Título no Brasil: Todo Mundo em Pânico 2
Título Original: Scary Movie 2
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Keenen Ivory Wayans
Roteiro: Shawn Wayans, Marlon Wayans
Elenco: Marlon Wayans, James Woods, Shawn Wayans, Anna Faris, Tori Spelling, Tim Curry
Sinopse:
Um grupo de idiotas decide invadir uma velha casa mal assombrada, sem saber que lá dentro encontrarão todos os tipos de manifestações sobrenaturais, sendo uma mais maluca do que a outra. Continuação do filme "Scary Movie".
Comentários:
Para gostar dessa série de comédias é preciso preencher certos requisitos. O primeiro, e mais óbvio, é gostar de besteirol. Esse tipo de sátira amalucada surgiu ali no comecinho dos anos 80 com filmes como "Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu". Depois disso Hollywood não parou mais de produzir esse tipo de filme. Além de gostar de um besteirol também é preciso conhecer os filmes que são satirizados. Sem isso a graça perderá a metade da força. Aqui eles tiram onda com antigos filmes de fantasmas - daqueles bem antigos, com cenários bem estilizados - e com o clássico "O Exorcista", com direito a uma cena muito engraçada, onde James Woods interpreta um dos padres que espantam o capeta na garota (que ficou igualzinha à original). "O Silêncio dos Inocentes" também não escapa da gozação completa. O curioso é que a própria Dimension Films produziu muitos filmes de terror ao longo de todos esses anos e aqui satiriza um de seus produtos cinematográficos mais rentáveis. Vale tudo pelo lucro! Enfim, muita besteira, muito escracho e diversão pontuando tudo. Só faltou mesmo a Carmen Electra para animar os adolescentes cheios de hormônios que costumam assistir a esse tipo de filme.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 17 de abril de 2020
48 Horas - Parte 2
Título no Brasil: 48 Horas - Parte 2
Título Original: Another 48 Hrs
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Walter Hill
Roteiro: Roger Spottiswoode, Walter Hill
Elenco: Eddie Murphy, Nick Nolte, Brion James, Kevin Tighe, Ed O'Ross, David Anthony Marshall
Sinopse:
O policial Jack Cates (Nick Nolte) está prestes a ser expulso do departamento, por causa de seu jeito violento de lidar com criminosos. Sua única chance de não ser expulso é se unir novamente com Reggie Hammond (Eddie Murphy) que finalmente está saindo da prisão, após cumprir sua pena.
Comentários:
Eddie Murphy havia dirigido o seu filme anterior, chamado de "Os Donos da Noite" e o filme não tinha dado boa bilheteria. Assim a Paramount o pressionou para que ele atuasse em uma nova continuação de "Um Tira da Pesada", só que Murphy não queria interpretar de novo o personagem do detetive Axel Foley. A solução para esse impasse foi a produção da continuação de um outro sucesso do comediante, "48 Horas". É inegável que o primeiro filme foi realmente muito bom. Um filme policial com toques de humor na medida certa, só que essa sequência não trazia nada de novo. Aliás o roteiro era praticamente o mesmo, sem colocar ou tirar quase nenhuma vírgula. Um remake disfarçado! Esse clichê de duplas em filmes policiais já estava desgastado na época. Inútil, sem graça e repetitivo, o filme não foi o fracasso comercial que muitos disseram na época. Ele custou 38 milhões e rendeu nas bilheterias 109 milhões, ou seja, se não foi um sucesso espetacular, tampouco foi um fracasso. Pagou seu custos e trouxe algum lucro para o estúdio. Se comercialmente o resultado foi mediano, artisticamente não há o que celebrar. O filme é realmente um exercício de inutilidade.
Pablo Aluísio.
Título Original: Another 48 Hrs
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Walter Hill
Roteiro: Roger Spottiswoode, Walter Hill
Elenco: Eddie Murphy, Nick Nolte, Brion James, Kevin Tighe, Ed O'Ross, David Anthony Marshall
Sinopse:
O policial Jack Cates (Nick Nolte) está prestes a ser expulso do departamento, por causa de seu jeito violento de lidar com criminosos. Sua única chance de não ser expulso é se unir novamente com Reggie Hammond (Eddie Murphy) que finalmente está saindo da prisão, após cumprir sua pena.
Comentários:
Eddie Murphy havia dirigido o seu filme anterior, chamado de "Os Donos da Noite" e o filme não tinha dado boa bilheteria. Assim a Paramount o pressionou para que ele atuasse em uma nova continuação de "Um Tira da Pesada", só que Murphy não queria interpretar de novo o personagem do detetive Axel Foley. A solução para esse impasse foi a produção da continuação de um outro sucesso do comediante, "48 Horas". É inegável que o primeiro filme foi realmente muito bom. Um filme policial com toques de humor na medida certa, só que essa sequência não trazia nada de novo. Aliás o roteiro era praticamente o mesmo, sem colocar ou tirar quase nenhuma vírgula. Um remake disfarçado! Esse clichê de duplas em filmes policiais já estava desgastado na época. Inútil, sem graça e repetitivo, o filme não foi o fracasso comercial que muitos disseram na época. Ele custou 38 milhões e rendeu nas bilheterias 109 milhões, ou seja, se não foi um sucesso espetacular, tampouco foi um fracasso. Pagou seu custos e trouxe algum lucro para o estúdio. Se comercialmente o resultado foi mediano, artisticamente não há o que celebrar. O filme é realmente um exercício de inutilidade.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 16 de abril de 2020
Oro
A história desse filme se passa em 1538. Um grupo de militares da coroa espanhola parte em direção ao novo mundo. Eles adentram uma floresta tropical em busca de uma lenda contada por alguns nativos. O mito do El Dorado. Eles disseram aos espanhóis que havia uma cidade feita toda de ouro. Isso obviamente atiça a cobiça dos espanhóis e eles partem em direção a esse lugar que vai transformá-los em homens ricos pelo resto da vida. Porém os desafios logo se revelam enormes. Os espanhóis desconheciam completamente os perigos da região. Para se ter uma ideia eles nunca tinham visto certos animais, como jacarés. Logo muitos são devorados nos grandes rios que encontram.
Além disso havia os índios, sempre prontos a exterminar aqueles invasores de suas terras. Flechas envenenadas estavam em todas as partes. A expedição é comandada por um veterano, um homem bem mais velho. Seu comando é baseado em terror e punições exemplares, como a morte por enforcamento, algo considerado indigno pelos soldados. Para piorar ele leva sua mulher na expedição. Uma mulher bonita, que desperta inveja e ciúmes em seus homens. Na verdade seus subordinados não conseguem se conter, pois a possibilidade de um estupro coletiva passeia em suas mentes o tempo todo, criando ainda mais problemas mata adentro. E como se tudo isso já não fosse ruim o bastante há uma segundo grupo de espanhóis dispostos a matar todos que encontrarem. O motivo? Querem o ouro apenas para eles.
Esse filme é muito bom porque resgata os sentimentos e os motivos que levavam os europeus a conquistarem com extrema violência essas novas terras recém descobertas. O que eles queriam realmente era tomar o ouro dos povos nativos. E nesse processo não importava quantas pessoas iriam morrer. A vida humana inclusive parecia não ter nenhum valor nesses primeiros tempos. Os espanhóis matavam não apenas os índios que encontravam, mas também os próprios espanhóis. Havia sempre presente uma rixa entre eles, muitas vezes baseada nos lugares onde tinham nascido na Espanha. Assim os que eram de Aragão odiavam os que tinham nascido em Castela. No final de tudo só sobrava a loucura e a insanidade dos que ainda conseguiam sobreviver.
Oro (Espanha, 2017) Direção: Agustín Díaz Yanes / Roteiro: Arturo Pérez-Reverte, Agustín Díaz Yanes / Elenco: Raúl Arévalo, Bárbara Lennie, Óscar Jaenada, Jose Coronado / Sinopse: Em 1538 uma expedição de militares da coroa espanhola entra na selva tropica das novas terras descobertas para tentar localizar uma cidade que segundo as lendas dos nativos locais seria toda coberta de ouro e metais preciosos. Filme indicado ao Goya Awards em diversas categorias, entre elas melhor direção de fotografia e melhor direção de arte.
Pablo Aluísio.
Além disso havia os índios, sempre prontos a exterminar aqueles invasores de suas terras. Flechas envenenadas estavam em todas as partes. A expedição é comandada por um veterano, um homem bem mais velho. Seu comando é baseado em terror e punições exemplares, como a morte por enforcamento, algo considerado indigno pelos soldados. Para piorar ele leva sua mulher na expedição. Uma mulher bonita, que desperta inveja e ciúmes em seus homens. Na verdade seus subordinados não conseguem se conter, pois a possibilidade de um estupro coletiva passeia em suas mentes o tempo todo, criando ainda mais problemas mata adentro. E como se tudo isso já não fosse ruim o bastante há uma segundo grupo de espanhóis dispostos a matar todos que encontrarem. O motivo? Querem o ouro apenas para eles.
Esse filme é muito bom porque resgata os sentimentos e os motivos que levavam os europeus a conquistarem com extrema violência essas novas terras recém descobertas. O que eles queriam realmente era tomar o ouro dos povos nativos. E nesse processo não importava quantas pessoas iriam morrer. A vida humana inclusive parecia não ter nenhum valor nesses primeiros tempos. Os espanhóis matavam não apenas os índios que encontravam, mas também os próprios espanhóis. Havia sempre presente uma rixa entre eles, muitas vezes baseada nos lugares onde tinham nascido na Espanha. Assim os que eram de Aragão odiavam os que tinham nascido em Castela. No final de tudo só sobrava a loucura e a insanidade dos que ainda conseguiam sobreviver.
Oro (Espanha, 2017) Direção: Agustín Díaz Yanes / Roteiro: Arturo Pérez-Reverte, Agustín Díaz Yanes / Elenco: Raúl Arévalo, Bárbara Lennie, Óscar Jaenada, Jose Coronado / Sinopse: Em 1538 uma expedição de militares da coroa espanhola entra na selva tropica das novas terras descobertas para tentar localizar uma cidade que segundo as lendas dos nativos locais seria toda coberta de ouro e metais preciosos. Filme indicado ao Goya Awards em diversas categorias, entre elas melhor direção de fotografia e melhor direção de arte.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 15 de abril de 2020
Estrelas de Cinema Nunca Morrem
O filme conta a história real das últimas semanas de vida da atriz Gloria Grahame (Annette Bening). Ela foi uma estrela de Hollywood muito popular nas décadas de 1940 e 1950. Começou como uma bombshell, uma Pin-up, ganhando seus primeiros papéis por causa de sua beleza. Chegou a vencer um Oscar pelo filme "Assim Estava Escrito" (1952), onde atuou ao lado de Kirk Douglas. No auge da fama e sucesso era vizinha de Humphrey Bogart em Hollywood, morando em uma grande mansão no bairro mais exclusivo da cidade. Só que sua sorte mudou para pior. Com a chegada da idade os convites foram rareando. Em pouco tempo a carreira foi afundando.
Não ajudou em nada o fato de ter casado e se divorciado quatro vezes. Advogados e os ex-maridos levaram praticamente toda a sua fortuna. Desempregada, começou a morar em quartinhos, fazendo pequenas peças de teatro para sobreviver. A decadência foi agravada quando ela descobriu que estava com câncer. Ela se recusou a fazer o tratamento completo, com medo de perder os cabelos e a beleza. Com isso seu quadro foi piorando dia a após dia. Gloria então se apaixonou por um jovem ator inglês desempregado, que trabalhava como garçom. Em pouco tempo eles estavam juntos e ela, sem ter onde morar, acabou indo morar na casa dele. O problema é que ele morava com os pais e a situação toda foi se deteriorando cada vez mais.
O roteiro desse filme se concentra basicamente em seu romance com esse rapaz britânico chamado Peter Turner (Jamie Bell). Foi ele que escreveu o livro "Films Stars Don't Die in Liverpool", que iria servir de base para o roteiro desse filme. Em termos gerais é um filme que consegue contar sua história bem, de forma um pouco burocrática e tudo mais, porém consegue ser eficiente nesse aspecto. Não é uma história feliz, tampouco tem um final feliz. A vida da ex-estrela Gloria Grahame terminou de forma bem trágica e melancólica, algo aliás que é bem mais comum de acontecer com estrelas de Hollywood do que muitas pessoas pensam. A fama e o sucesso surgindo cedo demais na vida dessas atrizes acaba se tornando com o tempo puro veneno.
Estrelas de Cinema Nunca Morrem (Film Stars Don't Die in Liverpool, Inglaterra, 2017) Direção: Paul McGuigan / Roteiro: Matt Greenhalgh / Elenco: Annette Bening, Jamie Bell, Vanessa Redgrave, Kenneth Cranham, / Sinopse: O filme conta as últimas semanas de vida de uma ex-estrela de Hollywood chamada Gloria Grahame (Annette Bening). Com dificuldades de arranjar trabalho, depois de se divorciar por quatro vezes, ela se apaixona por um jovem ator inglês que trabalha como garçom em Londres. Filme indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator (Jamie Bell) e Melhor Atriz (Annette Bening).
Pablo Aluísio.
Não ajudou em nada o fato de ter casado e se divorciado quatro vezes. Advogados e os ex-maridos levaram praticamente toda a sua fortuna. Desempregada, começou a morar em quartinhos, fazendo pequenas peças de teatro para sobreviver. A decadência foi agravada quando ela descobriu que estava com câncer. Ela se recusou a fazer o tratamento completo, com medo de perder os cabelos e a beleza. Com isso seu quadro foi piorando dia a após dia. Gloria então se apaixonou por um jovem ator inglês desempregado, que trabalhava como garçom. Em pouco tempo eles estavam juntos e ela, sem ter onde morar, acabou indo morar na casa dele. O problema é que ele morava com os pais e a situação toda foi se deteriorando cada vez mais.
O roteiro desse filme se concentra basicamente em seu romance com esse rapaz britânico chamado Peter Turner (Jamie Bell). Foi ele que escreveu o livro "Films Stars Don't Die in Liverpool", que iria servir de base para o roteiro desse filme. Em termos gerais é um filme que consegue contar sua história bem, de forma um pouco burocrática e tudo mais, porém consegue ser eficiente nesse aspecto. Não é uma história feliz, tampouco tem um final feliz. A vida da ex-estrela Gloria Grahame terminou de forma bem trágica e melancólica, algo aliás que é bem mais comum de acontecer com estrelas de Hollywood do que muitas pessoas pensam. A fama e o sucesso surgindo cedo demais na vida dessas atrizes acaba se tornando com o tempo puro veneno.
Estrelas de Cinema Nunca Morrem (Film Stars Don't Die in Liverpool, Inglaterra, 2017) Direção: Paul McGuigan / Roteiro: Matt Greenhalgh / Elenco: Annette Bening, Jamie Bell, Vanessa Redgrave, Kenneth Cranham, / Sinopse: O filme conta as últimas semanas de vida de uma ex-estrela de Hollywood chamada Gloria Grahame (Annette Bening). Com dificuldades de arranjar trabalho, depois de se divorciar por quatro vezes, ela se apaixona por um jovem ator inglês que trabalha como garçom em Londres. Filme indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator (Jamie Bell) e Melhor Atriz (Annette Bening).
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de abril de 2020
Femme Fatale
Título no Brasil: Femme Fatale
Título Original: Femme Fatale
Ano de Produção: 2002
País: França, Suíça
Estúdio: Warner Bros.
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Brian De Palma
Elenco: Rebecca Romijn, Antonio Banderas, Peter Coyote, Eriq Ebouaney, Edouard Montoute, Rie Rasmussen
Sinopse:
Laure (Rebecca Romijn) é uma mulher que procura por novos caminhos em sua vida, que tenta consertar as coisas erradas do passado, mesmo quando sua fama de vigarista volta para assombrá-la. Filme premiado no Seattle Film Critics Awards na categoria de Melhor Edição (Bill Pankow).
Comentários:
Em minha opinião Brian De Palma foi um dos melhores diretores de cinema em sua fase de maior criatividade, nos anos 80. Infelizmente ele foi perdendo o toque de talento para dirigir bons filmes, como também para escrever excelentes roteiros. Esse "Femme Fatale" foi lançado já quando a carreira do diretor estava entrando em franca decadência. Não existia mais os momentos de genialidade que o público havia assistido em filmes como "Vestida para Matar" ou "Dublê de Corpo". E nessa comparação nem mesmo vou citar sua maior obra-prima, "Os Intocáveis", pois seria até mesmo uma covardia. Assim o que temos aqui é apenas um filme morno, com poucos momentos realmente memoráveis. Ainda tentando reencontrar o velho caminho, aquele que homenageava e ao mesmo tempo se inspirava na obra do mestre Alfred Hitchcock, tudo o que De Palma encontrou foi mesmo o marasmo e o tédio. Realmente a história não funciona. O clima de filme tedioso logo se impõe e o espectador perde o interesse nos acontecimentos. No final de tudo o que se salva mesmo é a beleza da atriz Rebecca Romijn, mas isso, vamos ser sinceros, não tem nada a ver com bom cinema ou qualidades puramente cinematográficas desse diretor que um dia chegou a ser realmente genial.
Pablo Aluísio.
Título Original: Femme Fatale
Ano de Produção: 2002
País: França, Suíça
Estúdio: Warner Bros.
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Brian De Palma
Elenco: Rebecca Romijn, Antonio Banderas, Peter Coyote, Eriq Ebouaney, Edouard Montoute, Rie Rasmussen
Sinopse:
Laure (Rebecca Romijn) é uma mulher que procura por novos caminhos em sua vida, que tenta consertar as coisas erradas do passado, mesmo quando sua fama de vigarista volta para assombrá-la. Filme premiado no Seattle Film Critics Awards na categoria de Melhor Edição (Bill Pankow).
Comentários:
Em minha opinião Brian De Palma foi um dos melhores diretores de cinema em sua fase de maior criatividade, nos anos 80. Infelizmente ele foi perdendo o toque de talento para dirigir bons filmes, como também para escrever excelentes roteiros. Esse "Femme Fatale" foi lançado já quando a carreira do diretor estava entrando em franca decadência. Não existia mais os momentos de genialidade que o público havia assistido em filmes como "Vestida para Matar" ou "Dublê de Corpo". E nessa comparação nem mesmo vou citar sua maior obra-prima, "Os Intocáveis", pois seria até mesmo uma covardia. Assim o que temos aqui é apenas um filme morno, com poucos momentos realmente memoráveis. Ainda tentando reencontrar o velho caminho, aquele que homenageava e ao mesmo tempo se inspirava na obra do mestre Alfred Hitchcock, tudo o que De Palma encontrou foi mesmo o marasmo e o tédio. Realmente a história não funciona. O clima de filme tedioso logo se impõe e o espectador perde o interesse nos acontecimentos. No final de tudo o que se salva mesmo é a beleza da atriz Rebecca Romijn, mas isso, vamos ser sinceros, não tem nada a ver com bom cinema ou qualidades puramente cinematográficas desse diretor que um dia chegou a ser realmente genial.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 13 de abril de 2020
A Conversação
Depois da consagração do filme "O Poderoso Chefão", o diretor Francis Ford Coppola poderia ter dirigido qualquer filme que quisesse em Hollywood. Seu nome e prestigio estavam em alta. Só que ao invés de embarcar em outra saga épica, ele resolveu escolher um roteiro que ele havia escrito alguns anos antes. Se tratava de "The Conversation", uma história sobre um especialista em captar sons que entrava em uma roleta russa na sua vida profissional e pessoal. O personagem principal do filme se chama Harry Caul (Gene Hackman). Ele é um mestre em gravar conversas alheias sem autorização. O tipo de sujeito que faz o jogo sujo para qualquer um que pague por seus serviços. Geralmente é contratado por criminosos ou então maridos desconfiados que precisam de alguma prova da traição de suas esposas supostamente infiéis. Quando o filme começa ele está novamente em campo, gravando a conversa de um casal que passeia numa praça de Nova Iorque.
Seu cliente é um rico executivo que deseja confirmar se a jovem esposa tem mesmo um amante. Caul arma todo um esquema para gravar o casal e descobre que eles podem ser mortos se tudo for revelado. A partir daí as coisas começam a se complicar. Ele hesita em entregar o que gravou. Tem crises éticas, religiosas e existenciais sobre isso. Com isso sua vida vai entrando em parafuso, com ele cada vez mais paranoico, suspeitando de que virou um alvo de pessoas poderosas que querem se vingar de algo que fez.
Francis Ford Coppola, como grande diretor que sempre foi, tenta equilibrar o filme entre o drama existencial e o suspense. O protagonista é um sujeito com vida pessoal vazia, sem ligação com ninguém, que vive apenas para o trabalho e quando esse lhe traz uma aflição emocional pelo que faz, a sua vida sai dos trilhos. É um filme muito bom, que consegue ser bem sucedido nos dois gêneros apontados pelo cineasta. Tanto funciona bem como drama, como também no desenvolvimento do suspense envolvendo todas as situações. Um Coppola menos conhecido nos dias atuais, porém não menos interessante.
A Conversação (The Conversation, Estados Unidos, 1974) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola / Elenco: Gene Hackman, Harrison Ford, Robert Duvall, John Cazale, Allen Garfield / Sinopse: Harry Caul (Gene Hackman) é um especialista em som, que é contratado por um executivo que quer provas da infidelidade da jovem esposa, só que as coisas não saem exatamente como planejado. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original (Francis Ford Coppola) e Melhor Som (Walter Murch, Art Rochester). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção (Francis Ford Coppola), Melhor Ator (Gene Hackman) e Melhor Direção ( Francis Ford Coppola).
Pablo Aluísio.
Seu cliente é um rico executivo que deseja confirmar se a jovem esposa tem mesmo um amante. Caul arma todo um esquema para gravar o casal e descobre que eles podem ser mortos se tudo for revelado. A partir daí as coisas começam a se complicar. Ele hesita em entregar o que gravou. Tem crises éticas, religiosas e existenciais sobre isso. Com isso sua vida vai entrando em parafuso, com ele cada vez mais paranoico, suspeitando de que virou um alvo de pessoas poderosas que querem se vingar de algo que fez.
Francis Ford Coppola, como grande diretor que sempre foi, tenta equilibrar o filme entre o drama existencial e o suspense. O protagonista é um sujeito com vida pessoal vazia, sem ligação com ninguém, que vive apenas para o trabalho e quando esse lhe traz uma aflição emocional pelo que faz, a sua vida sai dos trilhos. É um filme muito bom, que consegue ser bem sucedido nos dois gêneros apontados pelo cineasta. Tanto funciona bem como drama, como também no desenvolvimento do suspense envolvendo todas as situações. Um Coppola menos conhecido nos dias atuais, porém não menos interessante.
A Conversação (The Conversation, Estados Unidos, 1974) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola / Elenco: Gene Hackman, Harrison Ford, Robert Duvall, John Cazale, Allen Garfield / Sinopse: Harry Caul (Gene Hackman) é um especialista em som, que é contratado por um executivo que quer provas da infidelidade da jovem esposa, só que as coisas não saem exatamente como planejado. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original (Francis Ford Coppola) e Melhor Som (Walter Murch, Art Rochester). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção (Francis Ford Coppola), Melhor Ator (Gene Hackman) e Melhor Direção ( Francis Ford Coppola).
Pablo Aluísio.
sábado, 11 de abril de 2020
A Pura Verdade
A ligação do ator e diretor Kenneth Branagh com William Shakespeare vem de longe. Ele adaptou no passado vários clássicos do autor inglês para o cinema. Todos com absoluto sucesso. Agora ele volta sob uma nova perspectiva, interpretando o próprio Shakespeare. Com maquiagem para se parecer mais com o dramaturgo, o resultado ficou excelente. O roteiro mostra os anos finais da vida dele, quando se recolheu para sua cidade natal, tentando levar uma aposentadoria tranquila. Quando o filme começa ele surge contemplando seu teatro em Londres sendo consumido pelas chamas. Diante dessa tragédia ele simplesmente desiste de seguir em frente. Fecha o teatro, deixa de escrever novas peças e volta para o interior.
O problema é que durante toda a sua vida Shakespeare foi um homem ausente. Retornar para a convivência com sua família não é das coisas mais simples. Ele carrega um trauma, pela morte de seu filho de 11 anos. Quando o garoto morreu ele se encontrava distante, longe, trabalhando em Londres e sequer foi ao funeral do filho. Agora essas lembranças dolorosas do passado voltam para lhe assombrar. E o fato de não ter um relacionamento pacífico com suas duas filhas torna a coisa ainda mais complicada. Uma das filhas é solteira, não quer se casar e sofre de um estigma social que era comum na época. Shakespeare quer que ela se case, para ter um neto do sexo masculino pois ele anseia por um herdeiro para seu legado.
Outros aspectos interessantes do ponto de vista histórico surgem nesse bem escrito roteiro. Por exemplo, você sabia que a esposa do escritor era completamente analfabeta? Anne Shakespeare (Judi Dench) foi uma mulher importante em sua vida, mas sem educação formal, não conseguia ler sequer uma página da obra monumental escrita pelo marido. Em relação ao falecimento precoce do garoto Hamnet Shakespeare, o filme toma algumas liberdades históricas. É uma boa narrativa ficcional sobre as razões de sua morte, mas a verdade é que até hoje os historiadores não sabem com certeza do que ele morreu. Por fim há uma curiosa insinuação de um amor homossexual entre William Shakespeare e o Conde de Southampton (Ian McKellen), algo que teria acontecido no passado, mas que teria dado vazão a versos apaixonados do escritor para o nobre. A pura verdade ou mera ficção?
A Pura Verdade (All Is True, Inglaterra, 2018) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Ben Elton / Elenco: Kenneth Branagh, Judi Dench, Ian McKellen, Kathryn Wilder / Sinopse: O filme conta os últimos anos de vida do famoso escritor e dramaturgo William Shakespeare. Após um incêndio que destrói seu teatro em Londres ele volta para sua terra natal, no interior. Lá precisa lidar com os problemas familiares de suas filhas e sua esposa, enquanto decide construir um jardim em memória ao falecimento de seu filho.
Pablo Aluísio.
O problema é que durante toda a sua vida Shakespeare foi um homem ausente. Retornar para a convivência com sua família não é das coisas mais simples. Ele carrega um trauma, pela morte de seu filho de 11 anos. Quando o garoto morreu ele se encontrava distante, longe, trabalhando em Londres e sequer foi ao funeral do filho. Agora essas lembranças dolorosas do passado voltam para lhe assombrar. E o fato de não ter um relacionamento pacífico com suas duas filhas torna a coisa ainda mais complicada. Uma das filhas é solteira, não quer se casar e sofre de um estigma social que era comum na época. Shakespeare quer que ela se case, para ter um neto do sexo masculino pois ele anseia por um herdeiro para seu legado.
Outros aspectos interessantes do ponto de vista histórico surgem nesse bem escrito roteiro. Por exemplo, você sabia que a esposa do escritor era completamente analfabeta? Anne Shakespeare (Judi Dench) foi uma mulher importante em sua vida, mas sem educação formal, não conseguia ler sequer uma página da obra monumental escrita pelo marido. Em relação ao falecimento precoce do garoto Hamnet Shakespeare, o filme toma algumas liberdades históricas. É uma boa narrativa ficcional sobre as razões de sua morte, mas a verdade é que até hoje os historiadores não sabem com certeza do que ele morreu. Por fim há uma curiosa insinuação de um amor homossexual entre William Shakespeare e o Conde de Southampton (Ian McKellen), algo que teria acontecido no passado, mas que teria dado vazão a versos apaixonados do escritor para o nobre. A pura verdade ou mera ficção?
A Pura Verdade (All Is True, Inglaterra, 2018) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Ben Elton / Elenco: Kenneth Branagh, Judi Dench, Ian McKellen, Kathryn Wilder / Sinopse: O filme conta os últimos anos de vida do famoso escritor e dramaturgo William Shakespeare. Após um incêndio que destrói seu teatro em Londres ele volta para sua terra natal, no interior. Lá precisa lidar com os problemas familiares de suas filhas e sua esposa, enquanto decide construir um jardim em memória ao falecimento de seu filho.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 10 de abril de 2020
Um Conquistador em Apuros
Título no Brasil: Um Conquistador em Apuros
Título Original: Cadillac Man
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Roger Donaldson
Roteiro: Ken Friedman
Elenco: Robin Williams, Tim Robbins, Pamela Reed, Fran Drescher, Zack Norman, Annabella Sciorra
Sinopse:
Você compraria um carro usado de Joey O'Brien (Robin Williams)? Ele é um vendedor esperto de carros que são verdadeiras latas velhas. Agora precisa bater seu próprio recorde, vendendo 12 carros em 3 dias. Só que seus planos vão por água abaixo quando um sequestrador entra na loja onde trabalha.
Comentários:
Robin Williams estava colhendo os frutos de sua ótima atuação em "Sociedade dos Poetas Mortos", inclusive com uma justa indicação ao Oscar, quando surgiu nos cinemas esse "Um Conquistador em Apuros". Ninguém entendeu nada. Todos pensavam que ele iria dar uma guinada na carreira depois do sucesso absoluto de "Dead Poets Society", mas ao invés disso ele voltou para o ramo das comédias mais escrachadas. O que levou Robin Williams a fazer esse filme foi algo bem pessoal, conforme ele próprio explicou nas entrevistas de lançamento do filme. Acontece que o pai dele foi vendedor de carros usados. Então Robin Williams decidiu fazer uma espécie de paródia de seu próprio pai no filme. Nos Estados Unidos os vendedores de carros usados são geralmente associados a tipos falastrões, malandros, sujeitos que vivem de vender latas velhas com problemas mecânicos, mas dizendo que são carrões maravilhosos. Para isso é preciso antes de tudo ter muita lábia e isso, como todos sabiam, Robin Williams tinha de sobra pois falava pelos cotovelos. A metralhadora giratória vocal do comediante aliás é o grande atrativo desse filme que em essência tem um roteiro bem fraco. Com Robin Williams porém o interesse do espectador fica sempre em alta. Afinal ele era um sujeito muito carismático e divertido.
Pablo Aluísio.
Título Original: Cadillac Man
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Roger Donaldson
Roteiro: Ken Friedman
Elenco: Robin Williams, Tim Robbins, Pamela Reed, Fran Drescher, Zack Norman, Annabella Sciorra
Sinopse:
Você compraria um carro usado de Joey O'Brien (Robin Williams)? Ele é um vendedor esperto de carros que são verdadeiras latas velhas. Agora precisa bater seu próprio recorde, vendendo 12 carros em 3 dias. Só que seus planos vão por água abaixo quando um sequestrador entra na loja onde trabalha.
Comentários:
Robin Williams estava colhendo os frutos de sua ótima atuação em "Sociedade dos Poetas Mortos", inclusive com uma justa indicação ao Oscar, quando surgiu nos cinemas esse "Um Conquistador em Apuros". Ninguém entendeu nada. Todos pensavam que ele iria dar uma guinada na carreira depois do sucesso absoluto de "Dead Poets Society", mas ao invés disso ele voltou para o ramo das comédias mais escrachadas. O que levou Robin Williams a fazer esse filme foi algo bem pessoal, conforme ele próprio explicou nas entrevistas de lançamento do filme. Acontece que o pai dele foi vendedor de carros usados. Então Robin Williams decidiu fazer uma espécie de paródia de seu próprio pai no filme. Nos Estados Unidos os vendedores de carros usados são geralmente associados a tipos falastrões, malandros, sujeitos que vivem de vender latas velhas com problemas mecânicos, mas dizendo que são carrões maravilhosos. Para isso é preciso antes de tudo ter muita lábia e isso, como todos sabiam, Robin Williams tinha de sobra pois falava pelos cotovelos. A metralhadora giratória vocal do comediante aliás é o grande atrativo desse filme que em essência tem um roteiro bem fraco. Com Robin Williams porém o interesse do espectador fica sempre em alta. Afinal ele era um sujeito muito carismático e divertido.
Pablo Aluísio.
A Conspiração
Título no Brasil: A Conspiração
Título Original: The Contender
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: DreamWorks Pictures
Direção: Rod Lurie
Roteiro: Rod Lurie
Elenco: Joan Allen, Gary Oldman, Jeff Bridges, Christian Slater, Sam Elliott, Mariel Hemingway
Sinopse:
Após a morte do presidente dos Estados Unidos, a senadora Laine Hanson (Joan Allen) passa a ser cotada para assumir o cargo, porém começa a sofrer uma série de perseguições políticas de todos os lados, com revelações comprometedoras de seu passado.
Comentários:
Bom filme político (embora a trama seja pura ficção) que acabou sendo indicado a dois prêmios na Academia, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Jeff Bridges) e Melhor Atriz (Joan Allen). A dupla não levou os Oscars para casa, mas recebeu muitos elogios da crítica na época de lançamento do filme nos cinemas. Esse filme é mais um que investe naquela velha mania dos americanos em ver teorias da conspiração em tudo. Não é um roteiro brilhante, mas consegue lidar bem com todos os elementos e personagens envolvidos. Se bem que nesse quesito de conspiração política os americanos precisariam tomar algumas aulas com a classe política brasileira! Brincadeiras á parte, o filme ainda tem de quebra um elenco muito bom, contando com dois excelentes atores, Gary Oldman e Jeff Bridges. Esse último aliás deveria ser mais lembrado por seu trabalho aqui. Já Joan Allen tinha tudo para despontar como uma das grandes atrizes de Hollywood, mas infelizemnte ficou pelo meio do caminho. Coisas do destino.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Contender
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: DreamWorks Pictures
Direção: Rod Lurie
Roteiro: Rod Lurie
Elenco: Joan Allen, Gary Oldman, Jeff Bridges, Christian Slater, Sam Elliott, Mariel Hemingway
Sinopse:
Após a morte do presidente dos Estados Unidos, a senadora Laine Hanson (Joan Allen) passa a ser cotada para assumir o cargo, porém começa a sofrer uma série de perseguições políticas de todos os lados, com revelações comprometedoras de seu passado.
Comentários:
Bom filme político (embora a trama seja pura ficção) que acabou sendo indicado a dois prêmios na Academia, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Jeff Bridges) e Melhor Atriz (Joan Allen). A dupla não levou os Oscars para casa, mas recebeu muitos elogios da crítica na época de lançamento do filme nos cinemas. Esse filme é mais um que investe naquela velha mania dos americanos em ver teorias da conspiração em tudo. Não é um roteiro brilhante, mas consegue lidar bem com todos os elementos e personagens envolvidos. Se bem que nesse quesito de conspiração política os americanos precisariam tomar algumas aulas com a classe política brasileira! Brincadeiras á parte, o filme ainda tem de quebra um elenco muito bom, contando com dois excelentes atores, Gary Oldman e Jeff Bridges. Esse último aliás deveria ser mais lembrado por seu trabalho aqui. Já Joan Allen tinha tudo para despontar como uma das grandes atrizes de Hollywood, mas infelizemnte ficou pelo meio do caminho. Coisas do destino.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 9 de abril de 2020
A Batalha das Correntes
No final do século XIX, dois cientistas, Thomas Edison (Benedict Cumberbatch) e George Westinghouse (Michael Shannon), disputam entre si sobre o uso correto da energia elétrica para a iluminação das grandes cidades. Thomas Edison defende o uso da corrente elétrica contínua, onde as ondas elétricas caminhavam em apenas uma direção. Já George Westinghouse havia descoberto a corrente elétrica alternada, paralela, com fluxo de elétrons em ambas as direções. E qual era a importância dessa "batalha das correntes"? Ora, o vencedor iria ter seu sistema implantada em todas as cidades do mundo, gerando milhões (até quem sabe, bilhões) de dólares de receitas e faturamento.
Além do claro e interessante debate de natureza puramente científica ainda havia o choque de egos de dois grandes nomes da ciência na época. Thomas Edison surge no roteiro desse filme como um homem bem orgulhoso, arrogante de si mesmo, não afeito a um debate de ideias mais consistente. Ele achava que sua corrente era a melhor e isso lhe bastava. Aspectos de sua personalidade egocêntrica iam ao ponto de mandar matar animais indefesos apenas para provar seu ponto de vista. Ele eletrocutava os pobres bichos apenas para demonstrar ao público que a corrente de Westinghouse era mortal e perigosa. Porém, escondia de todo mundo que a sua corrente também matava, caso fosse aplicado um choque frontal em qualquer ser humano.
Outro ponto que destrata de certo modo a imagem que tínhamos de Thomas Edison surge quando ele resolve colaborar secretamente na construção da primeira cadeira elétrica da história. No fundo Edison queria apenas que fosse usada a corrente de Westinghouse para manchar sua imagem perante o público. Questão de rivalidade comercial. Enquanto ajudava a construir esse artefato ele posava de humanista para todos dizendo que nunca iria contribuir com uma invenção que matasse qualquer ser humano. Assim não passava de um hipócrita.
Além desses grandes cientistas há ainda a aparição de um jovem Nikola Tesla (Nicholas Hoult). Imigrante pobre, ele seria uma peça chave na criação de máquinas e turbinas que funcionassem com a corrente de Westinghouse, abrindo caminho para o sucesso completo de sua invenção. O filme é assim uma ótima opção para quem aprecia conhecer um pouco mais da história da ciência, dos bastidores e dos acontecimentos envolvendo esses grandes nomes do passado. E nesse processo também revela o lado humano de cada um deles. Muito bom filme, especialmente recomendado.
A Batalha das Correntes (The Current War, Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, 2017) Direção: Alfonso Gomez-Rejon / Roteiro: Michael Mitnick / Elenco: Benedict Cumberbatch, Michael Shannon, Nicholas Hoult, Oliver Powell, Katherine Waterston, Stanley Townsend / Sinopse: O filme conta a história da disputa científica e comercial que envolveu os nomes de Thomas Edison (Benedict Cumberbatch) e George Westinghouse (Michael Shannon) no final do século XIX. Cada um defendia um tipo diferente de corrente elétrica a ser usada na iluminação das grandes cidades do mundo.
Pablo Aluísio.
Além do claro e interessante debate de natureza puramente científica ainda havia o choque de egos de dois grandes nomes da ciência na época. Thomas Edison surge no roteiro desse filme como um homem bem orgulhoso, arrogante de si mesmo, não afeito a um debate de ideias mais consistente. Ele achava que sua corrente era a melhor e isso lhe bastava. Aspectos de sua personalidade egocêntrica iam ao ponto de mandar matar animais indefesos apenas para provar seu ponto de vista. Ele eletrocutava os pobres bichos apenas para demonstrar ao público que a corrente de Westinghouse era mortal e perigosa. Porém, escondia de todo mundo que a sua corrente também matava, caso fosse aplicado um choque frontal em qualquer ser humano.
Outro ponto que destrata de certo modo a imagem que tínhamos de Thomas Edison surge quando ele resolve colaborar secretamente na construção da primeira cadeira elétrica da história. No fundo Edison queria apenas que fosse usada a corrente de Westinghouse para manchar sua imagem perante o público. Questão de rivalidade comercial. Enquanto ajudava a construir esse artefato ele posava de humanista para todos dizendo que nunca iria contribuir com uma invenção que matasse qualquer ser humano. Assim não passava de um hipócrita.
Além desses grandes cientistas há ainda a aparição de um jovem Nikola Tesla (Nicholas Hoult). Imigrante pobre, ele seria uma peça chave na criação de máquinas e turbinas que funcionassem com a corrente de Westinghouse, abrindo caminho para o sucesso completo de sua invenção. O filme é assim uma ótima opção para quem aprecia conhecer um pouco mais da história da ciência, dos bastidores e dos acontecimentos envolvendo esses grandes nomes do passado. E nesse processo também revela o lado humano de cada um deles. Muito bom filme, especialmente recomendado.
A Batalha das Correntes (The Current War, Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, 2017) Direção: Alfonso Gomez-Rejon / Roteiro: Michael Mitnick / Elenco: Benedict Cumberbatch, Michael Shannon, Nicholas Hoult, Oliver Powell, Katherine Waterston, Stanley Townsend / Sinopse: O filme conta a história da disputa científica e comercial que envolveu os nomes de Thomas Edison (Benedict Cumberbatch) e George Westinghouse (Michael Shannon) no final do século XIX. Cada um defendia um tipo diferente de corrente elétrica a ser usada na iluminação das grandes cidades do mundo.
Pablo Aluísio.
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