Título no Brasil: Imensidão Azul
Título Original: Le grand bleu
Ano de Produção: 1988
País: França, Estados Unidos, Itália
Estúdio: Gaumont, Les Films du Loup
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson, Robert Garland
Elenco: Jean-Marc Barr, Jean Reno, Rosanna Arquette
Sinopse:
Dois amigos de longa data, um francês e um italiano, entram numa disputa sem limites. Grandes mergulhadores, eles resolvem competir entre si para saber quem seria o maior mergulhador em águas profundas. A rivalidade entre ambos porém não fica apenas nas competições esportivas mas na disputa pelo coração de uma bela americana também. Filme baseado em fatos reais.
Comentários:
Esse foi o primeiro filme assinado por Luc Besson que tive o privilégio de assistir. A ocasião não poderia ser melhor, um festival de cinema cult, onde se fazia um panorama do novo cinema francês. A primeira impressão que "Le grand bleu" causa no espectador é de extrema beleza. Não há outra forma de definir. O cineasta fez questão de que cada tomada tentasse de alguma forma fazer jus à beleza do mar, seu infinito azul e seus mistérios. O roteiro certamente explora a obstinação do ser humano, na figura do mergulhador que deseja bater o recorde mundial a todo custo, sempre tentando superar os outros e a si mesmo. Apesar dessa linha narrativa o grande protagonista não é o homem mas a natureza, o mar. Esse é o tipo de filme que fica para sempre em sua mente por causa da beleza das imagens. O elenco não era marcante (para falar a verdade apenas Rosanna Arquette tinha algum nome pois Jean Reno não era tão famoso como agora) e o diretor pouco conhecido fora da França. Assim o que fez o filme se destacar, ganhando vários prêmios mundo afora foi mesmo sua maravilhosa fotografia. Um dos mais bonitos retratos das profundezas do oceano e dos limites do homem jamais feito.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 30 de março de 2016
terça-feira, 29 de março de 2016
Tennessee
Esse é um pequeno filme independente (custou meros quatro milhões de dólares apenas) que conta em seu elenco com uma estrela pop da música americana, a cantora Mariah Carey. Ela interpreta Krystal, uma garçonete infeliz que cruza o caminho de dois irmãos em busca de redenção. Eles estão voltando para a sua cidade natal no Tennessee em busca de seu pai, um sujeito violento e abusivo, que foi largado pela esposa por causa da violência. Os dois irmãos também sofreram muito na infância, mas agora retornam com um motivo forte: o pai pode ser o doador de medula óssea que irá salvar a vida de um dos irmãos que está morrendo de leucemia. Como a vida de Krystal também não é o que se pode qualificar de feliz, ela resolve pegar a estrada junto com eles. Seu objetivo é chegar em Nashville pois ela tem um sonho de se tornar cantora. O problema é que seu marido vai atrás, pois não admite o fim de seu casamento.
O sonho de Mariah Carey sempre foi emplacar uma carreira de atriz. Infelizmente ela começou mal com o fracasso de "Glitter: O Brilho de uma Estrela". Agora ela caminha por ares mais independentes, diria até mesmo indie. O filme é modesto, de baixo orçamento, mas tem qualidade. A fotografia é muito bonita e se o roteiro não chega a ser brilhante pelo menos não decepciona. A trama é convencional, nada do que ainda não se viu em centenas de filmes ao estilo "road movie", porém agrada no final das contas. Também proporciona ao espectador uma visão da América menos glamorosa, com seus motéis baratos de beira de estrada e uma galeria imensa de personagens que apenas vagam pela vida, sem muitas esperanças ou sonhos de grandeza. Assim o público acaba atravessando estados americanos do Texas, Arkansas, Alabama, chegando até o distante Tennessee onde finalmente acontece o clímax da história. Uma boa visão de uma América mais realista e menos idealizada.
Tennessee (Tennessee, Estados Unidos, 2008) Direção: Aaron Woodley / Roteiro: Russell Schaumburg / Elenco: Adam Rothenberg, Ethan Peck, Mariah Carey, Lance Reddick / Sinopse: Krystal (Carey) é uma garçonete que ao lado de dois irmãos cruza o sul dos Estados Unidos em direção ao estado do Tennessee. Ela quer se tornar cantora em Nashville e eles procuram pelo pai para que ele se torne doador de medula para o filho que está morrendo de leucemia. Algo que o marido de Krystal, um policial violento e abusivo, tentará impedir de todas as maneiras.
Pablo Aluísio.
O sonho de Mariah Carey sempre foi emplacar uma carreira de atriz. Infelizmente ela começou mal com o fracasso de "Glitter: O Brilho de uma Estrela". Agora ela caminha por ares mais independentes, diria até mesmo indie. O filme é modesto, de baixo orçamento, mas tem qualidade. A fotografia é muito bonita e se o roteiro não chega a ser brilhante pelo menos não decepciona. A trama é convencional, nada do que ainda não se viu em centenas de filmes ao estilo "road movie", porém agrada no final das contas. Também proporciona ao espectador uma visão da América menos glamorosa, com seus motéis baratos de beira de estrada e uma galeria imensa de personagens que apenas vagam pela vida, sem muitas esperanças ou sonhos de grandeza. Assim o público acaba atravessando estados americanos do Texas, Arkansas, Alabama, chegando até o distante Tennessee onde finalmente acontece o clímax da história. Uma boa visão de uma América mais realista e menos idealizada.
Tennessee (Tennessee, Estados Unidos, 2008) Direção: Aaron Woodley / Roteiro: Russell Schaumburg / Elenco: Adam Rothenberg, Ethan Peck, Mariah Carey, Lance Reddick / Sinopse: Krystal (Carey) é uma garçonete que ao lado de dois irmãos cruza o sul dos Estados Unidos em direção ao estado do Tennessee. Ela quer se tornar cantora em Nashville e eles procuram pelo pai para que ele se torne doador de medula para o filho que está morrendo de leucemia. Algo que o marido de Krystal, um policial violento e abusivo, tentará impedir de todas as maneiras.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 28 de março de 2016
Fuga de Absolom
Título no Brasil: Fuga de Absolom
Título Original: No Escape
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Martin Campbell
Roteiro: Michael Gaylin
Elenco: Ray Liotta, Lance Henriksen, Stuart Wilson
Sinopse:
O filme conta a estória do capitão J.T. Robbins (Ray Liotta). Acusado e condenado pela morte de um general ele é levado para uma prisão de segurança máxima localizada numa ilha distante e isolada. O Estado envia para lá os piores elementos da sociedade, para que morram esquecidos. Nesse lugar esquecido por Deus acaba sendo criada uma sociedade entre os prisioneiros onde impera o barbarismo e a violência. Não existem normas, apenas imposições implantadas por força bruta e violência insana. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Ficção.
Comentários:
Eu nunca fui particularmente muito fã desse tipo de ficção. Você certamente conhece esse tipo de argumento, passado em um futuro não muito distante, onde a tecnologia high-tech convive com uma sociedade doentia, prestes a entrar em colapso social. Nesse roteiro em especial temos uma prisão do futuro, um lugar simplesmente hostil e violento onde presos de grande periculosidade vivem isolados, numa ilha que foi transformada em presídio, onde o que impera mesmo é a lei do mais forte. Por essa razão não adianta se iludir pois não existem regras ou perdão dentro daqueles muros. Quando vi pela primeira vez até curti o estilo, mas hoje em dia vejo que não há mais espaço para produções como essa em minha vida de cinéfilo. Curioso porque o diretor Martin Campbell iria ser escalado logo depois para dirigir "007 Contra GoldenEye", demonstrando que o estúdio havia gostado do resultado final, principalmente por causa das boas cenas de ação que dirigiu (já que o roteiro definitivamente não era grande coisa). Dois filmes de Zorro depois (A Máscara do Zorro e A Lenda do Zorro) e mais um bom filme da franquia James Bond (007 - Cassino Royale) e a carreira do diretor seria praticamente destruída pelo desastre comercial do péssimo "Lanterna Verde". Pelo visto por essa nem seu mais persistente pessimismo futurista esperava.
Pablo Aluísio.
Título Original: No Escape
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Martin Campbell
Roteiro: Michael Gaylin
Elenco: Ray Liotta, Lance Henriksen, Stuart Wilson
Sinopse:
O filme conta a estória do capitão J.T. Robbins (Ray Liotta). Acusado e condenado pela morte de um general ele é levado para uma prisão de segurança máxima localizada numa ilha distante e isolada. O Estado envia para lá os piores elementos da sociedade, para que morram esquecidos. Nesse lugar esquecido por Deus acaba sendo criada uma sociedade entre os prisioneiros onde impera o barbarismo e a violência. Não existem normas, apenas imposições implantadas por força bruta e violência insana. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Ficção.
Comentários:
Eu nunca fui particularmente muito fã desse tipo de ficção. Você certamente conhece esse tipo de argumento, passado em um futuro não muito distante, onde a tecnologia high-tech convive com uma sociedade doentia, prestes a entrar em colapso social. Nesse roteiro em especial temos uma prisão do futuro, um lugar simplesmente hostil e violento onde presos de grande periculosidade vivem isolados, numa ilha que foi transformada em presídio, onde o que impera mesmo é a lei do mais forte. Por essa razão não adianta se iludir pois não existem regras ou perdão dentro daqueles muros. Quando vi pela primeira vez até curti o estilo, mas hoje em dia vejo que não há mais espaço para produções como essa em minha vida de cinéfilo. Curioso porque o diretor Martin Campbell iria ser escalado logo depois para dirigir "007 Contra GoldenEye", demonstrando que o estúdio havia gostado do resultado final, principalmente por causa das boas cenas de ação que dirigiu (já que o roteiro definitivamente não era grande coisa). Dois filmes de Zorro depois (A Máscara do Zorro e A Lenda do Zorro) e mais um bom filme da franquia James Bond (007 - Cassino Royale) e a carreira do diretor seria praticamente destruída pelo desastre comercial do péssimo "Lanterna Verde". Pelo visto por essa nem seu mais persistente pessimismo futurista esperava.
Pablo Aluísio.
Resgate Suicida
Título no Brasil: Resgate Suicida
Título Original: North Sea Hijack
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Cinema Seven Productions Ltd., Universal Pictures
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro: Jack Davies
Elenco: Roger Moore, James Mason, Anthony Perkins
Sinopse:
Kramer (Anthony Perkins) é um terrorista que tem como alvo uma plataforma de perfuração de petróleo no Mar do Norte. Ffolkes (Roger Moore) é um milionário excêntrico que decide formar uma tropa de voluntários em busca de ação para enfrentar os terroristas no local. Chantageado, o governo inglês resolve ceder, dando uma chance para que Ffolkes e seus homens completem sua missão, que para alguns, seria também suicida.
Comentários:
Um trio de respeito protagoniza essa fita de ação do final dos anos 1970. Roger Moore, James Mason e Anthony Perkins formam o trio básico de personagens que se enfrentam em uma região fria e distante, já perto do polo norte. A intenção é retomar o controle de uma base de perfuração da indústria petrolífera nos mares do Norte que foi tomada de assalto por um grupo de terroristas internacionais. Obviamente se trata de mais uma tentativa de faturar uma bela bilheteria usando como atrativo de público a presença do ator Roger Moore. O astro estava colhendo os frutos da popularidade trazida pela franquia de James Bond e vinha de dois grandes sucessos comerciais: "007 - O Espião Que Me Amava" (onde interpretava pela terceira vez James Bond) e "Selvagens Cães de Guerra" (filme também dirigido pelo cineasta Andrew V. McLaglen). Assim os objetivos ficam claros desde a primeira cena. A intenção é realmente agradar ao público que havia lotado os cinemas nas duas produções anteriores. O resultado porém ficou abaixo das expectativas, talvez por causa do roteiro que foi criticado na época de lançamento do filme. Isso porém em nada atrapalha a diversão, ainda mais valorizada por uma atuação muito boa de Anthony Perkins! Nenhum ator foi tão perfeito para interpretar vilões insanos como ele! Sua atuação acaba valendo pelo filme inteiro.
Pablo Aluísio.
Título Original: North Sea Hijack
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Cinema Seven Productions Ltd., Universal Pictures
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro: Jack Davies
Elenco: Roger Moore, James Mason, Anthony Perkins
Sinopse:
Kramer (Anthony Perkins) é um terrorista que tem como alvo uma plataforma de perfuração de petróleo no Mar do Norte. Ffolkes (Roger Moore) é um milionário excêntrico que decide formar uma tropa de voluntários em busca de ação para enfrentar os terroristas no local. Chantageado, o governo inglês resolve ceder, dando uma chance para que Ffolkes e seus homens completem sua missão, que para alguns, seria também suicida.
Comentários:
Um trio de respeito protagoniza essa fita de ação do final dos anos 1970. Roger Moore, James Mason e Anthony Perkins formam o trio básico de personagens que se enfrentam em uma região fria e distante, já perto do polo norte. A intenção é retomar o controle de uma base de perfuração da indústria petrolífera nos mares do Norte que foi tomada de assalto por um grupo de terroristas internacionais. Obviamente se trata de mais uma tentativa de faturar uma bela bilheteria usando como atrativo de público a presença do ator Roger Moore. O astro estava colhendo os frutos da popularidade trazida pela franquia de James Bond e vinha de dois grandes sucessos comerciais: "007 - O Espião Que Me Amava" (onde interpretava pela terceira vez James Bond) e "Selvagens Cães de Guerra" (filme também dirigido pelo cineasta Andrew V. McLaglen). Assim os objetivos ficam claros desde a primeira cena. A intenção é realmente agradar ao público que havia lotado os cinemas nas duas produções anteriores. O resultado porém ficou abaixo das expectativas, talvez por causa do roteiro que foi criticado na época de lançamento do filme. Isso porém em nada atrapalha a diversão, ainda mais valorizada por uma atuação muito boa de Anthony Perkins! Nenhum ator foi tão perfeito para interpretar vilões insanos como ele! Sua atuação acaba valendo pelo filme inteiro.
Pablo Aluísio.
Fim de Caso
Título no Brasil: Fim de Caso
Título Original: The End of the Affair
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Neil Jordan
Roteiro: Graham Greene, Neil Jordan
Elenco: Ralph Fiennes, Julianne Moore, Stephen Rea
Sinopse:
Londres, 1946. O escritor Maurice Bendrix (Ralph Fiennes) não consegue superar uma velha paixão, mesmo com o passar dos anos. Sarah Miles (Julianne Moore) é o foco de sua afeição. O problema é que ela é a esposa de Henry Miles (Stephen Rea), um conhecido seu. Dois anos depois descobre que finalmente o casamento entre eles acabou. Agora ele percebe que sua velha obsessão por Sarah reacendeu e parece disposto a consumar de uma vez por todas essa complicada relação amorosa. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Julianne Moore) e Melhor Fotografia.
Comentários:
Neil Jordan faz parte daquele seleto grupo de cineastas que você pode encarar todo e qualquer filme que faça parte da sua filmografia sem receios. Ele é um artesão da sétima arte. Muito sofisticado, lidando com planos e ideias mais bem elaboradas, é sem dúvida um dos diretores mais talentosos de sua geração. Aqui nesse "The End of the Affair" ele optou por focar suas lentes em uma paixão que resiste, que por várias razões nunca consegue se consumar de forma definitiva. Um verdadeiro karma maldito que se abate sobre esses dois amantes apaixonados. A fotografia é linda, valorizando ainda mais a relação existente entre o estado psicológico e emocional de todos os personagens e o clima ora sombrio, ora ofuscante na cidade, que aliás parece ter vida própria. A chuva, que nunca parece parar de cair, simboliza a melancolia de sentimentos que se abate sobre o casal. Ralph Fiennes e Julianne Moore formam uma maravilhosa dupla de protagonistas. Ela sempre me pareceu muito charmosa e sofisticada e aqui acabou encontrando uma película à sua altura. Recebeu uma indicação ao Oscar e sendo bem sincero merecia ter sido a vencedora. Ele, mais uma vez, demonstra porque é considerado um dos mais talentosos atores ingleses. Bastante badalado em sua lançamento esse filme certamente mereceu todas as indicações e prêmios que recebeu. Um drama romântico Classe A.
Pablo Aluísio.
Título Original: The End of the Affair
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Neil Jordan
Roteiro: Graham Greene, Neil Jordan
Elenco: Ralph Fiennes, Julianne Moore, Stephen Rea
Sinopse:
Londres, 1946. O escritor Maurice Bendrix (Ralph Fiennes) não consegue superar uma velha paixão, mesmo com o passar dos anos. Sarah Miles (Julianne Moore) é o foco de sua afeição. O problema é que ela é a esposa de Henry Miles (Stephen Rea), um conhecido seu. Dois anos depois descobre que finalmente o casamento entre eles acabou. Agora ele percebe que sua velha obsessão por Sarah reacendeu e parece disposto a consumar de uma vez por todas essa complicada relação amorosa. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Julianne Moore) e Melhor Fotografia.
Comentários:
Neil Jordan faz parte daquele seleto grupo de cineastas que você pode encarar todo e qualquer filme que faça parte da sua filmografia sem receios. Ele é um artesão da sétima arte. Muito sofisticado, lidando com planos e ideias mais bem elaboradas, é sem dúvida um dos diretores mais talentosos de sua geração. Aqui nesse "The End of the Affair" ele optou por focar suas lentes em uma paixão que resiste, que por várias razões nunca consegue se consumar de forma definitiva. Um verdadeiro karma maldito que se abate sobre esses dois amantes apaixonados. A fotografia é linda, valorizando ainda mais a relação existente entre o estado psicológico e emocional de todos os personagens e o clima ora sombrio, ora ofuscante na cidade, que aliás parece ter vida própria. A chuva, que nunca parece parar de cair, simboliza a melancolia de sentimentos que se abate sobre o casal. Ralph Fiennes e Julianne Moore formam uma maravilhosa dupla de protagonistas. Ela sempre me pareceu muito charmosa e sofisticada e aqui acabou encontrando uma película à sua altura. Recebeu uma indicação ao Oscar e sendo bem sincero merecia ter sido a vencedora. Ele, mais uma vez, demonstra porque é considerado um dos mais talentosos atores ingleses. Bastante badalado em sua lançamento esse filme certamente mereceu todas as indicações e prêmios que recebeu. Um drama romântico Classe A.
Pablo Aluísio.
domingo, 27 de março de 2016
47 Ronins
Título no Brasil: 47 Ronins
Título Original: 47 Ronin
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: H2F Entertainment, Mid Atlantic Films
Direção: Carl Rinsch
Roteiro: Chris Morgan, Hossein Amini
Elenco: Keanu Reeves, Hiroyuki Sanada, Ko Shibasaki
Sinopse:
Kai (Keanu Reeves) é um mestiço, filho de um inglês e uma japonesa que por essa razão é abandonado ainda criança em uma floresta. Resgatado por um senhor feudal acaba trabalhando e vivendo para seu mestre praticamente por toda a sua vida. Quando esse sofre um ataque de um rival que tenciona rebaixar todos à meros Ronins (Samurais sem mestres), Kai entende ter chegado a hora de provar sua lealdade a quem lhe ajudou no passado.
Comentários:
Um bom filme de ação e aventura, com bastante fantasia e magia, tudo sob o ponto de vista da cultura oriental. "47 Ronins" tenta mesclar essa dualidade de culturas para criar um filme que no final das contas servirá como bom passatempo. Não é de hoje que os ocidentais possuem essa atração pelos antigos samurais. Obviamente que muita coisa não passa de lenda e por essa razão não há muito rigor do ponto de vista histórico nessa produção (nem era a intenção de seus realizadores fazer algo nesse sentido, para falar a verdade). Assim o que temos é realmente diversão à toda prova, inclusive com um roteiro que se não chega a ser excepcional cumpre seus objetivos. Keanu Reeves continua o mesmo. Ele nunca foi visto como um bom ator, pois na maioria das vezes sua expressividade é quase nula. Como seu papel ajuda nesse modo de "entrar mudo e sair calado" não há muitos problemas decorrentes dessa sua forma de atuar. O filme foi bem criticado, muitos não gostaram, mas se você souber abaixar um pouco as expectativas certamente se divertirá. O segredo é saber o que vai se encontrar pela frente.
Pablo Aluísio.
Título Original: 47 Ronin
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: H2F Entertainment, Mid Atlantic Films
Direção: Carl Rinsch
Roteiro: Chris Morgan, Hossein Amini
Elenco: Keanu Reeves, Hiroyuki Sanada, Ko Shibasaki
Sinopse:
Kai (Keanu Reeves) é um mestiço, filho de um inglês e uma japonesa que por essa razão é abandonado ainda criança em uma floresta. Resgatado por um senhor feudal acaba trabalhando e vivendo para seu mestre praticamente por toda a sua vida. Quando esse sofre um ataque de um rival que tenciona rebaixar todos à meros Ronins (Samurais sem mestres), Kai entende ter chegado a hora de provar sua lealdade a quem lhe ajudou no passado.
Comentários:
Um bom filme de ação e aventura, com bastante fantasia e magia, tudo sob o ponto de vista da cultura oriental. "47 Ronins" tenta mesclar essa dualidade de culturas para criar um filme que no final das contas servirá como bom passatempo. Não é de hoje que os ocidentais possuem essa atração pelos antigos samurais. Obviamente que muita coisa não passa de lenda e por essa razão não há muito rigor do ponto de vista histórico nessa produção (nem era a intenção de seus realizadores fazer algo nesse sentido, para falar a verdade). Assim o que temos é realmente diversão à toda prova, inclusive com um roteiro que se não chega a ser excepcional cumpre seus objetivos. Keanu Reeves continua o mesmo. Ele nunca foi visto como um bom ator, pois na maioria das vezes sua expressividade é quase nula. Como seu papel ajuda nesse modo de "entrar mudo e sair calado" não há muitos problemas decorrentes dessa sua forma de atuar. O filme foi bem criticado, muitos não gostaram, mas se você souber abaixar um pouco as expectativas certamente se divertirá. O segredo é saber o que vai se encontrar pela frente.
Pablo Aluísio.
Orgulho & Preconceito
Título no Brasil: Orgulho & Preconceito
Título Original: Pride & Prejudice
Ano de Produção: 2005
País: Inglaterra, França, Estados Unidos
Estúdio: Focus Features, Universal Pictures, StudioCanal
Direção: Joe Wright
Roteiro: Deborah Moggach
Elenco: Keira Knightley, Matthew Macfadyen, Brenda Blethyn, Carey Mulligan, Donald Sutherland
Sinopse:
Baseado na obra imortal escrita por Jane Austen, "Pride & Prejudice" conta uma história de amor em um momento particularmente complicado na vida de personagens que se vêem tragados por eventos de proporções mundiais. O enredo mostra a vida de cinco irmãs inglesas - Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia Bennet - que sonham em se casar com o homem perfeito. O problema será superar todas as dificuldades que irão surgir pela frente. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Direção. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Figurino, Música e Atriz (Keira Knightley).
Comentários:
Ainda demorará alguns anos para que outras cinematografias alcancem o nível de sofisticação e classe do cinema inglês. Há toda uma preocupação em adaptar obras literárias importantes (como as de autoria da genial Jane Austen) e um cuidado todo especial em realizar pesquisas históricas para se chegar com máxima fidelidade possível nos modos de ser e se vestir das pessoas que viveram na época em que se passam os enredos narrados por essa escritora. O resultado é simplesmente impecável, valorizado por personagens extremamente humanos e bem desenvolvidos do ponto de vista psicológico e emocional. O filme foi mal qualificado e classificado no Globo de Ouro concorrendo na categoria de Melhor Filme - Comédia ou Musical. Essa gafe acabou virando uma chacota entre a imprensa britânica. Obviamente que a graça está presente em muitas das obras de Austen, mas considerar um filme como esse como uma mera "comédia" só deixa exposto uma certa falta de sofisticação intelectual por parte dos americanos. Ignore isso e se delicie com as maravilhosas observações, ora cínicas, ora críticas, de Jane Austen sobre as convenções sociais de seu tempo.
Pablo Aluísio.
Título Original: Pride & Prejudice
Ano de Produção: 2005
País: Inglaterra, França, Estados Unidos
Estúdio: Focus Features, Universal Pictures, StudioCanal
Direção: Joe Wright
Roteiro: Deborah Moggach
Elenco: Keira Knightley, Matthew Macfadyen, Brenda Blethyn, Carey Mulligan, Donald Sutherland
Sinopse:
Baseado na obra imortal escrita por Jane Austen, "Pride & Prejudice" conta uma história de amor em um momento particularmente complicado na vida de personagens que se vêem tragados por eventos de proporções mundiais. O enredo mostra a vida de cinco irmãs inglesas - Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia Bennet - que sonham em se casar com o homem perfeito. O problema será superar todas as dificuldades que irão surgir pela frente. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Direção. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Figurino, Música e Atriz (Keira Knightley).
Comentários:
Ainda demorará alguns anos para que outras cinematografias alcancem o nível de sofisticação e classe do cinema inglês. Há toda uma preocupação em adaptar obras literárias importantes (como as de autoria da genial Jane Austen) e um cuidado todo especial em realizar pesquisas históricas para se chegar com máxima fidelidade possível nos modos de ser e se vestir das pessoas que viveram na época em que se passam os enredos narrados por essa escritora. O resultado é simplesmente impecável, valorizado por personagens extremamente humanos e bem desenvolvidos do ponto de vista psicológico e emocional. O filme foi mal qualificado e classificado no Globo de Ouro concorrendo na categoria de Melhor Filme - Comédia ou Musical. Essa gafe acabou virando uma chacota entre a imprensa britânica. Obviamente que a graça está presente em muitas das obras de Austen, mas considerar um filme como esse como uma mera "comédia" só deixa exposto uma certa falta de sofisticação intelectual por parte dos americanos. Ignore isso e se delicie com as maravilhosas observações, ora cínicas, ora críticas, de Jane Austen sobre as convenções sociais de seu tempo.
Pablo Aluísio.
sábado, 26 de março de 2016
Velozes & Furiosos 7
Título no Brasil: Velozes & Furiosos 7
Título Original: Furious 7
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: James Wan
Roteiro: Chris Morgan, Gary Scott Thompson
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Jason Statham, Michelle Rodriguez, Kurt Russell
Sinopse:
Dominic Torretto (Vin Diesel) e sua gangue decidem deixar o mundo do crime. Na realidade após sua última incursão criminosa percebem que chegou mesmo a hora de parar com suas atividades mercenárias. Cada um membro de sua antiga equipe precisa seguir em frente, trilhando caminhos próprios. O problema é que o passado muitas vezes deixa rastros e deles surgem pessoas e organizações do mundo do crime empenhadas em acertar contas com algo que ficou para trás. Um lição que Torretto entenderá muito bem em breve.
Comentários:
Eu acredito que nem o mais otimista produtor de cinema poderia imaginar que essa franquia ainda poderia render tanto. " Velozes & Furiosos 7" chegou nos cinemas americanos nesse fim de semana de forma arrasadora, faturando quase 150 milhões de dólares, se tornando a nona melhor estreia de um filme na indústria. Qual é o grande segredo nessa equação de sucesso comercial? Em minha opinião tudo isso foi gerado pelo morte trágica do ator Paul Walker em 2013. Ele morreu em um terrível acidente bem no meio das filmagens. Muitas de suas cenas ficaram assim no meio do caminho, inacabadas ou não realizadas. Muitos pensaram que o projeto seria arquivado definitivamente, deixado de lado, até como uma homenagem a Walker. Ledo engano. O estúdio não iria perder milhões de dólares em investimentos assim, da noite para o dia. Dessa maneira e usando da tecnologia atual, Walker foi parcialmente recriado digitalmente, inserido em sequências e reaproveitado usando-se da magia do cinema. Claro que algo nesse estilo chamaria a atenção do público. Dito isso, devo confessar que essas serão algumas das poucas qualidades de "Velozes & Furiosos 7" que você conseguirá encontrar ao assistir o filme. O roteiro é básico, muito básico mesmo, e o filme só se sustenta pelas excelentes tomadas de ação desenfreadas. Com o sucesso espetacular não tenho a menor dúvida que a fórmula será levada em frente nos anos que virão, até seu completo esgotamento. É cinema fast food, descartável, sem profundidade e derivativo, mas se o público adora, o que se pode fazer? Nada, os executivos dos estúdios agradecem.
Pablo Aluísio.
Título Original: Furious 7
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: James Wan
Roteiro: Chris Morgan, Gary Scott Thompson
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Jason Statham, Michelle Rodriguez, Kurt Russell
Sinopse:
Dominic Torretto (Vin Diesel) e sua gangue decidem deixar o mundo do crime. Na realidade após sua última incursão criminosa percebem que chegou mesmo a hora de parar com suas atividades mercenárias. Cada um membro de sua antiga equipe precisa seguir em frente, trilhando caminhos próprios. O problema é que o passado muitas vezes deixa rastros e deles surgem pessoas e organizações do mundo do crime empenhadas em acertar contas com algo que ficou para trás. Um lição que Torretto entenderá muito bem em breve.
Comentários:
Eu acredito que nem o mais otimista produtor de cinema poderia imaginar que essa franquia ainda poderia render tanto. " Velozes & Furiosos 7" chegou nos cinemas americanos nesse fim de semana de forma arrasadora, faturando quase 150 milhões de dólares, se tornando a nona melhor estreia de um filme na indústria. Qual é o grande segredo nessa equação de sucesso comercial? Em minha opinião tudo isso foi gerado pelo morte trágica do ator Paul Walker em 2013. Ele morreu em um terrível acidente bem no meio das filmagens. Muitas de suas cenas ficaram assim no meio do caminho, inacabadas ou não realizadas. Muitos pensaram que o projeto seria arquivado definitivamente, deixado de lado, até como uma homenagem a Walker. Ledo engano. O estúdio não iria perder milhões de dólares em investimentos assim, da noite para o dia. Dessa maneira e usando da tecnologia atual, Walker foi parcialmente recriado digitalmente, inserido em sequências e reaproveitado usando-se da magia do cinema. Claro que algo nesse estilo chamaria a atenção do público. Dito isso, devo confessar que essas serão algumas das poucas qualidades de "Velozes & Furiosos 7" que você conseguirá encontrar ao assistir o filme. O roteiro é básico, muito básico mesmo, e o filme só se sustenta pelas excelentes tomadas de ação desenfreadas. Com o sucesso espetacular não tenho a menor dúvida que a fórmula será levada em frente nos anos que virão, até seu completo esgotamento. É cinema fast food, descartável, sem profundidade e derivativo, mas se o público adora, o que se pode fazer? Nada, os executivos dos estúdios agradecem.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 25 de março de 2016
Victor Frankenstein
O texto a seguir contém alguns spoilers. Por isso se ainda não viu o filme pare por aqui a leitura. Pois bem, assisti recentemente a essa nova versão do livro de Mary Shelley. Pouca gente sabe, mas ela escreveu o livro para tentar ganhar uma aposta com outros escritores, amigos dela, que toparam vencer a disputa de quem iria escrever o livro com a trama mais aterrorizante. Shelley apenas pegou o que havia em sua volta - um incrível sentimento de otimismo e medo sobre os avanços da ciência de seu tempo - e acabou criando uma obra realmente imortal (e lá se vão quase duzentos anos da publicação original de Frankenstein!). Na essência é um conto de monstro, mas tudo tão genialmente criado que não é de se admirar que o enredo tenha sobrevivido a todas essas gerações. Dois séculos depois de ser escrito a estória ainda mostra força. É algo para poucos.
Aqui, para fugir um pouco do que já se viu nos vários filmes anteriores, os roteiristas resolveram se debruçar mais na vida de Igor, o corcunda assistente do Dr. Frankenstein. Nas adaptações anteriores ele era apenas um ser grotesco com uma séria deformidade física. Aqui criaram uma personalidade, emoções e sentimentos para ele. Isso se explica porque o ator que o interpreta é o astro juvenil Daniel Radcliffe da franquia "Harry Potter". Não cairia bem escalar um ator tão popular para interpretar um personagem tão raso e repugnante. Para não deixá-lo com aspecto asqueroso durante todo o filme os roteiristas inventaram moda, fazendo com que ele não fosse corcunda de verdade, tendo apenas um abscesso de líquidos, algo que o Dr. Frankenstein logo resolve com uma seringa e um método de drenagem nada ortodoxo. O encontro entre Igor e o seu mestre (o ponto central da narrativa) se dá em um circo. O médico está lá em busca de partes de animais para suas experiências. Ao ver que Igor (nome esse que só se dará a ele depois) tem muito conhecimento de anatomia e medicina (algo que adquiriu de forma autodidata) resolve lhe libertar da companhia circense (onde é praticamente um escravo do dono do circo). A partir daí começam as experiências que Frankenstein sonha realizar - trazer restos de corpos humanos de volta à vida com o uso de energia elétrica. Isso era uma crença na época em que o livro foi escrito, simplesmente porque ao se aplicarem choques elétricos em órgãos humanos mortos eles mostravam reação - obviamente causado pela passagem da carga elétrica que se deslocava pelos tecidos. Como a eletricidade ainda era algo novo na ciência criou-se esse mito que foi explorado pela escritora.
James McAvoy está bem como Victor Frankenstein. O sujeito tem traumas por causa da morte de seu irmão Henry. Ele se torna um ateu e resolve provar que a ciência teria todas as respostas, o que obviamente se tornaria uma heresia sob o ponto de vista religioso. Para ele religião não passaria de meras superstições de mentes primitivas. Essas discussões teológicas porém são superficiais (mas convenhamos, não deixam de ser interessantes). Para quem vai ao cinema ver um filme de Frankenstein o que importa mesmo é ver como a criatura vai surgir dessa vez em cena. Fizeram um design bem interessante para o monstro, algo que lembra até mesmo o visual clássico do antigo filme da Universal (mas claro tirando todas as devidas proporções). Para falar a verdade o macaco que Victor consegue ressuscitar é mais aterrorizante do que o grandalhão movido a fúria que vemos na cena final. O diretor escocês Paul McGuigan criou um cenário muito evocativo das clássicas adaptações, mas não foi muito além disso. Faltou maior ousadia, talvez pelo fato desse ter sido o primeiro filme de grande orçamento de sua carreira - ele antes se limitou a trabalhar em séries de TV como a popular "Sherlock" e nada muito além disso. Assim essa nova versão não escapa muito da pecha de blockbuster de cinema comercial, mas mesmo assim há coisas boas para se curtir no filme como um todo. Até porque vamos ser sinceros, qualquer filme que traga o livro de Sheller de volta à tona sempre será no mínimo interessante para os fãs de filmes de terror.
Pablo Aluísio.
Aqui, para fugir um pouco do que já se viu nos vários filmes anteriores, os roteiristas resolveram se debruçar mais na vida de Igor, o corcunda assistente do Dr. Frankenstein. Nas adaptações anteriores ele era apenas um ser grotesco com uma séria deformidade física. Aqui criaram uma personalidade, emoções e sentimentos para ele. Isso se explica porque o ator que o interpreta é o astro juvenil Daniel Radcliffe da franquia "Harry Potter". Não cairia bem escalar um ator tão popular para interpretar um personagem tão raso e repugnante. Para não deixá-lo com aspecto asqueroso durante todo o filme os roteiristas inventaram moda, fazendo com que ele não fosse corcunda de verdade, tendo apenas um abscesso de líquidos, algo que o Dr. Frankenstein logo resolve com uma seringa e um método de drenagem nada ortodoxo. O encontro entre Igor e o seu mestre (o ponto central da narrativa) se dá em um circo. O médico está lá em busca de partes de animais para suas experiências. Ao ver que Igor (nome esse que só se dará a ele depois) tem muito conhecimento de anatomia e medicina (algo que adquiriu de forma autodidata) resolve lhe libertar da companhia circense (onde é praticamente um escravo do dono do circo). A partir daí começam as experiências que Frankenstein sonha realizar - trazer restos de corpos humanos de volta à vida com o uso de energia elétrica. Isso era uma crença na época em que o livro foi escrito, simplesmente porque ao se aplicarem choques elétricos em órgãos humanos mortos eles mostravam reação - obviamente causado pela passagem da carga elétrica que se deslocava pelos tecidos. Como a eletricidade ainda era algo novo na ciência criou-se esse mito que foi explorado pela escritora.
James McAvoy está bem como Victor Frankenstein. O sujeito tem traumas por causa da morte de seu irmão Henry. Ele se torna um ateu e resolve provar que a ciência teria todas as respostas, o que obviamente se tornaria uma heresia sob o ponto de vista religioso. Para ele religião não passaria de meras superstições de mentes primitivas. Essas discussões teológicas porém são superficiais (mas convenhamos, não deixam de ser interessantes). Para quem vai ao cinema ver um filme de Frankenstein o que importa mesmo é ver como a criatura vai surgir dessa vez em cena. Fizeram um design bem interessante para o monstro, algo que lembra até mesmo o visual clássico do antigo filme da Universal (mas claro tirando todas as devidas proporções). Para falar a verdade o macaco que Victor consegue ressuscitar é mais aterrorizante do que o grandalhão movido a fúria que vemos na cena final. O diretor escocês Paul McGuigan criou um cenário muito evocativo das clássicas adaptações, mas não foi muito além disso. Faltou maior ousadia, talvez pelo fato desse ter sido o primeiro filme de grande orçamento de sua carreira - ele antes se limitou a trabalhar em séries de TV como a popular "Sherlock" e nada muito além disso. Assim essa nova versão não escapa muito da pecha de blockbuster de cinema comercial, mas mesmo assim há coisas boas para se curtir no filme como um todo. Até porque vamos ser sinceros, qualquer filme que traga o livro de Sheller de volta à tona sempre será no mínimo interessante para os fãs de filmes de terror.
Pablo Aluísio.
O Benfeitor
O ator Richard Gere interpreta um milionário, dono de hospitais, que sofre um sério acidente de carro. Um casal amigo morre na tragédia e ele começa a se sentir culpado por tudo. Com o tratamento para se recuperar dos ferimentos acaba se viciando em morfina. As coisas começam a ir de mal a pior até que cinco anos após o acontecimento ele é convidado por Olivia (Fanning), a única filha do casal morto, para ser seu padrinho de casamento. A partir daí ele tenta de todas as formas aliviar sua culpa, começando a ajudar o jovem casal de todas as maneiras possíveis, comprando uma bela casa para ambos, providenciando um emprego para o marido em seu próprio hospital e se tornando alguém próximo com quem eles podem sempre contar. A aproximação porém se torna excessiva e ele se torna assim uma pessoa invasiva demais para a intimidade de Olivia e seu marido.
Esse é o novo filme de Richard Gere. Galã no passado, ele vai finalmente, aos poucos, assumindo a idade que tem. Aos 60 anos, Gere parece não estar mais disposto a fazer o tipo sedutor. Aqui ele interpreta um homem rico que ao longo da vida sempre priorizou sua liberdade, por isso nunca se casou e nem constituiu família. Na verdade ele só era próximo mesmo de um casal de amigos que morre em um acidente onde ele indiretamente teve sua parcela de culpa. Arrasado psicologicamente por tudo o que aconteceu e com problemas de vício em drogas e bebidas, ele tenta se redimir, ajudando exageradamente a filha de seus velhos amigos. O papel ajuda Gere a ter boas cenas onde ele atua muito bem. Ele parece estar sempre no limite, desenvolvendo uma personalidade bipolar, com picos de euforia e depressão. É um bom drama, embora não seja excepcional em nenhum momento. É um filme curto que se contenta em contar uma boa história. O final talvez seja um pouco otimista além da conta, não resolvendo seus momentos mais dramáticos de forma satisfatória. Mesmo assim se trata de um bom filme, valorizado ainda mais pela boa atuação de Gere.
O Benfeitor (Ihe Benefactor, Estados Unidos, 2015) Direção: Andrew Renzi / Roteiro: Andrew Renzi / Elenco: Richard Gere, Dakota Fanning, Theo James / Sinopse: Franny Hines (Gere) é um milionário filantropo com problemas de bebidas e drogas que reencontra um sentido na vida ao ter a oportunidade de ajudar a filha de um casal de amigos, mortos em um acidente no passado, do qual ele teve indiretamente uma parcela de culpa. Assim ele começa a ajudar o jovem casal de todas as maneiras possíveis, algumas delas de forma exagerada e invasiva na vida conjugal deles. Filme indicado ao Tribeca Film Festival e ao Champs-Élysées Film BFestival. Premiado no Catalina Film Festival na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Pablo Aluísio.
Esse é o novo filme de Richard Gere. Galã no passado, ele vai finalmente, aos poucos, assumindo a idade que tem. Aos 60 anos, Gere parece não estar mais disposto a fazer o tipo sedutor. Aqui ele interpreta um homem rico que ao longo da vida sempre priorizou sua liberdade, por isso nunca se casou e nem constituiu família. Na verdade ele só era próximo mesmo de um casal de amigos que morre em um acidente onde ele indiretamente teve sua parcela de culpa. Arrasado psicologicamente por tudo o que aconteceu e com problemas de vício em drogas e bebidas, ele tenta se redimir, ajudando exageradamente a filha de seus velhos amigos. O papel ajuda Gere a ter boas cenas onde ele atua muito bem. Ele parece estar sempre no limite, desenvolvendo uma personalidade bipolar, com picos de euforia e depressão. É um bom drama, embora não seja excepcional em nenhum momento. É um filme curto que se contenta em contar uma boa história. O final talvez seja um pouco otimista além da conta, não resolvendo seus momentos mais dramáticos de forma satisfatória. Mesmo assim se trata de um bom filme, valorizado ainda mais pela boa atuação de Gere.
O Benfeitor (Ihe Benefactor, Estados Unidos, 2015) Direção: Andrew Renzi / Roteiro: Andrew Renzi / Elenco: Richard Gere, Dakota Fanning, Theo James / Sinopse: Franny Hines (Gere) é um milionário filantropo com problemas de bebidas e drogas que reencontra um sentido na vida ao ter a oportunidade de ajudar a filha de um casal de amigos, mortos em um acidente no passado, do qual ele teve indiretamente uma parcela de culpa. Assim ele começa a ajudar o jovem casal de todas as maneiras possíveis, algumas delas de forma exagerada e invasiva na vida conjugal deles. Filme indicado ao Tribeca Film Festival e ao Champs-Élysées Film BFestival. Premiado no Catalina Film Festival na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)