quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Infinito

Em um futuro próximo surge uma nova espécie de seres humanos que possuem a capacidade de se lembrar de vidas passadas. Um grupo deles, conhecido como "Os Crentes" querem usar esse poder para o bem da humanidade. Outro, chamado de "Os Niilistas", desejam destruir tudo, pois acreditam que a humanidade é um projeto que deu errado, que deve ser erradicada da face da Terra. Do choque desses dois grupos surge uma guerra entre eles, cujo maior prêmio é tomar posse de um artefato mecânico capaz de destruir todas as formas de vida do Planeta. Evan McCauley (Mark Wahlberg) não sabe, mas ele está bem no meio desse conflito, por ser a reencarnação de um importante líder dos Crentes.

Eu sinceramente já estou perdendo as esperanças de assistir a um bom filme de ação e ficção produzido em 2021. A falta de criatividade dos roteiristas é desanimadora. Todos os filmes parecem seguir a mesma fórmula batida e cansativa, com dois grupos rivais brigando para tomar posse de um objeto (um totem) que vai salvar a humanidade. E nessa fórmula tem sempre uma grande perseguição com carros velozes e cenas impossíveis. Nesse filme aqui o personagem de Mark Wahlberg pula de motocicleta em cima da asa de um grande avião cargueiro, em pleno voo. Ele não cai, como era de se esperar, ficando na fuselagem. E nada acontece com ele. Foi impossível não lembrar daqueles pobres afegãos que tentaram fugir de seu país subindo no teto de um avião, tentando ficar vivos. Claro, morreram todos. No filme, tudo de boa. Esse tipo de coisa realmente estraga qualquer pretensão de um filme como esse ser levado à sério. Em suma, mais do mesmo.

Infinito (Infinite, Estados Unidos, 2021) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Ian Shorr, Todd Stein / Elenco: Mark Wahlberg, Chiwetel Ejiofor, Sophie Cookson, Dylan O'Brien / Sinopse: Dois grupos de seres humanos especiais, que lembram de suas vidas passadas, lutam entre si na busca de um artefato mecânico, em forma de ovo da Páscoa, que pode significar o fim da humanidade.

Pablo Aluísio.

A Janela Secreta

Mort Rainey (Johnny Depp) é um escritor. Ele decide se isolar em uma casa no meio do nada para escrever seu novo livro. Um lugar bonito, com uma vista para o lago. E as coisas começam muito bem. Ele imediatamente começa as escrever as primeiras páginas para sua nova história. Para ele os livros são janelas que são abertas para um outro universo, um outro mundo proveniente de sua própria imaginação. Porém dessa vez ele parece ter aberto uma janela que deveria ficar fechada. Um estranho homem, de chapéu e roupas antigas, bate na sua porta e depois disso nada será como antes. Seria uma pessoa real ou fruto de sua imaginação? O que é pensamento e o que seria realidade?

Esse suspense até que foi bem elogiado pela crítica em seu ano de lançamento. Choveram textos positivos sobre o filme, o que me fez ir até mesmo ao cinema para conferir. Talvez por ter ficado com expectativas altas demais o filme me decepcionou. Filmes de suspense precisam seguir certas regras não escritas para darem certo. Uma delas é desenvolver melhor os acontecimentos. No caso desse filme temos situações que soam previsíveis demais. Além disso o fato do filme se passar no mundo presente o faz perder um pouco de clima. Talvez se fosse um filme passado na década de 1940, por exemplo, sua história soaria muito mais crível.

A Janela Secreta (Secret Window, Estados Unidos, 2004) Direção: David Koepp / Roteiro: David Koepp, baseado no livro "Four Past Midnight: Secret Window, Secret Garden" de Stephen King / Elenco: Johnny Depp, Maria Bello, John Turturro / Sinopse: Jovem escritor, isolado em uma casa de campo, onde pretende escrever seu novo livro, passa a ser atormentado por uma estranha figura que parece ter saído até mesmo de seus próprios escritos. Filme indicado no Fangoria Chainsaw Awards na categoria de melhor ator (Johnny Depp).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Caminhos da Memória

O filme se passa em um futuro distópico. O mundo está arruinado. Cidades da costa, como Miami e New Orleans, estão alagadas. Os ricos se mudam para regiões secas, os pobres vivem em condições precárias. Nick Bannister (Hugh Jackman) tem uma pequena empresa, quase falida, onde vende pacotes de nostalgia para as pessoas relembrarem os melhores momentos de suas vidas. Usando de uma tralha tecnológica ele consegue revitalizar essas lembranças do passado. Sua vida muda porém quando entra na sua pequena companhia uma cantora de restaurantes e clubes noturnos. Mae (Rebecca Ferguson) é bela, sensual e cheia de mistérios e como não poderia deixar de ser, Nick fica completamente apaixonado por ela. Mais do que isso, desenvolve uma obsessão em sua mente.

Esse filme chegou nos cinemas americanos há poucos dias. A premissa é boa, tem potencial, mas... achei o roteiro mal estruturado. A impressão que tive foi que o filme foi produzido com maior duração e provavelmente foi cortado para ser mais comercial. O resultado disso? As sequências soam truncadas como se tivessem sido mal editadas. Outro erro que pude perceber foi que muito provavelmente foi adicionada uma longa série de falas em off por parte do personagem de Hugh Jackman. Velho instrumento de narração cinematográfica, provavelmente foi colocado no filme para melhorar a compreensão de seu enredo. No geral achei o filme com essas e outras falhas, o que prejudicou mesmo no corte final. Não chega a ser ruim, mas também passa longe de ser excelente. Poderia ser bem melhor.

Caminhos da Memória (Reminiscence, Estados Unidos, 2021) Direção: Lisa Joy / Roteiro: Lisa Joy / Elenco: Hugh Jackman, Rebecca Ferguson, Thandiwe Newton, Cliff Curtis / Sinopse: Em um futuro sombrio, onde a humanidade tenta sobreviver ao avanço do mar nas principais cidades costeiras, um homem se apaixona por uma misteriosa mulher. E ela não é exatamente quem ele pensa ser.

Pablo Aluísio.

E Estrelando Pancho Villa

Esse é um telefilme que até tem seus bons momentos, alguns bem bolados e divertidos, mas que de modo geral é bem esquecível. Qual é o enredo, a história contada? O revolucionário mexicano Pancho Villa (Antonio Banderas) precisa de recursos, fundos para financiar sua revolução popular. Além disso se mostra revoltado pela forma como a imprensa dos Estados Unidos o retrata, como um louco, um cão raivoso. Villa quer se visto como um grande homem, um herói do povo, um mito na história do seu pais. Os americanos porém só conseguem enxergar um mentiroso populista, um mercenário e um ignorante violento.

Para mudar sua imagem perante o povo norte-americano Pancho decide enviar emissários para Hollywood. Ele quer que produtores de cinema venham filmar seu progresso, sua vida, sua visão de mundo e, é claro, suas batalhas reais. O produtor D.W. Griffith (Colm Feore) se interessa pelo convite de Pancho e envia o diretor Frank Thayer (Eion Bailey) com uma equipe de filmagem para desenvolver um documentário sobre tudo o que está acontecendo no México. E os problemas só estão começando. Historicamente até interessante, esse filme não é lá grande coisa. Esse é o meu veredito final.

E Estrelando Pancho Villa (And Starring Pancho Villa as Himself, Estados Unidos, 2003) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Larry Gelbart / Elenco: Antonio Banderas, Eion Bailey, Alan Arkin / Sinopse: O revolucionário Pancho Villa decide convidar Hollywood para filmar sua vida e sua luta revolucionária contra o governo de seu país. E isso dá origem a um choque de cultura entre ele e os americanos que chegam para esse projeto no mínimo curioso.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Tenha Fé

Título no Brasil: Tenha Fé
Título Original: Keeping the Faith
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Edward Norton
Roteiro: Stuart Blumberg
Elenco: Ben Stiller, Edward Norton, Jenna Elfman, Eli Wallach, Anne Bancroft, Milos Forman

Sinopse:
Dois amigos, o padre Brian Finn (Ben Stiller) e o rabino Jake Schram (Ben Stiller), foram apaixonados na juventude pela mesma garota, a doce e gentil Anna Riley (Jenna Elfman). A escolha por uma vida religiosa porém mudaram seus planos e cada um seguiu em frente na vida, até o dia em que reencontram Anna e todos os velhos fantasmas do passado voltam para atormentá-los. Filme premiado no Tokyo International Film Festival.

Comentários:
Esse filme foi o único a ser dirigido pelo ator Edward Norton. Um dos mais talentosos atores de sua geração, ele aqui quis fazer uma pequena e singela homenagem para sua mãe que havia falecido. Ela era católica. Norton então quis contar a história de dois homens religiosos, um padre e um rabino, que apesar das diferenças teológicas entre suas doutrinas, conseguiam continuar a ser grandes amigos. Uma boa lição de tolerância religiosa. O filme em si é muito bom, nada excessivamente bobinho ou chato, como poderia parecer. Nem mesmo a presença de Ben Stiller, que considero ser um dos comediantes mais chatos do cinema americano, consegue estragar o resultado final. Um aspecto interessante é que ele aqui deixou suas caretas e maneirismos insuportáveis de lado para tentar acompanhar o alto nível do trabalho de atuação de Edward Norton, que diga-se de passagem nunca brincou em serviço. Acabou sobrevivendo, uma vez que se não chegou aos pés de Norton, pelo menos não passou vergonha como nos outros filmes que fez. Outro ponto positivo a se destacar vem do elenco de apoio, todo formado por veteranos importantes da história do cinema americano como Eli Wallach (em um de seus últimos trabalhos), Anne Bancroft (sempre marcante em todos os filmes que apareceu) e Milos Forman (grande diretor, aqui dando uma palhinha como ator). Então é isso, vale muito conhecer esse "Tenha Fé". Não deixe passar em branco.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de agosto de 2021

Reds

Ontem revi o filme "Reds". É interessante que cada vez que se vê um filme novamente se muda a percepção sobre ele. Da outra vez que escrevi sobre "Reds" eu chamei mais a atenção para o lado político do filme. Afinal a história de um jornalista americano que vai até a Rússia para viver in loco as mudanças na sociedade durante a revolução russa realmente é um dos pontos fortes de seu roteiro. Entretanto dessa vez prestei mais atenção na personagem da esposa do jornalista John Reed (Warren Beatty), a também escritora Louise Bryant (Diane Keaton). Alguém tem dúvida que ela realmente amava muito esse homem? Que mulher teria coragem de viajar sozinha para a Rússia, em plena era do terror pós revolucionário, para tentar encontrar seu amado que havia desaparecido naquelas longas planícies? Em termos puramente emocionais poucas vezes o cinema mostrou uma mulher tão apaixonada e obstinada como essa. É um amor épico, sem dúvida.

E ainda dentro da perspectiva desse relacionamento outra coisa me chamou a atenção. O casal era comunista, socialista, progressista, se você preferir essa última palavra. Eles gostavam de ser ver como pessoas modernas em um relacionamento aberto. Ele poderia ter suas amantes, ela poderia ter seus momentos com outros homens quando bem entendesse. Porém essa convicção social mal chegou na página 2 como vemos no filme. Em pouco tempo de casados eles já brigavam pelas traições cometidas, em uma postura que ficaria bem adequada em um casal burguês, mas não em socialistas como eles. Enfim, revi o filme com novos olhos, novos ângulos. E sai plenamente satisfeito, o que mostra que sem dúvida, "Reds" é um grande filme sobre um grande amor que por acaso se passou durante a revolução russa.

Reds (Reds, Estados Unidos, 1981) Direção: Warren Beatty / Roteiro: Warren Beatty, Trevor Griffiths / Elenco: Warren Beatty, Diane Keaton, Jack Nicholson, Maureen Stapleton, Jerzy Kosinski / Sinopse: Casal americano de jornalistas decide viajar até a Rússia no exato momento em que está eclodindo uma revolução comunista no país. Socialistas por convicção, eles acabam entrando no olho do furacão que atinge aquela grande nação. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor direção (Warren Beatty), melhor atriz coadjuvante (Maureen Stapleton) e melhor direção de fotografia (Vittorio Storaro).

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de agosto de 2021

Os Amores de Moll Flanders

Título no Brasil: Os Amores de Moll Flanders
Título Original: Moll Flanders
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Pen Densham
Roteiro: Daniel Defoe, Pen Densham
Elenco: Robin Wright, Morgan Freeman, Stockard Channing, John Lynch, Brenda Fricker, Geraldine James

Sinopse:
Drama de época que mostra a vida de Moll Flanders (Robin Wright), uma jovem que vai do céu ao inferno em sua breve vida. Criada em um convento, ela ao atingir a idade adulta, precisa começar a viver sua vida, por conta própria, o que a leva um crescimento como mulher, baseada nas experiências de sua vida.

Comentários:
O romance "Os Amores de Moll Flanders" foi publicado pela primeira vez em 1722 na Inglaterra. O autor Daniel Defoe era um escritor especialista nesse tipo de drama romântico, com muitas reviravoltas e situações limites para suas protagonistas que eram ao mesmo tempo heroínas e admiráveis para as moças da época. Em uma sociedade com castas sociais bem definidas, o escritor gostava de colocar jovens de classes sociais inferiores no meio da aristocracia, quase sempre retratada como imoral e corrupta. A pobre jovem sempre tinha as maiores virtudes. Era uma fórmula velha na literatura, mas que quase sempre dava certo (aliás ainda hoje dá certo, é bom frisar). No elenco temos um plantel muito bom de talentosos atrizes e atores. Robin Wright interpreta a protagonista e realmente dá show. Ela sempre foi muito talentosa. Pena que nunca se tornou uma estrela. De qualquer maneira ao seu lado também brilha o sempre elegante Morgan Freeman. Em finos trajes de um figurino de época ele quase rouba o show de Wright. Só não o faz porque a personagem de Moll Flanders domina mesmo, da primeira à última cena. Se não fosse isso o filme seria de Freeman. Assim deixo a dica desse bom romance cinematográfico. Um retrato de uma época que já não existe mais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

O Corruptor

Embora Hollywood sempre faça bons filmes com artes marcais, lutas orientais, etc, apenas os realizadores de Hong-Kong dominam completamente a arte de fazer filmes assim. Obviamente que parte desse know-how foi importado para a indústria de cinema dos Estados Unidos, afinal os dólares dos produtores dos grandes estúdios americanos sempre falam mais alto. De qualquer maneira temos aqui um remake Made in USA de um filme feito em Hong-Kong. Obviamente as produções feitas na indústria cinematográfica norte-americana são mais bem cuidadas, com melhores cenários, figurinos, roteiros, etc. Entretanto o diretor James Foley tentou pelo menos em parte reproduzir o espírito dos filmes rodados no outro lado do mundo.

O enredo do filme junta dois policiais, um americano e um chinês. Eles estão em busca de membros de uma poderosa quadrilha de traficantes que agindo dentro das fronteiras americanas também tentam corromper autoridades na terra do Tio Sam. Assim os dois tiras precisam lidar não apenas com os criminosos internacionais, mas igualmente com políticos corruptos e asseclas corrompidos. No saldo geral temos um bom filme, movimentado, com edição rápida e boas cenas de ação. Até mesmo o ator Mark Wahlberg consegue escapar, com suas imitações de golpes de Kung-Fu. Ficou bem feita a coreografia. Quem diria, logo ele...

O Corruptor (The Corruptor, Estados Unidos, China, 1999) Direção: James Foley / Roteiro: Robert Pucci / Elenco: Mark Wahlberg, Chow Yun-Fat, Ric Young / Sinopse: Com a ajuda de um policial da cidade de Nova York, um importante policial chinês tenta desbaratar uma quadrilha chinesa de tráfico de drogas e corrupção que passa a agir dentro dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O Enviado

Vou ser sincero aqui. Apesar de ser um dos grandes atores da história do cinema americano, Robert De Niro só fez um grande filme nesse gênero de suspense e (quase) terror. Estou me referindo ao ótimo "Coração Satânico" de 1987 onde ele contracenou com Mickey Rourke e foi dirigido pelo genial Alan Parker. Depois disso, pelo menos nesse gênero específico, o "Bob Milk" (seu apelido de infância e adolescência em Nova Iorque) nunca mais acertou! Nem com um grande bastão de beisebol em mãos... todos os seus demais filmes nesse nicho foram bolas foras!

Esse "O Enviado" não fugiu disso. É um filme fraco que pegou carona com aquela coisa toda de clones que foi muito falado na época de lançamento do filme. Pois é, os clones estavam na moda, com as pessoas discutindo se era ou não ético clonar seres humanos... E se fossem clonados o que iria acontecer? Os clones teriam as mesmas características e personalidades dos clonados? E se pessoas falecidas fossem clonadas, o que iria acontecer? Claro que o roteiro do filme não ousa (e nem quer) discutir esses temas seriamente. Só quer, no final das contas, dar uns sustinhos nos espectadores. Nesse ponto, temos que falar a verdade, a coisa não saiu tão bem. Em termos de terror e suspense esse filme deixa bastante a desejar. Melhor rever "Angel Heart" mesmo. Fica a dica.

O Enviado (Godsend, Estados Unidos, 2004) Direção: Nick Hamm / Roteiro: Mark Bomback / Elenco: Robert De Niro, Greg Kinnear, Rebecca Romijn, Cameron Bright / Sinopse: Um casal concorda em clonar seu filho falecido, sob a supervisão de um médico enigmático, mas coisas bizarras começam a acontecer vários anos após seu renascimento.

Pablo Aluísio.

De Volta à Itália

Liam Neeson interpreta um pintor de quadros que mora em Londres. Após anos, ele é finalmente procurado por seu filho. O rapaz quer que uma velha casa que seu pai possui na Toscana seja vendida. Ele quer comprar a galeria de arte de sua esposa, agora que o casamento está afundando. Precisa de dinheiro urgentemente. Inicialmente o pai concorda com o pedido do filho, afinal a casa é dele e está abandonada. Assim ambos viajam até a Itália. Encontram a velha casa caindo aos pedaços, precisando de reformas. Do jeito que se encontra, não há como vender. Então eles começam a reformar o lugar. E nesse processo velhas lembranças vão surgindo. O personagem interpretado por Neeson é viúvo, sua esposa morreu em um acidente de carro anos atrás e ali naquela casa ele teve momentos felizes ao seu lado. Conforme vão pintando e arrumando a casa, ela recomeça a brilhar e dúvidas surgem se vale mesmo a pena vender aquela parte de seu próprio passado.

Filme bom. O Liam Neeson deu um tempo em seus filmes de ação para protagonizar esse drama. Não é complicado de entender. Assim como seu personagem no filme ele também perdeu sua esposa. E em sua vida real também procurou se curar pintando, naquela chamada terapia da pintura. Assim a identificação foi completa. O filme, apesar do tema recorrente sobre perdas e mortes, até que surge bem leve na tela. A natureza da Toscana nunca decepciona, sempre valorizando a fotografia de qualquer filme que é rodado por lá. No mais o ator está muito bem em cena, inclusive nas cenas mais dramáticas. Gostei bastante de seu desempenho emocional e contido nas doses certas.

De Volta à Itália (Made in Italy, Inglaterra, Itália, 2020) Direção: James D'Arcy / Roteiro: James D'Arcy / Elenco: Liam Neeson, Gian Marco Tavani, Yolanda Kettle, Valeria Bilello / Sinopse: Filho pede ao seu pai que venda uma velha casa na Toscana, na Itália, que está há anos abandonada. Ao viajarem para lá reencontra a antiga casa do passado e suas memórias envolvendo a esposa que faleceu de um acidente de carro. Os anos felizes do passado ressurgem em sua mente e em seu coração.

Pablo Aluísio.