sexta-feira, 20 de julho de 2018

Homem Até o Fim

Muito curioso esse western da década de 1950 com Burt Lancaster. O primeiro detalhe que chama a atenção é o fato de ter sido dirigido pelo próprio ator. De fato ele em toda sua longa carreira só dirigiu dois filmes, esse e "The Midnight Man", duas décadas depois. Lancaster não se sentia à vontade com as pressões inerentes a função de direção. Na realidade só aceitou dirigir "The Kentuckian" porque acreditava muito no projeto e pelo fato da United Artists ter encontrado na época grande dificuldade em escalar um diretor adequado ao filme. Antes que o projeto fosse arquivado Lancaster em um ato de coragem assumiu sua direção. O interessante é que não se saiu mal. O filme tem um clima muito agradável, uma estória cativante e uma produção bonita. Não se trata de um faroeste típico pois o bucolismo está em todas as partes do filme, nos cenários, na simplicidade cativante do personagem de Lancaster e na sua relação com o seu filho, o pequeno Elias.

Vestido com um figurino que lembra o lendário Daniel Boone, Lancaster parece ter dirigido o filme para um público bem mais jovem. Também não esqueceu do público feminino, sempre reticente com westerns, ao colocar um triângulo amoroso para ser vivido por seu personagem. A produção é leve e divertida e conta com um excelente elenco de apoio liderado por Walter Matthau em sua estreia no cinema. Ele faz um dono de mercearia bonachão e apreciador de uma boa prosa que também tem grande habilidade em usar chicotes. Sua cena usando dessa habilidade é muito boa. O filme foi baseado no livro de Felix Holt chamado "The Gabriel Horn". Para quem não se recorda Holt foi o roteirista da série de TV "Lone Ranger" que no Brasil ficou conhecido como Zorro "americano" (não o espanhol vestido de negro, mas o azul do cavalo Silver e do índio Tonto). Sua habilidade para escrever estórias infantojuvenis cativantes se sobressai aqui também. Enfim, "Homem Até o Fim" é muito agradável de se assistir. Um raro momento de Lancaster como diretor que merece ser redescoberto. Recomendo.

Homem Até o Fim (The Kentuckian, EUA, 1955) Direção: Burt Lancaster / Roteiro: A,B. Ghthrie Jr baseado na novela de Felix Holt / Elenco: Burt Lancaster, Diana Lynn, Dianne Foster, Walter Matthau / Sinopse: Elias Wakefield (Burt Lancaster) é um humilde morador das montanhas do Kentucky que tem um sonho ao lado de seu pequeno filho: ir para o Texas para começar vida nova! O problema é que ele não tem os meios para tal. Se envolvendo em aventuras pretende levantar o dinheiro para finalmente ir embora em busca de um novo recomeço.

Pablo Aluísio.

Jake Grandão

Jake McCandles (John Wayne) é um xerife da velha guarda que após vários anos reencontra sua esposa Martha (Maureen O'Hara). Ao mesmo tempo em que tenta uma reconciliação tem que enfrentar o terrível sequestro de seu neto por um sórdido bando de facínoras foras-da-lei. Devo confessar que quando li sobre o filme pela primeira vez pensei que seria bem fraco. Isso porque "Jake Grandão" é um projeto muito familiar por parte de John Wayne. Dois filhos estão em cena, o próprio Wayne dirigiu parte do filme e para terminar encaixou o filho de seu amigo, Robert Mitchum, no elenco. Assim pensei que seria um western feito a toque de caixa, sem grandes pretensões ou qualidade, feito única e exclusivamente para a filharada ganhar uma grana extra. Também por ser um filme da fase final de sua carreira achei que seria menos produzido, sem grandes pretensões cinematográficas. Realmente me enganei. Claro que por essa época Wayne não fazia mais grandes clássicos da história do cinema. As produções eram bem mais modestas e os roteiros eram simples e derivativos de seus antigos filmes, mas mesmo assim ele conseguia manter um bom padrão de qualidade, coisa que se repete aqui.

"Jake Grandão" nem de longe pode ser comparado com filmes como "Rastros de Ódio". É uma fita simples, de rotina, tipicamente um trabalho na média do que ele produziu nos anos 70. Embora não seja um grande filme é sem dúvidas bem digno. Tem boas sequências de bang-bang, um suspense muito bem feito na cena final, uma boa fotografia, com belas paisagens do oeste e para finalizar aquele pequeno toque de humor que Wayne costumava colocar em seus filmes. Assim "Jake Grandão" traz o pacote inteiro do que se espera de um filme do ator. Diverte e entretém e por isso recomendo aos fãs do estilo.

Jake Grandão (Big Jake, EUA, 1971) Direção de George Sherman, John Wayne / Roteiro: Harry Julian Fink, Rita M. Fink / Elenco: John Wayne, Maureen O'Hara, Richard Boone, Patrick Wayne, Christopher Mitchum / Sinopse: Jake McCandles (John Wayne) é um xerife da velha guarda que após vários anos reencontra sua esposa (Maureen O'Hara). Ao mesmo tempo em que tenta uma reconciliação tem que enfrentar o terrível sequestro de seu neto por um sórdido bando de facínoras foras-da-lei.

 Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Sete Homens Sem Destino

Ben Strike (Randolph Scott) é um ex xerife que parte em busca da captura de sete ladrões de bancos que durante um assalto acabaram matando sua esposa. Durante sua jornada pelo deserto do Alabama acaba encontrando um jovem casal que tenta chegar ao oeste selvagem. O que Strike não sabe é que de uma forma ou outra todos os acontecimentos estão interligados entre si. "Sete Homens Sem Destino" tem um dos melhores roteiros que já vi em westerns dos anos 50. Uma produção ágil, rápida, muito bem escrita e extremamente eficiente. Randolph Scott repete seu papel de homem íntegro, de moral induvidosa e firmeza de caráter. Aqui ele conta com um elenco de apoio muito bom a começar pela presença de um jovem Lee Marvin, fazendo o papel de um cowboy oportunista que está no encalço do dinheiro roubado. Não era a primeira vez que Scott e Marvin dividiam a cena juntos (e nem seria a última) mas aqui Lee Marvin teve muito mais oportunidades de atuar, com mais diálogos e cenas que não se resumiam apenas a tiroteios no meio do deserto. Sua cena de assédio com a personagem da atriz Gail Russell é uma das melhores e mais tensas partes da produção.

O filme foi dirigido novamente pelo diretor e parceiro de Randolph Scott, Budd Boetticher. Já tive oportunidade de exaltar as qualidades desse cineasta que na minha opinião foi totalmente subestimado na época. Boetticher tinha um feeling incrível para contar as histórias em uma edição enxuta, onde não havia espaço para desperdício. Todas as cenas possuem um propósito bem definido, sem perda de tempo ou enrolação. O que resulta daí são faroestes onde o espectador não tira os olhos da tela, sempre interessado no que vai acontecer. O mais interessante é que seus filmes não são longos (70 minutos em média) e em nenhum momento ficamos com a impressão de que algo faltou em cena. Enfim, "Sete Homens Sem Destino" é uma boa pedida para os fãs de Randolph Scott e os admiradores dos filmes "rápidos no gatilho" de Budd Boetticher. Vale a sessão certamente.

Sete Homens Sem Destino (Seven Men from Now, EUA, 1956) / Direção de Budd Boetticher / Roteiro de Burt Kennedy / Elenco: Randolph Scott, Lee Marvin, Gail Russell, Walter Reed e John Larch / Sinopse: Ben Strike (Randolph Scott) é um ex xerife que parte em busca da captura de sete ladrões de bancos que durante um assalto acabaram matando sua esposa. Durante sua jornada pelo deserto do Alabama acaba encontrando um jovem casal que tenta chegar ao oeste selvagem. O que Strike não sabe é que de uma forma ou outra todos os acontecimentos estão interligados entre si.

Pablo Aluísio.

Onde Imperam as Balas!

Após escapar da morte, um pistoleiro resolve desistir de seu passado. Ele foge para uma pequena cidade do velho oeste e se torna assistente do xerife local. A cidade é dividida entre pequenos fazendeiros e um poderoso dono de terras. Em pouco tempo estará envolvido na disputa. Nas décadas de 40 e 50 a Universal era um verdadeiro celeiro de jovens estrelas. O estúdio fornecia treinamento, publicidade e acompanhamento para futuros astros. Em troca esses atores assinavam contratos leoninos onde quem realmente lucrava após seu sucesso era a própria Universal. Rock Hudson, Tony Curtis e Robert Wagner foram alguns que foram descobertos dessa forma. Rory Calhoun foi outro desses astros fabricados pelo estúdio americano. Geralmente estrelando faroestes B, Calhoun foi aos poucos subindo na carreira, mas não conseguiu virar o astro de primeira grandeza que tantos esperavam.

Isso porque bem no auge de sua ascensão uma revista escandalosa revelou ao público que Rory era um ex presidiário que havia cumprido pena antes de se tornar o famoso cowboy das matinês. Abalado, jamais conseguiu virar um ator de primeira linha. Esse "Onde Imperam as Balas" é justamente isso, mais um western da Universal feito para promover mais uma de suas grandes descobertas. Se não é genial, passa longe de ser um produto medíocre. O filme é simples, mas tem todos os ingredientes que fazem a festa dos fãs desse gênero - inclusive com o esperado duelo final entre dois grandes pistoleiros. Vale a pena assistir, ainda mais para conhecer Calhoun, um dos mais conhecidos "ex futuros grandes astros" da Universal.

Onde Imperam as Balas! (Red Sundown, EUA, 1956) Direção: Jack Arnold / Roteiro: Martin Berkeley baseado na obra de Lewis B. Patten / Elenco: Com Rory Calhoun, Martha Hyer, Dean Jagger / Sinopse: Após escapar da morte um pistoleiro resolve desistir de seu passado. Ele foge para uma pequena cidade do velho oeste e se torna assistente do xerife local. A cidade é dividida entre fazendeiros e um poderoso dono de terras. Em pouco tempo estará envolvido na disputa.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Tombstone

A história do OK Curral segue dando manga para muitos filmes, desde "Sem Lei e Sem Alma" com Kirk Douglas (como Doc) e Burt Lancaster (como Earp) até o mais recente "Wyatt Earp" dirigido pelo Kevin Costner. Essa versão "Tombstone" sempre foi considerada a mais "pop" de todas pois o roteiro é agil, movimentado e não perde tempo com tantos detalhes como outros filmes. Aqui também existem algumas diferenças que achei significativas. Por exemplo, nessa versão Wyatt Earp é mais contido e precavido. Ele procura acima de tudo não se meter em confusão. Está sempre receoso de entrar em algum conflito com os bandidos locais. Só quando a coisa fica insuportável é que ele parte para o tudo ou nada ao lado de seus irmãos e Doc Holliday. Achei Val Kilmer muito bem como Doc, muito embora a melhor interpretação do pistoleiro seja mesmo a de Dennis Quaid no filme de Costner. Kurt Russell está apenas ok para falar a verdade. Seu bigode postiço não convence mas como o filme em si é bom e movimentado não paramos muito para pensar sobre isso.

Para falar a verdade o que sempre me chamou atenção nos filmes dos Earps é a figura de Doc Holiday mesmo. Doutor, beberrão, pistoleiro e vivendo eternamente no fio da navalha. Esse sujeito se não tivesse existido de verdade teria que ser inventado por algum roteirista talentoso, porque ele sempre rouba os filmes de seu amigo Earp. É um personagem com muita carga dramática, quase Shakesperiano. Ele sabe que não tem muitos anos de vida pela frente por ser tuberculoso e por isso vive como se não houvesse amanhã. E pensar que ainda hoje o acusam de ser apenas um ladrão beberrão e assaltante barato... Depois de ver tantos filmes cheguei na conclusão que ele era realmente um ladrão... um ladrão do filme alheio.

Tombstone - A Justiça Está Chegando (Tombstone, EUA, 1993) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Kevin Jarre / Elenco: Kurt Russell, Val Kilmer, Sam Elliott, Bill Paxton, Jason Priestley / Sinopse: Wyatt Earp (Kurt Russell) , seus irmãos e Doc Holliday (Val Kilmer) enfrentam um grupo de bandidos em Tombstone Arizona no O.K. Curral. O duelo entrou para a mitologia do velho oeste.

Pablo Aluísio.

Duelo de Bravos

Esse recente western foi lançado há pouco no mercado de DVD e Blu-Ray. A trama é simples: após um assalto mal sucedido dois ladrões conseguem fugir da pequena cidade aonde o crime foi realizado. Caçados pelo grupo do xerife se enfiam no meio da mata para não irem para a forca. Depois de muita perseguição chegam em uma outra cidadezinha próxima e lá realizam novo roubo, só que dessa vez de uma fazenda local. Novamente fugindo, só que agora do fazendeiro, sua família e de um caçador de peles eles acabam se defrontando com um grupo de Comanches selvagens. "The Legend Os Hell´s Gate" é um faroeste curioso. Seu roteiro não é tão simplista quanto parece ao se ler a sinopse acima. De fato há muitos personagens dispersos. Para se ter uma ideia surgem no decorrer do filme em pequenas aparições o famoso Doc Holliday (não muito bem caracterizado) e até o assassino do presidente Lincoln.

A narrativa central gira em torno dos ladrões em fuga mas muitas situações ocorrem ao redor disso. Talvez por isso o filme perca em intensidade e foco. Não é uma produção ruim, longe disso, mas não tem muita concentração em seu desenvolvimento. Em determinado momento do filme tudo é dirigido para os ladrões em fuga, para logo a seguir o roteiro desviar as atenções para os últimos momentos de vida do assassino de Lincoln. O pior é que não há uma ligação entre os dois eventos mostrados no filme. As estórias seguem independentes até o final. Para quem não gosta de argumentos dispersos realmente o filme não é recomendável. Eu pessoalmente gostei, achei bom entretenimento. Há boas cenas de tiroteio, ação e fugas e o clímax é bem interessante - um selvagem conflito no meio de uma região hostil, em uma encosta rochosa. Para uma produção atual está de bom tamanho. Espero que outras sejam lançadas seguindo esse caminho e que o gênero continue vivo, com novos filmes chegando ao mercado. Isso é o mais importante.

Duelo de Bravos (The Legend of Hell's Gate: An American Conspiracy, EUA, 2011) Direção: Tanner Beard / Roteiro: Tanner Beard / Elenco: Eric Balfour, Lou Taylor Pucci, Henry Thomas / Sinopse: Ladrões em fuga acabam se deparando com Comanches no meio do deserto. Ao mesmo tempo um barman em seu leito de morte confidencia a um rico comerciante local que na verdade é o real assassino do presidente Lincoln.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Arizona Violenta

Título no Brasil: Arizona Violenta
Título Original: Ten Wanted Men
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Scott-Brown Productions
Direção: H. Bruce Humberstone
Roteiro: Kenneth Gamet, Irving Ravetch
Elenco: Randolph Scott, Jocelyn Brando, Richard Boone, Alfonso Bedoya, Donna Martell, Skip Homeier

Sinopse:
No velho oeste o rancheiro John Stewart (Randolph Scott) vive bem e feliz, tocando sua propriedade rural no Arizona. Sua vida segue bem até que um ganancioso fazendeiro surge para destruir seus planos. Ele quer as terras que pertencem a Stewart de todo o jeito. E isso vai criar um conflito entre os dois homens.

Comentários:
O filme "Arizona Violenta" é mais um bom momento da carreira do ator Randolph Scott no cinema. Durante os anos 50 ele estrelou uma série incrível de bons filmes, todos do gênero western. Scott costumava dizer que nunca havia perdido dinheiro com filmes de faroeste (ele era produtor de seus próprios filmes nessa época). É uma fita de matinê, rápida e eficaz, que conta com uma curiosidade em seu elenco, a presença da atriz Jocelyn Brando, irmã do grande ator Marlon Brando, naquela época já considerado um dos grandes ídolos de Hollywood em sua fase dourada. Jocelyn não decepciona, embora em algumas cenas soe um pouco exagerada. Era uma tentativa de mostrar seu talento como atriz. Ja Randolph Scott era aquela coisa. Calmo e tranquilo, muitas vezes se saia melhor do que ela em cena.

Pablo Aluísio.

Na Encruzilhada dos Facínoras

Cam Bleeker (Fess Parker) é enviado pelo governador do Kansas para se infiltrar em uma quadrilha liderada por Luke Darcy (Jeff Chandler), um carismático líder rebelde que às vésperas da guerra civil americana prega a independência do Kansas da União Federal. Esse Western da Paramount estrelado por Jeff Chandler, o galã de cabelos grisalhos, é muito bem escrito principalmente na parte que toca ao personagem Luke Darcy, com vários diálogos inteligentes e bem construídos. Acontece que ele não é apenas mais um vilão unidimensional que vemos em tantos filmes de bang-bang mas sim um homem de ideias que prega a separação de seu Estado de forma definitiva dos EUA, se tornando assim um país com sua própria soberania, a República independente do Kansas. Utopia? Certamente, mas não podemos nos esquecer que era justamente isso que os confederados queriam na guerra civil norte-americana. Curiosamente, e isso é mostrado no filme, o Kansas ficou em cima do muro no conflito, nem aderindo aos exércitos da União e nem se unindo ao Sul confederado. Irritados por essa neutralidade muitos grupos resolveram pegar por conta própria em armas para incendiar as populações de pequenas cidades - e é justamente isso que vemos o personagem de Jeff Chandler fazer durante todo o filme.

Por falar em Jeff Chandler ele está muito bem no filme. Ator competente, tinha ótima dicção e era ideal para interpretar tipos mais eruditos como o que vemos aqui. Revelado pela Universal ao lado de outros famosos atores da época como Rock Hudson e Tony Curtis, Chandler conseguiu se estabilizar em Hollywood com uma série de boas atuações em bons filmes, mesmo quando se tornou livre do contrato da Universal. Esse "Na Encruzilhada dos Facínoras" foi realizado justamente quando Chandler se tornou ator freelancer. Já seu parceiro em cena, Fess Parker, é apenas correto. Fisicamente parecido com Gregory Peck, Fess se torna ofuscado por Chandler não conseguindo se impor como "mocinho" da estória. Por fim não poderia deixar de falar da atriz francesa Nicole Maurey. Muito bonita, sofisticada e elegante, ela logo se torna um verdadeiro colírio para a plateia mascuilna, o que não é nada mal. Em suma, "The Jayhawkers!" é um bom retrato dos bastidores do maior conflito armado que já ocorreu em solo americano. Vale a pena conferir.

Na Encruzilhada dos Facínoras (The Jayhawkers!, EUA, 1959) Direção: Melvin Frank / Roteiro: A.I. Bezzerides, Frank Fenton / Elenco: Jeff Chandler, Fess Parker, Nicole Maurey / Sinopse: Cam Bleeker (Fess Parker) é enviado pelo governador do Kansas para se infiltrar em uma quadrilha liderada por Luke Darcy (Jeff Chandler), um carismático líder rebelde que às vésperas da guerra civil americana prega a independência do território do Kansas da União Federal.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

O Último dos Moicanos

Título no Brasil: O Último dos Moicanos
Título Original: The Last of the Mohicans
Ano de Produção: 1936
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: George B. Seitz
Roteiro: James Fenimore Cooper, Philip Dunne
Elenco: Randolph Scott, Binnie Barnes, Henry Wilcoxon
  
Sinopse:
O enredo se passa no ano de 1756. A coroa britânica resolve enviar reforços para sua problemática colônia na América do Norte (que nas décadas que viriam daria origem aos Estados Unidos da América). O Major Heyward (Henry Wilcoxon) recebe ordens diretas de levar todos os colonos para o forte William Henry. O problema é que essa guarnição militar fica a dois dias de distância do litoral, uma viagem extremamente perigosa por causa da presença de nativos selvagens e tribos conhecidas por sua violência contra o homem branco. Para ajudar na travessia o colono Hawkeye (Randolph Scott), que conhece cada palmo da região, se propõe a ajudar na viagem. 

Comentários:
Um bom filme histórico que retrata precisamente bem o nascimento do sentimento de nacionalismo dos primeiros americanos. É justamente por essa época que os nativos americanos começaram a criar um sentimento de que não deveriam mais acatar ou receber ordens dos ingleses, nascendo em pouco tempo a ideia de liberdade e independência em relação à Metrópole britânica. O destaque do filme, além de seu bom roteiro, vem da presença de um ainda bem jovem Randolph Scott. Na época em que o filme foi realizado ele era ainda apenas um jovem ator promissor que atuava nos mais diversos gêneros cinematográficos. Filmes como esse porém iriam deixar claro que sua carreira seria muito promissora mesmo no gênero western. Vestido da cabeça aos pés com um figurino que nos lembra imediatamente de outro personagem famoso, Daniel Boone, Scott está ali para representar o modo de vida e a mentalidade dos colonos nascidos na América, que já não tinham mais tantos lanços culturais ou afetivos com o império inglês. Como se trata de uma produção feita em 1936 temos que infelizmente constatar também que o tempo causou estragos na película. Esse é o típico caso de um longa-metragem que precisa passar por uma restauração urgente e bem feita, antes que desapareça. Recentemente o presidente da Academia afirmou que cem filmes realizados na década de 1930 entrariam em processo de restauração digital. Esperamos sinceramente que "The Last of the Mohicans" esteja entre eles.

Pablo Aluísio.

7 Dólares Ensanguentados

Título no Brasil: 7 Dólares Ensanguentados
Título Original: 7 Dollari Sul Rosso
Ano de Produção: 1966
País: Itália, Espanha
Estúdio: Albatros C.P.C., Matheus S.r.l
Direção: Alberto Cardone
Roteiro: Juan Cobos
Elenco: Anthony Steffen, Elisa Montés, Fernando Sancho, Loredana Nusciak, Bruno Carotenuto, José Manuel Martín

Sinopse:
O bandoleiro conhecido como El Cachal (Fernando Sancho) chega com seu bando em um vilarejo no meio do deserto e começa a promover uma série de mortes dos pacatos moradores. Entre as pessoas covardemente assassinadas está a jovem mãe de um garotinho. Após o crime El Cachal decide levar o menino com ele, para que ele cresça como um fora-da-lei, para se tornar um futuro membro de sua quadrilha. Johnny Ashley (Anthony Steffen), o pai do garoto raptado, decide que irá trazer de volta seu filho, custe o que custar, nem que isso dure anos e anos de sua vida em uma busca desesperada pelo velho oeste.

Comentários:
De maneira bem ampla o fã de western verá certas semelhanças na trama desse western spaghetti com o clássico americano "Rastros de Ódio". Obviamente que devemos ter em mente que há uma enorme diferença de qualidade entre os dois filmes. No caso me refiro especificadamente apenas ao enredo e nada mais. Como o filme também foi lançado no mercado americano o diretor italiano Alberto Cardone resolveu adotar nos créditos o nome gringo de Albert Cardiff. Curiosamente ele dirigiu poucos filmes na carreira, se destacando muito mais como diretor de segunda unidade em filmes americanos da época, principalmente em épicos da época imperial romana rodados com cenas de externa em Roma, nos estúdios da Cinecittà. Poucos sabem, mas ele trabalhou inclusive no grande clássico "Ben-Hur" de 1959, participando da famosa cena das corridas de bigas, uma vez que o diretor americano William Wyler não conseguiu chegar a tempo na Europa para o começo das filmagens. Dito isso nos concentremos nesse faroeste. É um bom exemplar do Western Spaghetti, muito embora o roteiro não fuja da velha fórmula "vingança pessoal". O mais digno de nota nesse roteiro vem do fato de que após longos anos procurando pelo filho sequestrado, seu pai chega depois de enfrentar muitos obstáculos até ele, mas o que encontra pela frente é apenas mais um bandido violento, bruto e cruel, fruto do fato dele ter convivido por longos anos no bando de El Cachal, ao qual agora considera quase como um pai! Como contornar uma barreira desse tamanho? Assista e descubra!

Pablo Aluísio.