quinta-feira, 2 de julho de 2020

Busca Sangrenta

Título no Brasil: Busca Sangrenta
Título Original: Red Hill
Ano de Produção: 2010
País: Austrália
Estúdio: Wolf Creek Pictures
Direção: Patrick Hughes
Roteiro: Patrick Hughes
Elenco: Ryan Kwanten, Steve Bisley, Tommy Lewis, Christopher Davis, Richard Sutherland, John Brumpton

Sinopse:
Um jovem auziliar de xerife é transferido para uma delegacia no interior do Austrália. Um lugar bem pacato e tranquilo. Só que a paz logo chega ao final quando um foragido da prisão decide se vingar do xerife que o prendeu anos atrás. Ele não vai parar, até matar todos os homens da lei da cidade.

Comentários:
Uma espécie de western australiano moderno. Assim podemos definir esse filme. Aliás a Austrália, com seu interior deserto e inóspito, tem mesmo o cenário natural para esse tipo de produção. O roteiro procura seguir bem de perto o estilo dos filmes antigos americanos, embora todo o enredo se passe nos dias atuais. A estrutura é bem de acordo com os filmes de faroeste mais tradicionais, copiando inclusive certos clichês que hoje em dia soam bem batidos, como o tema da vingança, a figura do xerife corrupto, o bandido que na verdade foi injustiçado no passado e por aí vai. Essa companhia cinematográfica inclusive é mais conhecida pelos filmes de terror austraiianos, que são bem conceituados entre os fãs desse gênero. Agora eles apostam um pouco mais em outros estilos. Para finalizar vale a pena destacar a figura do vilão. Com o rosto deformado, ele não deixa barato quando retorna para a vingança contra os policiais. Tal como se fosse um Rambo australiano, ele sai colecionando corpos por onde passa. Essa saga de sangue e morte é a melhor coisa desse filme.

Pablo Aluísio.

Coração Selvagem

Título no Brasil: Coração Selvagem
Título Original: Wild at Heart
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: PolyGram Filmed Entertainment
Direção: David Lynch
Roteiro: David Lynch
Elenco: Nicolas Cage, Laura Dern, Willem Dafoe, Diane Ladd, Isabella Rossellini, Harry Dean Stanton

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Barry Gifford, o filme "Coração Selvagem" conta a história do casal formado por Sailor Ripley (Nicolas Cage) e Lula (Laura Dern). A mãe odeia o namorado da filha Lula e contrata os tipos mais bizarros para matar Sailor. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz coadjuvante (Diane Ladd). Também indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (Willem Dafoe), melhores efeitos sonoros e melhor trilha sonora incidental (Angelo Badalamenti). Filme premiado no Cannes Film Festival.

Comentários:
Como diria um amigo, esse é do tempo em que os filmes de Nicolas Cage eram bons. Imagine nos dias de hoje um filme estrelado pelo Cage sendo premiado em Cannes! Não tem a menor chance disso acontecer. Pois é, nessa criação de David Lynch (ele dirigiu e assinou o roteiro do filme) somos convidados a conhecer o lado mais kitsch e brega de uma América decadente, onde os antigos valores morais já não significavam nada. A bela jovem do passado hoje namora um cara doidão. A mãe contrata assassinos profissionais para dar cabo do tal sujeito e a moralidade e a suposa ética do povo americano desce pelo ralo. O curioso é que David Lynch sempre quis mostrar com esse filme o lado mais brega dos Estados Unidos, inclusive no que se tratava de figurinos, maquiagens, etc. Tanto que ele pegou atrizes que eram símbolos sexuais na época, como Isabella Rossellini, e as enfeiou com tintas baratas de cabelos loiros, etc. Claro que tudo isso resultou em um desfile de breguice, o que deu um charme a mais ao filme. Por fim cabe elogiar ainda a trilha sonora incidental composta por Angelo Badalamenti. Os temas se tornaram até mesmo sucessos nas rádios da época. Basta ouvir que você reconhecerá as músicas imediatamente.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Superman - Entre a Foice e o Martelo

Título no Brasil: Superman - Entre a Foice e o Martelo
Título Original: Superman - Red Son
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Sam Liu
Roteiro: J.M. DeMatteis, Mark Millar
Elenco: Jason Isaacs, Amy Acker, Diedrich Bader, Vanessa Marshall, Phil Morris, Paul Williams

Sinopse:
Nesse universo paralelo o Superman é criado dentro da União Soviética, com os valores e princípios do comunismo. Quando cresce e se torna um super-herói, precisa enfrentar a ideologia capitalista. E a situação fica ainda pior quando Lex Luthor se torna presidente dos Estados Unidos.

Comentários:
Eu não conhecia o material original. No Brasil essa história em quadrinhos foi lançada numa edição encadernada, de luxo. E devo dizer que o arco narrativo é muito bem bolado. Tudo parte de uma premissa bem interessante. O que teria acontecido se o Superman fosse criado dentro da sociedade soviética? Quais seriam seus ideais? Ele seria um seguidor das ideias de Karl Marx? Claro, lidar com ideologias políticas sempre é algo complicado. Porém esse Superman vermelho, comunista, forjado na foice e martelo da bandeira soviética, me pareceu mais do que curioso. Ele luta praticamente pelos mesmos ideais do Superman tradicional, por mais estranho que isso possa parecer. E quando descobre as atrocidades do camarada Stálin fica totalmente decepcionado com tudo. A cena dele dando fim ao infame ditador é algo para entrar na história dos super-heróis da DC. Outro aspecto que vai dar um nó na cabeça dos fãs do herói é o romance entre Luthor e Lois Lane. Eles são apaixonados! E o que dizer de um Batman moscovita que age como um terrorista subversivo? Realmente é um universo paralelo dentro da mitologia do Superman. Por fim algo que achei escelente: toda a história se passa nas décadas de 1950 e 1960, assim os roteiristas aproveitam fatos históricos reais para encaixar nesse enredo. A fusão ficção e história acabou gerando uma explosão de imaginação e criatividade. Muito, muito bom. Gostei muito dessa animação que ousou ir além da Superman que todos conhecemos.

Pablo Aluísio.

The Beatles: Eight Days a Week - The Touring Years

"The Beatles: Eight Days a Week - The Touring Years", esse é o nome desse novo documentário sobre os Beatles. É a tal coisa, se você gosta da fase da Beatlemania, não há nada mais recomendado para assistir. Claro que tudo já foi visto e revisto, inclusive em outros documentários, mas aqui pelo menos temos uma edição mais ágil, mais moderna. Nos documentários anteriores (incluindo aí o Anthology) não havia um trabalho de edição tão bem feito como esse. Além disso a direção de Ron Howard é muito boa, colocando e situando o espectador dentro da história do grupo, mostrando as datas em que os discos foram lançados e os shows realizados. Como se trata de um documentário que procura mostrar a vida na estrada dos Beatles, tudo é mais centrado mesmo nos concertos. Por essa razão quando os Beatles lançam o disco Sgt Peppers e param de fazer shows o documentário dá uma pausa enorme na história do grupo, só voltando a focar neles novamente no "concerto" improvisado que eles fizeram no alto do edifício da Apple.

E por falar em Apple, como se trata de um lançamento oficial dessa companhia, que até hoje gerencia os direitos do quarteto, em certos momentos tudo vai parecer um pouco chapa branca demais. As coisas negativas envolvendo os Beatles, as brigas, os processos judiciais, são ignorados. Nem tudo porém é negativo. Esse selo de coisa oficial tem outro ponto bem positivo: o uso sem restrições das músicas dos Beatles, algo que em um documentário sobre o conjunto se torna essencial. Eu me recordo que alguns documentários sobre a banda que foram lançados no Brasil em VHS, ainda nos anos 80, não tinham esse tipo de licença. Assim o espectador tinha que encarar um filme sobre o grupo sem suas músicas. Dureza! Agora não, toda a maravilhosa obra musical deles é fartamente usada para deleite dos fãs da boa música, até porque os Beatles se tornaram eternos por sua música e nada mais.

The Beatles - Eight Days a Week (Eight Days a Week, Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: Ron Howard / Roteiro: Mark Monroe, P.G. Morgan / Estúdio: Apple Corps / Elenco: Paul McCartney, Ringo Starr, John Lennon, George Harrison, George Martin, Larry Kane / Sinopse: Documentário que resgata o auge da Beatlemania, quando John, Paul, George e Ringo, os Beatles, chegaram nos Estados Unidos para suas primeiras turnês internacionais. Fotos, imagens raras e toda a histeria dos fãs para os que curtem o grupo musical de rock mais popular de todos os tempos. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Documentário.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de junho de 2020

Adorável Pecadora

Esse foi o penúltimo filme de Marilyn Monroe. Ela já caminhava para seu trágico fim. Apenas dois anos depois ela seria encontrada morta em sua casa. Também foi um dos mais complicados de se produzir pois Marilyn já demonstrava todos os seus problemas emocionais durante as filmagens. Ela sempre chegava atrasada, faltava dias e dias ao trabalho e quando aparecia não conseguia decorar seu texto. Havia muito abuso no consumo de pílulas e bebidas, o que tornava impossível para ela atuar ou aparecer saudável em cena. Isso obviamente trouxe muita tensão entre ela e os produtores e foi mais um dos inúmeros problemas que foram se acumulando, o que acabaria resultando em sua demissão dos estúdios Fox, que não conseguiam mais lidar com tanto caos em seus filmes. O curioso é que quando o filme finalmente ficou pronto, acabou se revelando um bom entretenimento. No simpático enredo, Marilyn Monroe interpretava Amanda Dell, uma cantora e dançarina que acabava caindo nas graças de um francês extremamente rico, chamado Jean Marck Clement (Yves Montand). Confundido com um aspirante, a ator acabava entrando na peça onde Amanda se apresentava e começava a investir romanticamente na colega, mas sem conseguir muito sucesso. A personagem de Marilyn parecia estar apaixonada mesmo por Tony Danton (Frankie Vaughan), o protagonista da peça. Sem contar a ela que seria um milionário, ele começa então um novo plano para conquistar a linda loira de olhos azuis.

“Adorável Pecadora” é uma comédia romântica que investe bastante nas tomadas musicais e nos relacionamentos divertidos e complicados dos personagens principais. Seu resultado nas bilheterias foi apenas mediano, mas o filme se notabilizou mesmo por causa das deliciosas histórias de bastidores. O casamento entre Marilyn Monroe e Arthur Miller estava em frangalhos e assim que começaram as filmagens Marilyn se apaixonou por Yves Montand. Era uma atração muito previsível. Montand, como todo bom francês, era também um conquistador nato. Para Marilyn ele era antes de tudo um europeu exótico. Como não perdia a chance de ter uma nova aventura sempre que ela surgisse pela frente, nem pensou duas vezes antes de cair nos braços do ator. O problema era que o colega e companheiro de cena também era casado com Simone Signoret, que se considerava amiga de Marilyn, o que acabou resultando em um incômodo e complicado triângulo amoroso tão ou mais problemático do que o próprio roteiro do filme! Marilyn também passava por um momento muito conturbado em sua saúde, com abuso constante de medicamentos e álcool. Ela quase sempre misturava suas pílulas para dormir com champagne francês a qualquer hora do dia ou da noite, uma combinação perigosa e potencialmente fatal que atrapalhava muito também em seu desempenho. No filme ela aparenta estar meio desnorteada, muito pálida e com o semblante perdido. Mesmo assim ainda consegue encantar, inclusive ao cantar muito bem a divertida “My Heart Belongs To Daddy”.

Assistindo a atriz soltando a voz em cena não podemos deixar de elogiar seu estilo sensual e diria até mesmo seu bonito timbre vocal. Ela certamente não era uma cantora profissional, mas sempre se saía muito bem nos números musicais de seus filmes. Isso era resultado e fruto de muitos anos de aulas de canto pagos pelos estúdios Fox. Marilyn também passava dias ouvindo em seu quarto a sua cantora preferida, Ella Fitzgerald. O próprio estilo vocal que desenvolveu inclusive é uma bonita variação dessa fabulosa diva do jazz. Assim “Adorável Pecadora” foi salvo pela bonita voz de Marilyn Monroe, pelos talentosos números musicais e pelas ótimas histórias de alcova de sua produção. Um bom momento na carreira da musa Marilyn Monroe que merece ser redescoberto por fãs e amantes de musicais da década de 1960. Não deixe de conhecer.

Adorável Pecadora (Let´s Make Love, Estados Unidos, 1960) Direção: George Cukor / Roteiro: Norman Krasna, Hal Kanter / Elenco: Marilyn Monroe, Yves Montand, Tony Randall / Sinopse: Bilionário francês (Yves Montand) se apaixona por linda corista (Marilyn Monroe) que não se mostra muito interessada em seus avanços românticos. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música Original. Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Musical ou Comédia.

Pablo Aluísio.  

Cargo

Título no Brasil: Cargo
Título Original: Cargo
Ano de Produção: 2017
País: Austrália
Estúdio: Netflix
Direção: Ben Howling, Yolanda Ramke
Roteiro: Yolanda Ramke
Elenco: Martin Freeman, Simone Landers, Marlee Jane McPherson, Susie Porter, Bruce R. Carter, Kris McQuade

Sinopse:
Um pai, sua esposa e a pequena filha, uma criança de colo, tentam sobreviver no interior da Austrália. Há pouca comida e zumbis por todos os lados. Sair vivo daquela situação aflitiva vai ser o maior desafio já enfrentado por aquela família. Filme premiado no Australian Writers' Guild.

Comentários:
Fui assistir a esse filme sem maiores informações. Estava no catalogo da Netflix. Era um filme australiano. Parecia ser interessante, afinal é sempre bom assistir filmografias de outros países fora do eixo Europa-Estados Unidos. E o filme começa bem, mostrando um casal e sua filhinha (uma bebezinha) navegando por rios do interior da Austrália. Eles estão ficando sem comida. Acabam encontrando um veleiro afundando. Nenhum sinal de sobreviventes. No local encontram comida, mas também algo os ataca e aí... bom, e aí o filme vira uma típica produção de apocalipse zumbi! Não era o que eu estava procurando. Estou cansando desse tipo de filme. Porém como já havia passado quase 30 minutos de filme resolvi seguir em frente. OK, não me aborreceu. Os elementos de filmes de morto-vivo estão presentes. Os seres humanos ainda não contaminados tentam sobreviver, enquanto explodem os miolos dos monstros. De novidade mesmo apenas a presença de aborígenes nativos como coadjuvantes e o próprio cenário natural da Austrália, uma grande ilha no Pacífico Sul, com seu interior todo coberto por desertos. Então é isso. Fica a dica se você estiver em um busca de uma espécie de "Walking Dead" Made in Australia. Caso contrário, não vale tanto a pena assim.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

A Insustentável Leveza do Ser

Título no Brasil: A Insustentável Leveza do Ser
Título Original: The Unbearable Lightness of Being
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: The Saul Zaentz Company
Direção: Philip Kaufman
Roteiro: Jean-Claude Carrière, Philip Kaufman
Elenco: Daniel Day-Lewis, Juliette Binoche, Lena Olin, Derek de Lint, Erland Josephson, Pavel Landovský

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Milan Kundera, o filme "A Insustentável Leveza do Ser" conta uma história que se passa em Praga, durante a década de 1960. O médico Tomas (Daniel Day-Lewis) acaba se relacionando com duas mulheres ao mesmo tempo, em um tempo politicamente conturbado da história de seu pais. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor roteiro adaptado (Philip Kaufman e Jean-Claude Carrière) e melhor direção de fotografia (Sven Nykvist).

Comentários:
O cineasta Philip Kaufman encontrou muitas dificuldades para levar para o cinema o famoso livro de Milan Kundera. Hpuve inúmeros problemas de adaptação, pois inegavelmente o cinema e a literatura são artes diferentes, com nuances próprias. E muitos roteiristas disseram ao diretor que aquele romance era um daqueles textos quase inadaptáveis para as telas. Outra barreira foi que embora o filme fosse bancado com capital americano, essa seria uma produção rodada na Europa, com profissionais europeus. E como todos sabemos o cinema europeu tem um ritmo próprio, bem diferente do cinema produzido nos Estados Unidos. Será que o público americano iria gostar desse tipo de filme? De qualquer maneira, superados todos os obstáculos, temos que louvar o resultado final. Philip Kaufman não fez uma adaptação perfeita das páginas do livro, mas chegou bem perto. E ajudou muito ter o elenco certo. Daniel Day-Lewis mais uma vez provou ser um grande ator, muito provavelmente o maior de sua geração, mas devo dizer que Juliette Binoche não ficou muito atrás. Ela está perfeita em sua atuação. Em suma, um belo filme feito a partir de um belo livro. Arte pura, para pessoas mais sofisticadas. 

Pablo Aluísio.

M.A.S.H.

Título no Brasil: M.A.S.H.
Título Original: M.A.S.H.
Ano de Produção: 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: Aspen Productions
Direção: Robert Altman
Roteiro: Ring Lardner Jr.
Elenco: Donald Sutherland, Elliott Gould, Tom Skerritt, Robert Duvall, Sally Kellerman, Roger Bowen

Sinopse:
Roteiro escrito a partir do livro escrito por Richard Hooker. Os funcionários de um hospital de campanha na Guerra da Coréia, entre eles três cirurgiões, usam do bom humor e da ironia para manterem sua sanidade mental diante do horror da guerra. Filme premiado com o Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado (Ring Lardner Jr).

Comentários:
Fazer comédias em filmes de guerra não era exatamente uma novidade em Hollywood. Só que esse filme aqui foi produzido em uma época particularmente complicada. Os Estados Unidos ainda estavam atolados na guerra do Vietnã e muitos jovens perdiam a vida nas florestas úmidas daquele país asiático. Por isso vários diretores recusaram o convite para dirigir esse filme. Acabou sobrando para Robert Altman, que sempre foi considerado um cineasta independente dentro do cinema americano. E ele fez um filme muito bom mesmo. Esse tipo de roteiro nunca foi a especialidade de Altman, mas ele se saiu muito bem. A crítica gostou muito e o filme acabou ganhando uma boa bilheteria, algo que poucos esperavam. Ninguém acusou o filme de ser inconveniente ou desrespeitoso com os combatentes do Vietnã, pelo contrário, todos pareceram gostar - até mesmo os soldados que lutavam naquela guerra sem sentido. O sucesso comercial foi tão bom que rendeu até mesmo uma série de TV. Ainda me lembro de ter assistido alguns episódios na TV aberta, na Rede Bandeirantes, durante as décadas de 1970 e 1980. Um belo resultado para um filme que ninguém acreditava que iria dar certo.

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de junho de 2020

Bohemian Rhapsody

Título no Brasil: Bohemian Rhapsody
Título Original: Bohemian Rhapsody
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: GK Films, New Regency Pictures
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Anthony McCarten, Peter Morgan
Elenco: Rami Malek, Lucy Boynton, Gwilym Lee, Ben Hardy, Joseph Mazzello, Aidan Gillen

Sinopse:
Esse filme conta a história do cantor e compositor Freddie Mercury (Rami Malek) e sua banda Queen. Sucesso absoluto nas décadas de 1970 e 1980 ele viu sua brilhante carreira ser interrompida após ser diagnosticado HIV positivo. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor ator (Rami Malek), melhor edição (John Ottman), melhor edição de som e melhor mixagem de som. Filme indicado ainda ao Oscar na categoria de melhor filme.

Comentários:
A AIDS encerrou a vida de muitos artistas famosos durante a década de 1980. Um das vítimas mais conhecidas foi o cantor Freddie Mercury. Quando surgiu a ideia de trazer sua história para o cinema os produtores tiveram que escolher um caminho. Ou iam pelo lado do drama, mostrando os últimos dias de vida do artista ou então optavam por celebrar a obra musical do Queen. Felizmente para os fãs venceu a segunda opção. E esse filme é justamente isso. O roteiro sofreu algumas críticas, por eventuais erros históricos, mas isso, pensando bem, é um pequeno deslize que não comprometeu em nada o espetáculo cinematográfico em si. Apesar disso o filme se tornou um dos grandes sucessos comerciais de Hollywood em 2018. Somando-se as bilheterias americanas com a do resto do mundo, essa produção faturou mais de um bilhão e duzentos milhões de dólares - um excelente resultado, mesmo para grandes produções, ainda mais se tratando de um musical. E para coroar todo o êxito do filme o ator Rami Malek ainda levou para casa o merecido Oscar por sua atuação. Uma premiação mais do que justa, pois depois da música do Queen ele realmente é a melhor coisa do filme. Deixo meus aplausos para sua performance na tela. Além disso o filme conseguiu uma honrosa indicação ao Oscar de melhor filme. Fazia anos que um musical não conseguia tal feito. Enfim, uma bela homenagem da sétima arte para um dos grandes nomes da história do rock mundial.

Pablo Aluísio.

sábado, 27 de junho de 2020

Leaving Neverland

Em termos de mundo da música o evento mais comentado dos últimos meses foi o lançamento desse documentário de Dan Reed. O tema é explosivo. Traz os depoimentos de Jimmy Safechuck e Wade Robson. Quem são eles? Hoje homens adultos, casados e pais de família, eles foram no passado "garotos de Michael Jackson". Como se sabe o cantor vivia ao redor de dezenas de crianças. A versão oficial dizia que ele estava apenas em busca de uma infância perdida que não teve. Já a versão dos bastidores dizia que o maior astro musical de sua época era na verdade um pedófilo. Foi processado por isso e inocentado em vida. Dez anos depois de sua morte tudo voltou com muita força através justamente desse documentário.

Ele conta, em quatro horas de duração, exibida em duas partes pela canal HBO, a suposta verdadeira história desses homens. Eles resgatam o passado, deixando claro que foram abusados por Michael enquanto eram apenas crianças. Um tinha sete anos de idade, o outro pouco mais de oito. São testemunhos arrasadores para a imagem de Michael Jackson. Claro, os fãs saíram em defesa de Michael, alegando que tudo teria sido mentira, uma maneira dos dois ganharem dinheiro. Só que nem a tenacidade dos fãs conseguiu controlar o estrago. Rádios baniram Michael Jackson e até mesmo eventos esportivos que usavam a música do astro cancelaram tudo. A coisa realmente fedeu. Fedeu porque sendo sincero o depoimento desses homens é muito crível, soando verdadeiro. Cada um faz seu próprio juízo de valor, no meu caso acreditei nas alegações. Michael já era considerado uma pessoa bem esquisita em seu tempo, agora com esse documentário sua imagem fica ainda mais manchada. Assista e tire suas próprias conclusões.

Leaving Neverland (Estados Unidos, 2019) Direção: Dan Reed / Roteiro: Dan Reed / Elenco: Jimmy Safechuck, Wade Robson, Michael Jackson / Sinopse: Documentário do canal HBO que procura desvendar denúncias de duas pessoas que conviveram com Michael Jackson quando eram crianças Hoje adultos eles falam sobre os supostos abusos sexuais infantis que sofreram nas mãos do cantor Michael Jackson

Pablo Aluísio.