kurt Cobain e as razões que o levaram a se suicidar em abril de 1994.
Pablo Aluísio.
sábado, 1 de janeiro de 2022
Ghostbusters: Mais Além
Nessa altura é de se perguntar se a franquia "Os Caça-Fantasmas" ainda tem salvação. Os dois primeiros filmes originais lançados nos anos 80 fizeram sucesso (o segundo bem menos do que o primeiro). Décadas se passaram e lançaram um novo filme, com elenco principal exclusivamente feminino. Não deu muito certo. Agora tentam revitalizar a franquia com um novo filme que faz uma ponte direta com os filmes originais. O maior problema foi superar o fato de que um dos atores principais morreu. Harold Ramis faleceu em 2014. Bom, se o ator morreu, seu personagem também estaria morto na história do filme. E por essa e outras razões que não consigo gostar de continuações tão tardias. Já faz tempo demais. Só os que assistiram aos primeiros filmes vão entender todas as referências. O público jovem atual é outro, completamente diferente.
Na história temos dois adolescentes. São netos do personagem de Ramis. Eles voltam para a velha fazenda isolada e empoeirada onde ele morreu anos atrás. O lugar guarda muitas das coisas que pertenceram aos "Caça-Fantasmas" como as roupas, as armas e a velha ambulância que eles transformaram no carro da trupe. E claro, velhos fantasmas também estão voltando. O filme é interessante até certo momento. Na parte final apela demais para a nostalgia. Praticamente refilmam o final do primeiro filme. Os atores originais retornam para uma participação final. Não escreveram bons diálogos para eles. Nem a cena do pós-crédito com Bill Murray e Sigourney Weaver tem muita graça. Lançado em novembro o filme não se tornou um sucesso. É o que eu afirmei antes. Continuações tardias demais não costumam dar muito certo, nem do ponto de vista comercial e muito menos do artístico. Só sobra uma certa nostalgia melancólica do passado.
Ghostbusters: Mais Além (Ghostbusters: Afterlife, Estados Unidos, 2021) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Jason Reitman, Dan Aykroyd / Elenco: Carrie Coon, Mckenna Grace, Paul Rudd, Finn Wolfhard, Bill Murray, Dan Aykroyd, Ernie Hudson, Sigourney Weaver / Sinopse: Décadas após os acontecimentos do primeiro filme os netos adolescentes do caça-fantasmas Egon descobrem as antigas coisas do grupo numa velha casa de fazenda onde vão morar. E na região parece haver uma iminente manifestação sobrenatural prestes a eclodir.
Pablo Aluísio.
Na história temos dois adolescentes. São netos do personagem de Ramis. Eles voltam para a velha fazenda isolada e empoeirada onde ele morreu anos atrás. O lugar guarda muitas das coisas que pertenceram aos "Caça-Fantasmas" como as roupas, as armas e a velha ambulância que eles transformaram no carro da trupe. E claro, velhos fantasmas também estão voltando. O filme é interessante até certo momento. Na parte final apela demais para a nostalgia. Praticamente refilmam o final do primeiro filme. Os atores originais retornam para uma participação final. Não escreveram bons diálogos para eles. Nem a cena do pós-crédito com Bill Murray e Sigourney Weaver tem muita graça. Lançado em novembro o filme não se tornou um sucesso. É o que eu afirmei antes. Continuações tardias demais não costumam dar muito certo, nem do ponto de vista comercial e muito menos do artístico. Só sobra uma certa nostalgia melancólica do passado.
Ghostbusters: Mais Além (Ghostbusters: Afterlife, Estados Unidos, 2021) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Jason Reitman, Dan Aykroyd / Elenco: Carrie Coon, Mckenna Grace, Paul Rudd, Finn Wolfhard, Bill Murray, Dan Aykroyd, Ernie Hudson, Sigourney Weaver / Sinopse: Décadas após os acontecimentos do primeiro filme os netos adolescentes do caça-fantasmas Egon descobrem as antigas coisas do grupo numa velha casa de fazenda onde vão morar. E na região parece haver uma iminente manifestação sobrenatural prestes a eclodir.
Pablo Aluísio.
Copperman
Bom filme italiano. O protagonista é claramente uma pessoa que está inserida no espectro do Autismo. Quando o filme começa ele é apenas um garotinho que mora com a mãe solteira. Onde estaria seu pai? Sua mãe inventa uma história dizendo que ele é um super-herói que luta para salvar o mundo. Claro, tudo mentira, mas o menino que cresceu ao lado de uma pilha de gibis acredita mesmo nas histórias inventadas pela mãe. O tempo passa e ele se torna adulto, mas com a mesma mentalidade de uma criança. Decide que vai virar um herói do mundo real. Com a ajuda de um velho homem que trabalha com cobre e constrói para ele uma espécie de armadura, o pobre rapaz sai pelas ruas escuras em busca de criminosos. Ele passa a se auto intitular Copperman (algo como "Homem de Cobre") e logo percebe que as coisas não seriam tão simples como ele pensava.
Como o cinema italiano é muito bom nesse tipo de roteiro, também foi inserido ali um pequeno romance - só que diferente, uma vez que o Homem de Cobre é um autista e para ele se relacionar com mulheres é algo bem mais complicado. Achei o roteiro muito bem escrito, ora explorando aspectos de um drama, ora usando algumas situações que ficariam até bem legais em um filme verdadeiro de super-herói. No fundo é um belo retrato de um autista que procura seu lugar no mundo, com muita fantasia em sua mente, mesmo que sua vida real seja farta em dramas e momentos de pura tristeza.
Copperman - Um Herói Especial (Copperman, Itália, 2020) Direção: Eros Puglielli / Roteiro: Mauro Graiani, Riccardo Irrera / Elenco: Luca Argentero, Antonia Truppo, Galatea Ranzi / Sinopse: O filme "Copperman - Um Herói Especial" conta a história de um homem autista que pensa ser um super-herói enquanto sonha em se casar com uma velha amiga de sua infância.
Pablo Aluísio.
Como o cinema italiano é muito bom nesse tipo de roteiro, também foi inserido ali um pequeno romance - só que diferente, uma vez que o Homem de Cobre é um autista e para ele se relacionar com mulheres é algo bem mais complicado. Achei o roteiro muito bem escrito, ora explorando aspectos de um drama, ora usando algumas situações que ficariam até bem legais em um filme verdadeiro de super-herói. No fundo é um belo retrato de um autista que procura seu lugar no mundo, com muita fantasia em sua mente, mesmo que sua vida real seja farta em dramas e momentos de pura tristeza.
Copperman - Um Herói Especial (Copperman, Itália, 2020) Direção: Eros Puglielli / Roteiro: Mauro Graiani, Riccardo Irrera / Elenco: Luca Argentero, Antonia Truppo, Galatea Ranzi / Sinopse: O filme "Copperman - Um Herói Especial" conta a história de um homem autista que pensa ser um super-herói enquanto sonha em se casar com uma velha amiga de sua infância.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
Marilyn Monroe - Adorável Pecadora
Esse foi o penúltimo filme de Marilyn Monroe. O estúdio Fox queria realizar mais um grande musical, só que numa levada mais moderna, deixando de lado as plumas e paetês dos antigos filmes de Marilyn nesse gênero. Era para ser algo mais moderno, mais de acordo com a época. Para tanto a Fox não mediu esforços e nem dinheiro. Contratou o diretor George Cukor para a direção e importou o galã francês Yves Montand para ser o par romântico de Marilyn. Como coadjuvante o sempre bom e correto Tony Randall também foi escalado.
Tudo estava bem organizado e pronto para se tornar um novo clássico do cinema, só que Marilyn não estava bem. Por essa época ela havia perdido o controle sobre as pílulas que tomava. Se antes isso já lhe causava problemas no set de filmagens, agora a situação piorou. Marilyn não conseguia chegar na hora certa para filmar suas cenas e esquecia completamente seus diálogos. Era uma bomba relógio. Logo pela manhã, para se levantar, ela tomava uma grande taça de champanhe que misturava com remédios. Uma péssima combinação.
A vida pessoal da atriz também vinha mal. Seu casamento com Arthur Miller estava por um fio. Ela havia se cansado dele, de sua personalidade tímida e introvertida, além do estado de submissão que havia entrado em seu relacionamento. Segundo pessoas próximas Arthur Miller havia se transformado em um carregador de malas de Marilyn. Cansada dele ela decidiu ter outros casos amorosos, o traindo de forma ostensiva e pública. O próprio Yves Montand se tornou um de seus amantes. Ele também era casado, mas para Marilyn isso tinha pouca importância. Ela queria ainda se provar como mulher, de que podia ter o homem que quisesse como bem entendesse.
No meio de tantos problemas o filme não ficou bom. Os atrasos e os problemas de produção se refletiram na tela. Marilyn estava fora de forma o que levou o diretor a optar que ela usasse um figurino que escondesse suas gordurinhas a mais. Longos casacos de lã na cor escura foram usados. Tudo para esconder o fato de que também ela estivesse grávida durante as filmagens. Seria mais uma gravidez mal sucedida da atriz? Até hoje os biógrafos discutem isso, já que Marilyn deixou tudo escondido, longe da imprensa. De qualquer forma Adorável Pecadora segue importante por afinal trazer Marilyn Monroe em um dos seus últimos papéis no cinema. Como puro musical porém deixa inegavelmente a desejar.
Pablo Aluísio.
Tudo estava bem organizado e pronto para se tornar um novo clássico do cinema, só que Marilyn não estava bem. Por essa época ela havia perdido o controle sobre as pílulas que tomava. Se antes isso já lhe causava problemas no set de filmagens, agora a situação piorou. Marilyn não conseguia chegar na hora certa para filmar suas cenas e esquecia completamente seus diálogos. Era uma bomba relógio. Logo pela manhã, para se levantar, ela tomava uma grande taça de champanhe que misturava com remédios. Uma péssima combinação.
A vida pessoal da atriz também vinha mal. Seu casamento com Arthur Miller estava por um fio. Ela havia se cansado dele, de sua personalidade tímida e introvertida, além do estado de submissão que havia entrado em seu relacionamento. Segundo pessoas próximas Arthur Miller havia se transformado em um carregador de malas de Marilyn. Cansada dele ela decidiu ter outros casos amorosos, o traindo de forma ostensiva e pública. O próprio Yves Montand se tornou um de seus amantes. Ele também era casado, mas para Marilyn isso tinha pouca importância. Ela queria ainda se provar como mulher, de que podia ter o homem que quisesse como bem entendesse.
No meio de tantos problemas o filme não ficou bom. Os atrasos e os problemas de produção se refletiram na tela. Marilyn estava fora de forma o que levou o diretor a optar que ela usasse um figurino que escondesse suas gordurinhas a mais. Longos casacos de lã na cor escura foram usados. Tudo para esconder o fato de que também ela estivesse grávida durante as filmagens. Seria mais uma gravidez mal sucedida da atriz? Até hoje os biógrafos discutem isso, já que Marilyn deixou tudo escondido, longe da imprensa. De qualquer forma Adorável Pecadora segue importante por afinal trazer Marilyn Monroe em um dos seus últimos papéis no cinema. Como puro musical porém deixa inegavelmente a desejar.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2021
Marlon Brando - Sayonara
O filme "Sayonara" de 1957 foi um daqueles momentos diferenciados na filmografia de Marlon Brando. Ele interpretava um militar americano que era enviado até o Japão e se apaixonava por uma garota japonesa. O cenário era o pós Segunda Guerra Mundial quando o Japão tentava se reconstruir de um conflito devastador. Os americanos, inimigos até pouco tempo atrás, estavam ali para ajudar nessa reconstrução. Havia um código de ética rígido entre os militares, trazendo entre outras regras, a proibição de envolvimento amoroso entre os americanos e os nativos da ilha. Claro que algo assim iria trazer alguns problemas.
Em uma trama essencialmente romântica, sem a presença de grandes cenas dramáticas, Brando apenas passeou pelo filme. Aliás o termo "passeio" é bem conveniente, afinal o ator aceitou participar do filme justamente pelo fato de poder conhecer o Japão, lugar que lhe atraía, principalmente pelo fator cultural. Brando tinha verdadeira paixão pelo modo de vida e a cultura dos povos orientais.
Assim essa oportunidade de viajar de graça (recebendo um belo cachê, aliás) para ir ao Japão o atraiu imediatamente. Ele definitivamente não iria deixar algo assim passar em branco. O filme em si acabou sendo apenas uma desculpa para viajar até lá, no distante pais do sol nascente. O ator também percebeu que o diretor Joshua Logan passava por uma depressão, o que de certa forma o fez dirigir suas próprias cenas. Brando criou uma certa compaixão pelo que o cineasta vinha passando e decidiu que não iria incomodá-lo com pequenas coisas.
Embora seja um bom filme, "Sayonara" passa bem longe de seus melhores momentos no cinema. Brando estava jovial, com ótima aparência física, mas não parecia muito interessado em atuar bem. Além disso o roteiro não lhe exigia muita coisa. Unindo o útil ao agradável, Brando gastou seu tempo nas ilhas japonesas fazendo basicamente turismo, visitando diversas cidades. Além disso acabou tendo inúmeros namoricos com as belas japonesas que participaram do filme. Também acabou dando algumas entrevistas, fazendo contato com a cultura nipônica que ele tanto admirava. Anos depois diria que havia se tornado ator pelos ótimos salários e pelas oportunidades de conhecer o mundo. Não deixava de ter razão.
Pablo Aluísio.
Em uma trama essencialmente romântica, sem a presença de grandes cenas dramáticas, Brando apenas passeou pelo filme. Aliás o termo "passeio" é bem conveniente, afinal o ator aceitou participar do filme justamente pelo fato de poder conhecer o Japão, lugar que lhe atraía, principalmente pelo fator cultural. Brando tinha verdadeira paixão pelo modo de vida e a cultura dos povos orientais.
Assim essa oportunidade de viajar de graça (recebendo um belo cachê, aliás) para ir ao Japão o atraiu imediatamente. Ele definitivamente não iria deixar algo assim passar em branco. O filme em si acabou sendo apenas uma desculpa para viajar até lá, no distante pais do sol nascente. O ator também percebeu que o diretor Joshua Logan passava por uma depressão, o que de certa forma o fez dirigir suas próprias cenas. Brando criou uma certa compaixão pelo que o cineasta vinha passando e decidiu que não iria incomodá-lo com pequenas coisas.
Embora seja um bom filme, "Sayonara" passa bem longe de seus melhores momentos no cinema. Brando estava jovial, com ótima aparência física, mas não parecia muito interessado em atuar bem. Além disso o roteiro não lhe exigia muita coisa. Unindo o útil ao agradável, Brando gastou seu tempo nas ilhas japonesas fazendo basicamente turismo, visitando diversas cidades. Além disso acabou tendo inúmeros namoricos com as belas japonesas que participaram do filme. Também acabou dando algumas entrevistas, fazendo contato com a cultura nipônica que ele tanto admirava. Anos depois diria que havia se tornado ator pelos ótimos salários e pelas oportunidades de conhecer o mundo. Não deixava de ter razão.
Pablo Aluísio.
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