Arnold Alois Schwarzenegger nasceu em uma pequena aldeia da Áustria chamada Thal. Nada poderia indicar que ele um dia se tornaria astro de filmes de ação em Hollywood. Seu pai era um guarda florestal e Arnold, seu irmão e sua mãe, cresceram meio isolados no mesmo lugar onde seu pai trabalhava, dentro de uma reserva florestal. Foi de certa forma a sorte grande da família Schwarzenegger pois no pós-guerra era difícil ter um emprego naquela região. A vida naquele local foi muito boa em termos de saúde para o jovem Arnold. Viver na natureza incentivou os dois irmãos a crescerem fazendo exercícios físicos. Desde cedo Arnold e o irmão seguiam seu pai, floresta adentro com machados. Longas caminhadas, exercícios regulares e muita atividade física moldaram seu corpo desde os primeiros anos.
O halterofilismo assim se tornou algo natural para Arnold Schwarzenegger. Ele logo se inscreveu em campeonatos e começou a colecionar títulos. O corpo esculpido em academias foi ficando cada vez mais definido até que ele se tornasse praticamente imbatível nos concursos de que participou na Europa e Estados Unidos. Esse mesmo físico inigualável se tornaria sua porta de entrada para o cinema. Os produtores estavam em busca de um sujeito forte, com corpo musculoso, para interpretar Hércules em um filme chamado "Hércules em Nova Iorque". Era o ano de 1970 e Arnold Schwarzenegger assinaria seu primeiro contrato para um filme. Parecia algo despretensioso, nada promissor. Naquela época o halterofilista sequer imaginava ter uma carreira dentro do cinema americano. Era mais uma oportunidade de ganhar um dinheiro de forma rápida e fácil. Dirigido por Arthur Allan Seidelman, a fita era uma espécie de comédia com pitadas de fantasia, realizada de forma familiar, para todos os públicos. Schwarzenegger interpretava Hércules, o herói mitológico que era enviado para a Terra. Uma vez em nosso mundo ele acabava encontrando o amor e uma promissora carreira no bodybuilder business, o mundo das academias e competições esportivas de halterofilismo. Desnecessário dizer que o filme era uma bomba completa, porém serviu como exposição para Schwarzenegger. Outros produtores poderiam assistir ao filme e quem sabe se interessar por ele. Qualquer trabalho para aquele austríaco era muito bem-vindo naqueles seus primeiros anos nos Estados Unidos.
O Pai de Arnold Schwarzenegger participou da II Guerra Mundial. Mais do que isso, como soldado ele foi enviado para a Rússia, naquela que seria a mais desastrosa missão alemã da guerra. Os nazistas enfrentaram o front russo sem preparo adequado. Além do desafio de enfrentar o exército vermelho em sua próprio território, eles não tinham os equipamentos, roupas e provisões necessárias para aquela campanha. Muitos morreram no caminho de volta para a Alemanha. O pai de Schwarzenegger sobreviveu ao front russo e à jornada de volta. Ele voltou à pé da Rússia, enfrentando todos os desafios. Enfrentou o frio, a fome, a exaustão e é claro, aos soldados inimigos. Ele ensinou ao filho que só ficou vivo porque durante toda a sua vida se dedicou aos esportes, ao trabalho físico, de cuidar do próprio corpo. Isso inspirou o jovem Arnold Schwarzenegger a seguir pelo mesmo caminho. Apaixonado pelo fisiculturismo Arnold se tornou um campeão de diversas competições esportivas. O fato de ter sido inúmeras vezes Mister Universo, o prêmio máximo da categoria, o levou até aos Estados Unidos. As portas do cinema americano então se abriram a ele.
O começo porém não foi muito promissor. Depois de sua estreia nas telas Arnold atuou em filmes menores, sem muita expressão, sempre interpretando algum personagem fortão que o roteiro exigia. Sua melhor oportunidade só surgiu em 1974 ao trabalhar em "O Guarda-Costas" com Jeff Bridges. Dirigido pelo excelente diretor Bob Rafelson finalmente o austríaco teve um papel que chamou a atenção. Ele interpretava um personagem chamado Joe Santo nesse roteiro que explorava a corrupção no mundo das competições de fisiculturismo. Muito provavelmente o próprio Arnold Schwarzenegger conhecia bem esse assunto. De qualquer maneira "Stay Hungry" (seu título original) não chegou a ser um sucesso de bilheteria, porém lhe trouxe exposição e divulgação no cinema, algo que era importante para ele naquela fase ainda inicial de sua carreira. Depois de mais algumas participações em séries de TV como "The Streets of San Francisco" ele teve outra excelente oportunidade. No set de filmagens dessa última série Arnold acabou se tornando amigo de Michael Douglas, que estrelava o programa. Esse então o indicou ao pai Kirk Douglas que estava produzindo um novo western, esse bem diferente, em tom de comédia e sátira. O filme se chamaria "Cactus Jack". O roteiro era quase um desenho animado filmado. O estilo Cartoon era algo inesperado. Arnold foi escolhido para viver um personagem chamado Handsome Stranger (algo como "o estranho bonitão"). O filme demonstrou que o jovem ator também tinha jeito para o humor, algo que ele iria explorar no futuro em seus filmes, quando já era um dos mais populares astros de Hollywood.
Depois de mais dois filmes sem importância o ator Arnold Schwarzenegger finalmente teve a grande oportunidade no cinema que estava esperando. O produtor Dino de Laurentiis havia comprado os direitos do personagem Conan para o cinema. Ele queria produzir o filme definitivo desse famoso bárbaro do mundo dos quadrinhos. A escolha de Arnold foi meio óbvia porque ele estava no auge da forma física. Não tinha grande experiência como ator, mas isso estava em segundo plano. O diretor contratado foi o veterano John Milius que estava procurando ser fiel mais à obra original escrita por Robert E. Howard do que propriamente das revistas em quadrinhos. Para quem não sabe Conan nasce como herói de literatura pulp, em contos escritos por Howard, sendo que só após sua morte houve a transição para os comics, os quadrinhos. E nesse mundo criado pelo escritor não havia espaço para a misericórdia ou o perdão. Era um mundo brutal povoado por homens brutais.
Esse primeiro filme de Conan ainda é considerado o melhor já feito no cinema. Com uma temática mais séria, sem tantos exageros que marcaram o segundo filme, "Conan, o Destruidor", essa primeira produção pode ser considerada uma pequena obra prima do gênero espadas e bruxas. Chamado simplesmente de "Conan, o Bárbaro", o filme chegou nas telas em maio de 1982. Ao custo de 20 milhões de dólares conseguiu render nas bilheterias a boa quantia de quase 200 milhões de dólares. Um sucesso absoluto. Além do sucesso comercial também foi bem elogiado pela crítica, conseguindo até mesmo arrancar uma indicação no Globo de Ouro para a atriz Sandahl Bergman. Em relação ao desempenho de Arnold Schwarzenegger não houve maiores problemas, até porque seu papel exigia basicamente força física nas cenas de ação e isso o austríaco conseguiu fazer. Ao tomar aulas de manejo de uma pesada espada, ele conseguiu convencer muito bem em cena, abrindo assim o caminho para uma década de grandes sucessos de bilheteria. Nos anos 80 o antes desconhecido Arnold Schwarzenegger iria se tornar um astro do cinema de ação.
Em 1984 o ator austríaco iria surgir nas telas com dois grandes sucessos de bilheteria. O primeiro foi "Conan, o Destruidor", a tão aguardada sequência de "Conan, o Bárbaro". Para esse segundo filme o estúdio fez diversas modificações, começando pela troca do diretor. A direção agora seria de Richard Fleischer. Era um veterano. No ano anterior havia dirigido "Amityville: A Casa do Medo" e o estúdio achou que seria uma boa trazê-lo para esse universo de espadas e bruxas. O resultado não agradou a todos. Indo mais para o lado dos quadrinhos, essa nova versão do Conan no cinema foi considerada bem mais juvenil do que o primeiro filme que priorizava mais o realismo. Em seu favor esse novo filme contava com uma produção mais caprichada, trazendo os monstros dos quadrinhos para a tela grande. Fez sucesso de público, mas não foram poucos os críticos que acharam o filme fraco ou ruim. Para Arnold Schwarzenegger foi uma experiência válida, embora ele tenha também se despedido do personagem que o faria famoso.
Depois disso Arnold assinou para trabalhar em um filme completamente diferente, uma ficção dirigida por James Cameron. Hoje em dia ele é um seguramente um dos diretores mais cultuados do mundo do cinema, mas em 1984 ele era apenas um cara que tinha dirigido um filme ruim sobre piranhas voadoras. O filme "O Exterminador do Futuro" (The Terminator) era encarado pela MGM como uma produção B, sem maiores recursos. Todo filmado à noite, pelas madrugadas de Los Angeles, não foi um filme fácil de rodar. Não havia muito dinheiro à disposição de Cameron. Seu grande triunfo era seu roteiro. James Cameron criou a estória de um robô assassino que voltava no tempo para matar a mãe do futuro líder da resistência. Era algo simples, sem maiores detalhes. Apenas isso. Arnold Schwarzenegger era o exterminador, um vilão com armamento pesado e com programação para destruir todos os que ficassem no meio de seu objetivo. Assim que foi lançado o filme caiu no gosto do público. Com orçamento limitado custou apenas 6 milhões de dólares e em pouco tempo rendeu mais de dez vezes esse valor nas bilheterias, se tornando um sucesso absoluto, um dos filmes mais lucrativos e populares dos anos 80. De fato "O Exterminador do Futuro" acabou mudando para sempre as carreiras de Schwarzenegger e também de James Cameron, que deixou de ser um cineasta de filmes B para se tornar um dos grandes nomes de Hollywood.
Em 1985 Arnold Schwarzenegger surgiu nas telas em mais um filme de espada e feitiçaria. Não, não era o terceiro filme com Conan, o Bárbaro, mas sim uma adaptação para o cinema de outra personagem desse mesmo universo, a Red Sonja. A estrela principal desse filme chamado "Guerreiros de Fogo" foi a atriz Brigitte Nielsen, na época a esposa do maior rival de Arnold nas telas, o ator Sylvester Stallone. Arnold Schwarzenegger surgia apenas como um coadjuvante de luxo interpretando um guerreiro de nome Kalidor. Na verdade o ator austríaco nem queria fazer o filme. Ele apenas participou da produção para cumprir um contrato com a produtora de Dino De Laurentiis. Por esse contrato ele teria que fazer ainda dois filmes, mas chegou em um acordo com o produtor. Ele faria apenas "Guerreiros de Fogo" e depois disso ficaria livre. Dino topou a proposta. Esse novo filme foi severamente criticado em seu lançamento, mas impulsionado pelo sucesso de "O Exterminador do Futuro" acabou faturando bem nas bilheterias.
E então seguindo os passos de Stallone, o ator ficou livre para atuar em "Comando para Matar" (Commando, EUA, 1985). Esse inclusive pode ser considerado seu primeiro filme ao estilo "Exército de um Homem só". Ele interpretava um super soldado, já em vias de se aposentar, que tinha sua filha sequestrada. Armado até os dentes (literalmente falando) ele então partia para a vingança sangrenta. Sob direção de Mark L. Lester, Arnold Schwarzenegger realizou um dos filmes mais simbólicos do cinema de ação dos anos 80. Tiros e mortes acima de qualquer coisa. O roteiro surgia como mero pretexto para um banho de sangue - que hoje em dia acabou tendo até mesmo um pouco de humor involuntário pelo absurdo das cenas. O filme que custou meros 10 milhões de dólares (um orçamento bem razoável) acabou faturando nas bilheterias mais de 50 milhões - um belo lucro para o estúdio, mostrando mais uma vez o potencial de sucesso de seu nome impronunciável nos cartazes, nos posters de filmes. No mesmo ano em que Stallone arrasava nas bilheterias com seu "Rambo II", Arnold respondia com a violência sem freios de "Comando Para Matar". Por essa época a rivalidade entre eles, os dois chamados brucutus do cinema, deu origem a uma divertida troca de farpas pela imprensa. Não era para valer, ambos até se gostavam, mas servia também para divulgar ainda mais os filmes que faziam. Era parte do jogo, do marketing de vender filmes.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
domingo, 13 de janeiro de 2019
Os Filmes de Al Pacino
O filme que mudou a carreira de Al Pacino para sempre foi obviamente "O Poderoso Chefão" de 1972. É surpreendente saber que esse foi apenas o terceiro filme de sua recém inaugurada filmografia. Que ator teria a honra de participar de um filme tão importante assim logo no começo de sua filmografia? Foi um lance de sorte que nunca mais se repetiria. Antes disso ele havia participado de uma série policial de TV chamada "NYPD" (Departamento de polícia de Nova Iorque) e de apenas mais dois outros filmes para o cinema, a comédia dramática "Uma Garota Avançada" sobre uma jovem estudante tentando ganhar a independência em sua vida e o visceral "Os Viciados", drama sobre um grupo de dependentes químicos, viciados em heroína, que frequentavam um parque de Nova Iorque.
Apesar do curto currículo nada impediu que Francis Ford Coppola escalasse Al Pacino para interpretar Michael Corleone, o caçula da família Corleone, aquele que o pai queria que ficasse longe dos negócios sujos da família, o que iria ter uma vida normal, que iria se formar, ter uma profissão e que não iria sujar as mãos de sangue com as coisas da máfia. Conforme a história do filme ia avançando também iríamos descobrir que tudo no final iria cair nos ombros de Michael, apesar de todos os planos de deixá-lo fora do mundo do crime.
Uma das principais razões para que Coppola escolhesse Al Pacino era obviamente sua descendência italiana, algo que era necessário na escolha do elenco. O curioso é que Pacino era um dos poucos verdadeiros ítalo americanos do casting. Brando, por exemplo, era um americano nato, um ator nascido no meio oeste, sem qualquer ligação familiar com os imigrantes italianos que vieram para a América. Assim Pacino era a carga genética necessária para trazer autenticidade naquele grupo de personagens. "Foi uma escolha até muito natural. Ele era jovem e não tinha muita experiência, mas o talento estava lá. Além disso ele era italiano em tudo, no rosto romano, nos gestos, no temperamento, era a escolha mais certa possível" - explicaria o cineasta alguns anos depois.
É uma espécie de consenso entre os cinéfilos que o filme "Um Dia de Cão" é um dos melhores filmes da década de 70. Todos os ingredientes que faziam o menu do cinema realista daquela época estavam em cena. Os personagens crus, a sujeira das ruas, a truculência de bandidos e policiais. A violência tanto real como psicológica. A obra assinada pelo diretor Sidney Lumet impressionava. O filme era um soco bem no meio do estômago, sem dó e nem piedade. Na história Pacino interpretava um assaltante pé de chinelo chamado Sonny. Para que seu namorado pudesse fazer uma cirurgia ele resolvia assaltar um banco, só que nada muito bem planejado ou organizado. Assim que a polícia chegava no local iniciava-se um caos, com um criminoso insano e desequilibrado que não conseguia tomar qualquer decisão sensata. Al Pacino aos berros e com olhar vidrado chamou mais uma vez todas as atenções para si. Por sua atuação intensa acabou sendo indicado mais uma vez ao Oscar de Melhor Ator. Só não ganhou porque muitos achavam que ele já estava sendo priorizado demais pela academia, desde os anos anteriores, pela saga "O Poderoso Chefão". O filme aliás colecionou indicações, mas no final da noite só conseguiu ser premiado pelo brilhante trabalho do roteirista Frank Pierson. O escritor não pôde comparecer na noite e mandou seu colega de letras, Gore Vidal, receber a estatueta.
Para Pacino não ter sido premiado foi o de menos. Ele estava no auge da carreira. No ano anterior ele também havia sido indicado ao Oscar por "O Poderoso Chefão II". Assim estava na crista da onda. Anos depois Pacino comentaria sobre sua atuação em "Um Dia de Cão", afirmando: "Gostei desse papel. O Sonny também era um criminoso, mas ao contrário da família Corleone, era um pobre coitado. Procurei dar a ele o melhor em termos humanos, mas sem deixar de lado o fato dele ter nuances de um psicopata".
"Justiça Para Todos" é um dos grandes filmes da carreira de Al Pacino. Hoje em dia o filme já não é tão lembrado, se tornando injustamente subestimado. Em uma fase excelente de sua carreira, o ator acabou atuando excepcionalmente bem nesse drama de tribunal. Aqui ele interpreta um jovem advogado que entra em um caso que ele definitivamente não acredita. O seu cliente é um juiz de direito acusado de estupro. O sujeito é do tipo asqueroso, antiético, infame. O advogado personagem de Pacino o conhece muito bem, mas tenta cumprir sua função da forma mais correta possível. O título original em inglês, a expressão constitucional "...And Justive For All" (...e justiça para todos) é usada quase como uma triste ironia, mostrando que no meio judiciário americano existia muita corrupção, muita ilegalidade, bem diferente do que muitos cidadãos pensariam existir. A justiça? Mero detalhe jogado ao lado.
Outro aspecto a se elogiar no trabalho de Al Pacino é que ele está mais contido do que o habitual, sem explosões de fúria ou algo do tipo. Seu trabalho mais introspectivo, como se estive implodindo, ao invés de explodir, acabou lhe valendo uma indicação ao Oscar, algo completamente merecido. Anos depois o próprio ator relembraria do filme numa entrevista, dizendo que havia assistido uma reprise do filme na TV e que tinha ficado orgulhoso de seu trabalho em cena. Ele estava em uma fase tão elogiada que isso acabava se tornando quase uma rotina, uma banalidade, uma vez que nessa fase de sua filmografia era quase certo ter uma indicação por ano ao Oscar, tamanho era seu prestígio entre a crítica e os membros da Academia. Também acabou sendo indicado ao Globo de Ouro onde foi considerado o favorito. Só não ganhou mesmo por um mero capricho do destino.
No começo da década de 1980 Al Pacino ficou praticamente dois anos sem lançar nenhum filme. Os convites chegavam até ele, mas o ator parecia mais interessado nos palcos do que nas telas. Durante esse período ele se dedicou ao teatro em Nova Iorque até que em 1982 o diretor Arthur Hiller lhe enviou um roteiro escrito por Israel Horovitz. Era uma história bem interessante sobre um autor de peças da Broadway que passava por uma grande tensão familiar e profissional decorrente da estreia de sua nova peça. Pacino que estava tão submerso no meio teatral gostou muito do que leu. Assim aceitou o convite para atuar como o protagonista de "Author! Author!" que no Brasil recebeu o título de "Autor em Família". De certa maneira era um filme menor, com produção mais modesta, feito para um público mais específico, ligado ao mundo do teatro. Pacino assim voltava ao cinema de uma maneira mais sutil, mais artística. Colecionando boas críticas ele acabou sendo indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Comédia ou Musical, pois os membros do prêmio entenderam que o filme tinha mais potencial de comédia de costumes do que drama, o que de certa maneira era uma visão bem absurda.
Apesar da boa repercussão por parte da crítica, as bilheterias foram consideradas mornas. Pacino já não parecia mais ser o grande astro dos tempos de "O Poderoso Chefão". Ao contrário disso investia cada vez mais em um tipo de cinema mais intimista, autoral. Correr riscos já não parecia muito fazer sua cabeça. Em Hollywood porém você não pode ser tão cult assim, pois os estúdios visam principalmente o sucesso comercial, uma vez que a roda comercial da indústria cinematográfica não pode parar de girar. É sempre necessário gerar receitas e mais receitas e o valor de um ator é medido não pela qualidade de seus filmes, mas sim pela capacidade de gerar boas bilheterias, acima de tudo.
Voltar ao sucesso era algo necessário para Pacino naqueles anos. Seu agente então lhe mostrou o roteiro do novo filme de Brian De Palma. Tudo parecia se encaixar muito bem. O roteiro era escrito pelo prestigiado Oliver Stone, um veterano da guerra do Vietnã, que havia se destacado por causa de seus textos viscerais. Para Pacino parecia ainda mais perfeito porque o protagonista era um gangster, tal como o que ele havia interpretado na saga "O Poderoso Chefão". Embora o novo projeto fosse um remake de "Scarface - A Vergonha de uma Nação" de 1932, tudo era repensado. A ação não se passaria mais nos anos 30, mas sim nos anos 80, em uma Miami cheia de traficantes e cocaína. "Scarface" assim foi escolhido por Al Pacino para ser seu retorno triunfal nas grandes bilheterias. Um filme feito para fazer muito sucesso comercial, mas será que daria realmente certo?
Hoje em dia "Scarface" de Brian De Palma é considerado um filme cult, porém na época de seu lançamento houve inúmeras críticas. O termo mais usado para definir essa fita foi "exagerada". Havia excessos por todas as partes, da violência, dos palavrões, da quantidade de cocaína, dos tiros e o mais surpreendente de tudo, da atuação de Al Pacino. Ele foi criticado por ter exagerado na dose. A atuação do ator foi dita como puro overacting! Essa era uma resposta nova em termos de Al Pacino, logo ele que sempre foi tão elogiado pela crítica. Alguma coisa havia saído dos trilhos. Em termos de bilheteria o filme não foi um fracasso comercial como muitos disseram. Ao custo de 25 milhões de dólares a fita fez 44 milhões apenas no mercado americano. Se não era um hit ou um sucesso, pelo menos cobriu seus custos de produção, deixando um bom lucro para os estúdios Universal.
O interessante é que Pacino não ficou insatisfeito com sua atuação de uma forma em geral, mas sim pelo fato de ter interpretado outro mafioso. Ele não queria se repetir ano após ano, tentando recuperar o que havia sido deixado para trás nos filmes da franquia "O Poderoso Chefão". Para Pacino o importante era variar mais em seus personagens no cinema. Repetir-se não era um dos seus objetivos, mesmo que isso significasse excelentes cachês ou boas bilheterias de cinema. Para Pacino o desafio sempre falaria mais alto.
Assim ele resolveu dar mais um tempo. Ficou dois anos fora das telas. Voltou aos palcos, ao teatro em Nova Iorque. Havia uma certa mágoa por parte do ator das críticas que lhe foram feitas. Em 1985 ele decidiu retornar após fazer uma escolha bem ruim. Pacino decidiu que iria estrelar o novo filme de Hugh Hudson chamado "Revolução". Era um drama épico, histórico, sobre os revolucionários americanos que lutaram pela independência de seu país no século XVII. O filme não foi uma produção tão cara como foi dito na época (custou em torno de 28 milhões de dólares), mas as bilheterias foram pífias. O público não se interessou em nada pelo filme. No primeiro fim de semana o filme só conseguiu arrecadar 50 mil dólares. Em poucos dias todos os jornais americanos estampavam que o novo filme de Al Pacino havia se tornado um dos maiores fracassos de bilheteria da história. Um fracasso monumental.
Depois do fracasso comercial do filme "Revolução", Al Pacino resolveu dar um tempo no cinema. Ficou quatro anos afastado das telas. Nesse meio tempo decidiu reavaliar os rumos de sua carreira, ao mesmo tempo em que se dedicava ao grande amor de sua vida: o teatro. Ele participou de peças em Nova Iorque e ficou tão absorvido por esse universo que não sentiu saudades de Hollywood e da indústria cinematográfica. Ele estava bem no teatro e não estava disposto a voltar tão cedo para a costa oeste para rodar uma nova produção. Só veio a aceitar a atuar novamente no cinema quando recebeu um convite do diretor Harold Becker para estrelar o filme policial "Vítimas de uma Paixão". Era um roteiro interessante, escrito pelo bom roteirista Richard Price. No enredo Pacino iria interpretar um tira de Nova Iorque que tinha que investigar uma série de mortes provocadas por um serial killer que atraía suas vítimas através de anúncios de relacionamentos no jornal.
Pacino só fez uma exigência para trabalhar nesse filme, que ele fosse rodado em Nova Iorque, justamente para que ele não precisasse deixar a cidade durante as filmagens, pois queria continuar a atuar em suas peças na cidade. O elenco trazia ainda a bela e sensual Ellen Barkin e o bom ator John Goodman, amigo de Pacino dos velhos tempos. Foi um filme de orçamento mais modesto, pois Pacino estava com pavor de atuar em grandes produções como havia acontecido em "Revolução". Ele não queria mais aquele tipo de responsabilidade. Quando chegou nas telas, "Sea of Love" (seu título original) foi bem nas bilheterias. A crítica também gostou, fazendo com que Al Pacino finalmente retomasse sua carreira na sétima arte.
Em 1990 Al Pacino atuou em "Dick Tracy", algo completamente novo em sua carreira, uma adaptação de um antigo personagem dos quadrinhos. Foi um projeto muito pessoal do ator e diretor Warren Beatty. Também contava no elenco com a superstar Madonna. Foi uma superprodução muito divulgada e promovida pelo estúdio, mas que no final das contas não fez o sucesso esperado. O detetive andava meio esquecido do público. Para Pacino foi uma experiência nova que por outro lado não agradou muito os que gostavam de seu trabalho no cinema. Além de usar uma maquiagem esquisita, Pacino estava muito exagerado no filme. Um tipo de papel que não lhe caia muito bem. Afinal Pacino era considerado um ator sério de Hollywood e aquele vilão bobo, cheio de caretas, não iria trazer nada de muito positivo para sua carreira.
O ator então quis dar uma grande volta por cima na aguardada continuação intitulada "O Poderoso Chefão III". Era a terceira e última parte da trilogia que havia criado um mito em torno de seu trabalho. Al voltava a interpretar Don Michael Corleone, agora um homem destruído pelo próprio mundo do crime que ajudou a construir. O filme contou com uma grande má vontade por parte da imprensa americana. Francis Ford Coppola estava de volta à direção, mas nem isso serviu para que a crítica baixasse o tom negativo. Some-se a isso a escalação de Sofia Coppola. A imprensa acusou Coppola de nepotismo, além de ter falado muito mal da própria Sofia, considerada uma má atriz. Tudo parecia contra. Apesar de tudo foi um bom filme, muito embora tenha sofrido todos os tipos de críticas possíveis. Com toda essa onda negativa o filme acabou rendendo muito menos do que era o esperado, levando o título de "pior da série", um verdadeiro desperdício. Não era para tanto. O filme tinha seus méritos, só que não foi reconhecido na época de seu lançamento.
Pablo Aluísio.
Apesar do curto currículo nada impediu que Francis Ford Coppola escalasse Al Pacino para interpretar Michael Corleone, o caçula da família Corleone, aquele que o pai queria que ficasse longe dos negócios sujos da família, o que iria ter uma vida normal, que iria se formar, ter uma profissão e que não iria sujar as mãos de sangue com as coisas da máfia. Conforme a história do filme ia avançando também iríamos descobrir que tudo no final iria cair nos ombros de Michael, apesar de todos os planos de deixá-lo fora do mundo do crime.
Uma das principais razões para que Coppola escolhesse Al Pacino era obviamente sua descendência italiana, algo que era necessário na escolha do elenco. O curioso é que Pacino era um dos poucos verdadeiros ítalo americanos do casting. Brando, por exemplo, era um americano nato, um ator nascido no meio oeste, sem qualquer ligação familiar com os imigrantes italianos que vieram para a América. Assim Pacino era a carga genética necessária para trazer autenticidade naquele grupo de personagens. "Foi uma escolha até muito natural. Ele era jovem e não tinha muita experiência, mas o talento estava lá. Além disso ele era italiano em tudo, no rosto romano, nos gestos, no temperamento, era a escolha mais certa possível" - explicaria o cineasta alguns anos depois.
É uma espécie de consenso entre os cinéfilos que o filme "Um Dia de Cão" é um dos melhores filmes da década de 70. Todos os ingredientes que faziam o menu do cinema realista daquela época estavam em cena. Os personagens crus, a sujeira das ruas, a truculência de bandidos e policiais. A violência tanto real como psicológica. A obra assinada pelo diretor Sidney Lumet impressionava. O filme era um soco bem no meio do estômago, sem dó e nem piedade. Na história Pacino interpretava um assaltante pé de chinelo chamado Sonny. Para que seu namorado pudesse fazer uma cirurgia ele resolvia assaltar um banco, só que nada muito bem planejado ou organizado. Assim que a polícia chegava no local iniciava-se um caos, com um criminoso insano e desequilibrado que não conseguia tomar qualquer decisão sensata. Al Pacino aos berros e com olhar vidrado chamou mais uma vez todas as atenções para si. Por sua atuação intensa acabou sendo indicado mais uma vez ao Oscar de Melhor Ator. Só não ganhou porque muitos achavam que ele já estava sendo priorizado demais pela academia, desde os anos anteriores, pela saga "O Poderoso Chefão". O filme aliás colecionou indicações, mas no final da noite só conseguiu ser premiado pelo brilhante trabalho do roteirista Frank Pierson. O escritor não pôde comparecer na noite e mandou seu colega de letras, Gore Vidal, receber a estatueta.
Para Pacino não ter sido premiado foi o de menos. Ele estava no auge da carreira. No ano anterior ele também havia sido indicado ao Oscar por "O Poderoso Chefão II". Assim estava na crista da onda. Anos depois Pacino comentaria sobre sua atuação em "Um Dia de Cão", afirmando: "Gostei desse papel. O Sonny também era um criminoso, mas ao contrário da família Corleone, era um pobre coitado. Procurei dar a ele o melhor em termos humanos, mas sem deixar de lado o fato dele ter nuances de um psicopata".
"Justiça Para Todos" é um dos grandes filmes da carreira de Al Pacino. Hoje em dia o filme já não é tão lembrado, se tornando injustamente subestimado. Em uma fase excelente de sua carreira, o ator acabou atuando excepcionalmente bem nesse drama de tribunal. Aqui ele interpreta um jovem advogado que entra em um caso que ele definitivamente não acredita. O seu cliente é um juiz de direito acusado de estupro. O sujeito é do tipo asqueroso, antiético, infame. O advogado personagem de Pacino o conhece muito bem, mas tenta cumprir sua função da forma mais correta possível. O título original em inglês, a expressão constitucional "...And Justive For All" (...e justiça para todos) é usada quase como uma triste ironia, mostrando que no meio judiciário americano existia muita corrupção, muita ilegalidade, bem diferente do que muitos cidadãos pensariam existir. A justiça? Mero detalhe jogado ao lado.
Outro aspecto a se elogiar no trabalho de Al Pacino é que ele está mais contido do que o habitual, sem explosões de fúria ou algo do tipo. Seu trabalho mais introspectivo, como se estive implodindo, ao invés de explodir, acabou lhe valendo uma indicação ao Oscar, algo completamente merecido. Anos depois o próprio ator relembraria do filme numa entrevista, dizendo que havia assistido uma reprise do filme na TV e que tinha ficado orgulhoso de seu trabalho em cena. Ele estava em uma fase tão elogiada que isso acabava se tornando quase uma rotina, uma banalidade, uma vez que nessa fase de sua filmografia era quase certo ter uma indicação por ano ao Oscar, tamanho era seu prestígio entre a crítica e os membros da Academia. Também acabou sendo indicado ao Globo de Ouro onde foi considerado o favorito. Só não ganhou mesmo por um mero capricho do destino.
No começo da década de 1980 Al Pacino ficou praticamente dois anos sem lançar nenhum filme. Os convites chegavam até ele, mas o ator parecia mais interessado nos palcos do que nas telas. Durante esse período ele se dedicou ao teatro em Nova Iorque até que em 1982 o diretor Arthur Hiller lhe enviou um roteiro escrito por Israel Horovitz. Era uma história bem interessante sobre um autor de peças da Broadway que passava por uma grande tensão familiar e profissional decorrente da estreia de sua nova peça. Pacino que estava tão submerso no meio teatral gostou muito do que leu. Assim aceitou o convite para atuar como o protagonista de "Author! Author!" que no Brasil recebeu o título de "Autor em Família". De certa maneira era um filme menor, com produção mais modesta, feito para um público mais específico, ligado ao mundo do teatro. Pacino assim voltava ao cinema de uma maneira mais sutil, mais artística. Colecionando boas críticas ele acabou sendo indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Comédia ou Musical, pois os membros do prêmio entenderam que o filme tinha mais potencial de comédia de costumes do que drama, o que de certa maneira era uma visão bem absurda.
Apesar da boa repercussão por parte da crítica, as bilheterias foram consideradas mornas. Pacino já não parecia mais ser o grande astro dos tempos de "O Poderoso Chefão". Ao contrário disso investia cada vez mais em um tipo de cinema mais intimista, autoral. Correr riscos já não parecia muito fazer sua cabeça. Em Hollywood porém você não pode ser tão cult assim, pois os estúdios visam principalmente o sucesso comercial, uma vez que a roda comercial da indústria cinematográfica não pode parar de girar. É sempre necessário gerar receitas e mais receitas e o valor de um ator é medido não pela qualidade de seus filmes, mas sim pela capacidade de gerar boas bilheterias, acima de tudo.
Voltar ao sucesso era algo necessário para Pacino naqueles anos. Seu agente então lhe mostrou o roteiro do novo filme de Brian De Palma. Tudo parecia se encaixar muito bem. O roteiro era escrito pelo prestigiado Oliver Stone, um veterano da guerra do Vietnã, que havia se destacado por causa de seus textos viscerais. Para Pacino parecia ainda mais perfeito porque o protagonista era um gangster, tal como o que ele havia interpretado na saga "O Poderoso Chefão". Embora o novo projeto fosse um remake de "Scarface - A Vergonha de uma Nação" de 1932, tudo era repensado. A ação não se passaria mais nos anos 30, mas sim nos anos 80, em uma Miami cheia de traficantes e cocaína. "Scarface" assim foi escolhido por Al Pacino para ser seu retorno triunfal nas grandes bilheterias. Um filme feito para fazer muito sucesso comercial, mas será que daria realmente certo?
Hoje em dia "Scarface" de Brian De Palma é considerado um filme cult, porém na época de seu lançamento houve inúmeras críticas. O termo mais usado para definir essa fita foi "exagerada". Havia excessos por todas as partes, da violência, dos palavrões, da quantidade de cocaína, dos tiros e o mais surpreendente de tudo, da atuação de Al Pacino. Ele foi criticado por ter exagerado na dose. A atuação do ator foi dita como puro overacting! Essa era uma resposta nova em termos de Al Pacino, logo ele que sempre foi tão elogiado pela crítica. Alguma coisa havia saído dos trilhos. Em termos de bilheteria o filme não foi um fracasso comercial como muitos disseram. Ao custo de 25 milhões de dólares a fita fez 44 milhões apenas no mercado americano. Se não era um hit ou um sucesso, pelo menos cobriu seus custos de produção, deixando um bom lucro para os estúdios Universal.
O interessante é que Pacino não ficou insatisfeito com sua atuação de uma forma em geral, mas sim pelo fato de ter interpretado outro mafioso. Ele não queria se repetir ano após ano, tentando recuperar o que havia sido deixado para trás nos filmes da franquia "O Poderoso Chefão". Para Pacino o importante era variar mais em seus personagens no cinema. Repetir-se não era um dos seus objetivos, mesmo que isso significasse excelentes cachês ou boas bilheterias de cinema. Para Pacino o desafio sempre falaria mais alto.
Assim ele resolveu dar mais um tempo. Ficou dois anos fora das telas. Voltou aos palcos, ao teatro em Nova Iorque. Havia uma certa mágoa por parte do ator das críticas que lhe foram feitas. Em 1985 ele decidiu retornar após fazer uma escolha bem ruim. Pacino decidiu que iria estrelar o novo filme de Hugh Hudson chamado "Revolução". Era um drama épico, histórico, sobre os revolucionários americanos que lutaram pela independência de seu país no século XVII. O filme não foi uma produção tão cara como foi dito na época (custou em torno de 28 milhões de dólares), mas as bilheterias foram pífias. O público não se interessou em nada pelo filme. No primeiro fim de semana o filme só conseguiu arrecadar 50 mil dólares. Em poucos dias todos os jornais americanos estampavam que o novo filme de Al Pacino havia se tornado um dos maiores fracassos de bilheteria da história. Um fracasso monumental.
Depois do fracasso comercial do filme "Revolução", Al Pacino resolveu dar um tempo no cinema. Ficou quatro anos afastado das telas. Nesse meio tempo decidiu reavaliar os rumos de sua carreira, ao mesmo tempo em que se dedicava ao grande amor de sua vida: o teatro. Ele participou de peças em Nova Iorque e ficou tão absorvido por esse universo que não sentiu saudades de Hollywood e da indústria cinematográfica. Ele estava bem no teatro e não estava disposto a voltar tão cedo para a costa oeste para rodar uma nova produção. Só veio a aceitar a atuar novamente no cinema quando recebeu um convite do diretor Harold Becker para estrelar o filme policial "Vítimas de uma Paixão". Era um roteiro interessante, escrito pelo bom roteirista Richard Price. No enredo Pacino iria interpretar um tira de Nova Iorque que tinha que investigar uma série de mortes provocadas por um serial killer que atraía suas vítimas através de anúncios de relacionamentos no jornal.
Pacino só fez uma exigência para trabalhar nesse filme, que ele fosse rodado em Nova Iorque, justamente para que ele não precisasse deixar a cidade durante as filmagens, pois queria continuar a atuar em suas peças na cidade. O elenco trazia ainda a bela e sensual Ellen Barkin e o bom ator John Goodman, amigo de Pacino dos velhos tempos. Foi um filme de orçamento mais modesto, pois Pacino estava com pavor de atuar em grandes produções como havia acontecido em "Revolução". Ele não queria mais aquele tipo de responsabilidade. Quando chegou nas telas, "Sea of Love" (seu título original) foi bem nas bilheterias. A crítica também gostou, fazendo com que Al Pacino finalmente retomasse sua carreira na sétima arte.
Em 1990 Al Pacino atuou em "Dick Tracy", algo completamente novo em sua carreira, uma adaptação de um antigo personagem dos quadrinhos. Foi um projeto muito pessoal do ator e diretor Warren Beatty. Também contava no elenco com a superstar Madonna. Foi uma superprodução muito divulgada e promovida pelo estúdio, mas que no final das contas não fez o sucesso esperado. O detetive andava meio esquecido do público. Para Pacino foi uma experiência nova que por outro lado não agradou muito os que gostavam de seu trabalho no cinema. Além de usar uma maquiagem esquisita, Pacino estava muito exagerado no filme. Um tipo de papel que não lhe caia muito bem. Afinal Pacino era considerado um ator sério de Hollywood e aquele vilão bobo, cheio de caretas, não iria trazer nada de muito positivo para sua carreira.
O ator então quis dar uma grande volta por cima na aguardada continuação intitulada "O Poderoso Chefão III". Era a terceira e última parte da trilogia que havia criado um mito em torno de seu trabalho. Al voltava a interpretar Don Michael Corleone, agora um homem destruído pelo próprio mundo do crime que ajudou a construir. O filme contou com uma grande má vontade por parte da imprensa americana. Francis Ford Coppola estava de volta à direção, mas nem isso serviu para que a crítica baixasse o tom negativo. Some-se a isso a escalação de Sofia Coppola. A imprensa acusou Coppola de nepotismo, além de ter falado muito mal da própria Sofia, considerada uma má atriz. Tudo parecia contra. Apesar de tudo foi um bom filme, muito embora tenha sofrido todos os tipos de críticas possíveis. Com toda essa onda negativa o filme acabou rendendo muito menos do que era o esperado, levando o título de "pior da série", um verdadeiro desperdício. Não era para tanto. O filme tinha seus méritos, só que não foi reconhecido na época de seu lançamento.
Pablo Aluísio.
Os Filmes de Kate Hudson
A filmografia de Kate Hudson tem altos e baixos. Ela faz parte de uma família de atores (filha da comediante Goldie Hawn, casada com Kurt Russell) e por essa razão já nasceu dentro do mundo do cinema. Essa linhagem ajudou certamente a abrir algumas portas importantes na indústria. Sua estreia se deu em uma boa série chamada O Quinteto (que chegou a ser exibida na TV aberta brasileira). No cinema atuou pela primeira vez na comédia adolescente Uma Aventura no Deserto. Não era grande coisa, mas serviu para que se tornasse mais conhecida. Depois disso surgiu como coadjuvante em três outros filmes, todos bem mais relevantes, 200 Cigarros, As Mulheres de Adams e Intrigas.
Só com Quase Famosos foi que ela se tornou realmente um nome quente no cinema. O filme, muito bem escrito e dirigido por Cameron Crowe, era um retrato da vida na estrada de bandas de rock nos anos 70. Kate interpretava uma groupie chamada Penny Lane (o mesmo nome da famosa canção dos Beatles). O filme foi sucesso de crítica e público e acabou ganhando um status de cult movie com o passar dos anos. A trilha sonora também era fantástica. Como Kate chamou todas as atenções por sua atuação logo os estúdios lhe ofereciam propostas para ser a atriz, a estrela, de novos filmes. Os dias de coadjuvante tinham chegado ao fim.
Antes disso porém Kate tinha assinado para participar de um filme com Richard Gere chamado Dr T e as Mulheres. Não era um grande filme, mas daria a ela a chance de atuar ao lado do famoso galã de Hollywood - naquela altura já em sua fase de cabelos grisalhos. O interessante é que o filme que deveria transformar Kate em uma grande estrela não foi bem de bilheteria. O épico histórico Honra & Coragem - As Quatro Plumas não foi prestigiado pelo público. Considerado chato pelos jovens e recebido friamente pela crítica em seu lançamento acabou não agradando a quase ninguém. O único aspecto positivo foi que ela teve a oportunidade de contracenar com Heath Ledger, jovem ator que morreria muito cedo, vítima de uma overdose de drogas. Imortalizado no papel de Coringa no cinema, Ledger não teve tempo de desfrutar de sua fama.
Depois desse fracasso os planos mudaram. Havia um nicho muito bom para Kate direcionar sua carreira: a das comédias românticas. Era uma fase em que o público feminino garantia a boa bilheteria desse tipo de produção. Assim ela resolveu apostar em um bom roteiro sobre relacionamentos. O filme se chamava Como Perder um Homem em 10 Dias. Kate interpretava uma jornalista que testava sua própria tese sobre as coisas que jamais se deveria fazer em um relacionamento. A dupla ao lado do ator Matthew McConaughey (que também tinha ótimo timing para esse tipo de filme) se revelou certeiro e ela conseguiu seu primeiro grande sucesso de bilheteria como atriz principal. Finalmente Kate Hudson se tornava chamaria de bilheteria, abrindo uma nova fase em sua carreira.
Depois que Kate Hudson descobriu o caminho do sucesso ela não parou mais de realizar filmes. Os estúdios há tempos vinham em busca da nova namoradinha da América. Kate surgiu na hora certa para ocupar esse espaço. Em Um Presente Para Helen a atriz conseguiu discutir um tema sério (a escolha de muitas mulheres entre ter uma carreira ou cuidar de seus filhos) de forma bem interessante, sem com isso perder o humor e a leveza. A personagem de Kate era a de uma mulher moderna, profissional no pico da carreira, que de repente se via na delicada situação de ter que cuidar de crianças. Tanto público e crítica gostaram bastante do resultado.
Depois tentando mudar um pouco os ares a atriz estrelou uma fita de terror! Algo inesperado por muita gente. Em A Chave Mestra, Kate interpretava uma jovem cética que tinha que aprender sobre o mundo espiritual de uma forma nada convencional. Vivendo em uma New Orleans cheia de magia, feitiços e maldições, ela acaba tendo contato com o lado mais negro das crenças do sobrenatural. O filme tinha uma excelente direção de arte e o clima adequado, porém a crítica se dividiu. Para alguns faltaram sustos, se tornando uma fita que apostava muito em um terror mais psicológico. Para outros o que realmente faltava no roteiro era sutileza. De qualquer maneira, apesar do bom resultado final, acabou sendo o primeiro e único filme de terror de sua carreira.
Assim ela acabou voltando para as comédias românticas onde atingia sempre os melhores números do ponto de vista comercial. No divertido Dois é Bom, Três é Demais, Kate contracenou com o ator Owen Wilson. O filme era uma comédia até bobinha, mas divertida, sobre um casal que tinha que aguentar o amigo sem futuro do marido. Nos bastidores Kate acabou tendo um caso amoroso ligeiro com Wilson que acabou ficando perdidamente apaixonado por ela. Depois do fim do breve namoro o ator entrou em uma depressão profunda e acabou tentando o suicídio com uma overdose de drogas legais (calmantes). O fato deixou Kate completamente transtornada pois ela definitivamente tinha encarado tudo como um flerte sem maiores consequências, enquanto Owen a via como o amor de sua vida. Até hoje Kate se recusa a falar no assunto que para ela causa grande desconforto pessoal.
Superados os dramas da vida real ela voltou a estrelar outra comédia, o filme Um Amor de Tesouro. Novamente fazendo par com Matthew McConaughey. Os dois sempre se deram muito bem juntos e não seria diferente agora. O filme tem uma levada de muito bom humor, misturado com um estilo de aventura em alto mar. Entre tapas e beijos o casal tentava encontrar um tesouro milionário na costa dos Estados Unidos. Com ótimas e divertidas cenas, que aproveitavam toda a beleza natural, a fita fez relativo sucesso comercial, sendo destroçada pela crítica americana que considerou o resultado bobo e descartável demais. Um filme para pura diversão descompromissada.
Já que Kate havia emplacado sucessos de bilheteria no gênero comédia romântica era até esperado que ela seguisse nesse mesmo filão por algum tempo, afinal Hollywood são negócios, acima de tudo. Assim em 2008 ela surgiu nas telas em mais uma comédia chamada "Amigos, Amigos, Mulheres à Parte". Aqui ela atuou ao lado de Dane Cook. Esse humorista sempre fez uma linha mais agressiva, com piadas sujas, etc. Na verdade ele surgiu nos palcos, contando esse tipo de humor politicamente incorreto. Ao lado de Kate as coisas foram mais suavizadas por um roteiro mais de acordo com o público dela, embora houvesse algumas baixarias, aqui e acolá. É um filme descartável, para assistir uma única vez, dar algumas risadinhas e jogar fora.
"Noivas em Guerra" é um pouquinho mais elegante, onde o diretor Gary Winick tentou soar mais sofisticado. Mesmo assim essa comédia romântica também não consegue se destacar muito. O grande atrativo vem da dobradinha entre Kate e a atriz Anne Hathaway. Ela interpreta uma amiga da personagem de Hudson que acaba criando uma rivalidade com ela. Assim ambas começam a disputar entre si por todas as coisas, inclusive sobre seus próprios casamentos, uma querendo ter o casamento melhor do que a outra - chegam ao absurdo de marcarem o casamento para o mesmo dia, apenas em nome da rivalidade. Fraquinho, bobinho, mas as duas atrizes pareceram se divertir bastante em cena.
Depois dessas duas produções como estrela e protagonista, Kate resolveu ficar um pouco mais sem segundo plano no drama musical "Nine". Nunca gostei muito dessa produção, mas inegavelmente fez bastante sucesso, principalmente de crítica, levando uma penca de indicações nos principais prêmios do cinema internacional, entre eles o Oscar e o Globo de Ouro. Nesse filme Kate Hudson é apenas uma coadjuvante de luxo para gente como Daniel Day-Lewis, Nicole Kidman, Penélope Cruz, Judi Dench e Sophia Loren. Seguramente é o seu filme com o elenco mais marcante e talentoso. Pena que ela mesma não tenha muito espaço no meio de tantos astros e estrelas.
Em 2010 Kate Hudson procurou por novos ares, novos desafios. Depois de "Nine" ela queria atuar em algo melhor. Comédias românticas estavam descartadas, pelo menos por um tempo. Assim ela embarcou no thriller policial de terror e suspense "O Assassino em Mim". A trama explora a figura de um serial killer (um assassino em série) atuando em uma cidade do Texas. Gosto desse filme, principalmente (mais uma vez) por causa de seu bom elenco que conta com, além de Kate, Casey Affleck (recentemente premiado com o Oscar) e Jessica Alba.
"Pronta para Amar" é um bom filme. O tema é pesado, mostrando o drama de uma jovem que descobre que está com uma doença incurável, só que o roteiro procura enfocar tudo de maneira leve. A própria Kate procura tornar sua personagem bem simpática, amena. Nada parecida com aquelas antigas personagens de filmes antigos onde tudo era visto como uma grande tragédia, com uso excessivo de cores dramáticas em cada momento. É um bom filme, como frisei, só não foi muito marcante em sua carreira como um todo.
Até para contrabalancear o filme anterior, um drama sobre doenças, a Kate Hudson realizou logo em seguida a comédia romântica "O Noivo da Minha Melhor Amiga". Considero esse filme bem fraco e descartável. É a estorinha de duas amigas, sendo que uma delas vai se casar. A outra, como é bem de praxe nesse tipo de filme, acaba se apaixonando justamente pelo noivo dela! Caos à vista! Nada muito digno de nota a não ser a boa direção de arte que em alguns momentos tenta até mesmo reviver o clima das antigas comédias românticas dos anos 60, com destaque para as que traziam a dupla Rock Hudson e Doris Day. Um filme bonitinho, mas ordinário também.
O filme que veio logo a seguir se chamou "O Relutante Fundamentalista". Não gostei muito também. O papel da Kate Hudson nesse filme é até bem secundário. Ela interpreta a namorada de um estrangeiro, vindo de um país árabe, que vai estudar nos Estados Unidos. Quando acontece o 11 de setembro, com os ataques terroristas, ele fica dividido entre a lealdade com seu povo de origem e a nova realidade de sua vida na América. É aquele tipo de filme cheio de boas intenções, mas que não funciona direito. Além disso não podemos esquecer de que boas intenções o inferno está cheio!
Pablo Aluísio.
Só com Quase Famosos foi que ela se tornou realmente um nome quente no cinema. O filme, muito bem escrito e dirigido por Cameron Crowe, era um retrato da vida na estrada de bandas de rock nos anos 70. Kate interpretava uma groupie chamada Penny Lane (o mesmo nome da famosa canção dos Beatles). O filme foi sucesso de crítica e público e acabou ganhando um status de cult movie com o passar dos anos. A trilha sonora também era fantástica. Como Kate chamou todas as atenções por sua atuação logo os estúdios lhe ofereciam propostas para ser a atriz, a estrela, de novos filmes. Os dias de coadjuvante tinham chegado ao fim.
Antes disso porém Kate tinha assinado para participar de um filme com Richard Gere chamado Dr T e as Mulheres. Não era um grande filme, mas daria a ela a chance de atuar ao lado do famoso galã de Hollywood - naquela altura já em sua fase de cabelos grisalhos. O interessante é que o filme que deveria transformar Kate em uma grande estrela não foi bem de bilheteria. O épico histórico Honra & Coragem - As Quatro Plumas não foi prestigiado pelo público. Considerado chato pelos jovens e recebido friamente pela crítica em seu lançamento acabou não agradando a quase ninguém. O único aspecto positivo foi que ela teve a oportunidade de contracenar com Heath Ledger, jovem ator que morreria muito cedo, vítima de uma overdose de drogas. Imortalizado no papel de Coringa no cinema, Ledger não teve tempo de desfrutar de sua fama.
Depois desse fracasso os planos mudaram. Havia um nicho muito bom para Kate direcionar sua carreira: a das comédias românticas. Era uma fase em que o público feminino garantia a boa bilheteria desse tipo de produção. Assim ela resolveu apostar em um bom roteiro sobre relacionamentos. O filme se chamava Como Perder um Homem em 10 Dias. Kate interpretava uma jornalista que testava sua própria tese sobre as coisas que jamais se deveria fazer em um relacionamento. A dupla ao lado do ator Matthew McConaughey (que também tinha ótimo timing para esse tipo de filme) se revelou certeiro e ela conseguiu seu primeiro grande sucesso de bilheteria como atriz principal. Finalmente Kate Hudson se tornava chamaria de bilheteria, abrindo uma nova fase em sua carreira.
Depois que Kate Hudson descobriu o caminho do sucesso ela não parou mais de realizar filmes. Os estúdios há tempos vinham em busca da nova namoradinha da América. Kate surgiu na hora certa para ocupar esse espaço. Em Um Presente Para Helen a atriz conseguiu discutir um tema sério (a escolha de muitas mulheres entre ter uma carreira ou cuidar de seus filhos) de forma bem interessante, sem com isso perder o humor e a leveza. A personagem de Kate era a de uma mulher moderna, profissional no pico da carreira, que de repente se via na delicada situação de ter que cuidar de crianças. Tanto público e crítica gostaram bastante do resultado.
Depois tentando mudar um pouco os ares a atriz estrelou uma fita de terror! Algo inesperado por muita gente. Em A Chave Mestra, Kate interpretava uma jovem cética que tinha que aprender sobre o mundo espiritual de uma forma nada convencional. Vivendo em uma New Orleans cheia de magia, feitiços e maldições, ela acaba tendo contato com o lado mais negro das crenças do sobrenatural. O filme tinha uma excelente direção de arte e o clima adequado, porém a crítica se dividiu. Para alguns faltaram sustos, se tornando uma fita que apostava muito em um terror mais psicológico. Para outros o que realmente faltava no roteiro era sutileza. De qualquer maneira, apesar do bom resultado final, acabou sendo o primeiro e único filme de terror de sua carreira.
Assim ela acabou voltando para as comédias românticas onde atingia sempre os melhores números do ponto de vista comercial. No divertido Dois é Bom, Três é Demais, Kate contracenou com o ator Owen Wilson. O filme era uma comédia até bobinha, mas divertida, sobre um casal que tinha que aguentar o amigo sem futuro do marido. Nos bastidores Kate acabou tendo um caso amoroso ligeiro com Wilson que acabou ficando perdidamente apaixonado por ela. Depois do fim do breve namoro o ator entrou em uma depressão profunda e acabou tentando o suicídio com uma overdose de drogas legais (calmantes). O fato deixou Kate completamente transtornada pois ela definitivamente tinha encarado tudo como um flerte sem maiores consequências, enquanto Owen a via como o amor de sua vida. Até hoje Kate se recusa a falar no assunto que para ela causa grande desconforto pessoal.
Superados os dramas da vida real ela voltou a estrelar outra comédia, o filme Um Amor de Tesouro. Novamente fazendo par com Matthew McConaughey. Os dois sempre se deram muito bem juntos e não seria diferente agora. O filme tem uma levada de muito bom humor, misturado com um estilo de aventura em alto mar. Entre tapas e beijos o casal tentava encontrar um tesouro milionário na costa dos Estados Unidos. Com ótimas e divertidas cenas, que aproveitavam toda a beleza natural, a fita fez relativo sucesso comercial, sendo destroçada pela crítica americana que considerou o resultado bobo e descartável demais. Um filme para pura diversão descompromissada.
Já que Kate havia emplacado sucessos de bilheteria no gênero comédia romântica era até esperado que ela seguisse nesse mesmo filão por algum tempo, afinal Hollywood são negócios, acima de tudo. Assim em 2008 ela surgiu nas telas em mais uma comédia chamada "Amigos, Amigos, Mulheres à Parte". Aqui ela atuou ao lado de Dane Cook. Esse humorista sempre fez uma linha mais agressiva, com piadas sujas, etc. Na verdade ele surgiu nos palcos, contando esse tipo de humor politicamente incorreto. Ao lado de Kate as coisas foram mais suavizadas por um roteiro mais de acordo com o público dela, embora houvesse algumas baixarias, aqui e acolá. É um filme descartável, para assistir uma única vez, dar algumas risadinhas e jogar fora.
"Noivas em Guerra" é um pouquinho mais elegante, onde o diretor Gary Winick tentou soar mais sofisticado. Mesmo assim essa comédia romântica também não consegue se destacar muito. O grande atrativo vem da dobradinha entre Kate e a atriz Anne Hathaway. Ela interpreta uma amiga da personagem de Hudson que acaba criando uma rivalidade com ela. Assim ambas começam a disputar entre si por todas as coisas, inclusive sobre seus próprios casamentos, uma querendo ter o casamento melhor do que a outra - chegam ao absurdo de marcarem o casamento para o mesmo dia, apenas em nome da rivalidade. Fraquinho, bobinho, mas as duas atrizes pareceram se divertir bastante em cena.
Depois dessas duas produções como estrela e protagonista, Kate resolveu ficar um pouco mais sem segundo plano no drama musical "Nine". Nunca gostei muito dessa produção, mas inegavelmente fez bastante sucesso, principalmente de crítica, levando uma penca de indicações nos principais prêmios do cinema internacional, entre eles o Oscar e o Globo de Ouro. Nesse filme Kate Hudson é apenas uma coadjuvante de luxo para gente como Daniel Day-Lewis, Nicole Kidman, Penélope Cruz, Judi Dench e Sophia Loren. Seguramente é o seu filme com o elenco mais marcante e talentoso. Pena que ela mesma não tenha muito espaço no meio de tantos astros e estrelas.
Em 2010 Kate Hudson procurou por novos ares, novos desafios. Depois de "Nine" ela queria atuar em algo melhor. Comédias românticas estavam descartadas, pelo menos por um tempo. Assim ela embarcou no thriller policial de terror e suspense "O Assassino em Mim". A trama explora a figura de um serial killer (um assassino em série) atuando em uma cidade do Texas. Gosto desse filme, principalmente (mais uma vez) por causa de seu bom elenco que conta com, além de Kate, Casey Affleck (recentemente premiado com o Oscar) e Jessica Alba.
"Pronta para Amar" é um bom filme. O tema é pesado, mostrando o drama de uma jovem que descobre que está com uma doença incurável, só que o roteiro procura enfocar tudo de maneira leve. A própria Kate procura tornar sua personagem bem simpática, amena. Nada parecida com aquelas antigas personagens de filmes antigos onde tudo era visto como uma grande tragédia, com uso excessivo de cores dramáticas em cada momento. É um bom filme, como frisei, só não foi muito marcante em sua carreira como um todo.
Até para contrabalancear o filme anterior, um drama sobre doenças, a Kate Hudson realizou logo em seguida a comédia romântica "O Noivo da Minha Melhor Amiga". Considero esse filme bem fraco e descartável. É a estorinha de duas amigas, sendo que uma delas vai se casar. A outra, como é bem de praxe nesse tipo de filme, acaba se apaixonando justamente pelo noivo dela! Caos à vista! Nada muito digno de nota a não ser a boa direção de arte que em alguns momentos tenta até mesmo reviver o clima das antigas comédias românticas dos anos 60, com destaque para as que traziam a dupla Rock Hudson e Doris Day. Um filme bonitinho, mas ordinário também.
O filme que veio logo a seguir se chamou "O Relutante Fundamentalista". Não gostei muito também. O papel da Kate Hudson nesse filme é até bem secundário. Ela interpreta a namorada de um estrangeiro, vindo de um país árabe, que vai estudar nos Estados Unidos. Quando acontece o 11 de setembro, com os ataques terroristas, ele fica dividido entre a lealdade com seu povo de origem e a nova realidade de sua vida na América. É aquele tipo de filme cheio de boas intenções, mas que não funciona direito. Além disso não podemos esquecer de que boas intenções o inferno está cheio!
Pablo Aluísio.
sábado, 12 de janeiro de 2019
Filmes da Semana - Edição X
O que há de bom em termos de filmes para assistir essa semana na TV aberta? Vamos deixar algumas dicas. Lembrando que essa programação de filmes vai de 13 (sábado) a 19 de fevereiro (sexta) de 2021. Então vamos lá. Para quem gosta do comediante Jim Carrey teremos a exibição de "O Máskara" (Globo, Sábado, 14:10). O filme é um dos clássicos desse ator, com ótimos efeitos especiais e roteiro bem insano. Bem indicado, sem dúvida. "Os Descendentes" (Globo, Sábado, 3:55) é um bom filme, estrelado por George Clooney. OK, não é um dos melhores filmes do ator, mas tem um roteiro interessante e uma bela direção de fotografia pois o filme foi todo rodado nas ilhas havaianas.
Para quem gosta de filmes baseados em histórias em quadrinhos a Temperatura Máxima exibirá "X-Men: Dias De Um Futuro Esquecido" (Globo, Domingo, 12:30). Esse filme me agradou bastante quando o assisti no cinema. Fica à altura dessa boa franquia de filmes sobre os personagens da Marvel. Para quem ainda não assistiu vale uma espiada. "O Aviador" (Globo, Domingo, 01:00) é o ponto alto da programação de filmes nessa semana. Essa bela obra cinematográfica dirigida por Martin Scorsese conta a história real do milionário americano Howard Hughes, que acabou sofrendo de sérios problemas mentais. No elenco, interpretando Hughes, o ator Leonardo DiCaprio dá um show de atuação. Esse é o melhor filme da semana na TV aberta, sem dúvida.
"Procurando Nemo" (Globo, Segunda, 14:55) é uma das melhores animações produzidas nos últimos anos. Já é considerado um clássico moderno pelos especialistas nesse nicho cinematográfico. Muito bom, diria até excelente. Ideal para as crianças que estão em casa nesses dias de (não) carnaval. A Tela quente vai exibir "Deadpool" (Globo, Segunda, 23:55). Outra boa adaptação de quadrinhos. O ator Ryan Reynolds, que havia errado tanto em "Lanterna Verde" aqui acertou em cheio. O filme é divertido e bem realizado.
"Alice Através do Espelho" (Globo, Quarta, 15:00) é a continuação de "Alice no País das Maravilhas". O primeiro filme rendeu um bilhão de dólares nas bilheterias. Esse segundo não chegou a tanto, mas pelo menos trouxe de volta a boa atriz Mia Wasikowska no papel de Alice. Ela é uma das melhores razões para se assistir a esse filme. E para quem curte dos filmes de ação de Liam Neeson, nesse mesmo dia será exibido "Busca Implacável 2" (Globo, Quarta, 02:50). Essa sequência segue bem de perto a fórmula do primeiro filme. Então se gostou do 1, certamente vai gostar do 2.
"O Exótico Hotel Marigold" (Globo, Quinta, 01:33) tem a força em seu elenco. A dama do teatro e do cinema Judi Dench está excelente em seu papel. Esse filme deveria ser exibido em um horário melhor, para que mais pessoas tivessem a oportunidade de assistir. É cinema classe A. E essa semana parece ser mesmo a semana das continuações na TV aberta. "Casamento Grego 2" (Globo, Sexta, 15:00) não tem a mesma qualidade do filme original, até porque o casamento já havia sido realizado na primeira história, mas mantém um certo interesse para quem apreciou o primeiro filme. E para não deixar os fãs de filmes de terror sem ter o que assistir, "Poder Paranormal" (Globo, Sexta, 01:45) está no programação. Então é isso, tem filmes para todos os gostos e para praticamente todos os tipos de espectadores. Agora é conferir os filmes de sua preferência, passando o carnaval em casa, seguindo todos os cuidados necessários.
Pablo Aluísio.
Para quem gosta de filmes baseados em histórias em quadrinhos a Temperatura Máxima exibirá "X-Men: Dias De Um Futuro Esquecido" (Globo, Domingo, 12:30). Esse filme me agradou bastante quando o assisti no cinema. Fica à altura dessa boa franquia de filmes sobre os personagens da Marvel. Para quem ainda não assistiu vale uma espiada. "O Aviador" (Globo, Domingo, 01:00) é o ponto alto da programação de filmes nessa semana. Essa bela obra cinematográfica dirigida por Martin Scorsese conta a história real do milionário americano Howard Hughes, que acabou sofrendo de sérios problemas mentais. No elenco, interpretando Hughes, o ator Leonardo DiCaprio dá um show de atuação. Esse é o melhor filme da semana na TV aberta, sem dúvida.
"Procurando Nemo" (Globo, Segunda, 14:55) é uma das melhores animações produzidas nos últimos anos. Já é considerado um clássico moderno pelos especialistas nesse nicho cinematográfico. Muito bom, diria até excelente. Ideal para as crianças que estão em casa nesses dias de (não) carnaval. A Tela quente vai exibir "Deadpool" (Globo, Segunda, 23:55). Outra boa adaptação de quadrinhos. O ator Ryan Reynolds, que havia errado tanto em "Lanterna Verde" aqui acertou em cheio. O filme é divertido e bem realizado.
"Alice Através do Espelho" (Globo, Quarta, 15:00) é a continuação de "Alice no País das Maravilhas". O primeiro filme rendeu um bilhão de dólares nas bilheterias. Esse segundo não chegou a tanto, mas pelo menos trouxe de volta a boa atriz Mia Wasikowska no papel de Alice. Ela é uma das melhores razões para se assistir a esse filme. E para quem curte dos filmes de ação de Liam Neeson, nesse mesmo dia será exibido "Busca Implacável 2" (Globo, Quarta, 02:50). Essa sequência segue bem de perto a fórmula do primeiro filme. Então se gostou do 1, certamente vai gostar do 2.
"O Exótico Hotel Marigold" (Globo, Quinta, 01:33) tem a força em seu elenco. A dama do teatro e do cinema Judi Dench está excelente em seu papel. Esse filme deveria ser exibido em um horário melhor, para que mais pessoas tivessem a oportunidade de assistir. É cinema classe A. E essa semana parece ser mesmo a semana das continuações na TV aberta. "Casamento Grego 2" (Globo, Sexta, 15:00) não tem a mesma qualidade do filme original, até porque o casamento já havia sido realizado na primeira história, mas mantém um certo interesse para quem apreciou o primeiro filme. E para não deixar os fãs de filmes de terror sem ter o que assistir, "Poder Paranormal" (Globo, Sexta, 01:45) está no programação. Então é isso, tem filmes para todos os gostos e para praticamente todos os tipos de espectadores. Agora é conferir os filmes de sua preferência, passando o carnaval em casa, seguindo todos os cuidados necessários.
Pablo Aluísio.
Lista de Filmes
Na semana que passou assisti filmes até que interessantes, a começar por "Legítimo Rei", boa produção do Netflix que conta a história real de Robert, The Bruce, um escocês medieval que decidiu liderar uma grande rebelião contra a dominação inglesa em seu país. Com historia que corria em paralela a de Coração Valente (lembra-se do filme de Mel Gibson?) o filme uniu história e diversão em boas medidas. Acabei gostando.
Por falar em história ainda conferi outro drama histórico, um faroeste chamado "Uma Mulher Exemplar". Esse filme conta a história de uma pintora que em pleno século XIX ousou pegar um trem e ir para os territórios mais distantes do velho oeste, onde havia pouco tempo acontecido uma carnificina. De um lado os índios comandados por Touro Sentado e Cavalo Louco. Do outro a sétima cavalaria liderado pelo General Custer. Um choque de civilizações que acabou na morte dos militares americanos. A pintora viúva viajava na grande ferrovia justamente para fazer uma pintura de corpo presente de Touro Sentado. Um filme que me agradou, apesar dos erros históricos envolvidos. Tanto a protagonista como o lendário chefe tribal já eram idosos quando a história aconteceu, mas no filme surgiram jovens e bonitos. É a velha obsessão moderna pela juventude eterna indo para as telas.
Curti bastante "Mogli: O Menino Lobo", uma live action da Disney revisitando um antigo clássico da animação. Divertido, extremamente bem feito e produzido (com direito a Oscar de melhores efeitos visuais) foi uma boa volta para os tempos de infância. Por outro lado não gostei de "O Mistério do Relógio na Parede". Igualmente feito para o público juvenil, igualmente bem produzido (com direito de ter a Amblin de Spielberg como produtora), não conseguiu me cativar. Faltou carisma e melhor desenvolvimento da estória. Esse histerismo de ansiedade que parece afetar os filmes atuais de certa forma estragou a sessão. Sejam mais sutis em um segundo filme, se houver!
Por fim, dois clássicos. O primeiro foi o saboroso horror vintage "Mortos que Matam". Vincent Price interpretando o último homem a andar na face da Terra. Filme feito nos anos 60, com todas as limitações de efeitos especiais que se possa imaginar, mesmo assim muito bem feito, divertido, pura nostalgia de um tempo não vivido. O outro filme antigo (clássico para os mais elegantes) foi "A Desforra de um Estranho" onde o Tarzan, ou melhor dizendo, Jock Mahoney, tenta salvar a antiga propriedade de um amigo, um velho indígena que desapareceu após ser encontrado petróleo em seu quintal. As cenas de Mahoney brigando com punhos em uma poça de óleo negro vale por todo o filme!
Pablo Aluísio.
Por falar em história ainda conferi outro drama histórico, um faroeste chamado "Uma Mulher Exemplar". Esse filme conta a história de uma pintora que em pleno século XIX ousou pegar um trem e ir para os territórios mais distantes do velho oeste, onde havia pouco tempo acontecido uma carnificina. De um lado os índios comandados por Touro Sentado e Cavalo Louco. Do outro a sétima cavalaria liderado pelo General Custer. Um choque de civilizações que acabou na morte dos militares americanos. A pintora viúva viajava na grande ferrovia justamente para fazer uma pintura de corpo presente de Touro Sentado. Um filme que me agradou, apesar dos erros históricos envolvidos. Tanto a protagonista como o lendário chefe tribal já eram idosos quando a história aconteceu, mas no filme surgiram jovens e bonitos. É a velha obsessão moderna pela juventude eterna indo para as telas.
Curti bastante "Mogli: O Menino Lobo", uma live action da Disney revisitando um antigo clássico da animação. Divertido, extremamente bem feito e produzido (com direito a Oscar de melhores efeitos visuais) foi uma boa volta para os tempos de infância. Por outro lado não gostei de "O Mistério do Relógio na Parede". Igualmente feito para o público juvenil, igualmente bem produzido (com direito de ter a Amblin de Spielberg como produtora), não conseguiu me cativar. Faltou carisma e melhor desenvolvimento da estória. Esse histerismo de ansiedade que parece afetar os filmes atuais de certa forma estragou a sessão. Sejam mais sutis em um segundo filme, se houver!
Por fim, dois clássicos. O primeiro foi o saboroso horror vintage "Mortos que Matam". Vincent Price interpretando o último homem a andar na face da Terra. Filme feito nos anos 60, com todas as limitações de efeitos especiais que se possa imaginar, mesmo assim muito bem feito, divertido, pura nostalgia de um tempo não vivido. O outro filme antigo (clássico para os mais elegantes) foi "A Desforra de um Estranho" onde o Tarzan, ou melhor dizendo, Jock Mahoney, tenta salvar a antiga propriedade de um amigo, um velho indígena que desapareceu após ser encontrado petróleo em seu quintal. As cenas de Mahoney brigando com punhos em uma poça de óleo negro vale por todo o filme!
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2019
Jogos Mortais: Jigsaw
Esse é o mais novo filme da franquia "Jogos Mortais", lançado no último Halloween nos Estados Unidos. Claro que uma série de filmes tão lucrativa como essa não seria deixada de lado pelos produtores. A primeira pergunta que esse roteiro vai trazer para o espectador é: afinal Jigsaw está morto ou não? Pela história dos filmes anteriores sim, ele está morto há pelo dez anos! Isso porém não parece ser problema para os roteiristas que arranjaram um jeito interessante para trazer o personagem de volta ao cinema (ou quase isso!). Fique atento para a verdadeira armadilha temporal que o roteiro armou para enganar o público. É algo até bem sutil, mas igualmente criativo.
A história começa quando cinco pessoas despertam dentro de um lugar que mais parece um velho armazém. Eles estão com algo que parecem baldes em suas cabeças, todos acorrentados. Se isso já não fosse ruim o bastante as correntes os levam para cima de serras prontas para fazer todos em pedaços. Como se trata de mais um jogo mortal criado por Jigsaw, ele logo surge em áudio explicando as regras do jogo. Todas aquelas pessoas cometeram atos terríveis em suas vidas e precisam confessar os seus crimes, caso contrário todos serão trucidados. O cenário é um velho armazém que pertenceu a esposa falecida de Jigsaw, porém a dúvida persiste, como alguém morto há mais de dez anos continua a manipular seus jogos mortais?
A primeira coisa que os policiais pensam é que está agindo um copycat, um imitador do método de matar do psicopata original. As coisas vão ficando mais estranhas quando os tiras descobrem que há suspeitos dentro da própria equipe do necrotério que examina os corpos mutilados nos jogos mortais. Bom, escrever mais seria estragar algumas surpresas do filme. Basta dizer que a maquinaria da morte de Jigsaw está cada mais afiada. Em uma das sequências mais violentas um verdadeiro moedor de carne humana é usada! No geral, apesar de não trazer muitas novidades, esse novo filme da série vai agradar aos fãs. Penso que o roteiro está bem de acordo com o espírito da franquia, além disso o final fica em aberto, provavelmente para gerar novas continuações, afinal de contas o lucro é o mais importante. Lançado há pouco tempo esse "Jogos Mortais" versão 2017 se tornou um novo sucesso de público, rendendo cinco vezes o seu orçamento nas bilheterias. Alguém duvida que novos filmes virão pela frente?
Jogos Mortais: Jigsaw (Jigsaw, Estados Unidos, 2017) Direção: Michael Spierig, Peter Spierig / Roteiro: Pete Goldfinger, Josh Stolberg / Elenco: Tobin Bell, Matt Passmore, Callum Keith Rennie / Sinopse: Corpos começam a aparecer nas ruas. O grau de mutilação e violência a que eles foram expostos lembram aos detetives o método de matar do psicopata John Kramer, vulgo Jigsaw. A questão é que ele está morto há dez anos! Estaria alguém imitando seu estilo de assassinar pessoas ou o próprio Jigsaw estaria ainda vivo, solto por aí, cometendo seus crimes?
Pablo Aluísio.
A história começa quando cinco pessoas despertam dentro de um lugar que mais parece um velho armazém. Eles estão com algo que parecem baldes em suas cabeças, todos acorrentados. Se isso já não fosse ruim o bastante as correntes os levam para cima de serras prontas para fazer todos em pedaços. Como se trata de mais um jogo mortal criado por Jigsaw, ele logo surge em áudio explicando as regras do jogo. Todas aquelas pessoas cometeram atos terríveis em suas vidas e precisam confessar os seus crimes, caso contrário todos serão trucidados. O cenário é um velho armazém que pertenceu a esposa falecida de Jigsaw, porém a dúvida persiste, como alguém morto há mais de dez anos continua a manipular seus jogos mortais?
A primeira coisa que os policiais pensam é que está agindo um copycat, um imitador do método de matar do psicopata original. As coisas vão ficando mais estranhas quando os tiras descobrem que há suspeitos dentro da própria equipe do necrotério que examina os corpos mutilados nos jogos mortais. Bom, escrever mais seria estragar algumas surpresas do filme. Basta dizer que a maquinaria da morte de Jigsaw está cada mais afiada. Em uma das sequências mais violentas um verdadeiro moedor de carne humana é usada! No geral, apesar de não trazer muitas novidades, esse novo filme da série vai agradar aos fãs. Penso que o roteiro está bem de acordo com o espírito da franquia, além disso o final fica em aberto, provavelmente para gerar novas continuações, afinal de contas o lucro é o mais importante. Lançado há pouco tempo esse "Jogos Mortais" versão 2017 se tornou um novo sucesso de público, rendendo cinco vezes o seu orçamento nas bilheterias. Alguém duvida que novos filmes virão pela frente?
Jogos Mortais: Jigsaw (Jigsaw, Estados Unidos, 2017) Direção: Michael Spierig, Peter Spierig / Roteiro: Pete Goldfinger, Josh Stolberg / Elenco: Tobin Bell, Matt Passmore, Callum Keith Rennie / Sinopse: Corpos começam a aparecer nas ruas. O grau de mutilação e violência a que eles foram expostos lembram aos detetives o método de matar do psicopata John Kramer, vulgo Jigsaw. A questão é que ele está morto há dez anos! Estaria alguém imitando seu estilo de assassinar pessoas ou o próprio Jigsaw estaria ainda vivo, solto por aí, cometendo seus crimes?
Pablo Aluísio.
O Amante
Liam Neeson interpreta o marido que sempre pensou ter a esposa perfeita. Bonita, bem sucedida profissionalmente, inteligente, ela teria todas as qualidades que um homem gostaria de encontrar em uma mulher. Só que um dia, por mero acaso, ele acaba ouvindo uma mensagem no celular da esposa. Um desconhecido lhe fazia promessas de amor, com pitadas de sensualidade. Obviamente alguém bem íntimo dela. Lógico que algo assim planta a semente da desconfiança em seus pensamentos. Pior acontece quando ele vai até o laptop da esposa e descobre que existe uma pasta chamada "amor" protegida por senha.
O ciúme começa a envenenar sua mente. Após passar dias obcecado, tentando romper a senha, ele finalmente consegue. Dentro da pasta muitas fotos da esposa com o amante, em hotéis, viagens de barco e algumas delas até mesmo de intimidades com o amante. Todas as suas suspeitas são confirmadas e da pior maneira possível! A sua cabeça explode de vez! Por 12 anos a esposa que ele considerava perfeita o traiu com um amante!
Então o marido decide rastrear tudo do caso. Encontra o nome e o endereço do amante e vai até ele. Esse personagem é interpretado pelo "latin lover" Antonio Banderas, que não demora a se mostrar como um grande cafajeste, explorador de mulheres. O plano do marido traído passa a ser de vingança, de matá-lo, mas seria essa a melhor opção? "O Amante" não deixa de ser um filme interessante, que mexe com os instintos masculinos mais primitivos. O homem que descobre ter sido traído por longos anos faz aflorar seus sentimentos mais violentos. É um enredo de basicamente apenas três personagens, o marido, a esposa e o amante. Filme curto que vai direto ao ponto. Poderia ter tido um final mais visceral, porém os roteiristas optaram por algo mais sensato. Afinal não seria bom plantar ideias erradas nas mentes daqueles que viveram a mesma situação do filme.
O Amante (The Other Man, Estados Unidos, 2008) Direção: Richard Eyre / Roteiro: Richard Eyre, Charles Wood / Elenco: Liam Neeson, Antonio Banderas, Laura Linney / Sinopse: Homem que pensava ter o melhor e mais perfeito casamento do mundo descobre que sua esposa teve um amante por longos 12 anos! Obcecado com a traição, ele decide ir atrás do amante, para conhecê-lo, descobrir o que levou sua esposa a trai-lo e talvez matá-lo para lavar sua honra com sangue!
Pablo Aluísio.
O ciúme começa a envenenar sua mente. Após passar dias obcecado, tentando romper a senha, ele finalmente consegue. Dentro da pasta muitas fotos da esposa com o amante, em hotéis, viagens de barco e algumas delas até mesmo de intimidades com o amante. Todas as suas suspeitas são confirmadas e da pior maneira possível! A sua cabeça explode de vez! Por 12 anos a esposa que ele considerava perfeita o traiu com um amante!
Então o marido decide rastrear tudo do caso. Encontra o nome e o endereço do amante e vai até ele. Esse personagem é interpretado pelo "latin lover" Antonio Banderas, que não demora a se mostrar como um grande cafajeste, explorador de mulheres. O plano do marido traído passa a ser de vingança, de matá-lo, mas seria essa a melhor opção? "O Amante" não deixa de ser um filme interessante, que mexe com os instintos masculinos mais primitivos. O homem que descobre ter sido traído por longos anos faz aflorar seus sentimentos mais violentos. É um enredo de basicamente apenas três personagens, o marido, a esposa e o amante. Filme curto que vai direto ao ponto. Poderia ter tido um final mais visceral, porém os roteiristas optaram por algo mais sensato. Afinal não seria bom plantar ideias erradas nas mentes daqueles que viveram a mesma situação do filme.
O Amante (The Other Man, Estados Unidos, 2008) Direção: Richard Eyre / Roteiro: Richard Eyre, Charles Wood / Elenco: Liam Neeson, Antonio Banderas, Laura Linney / Sinopse: Homem que pensava ter o melhor e mais perfeito casamento do mundo descobre que sua esposa teve um amante por longos 12 anos! Obcecado com a traição, ele decide ir atrás do amante, para conhecê-lo, descobrir o que levou sua esposa a trai-lo e talvez matá-lo para lavar sua honra com sangue!
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2019
O Benfeitor
O eterno galã de cabelos grisalhos Richard Gere interpreta um magnata do ramo hospitalar que corroído pela culpa de um acidente de carro, onde morreu um casal de amigos, decide fazer de tudo para ajudar a única filha deles. Como é um milionário que não sabe mais onde enfiar tanto dinheiro, decide assim fazer de tudo para ajudar a jovem que está se casando. Interpretada por Dakota Fanning, ela também vai percebendo que a boa vontade de seu benfeitor começa a ficar um pouquinho além da conta, excessiva. Afinal o ricaço decide comprar uma bela casal para ela, carros, tudo do bom e do melhor. E ele deveria ser apenas o padrinho do casal, nada mais. Não precisava ser alguém que viesse a dar tudo para ela e seu noivo.
O filme tem uma narrativa bem leve, nada de muito dramático. Temos que reconhecer que você precisará gostar um tantinho do Richard Gere para considerar o filme realmente bom. Isso porque não há nada de muito dramático em sua estória, nada muito relevante realmente acontecendo nas cenas. O milionário interpretado por Gere tem problemas com drogas (é viciado em morfina) e bebidas, mas nada fica muito sério nesse aspecto. Não é um filme do tipo "Christiane F", nada disso. Até os problemas do personagem são amenizados. Diria que é um roteiro feito sob encomenda para o astro de outrora, onde ele tem oportunidade de ter uma boa atuação numa cena aqui e outra acolá, mas tudo feito mesmo na base da superficialidade. É em suma um filme leve, que nunca tem coragem de tocar fundo na ferida.
O Benfeitor (The Benefactor, Estados Unidos, 2015) Direção: Andrew Renzi / Roteiro: Andrew Renzi / Elenco: Richard Gere, Dakota Fanning, Theo James / Sinopse: Franny Hines (Gere) é um milionário filantropo com problemas de bebidas e drogas que reencontra um sentido na vida ao ter a oportunidade de ajudar a filha de um casal de amigos, mortos em um acidente no passado, do qual ele teve indiretamente uma parcela de culpa. Assim ele começa a ajudar o jovem casal de todas as maneiras possíveis, algumas delas de forma exagerada e invasiva na vida conjugal deles. Filme indicado ao Tribeca Film Festival e ao Champs-Élysées Film Festival. Premiado no Catalina Film Festival na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Pablo Aluísio.
O filme tem uma narrativa bem leve, nada de muito dramático. Temos que reconhecer que você precisará gostar um tantinho do Richard Gere para considerar o filme realmente bom. Isso porque não há nada de muito dramático em sua estória, nada muito relevante realmente acontecendo nas cenas. O milionário interpretado por Gere tem problemas com drogas (é viciado em morfina) e bebidas, mas nada fica muito sério nesse aspecto. Não é um filme do tipo "Christiane F", nada disso. Até os problemas do personagem são amenizados. Diria que é um roteiro feito sob encomenda para o astro de outrora, onde ele tem oportunidade de ter uma boa atuação numa cena aqui e outra acolá, mas tudo feito mesmo na base da superficialidade. É em suma um filme leve, que nunca tem coragem de tocar fundo na ferida.
O Benfeitor (The Benefactor, Estados Unidos, 2015) Direção: Andrew Renzi / Roteiro: Andrew Renzi / Elenco: Richard Gere, Dakota Fanning, Theo James / Sinopse: Franny Hines (Gere) é um milionário filantropo com problemas de bebidas e drogas que reencontra um sentido na vida ao ter a oportunidade de ajudar a filha de um casal de amigos, mortos em um acidente no passado, do qual ele teve indiretamente uma parcela de culpa. Assim ele começa a ajudar o jovem casal de todas as maneiras possíveis, algumas delas de forma exagerada e invasiva na vida conjugal deles. Filme indicado ao Tribeca Film Festival e ao Champs-Élysées Film Festival. Premiado no Catalina Film Festival na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Pablo Aluísio.
Cães Selvagens
Filme insano e violento que a despeito disso consegue ser um dos melhores da recente safra da filmografia do ator Nicolas Cage. Aqui ele interpreta um criminoso que topa participar de um crime bárbaro: o sequestro de um bebê! Isso por si só já bastaria para mostrar que os personagens principais são realmente cães selvagens, feras, mas há mais. Em um dos momentos mais violentos o personagem de Willem Dafoe, um viciado em cocaína sem nenhum tipo de valor humano, decide explodir os miolos da mulher que ele explora, uma pobre alma com problemas de obesidade.
O diretor Paul Schrader porém não se contenta em fazer um filme sobre criminosos comuns, que acabaram de sair da cadeia. Ele quis mais. Usando uma linguagem cinematográfica surreal, pouco comum nesse tipo de produção, ele desmonta o típico filme sobre quadrilhas. Principalmente em seu final, quando tudo é encoberto por uma nuvem de neblina. Como eu escrevei no começo do texto esse é um caso raro de filme bom e recente estrelado por Nicolas Cage (um dos atores mais queridos do público brasileiro). Essa produção que tinha tudo para ser apenas mais um filme violento de ação, daqueles bem genéricos, tem muito estilo, mesmo que seja um estilo perturbador, onde cães comem outros cães (como sugere o título original). Não é um filme para os fracos e nem para os que se impressionam com facilidade. Na dúvida não deixe de conferir.
Cães Selvagens (Dog Eat Dog, Estados Unidos, 2016) Direção: Paul Schrader / Roteiro: Matthew Wilder, baseado na obra de Edward Bunker / Elenco: Nicolas Cage, Willem Dafoe, Christopher Matthew Cook / Sinopse: Três condenados ganham a liberdade após cumprirem suas penas. De volta às ruas eles retornam para as atividades criminosas, trabalhando para um chefão mafioso conhecido como "El Greggo". Após alguns serviços eles aceitam participar de um crime hediondo, o sequestro de um bebê, filho de um ricaço da cidade.
Pablo Aluísio.
O diretor Paul Schrader porém não se contenta em fazer um filme sobre criminosos comuns, que acabaram de sair da cadeia. Ele quis mais. Usando uma linguagem cinematográfica surreal, pouco comum nesse tipo de produção, ele desmonta o típico filme sobre quadrilhas. Principalmente em seu final, quando tudo é encoberto por uma nuvem de neblina. Como eu escrevei no começo do texto esse é um caso raro de filme bom e recente estrelado por Nicolas Cage (um dos atores mais queridos do público brasileiro). Essa produção que tinha tudo para ser apenas mais um filme violento de ação, daqueles bem genéricos, tem muito estilo, mesmo que seja um estilo perturbador, onde cães comem outros cães (como sugere o título original). Não é um filme para os fracos e nem para os que se impressionam com facilidade. Na dúvida não deixe de conferir.
Cães Selvagens (Dog Eat Dog, Estados Unidos, 2016) Direção: Paul Schrader / Roteiro: Matthew Wilder, baseado na obra de Edward Bunker / Elenco: Nicolas Cage, Willem Dafoe, Christopher Matthew Cook / Sinopse: Três condenados ganham a liberdade após cumprirem suas penas. De volta às ruas eles retornam para as atividades criminosas, trabalhando para um chefão mafioso conhecido como "El Greggo". Após alguns serviços eles aceitam participar de um crime hediondo, o sequestro de um bebê, filho de um ricaço da cidade.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
Infiltrado na Klan
Quem conhece Spike Lee de longa data já prevê de antemão o que encontrará nesse seu novo filme. Usando de uma fina ironia ele conta a história de um agente policial disfarçado chamado Ron Stallworth (John David Washington) que decide ligar para um número que pertence a um grupo da Ku Klux Klan, entidade clandestina que há séculos vem reunindo racistas por todos os Estados Unidos. Se fazendo passar por um branco, ele acaba conseguindo um encontro com alguns membros. Só que por ser negro ele obviamente não pode ir a essa reunião. Então um outro agente branco se faz passar por ele. Então cria-se assim uma situação no mínimo inusitada. Ron conversa com os líderes da Klan por telefone, enquanto outro policial vai nos encontros racistas. O enredo foi levemente baseado em fatos reais acontecidos nos anos 1970. A operação policial original levou diversas pessoas para a prisão, inclusive alguns figurões da política nacional.
E por falar em política, Spike Lee aproveita para também cutucar o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante todo o filme referências indiretas são feitas a ele, até que no final o diretor se torna mais explícito, ligando os movimentos racistas do passado diretamente aos acontecimentos mais recentes, quando grupos de supremacia branca marcharam sobre algumas cidades do sul. Inclusive Spike Lee não se faz de rogado, usando a própria imagem de Trump nas cenas finais.
No final temos até um bom filme, ativista em prol dos direitos dos negros, que procura satirizar os brancos americanos que empunham a bandeira da velha confederação como uma piada de si mesmos. Em termos puramente cinematográficos porém não é um grande filme, uma obra prima da sétima arte, digna de, por exemplo, ser indicado ao Oscar de melhor filme do ano. É meramente bom, nada excepcional. No fundo serve para passar sua mensagem, usando para isso muitas vezes apenas o humor corrosivo de seu diretor.
Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman, Estados Unidos, 2018) Direção: Spike Lee / Roteiro: Charlie Wachtel, David Rabinowitz / Elenco: John David Washington, Adam Driver, Laura Harrier, Alec Baldwin / Sinopse: Durante os anos 70 um policial negro chamado Ron Stallworth (John David Washington) participa de uma operação onde o departamento infiltra um policial branco no meio de um grupo de racistas da Klan. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Música, Melhor Ator Coadjuvante (Adam Driver), Melhor Edição e Melhor Direção.
Pablo Aluísio.
E por falar em política, Spike Lee aproveita para também cutucar o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante todo o filme referências indiretas são feitas a ele, até que no final o diretor se torna mais explícito, ligando os movimentos racistas do passado diretamente aos acontecimentos mais recentes, quando grupos de supremacia branca marcharam sobre algumas cidades do sul. Inclusive Spike Lee não se faz de rogado, usando a própria imagem de Trump nas cenas finais.
No final temos até um bom filme, ativista em prol dos direitos dos negros, que procura satirizar os brancos americanos que empunham a bandeira da velha confederação como uma piada de si mesmos. Em termos puramente cinematográficos porém não é um grande filme, uma obra prima da sétima arte, digna de, por exemplo, ser indicado ao Oscar de melhor filme do ano. É meramente bom, nada excepcional. No fundo serve para passar sua mensagem, usando para isso muitas vezes apenas o humor corrosivo de seu diretor.
Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman, Estados Unidos, 2018) Direção: Spike Lee / Roteiro: Charlie Wachtel, David Rabinowitz / Elenco: John David Washington, Adam Driver, Laura Harrier, Alec Baldwin / Sinopse: Durante os anos 70 um policial negro chamado Ron Stallworth (John David Washington) participa de uma operação onde o departamento infiltra um policial branco no meio de um grupo de racistas da Klan. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Música, Melhor Ator Coadjuvante (Adam Driver), Melhor Edição e Melhor Direção.
Pablo Aluísio.
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