Título no Brasil: Don Juan DeMarco
Título Original: Don Juan DeMarco
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jeremy Leven
Roteiro: Jeremy Leven
Elenco: Johnny Depp, Marlon Brando, Faye Dunaway
Sinopse:
Baseado no famoso personagem criado por Lord Byron, o filme Don Juan DeMarco conta a história de um jovem que está convencido de que é na realidade o mítico Don Juan, conquistador de centenas de corações femininos em um passado distante. Para tratar essa verdadeira obsessão ele é enviado para sessões de psicanálise no consultório do renomado Dr. Jack Mickler (Marlon Brando, soberbo). Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora Original ("Have You Ever Really Loved" a "Woman" de Bryan Adams). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Música Original e Melhor Trilha Sonora Incidental.
Comentários:
Da fase final da carreira de Marlon Brando é certamente um dos seus filmes mais cativantes. O roteiro conseguiu pegar uma estorinha relativamente simples e a partir daí se construiu um dos filmes românticos mais interessantes dos últimos tempos. Palmas para Brando, sempre excepcional e seu pupilo mais constante, Johnny Depp, que anos depois diria que faria de tudo para trabalhar ao lado de um dos atores mais icônicos de todos os tempos. O resultado desse encontro de gerações resultou um filme deliciosamente leve a romântico, onde sonho, fantasia e realidade se mesclaram com raro talento. Brando, sempre tão expansivo, resolveu trilhar o caminho oposto e se conteve para dar vida ao seu personagem o Dr. Jack Mickler, um psicanalista de Los Angeles. Esse papel lhe serviu muito bem pois o próprio Brando conhecia muito bem esse mundo. Por décadas ele fez psicanálise e como confessou em sua autobiografia era fascinado por esse tipo de profissional. Johnny Depp também caiu como uma luva na pele do jovem atormentado que está convencido que é o próprio Don Juan, preferindo viver em um mundo de fantasia do que encarar a dura realidade da vida real. Charmoso, com ótima trilha sonora, esse é um daqueles filmes que valem a pena ter em sua coleção para ver e rever sempre que possível.
Pablo Aluísio.
domingo, 20 de março de 2016
O Garoto da Casa ao Lado
Noah Sandborn (Ryan Guzman) é um jovem que acaba se envolvendo com a vizinha Claire Peterson (Jennifer Lopez), uma mulher bem mais velha do que ele, mas ainda muito sensual e sedutora. O que começa como um casinho amoroso sem maiores pretensões acaba se revelando algo bem perigoso quando Claire começa a perceber que Noah não bate muito bem da cabeça. Ele imediatamente se torna obsessivo por ela, a ponto de se tornar completamente inconveniente em sua vida. Em pouco tempo se revela um stalker perigoso. Ela é uma professora com uma boa carreira acadêmica e não parece disposta a perder tudo apenas por se envolver com um rapaz como ele. O problema é que Noah também não parece aceitar bem a rejeição, começando a chantagear ela de forma branca, insinuando que vai contar tudo na escola onde ela trabalha - e que para tornar tudo ainda mais complicado onde ele também é aluno. Como se sabe nos Estados Unidos casos semelhantes, que envolvem professores e alunos acabam recebendo um duro tratamento na justiça, geralmente levando as professoras (ou os professores, dependendo da situação) para a cadeia.
Como se pode perceber pela leitura da sinopse a premissa de "O Garoto da Casa ao Lado" até que é boa, diria até promissora. Infelizmente não adianta se animar muito já que o filme é realmente fraco. O roteiro é básico, cheio de clichês e a atuação preguiçosa de Jennifer Lopez não ajuda muito. Ela até tenta um pouco se passar por uma mulher intelectualmente interessante, mas tudo vai por água abaixo muito rapidamente. A questão é que seu papel não lhe caiu bem, a não ser é claro nas (poucas) cenas em que o diretor tenta aproveitar sua fama de símbolo sexual. Infelizmente só existe uma cena mais ousada, mas mesmo ela não sai muito do lugar comum. Asim não espere por muita nudez e nem tomadas reveladoras do bonito corpo da atriz. No final de tudo o que acaba sobrando é apenas um suspense abaixo da média e com final muito fraco, diria até mesmo risível. O tema "vizinhos perigosos" já rendeu coisas bem melhores no passado. Esse pode se dispensado sem maiores problemas.
O Garoto da Casa ao Lado (The Boy Next Door, EUA, 2015) Direção: Rob Cohen / Roteiro: Barbara Curry / Elenco: Jennifer Lopez, Ryan Guzman, Kristin Chenoweth.
Pablo Aluísio.
Como se pode perceber pela leitura da sinopse a premissa de "O Garoto da Casa ao Lado" até que é boa, diria até promissora. Infelizmente não adianta se animar muito já que o filme é realmente fraco. O roteiro é básico, cheio de clichês e a atuação preguiçosa de Jennifer Lopez não ajuda muito. Ela até tenta um pouco se passar por uma mulher intelectualmente interessante, mas tudo vai por água abaixo muito rapidamente. A questão é que seu papel não lhe caiu bem, a não ser é claro nas (poucas) cenas em que o diretor tenta aproveitar sua fama de símbolo sexual. Infelizmente só existe uma cena mais ousada, mas mesmo ela não sai muito do lugar comum. Asim não espere por muita nudez e nem tomadas reveladoras do bonito corpo da atriz. No final de tudo o que acaba sobrando é apenas um suspense abaixo da média e com final muito fraco, diria até mesmo risível. O tema "vizinhos perigosos" já rendeu coisas bem melhores no passado. Esse pode se dispensado sem maiores problemas.
O Garoto da Casa ao Lado (The Boy Next Door, EUA, 2015) Direção: Rob Cohen / Roteiro: Barbara Curry / Elenco: Jennifer Lopez, Ryan Guzman, Kristin Chenoweth.
Pablo Aluísio.
sábado, 19 de março de 2016
Malícia
Título no Brasil: Malícia
Título Original: Malice
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Harold Becker
Roteiro: Aaron Sorkin, Jonas McCord
Elenco: Alec Baldwin, Nicole Kidman, Bill Pullman
Sinopse:
Um conto sobre um casal, há pouco tempo casado, que gostaria muito de realizar o sonho de ter filhos. A esposa Tracy (Nicole Kidman) ensina arte e Andy (Bill Pullman) está no topo de sua carreira, exercendo a função de reitor em uma bela Universidade. A vida do casal muda repentinamente quando Tracy passa mal e é levada ao hospital, onde acaba conhecendo o médico Jed (Alec Baldwin), que tem planos sombrios para o futuro daquele casal. Filme vencedor do festival Cognac Festival du Film Policier na categoria de Melhor Direção (Harold Becker).
Comentários:
Nicole Kidman, quando jovem, foi uma das mulheres mais bonitas do cinema. Hoje, claro, ela ainda continua charmosa e mais elegante do que nunca, naquele tipo de sensualidade que apenas a maturidade consegue trazer para o sexo feminino, mas no começo de sua carreira ela era realmente algo impressionante. Uma beleza estupenda, de fechar quarteirão. Não sei exatamente a razão (ou talvez até saiba demais), mas o fato é que sempre associei sua figura à da princesa e musa Grace Kelly. Como não tive a oportunidade de viver na época de Kelly, transportei, até de forma inconsciente, aquela imagem para a Nicole Kidman, que acabou se tornando assim em minha mente a Grace Kelly da minha vida de cinéfilo na modernidade. Dito isso não vou me alongar muitos nos supostos méritos desse filme. Ele é apenas ok em minha opinião. É um daqueles Thrillers típicos dos anos 1990. Bem feito, com roteiro redondinho. Bom para ver em casa no VHS. Sem receios de parecer vazio ou superficial escrevo que o grande atrativo de "Malice" é mesmo a presença luminosa de uma jovem Kidman, linda de morrer! Impossível não se apaixonar. Todo o resto é secundário.
Pablo Aluísio.
Título Original: Malice
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Harold Becker
Roteiro: Aaron Sorkin, Jonas McCord
Elenco: Alec Baldwin, Nicole Kidman, Bill Pullman
Sinopse:
Um conto sobre um casal, há pouco tempo casado, que gostaria muito de realizar o sonho de ter filhos. A esposa Tracy (Nicole Kidman) ensina arte e Andy (Bill Pullman) está no topo de sua carreira, exercendo a função de reitor em uma bela Universidade. A vida do casal muda repentinamente quando Tracy passa mal e é levada ao hospital, onde acaba conhecendo o médico Jed (Alec Baldwin), que tem planos sombrios para o futuro daquele casal. Filme vencedor do festival Cognac Festival du Film Policier na categoria de Melhor Direção (Harold Becker).
Comentários:
Nicole Kidman, quando jovem, foi uma das mulheres mais bonitas do cinema. Hoje, claro, ela ainda continua charmosa e mais elegante do que nunca, naquele tipo de sensualidade que apenas a maturidade consegue trazer para o sexo feminino, mas no começo de sua carreira ela era realmente algo impressionante. Uma beleza estupenda, de fechar quarteirão. Não sei exatamente a razão (ou talvez até saiba demais), mas o fato é que sempre associei sua figura à da princesa e musa Grace Kelly. Como não tive a oportunidade de viver na época de Kelly, transportei, até de forma inconsciente, aquela imagem para a Nicole Kidman, que acabou se tornando assim em minha mente a Grace Kelly da minha vida de cinéfilo na modernidade. Dito isso não vou me alongar muitos nos supostos méritos desse filme. Ele é apenas ok em minha opinião. É um daqueles Thrillers típicos dos anos 1990. Bem feito, com roteiro redondinho. Bom para ver em casa no VHS. Sem receios de parecer vazio ou superficial escrevo que o grande atrativo de "Malice" é mesmo a presença luminosa de uma jovem Kidman, linda de morrer! Impossível não se apaixonar. Todo o resto é secundário.
Pablo Aluísio.
A Invasão
Título no Brasil: A Invasão
Título Original: The Arrival
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos, México
Estúdio: Live Entertainment
Direção: David Twohy
Roteiro: David Twohy
Elenco: Charlie Sheen, Lindsay Crouse, Richard Schiff
Sinopse:
Zane Zaminsky (Charlie Sheen) é um astrônomo que acaba descobrindo a existência de vida inteligente fora da Terra. Sua descoberta fenomenal e histórica porém não pode ser revelada ao grande público pois interesses poderosos por trás não querem que a verdade seja revelada. Encurralado, só resta a Zane fugir para tentar escapar da sua morte planejada por seus inimigos. Filme premiado pelo Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Lançamento em Vídeo. Também indicado ao Sitges - Catalonian International Film Festival na categoria de Melhor Filme de Ficção.
Comentários:
Eis uma fitinha B de ficção que chegou a fazer um relativo sucesso no mercado de vídeo no Brasil. O roteiro procura dar um tom mais sério e até diria, pseudo científico, ao enredo que explora. Afinal de contas qualquer tipo de produção com esse tema envolvendo aliens e ufologia desperta a atenção do público que curte esse tema (em especial dos americanos). Hoje em dia o tema obviamente envelheceu bastante, só funcionando para esse determinado tipo de público mais específico. O grande interesse para o cinéfilo em geral que não está muito preocupado em provar a existência de ETs vem da presença do ator Charlie Sheen. Por essa época sua carreira no cinema já se encontrava numa encruzilhada. Lançado para ser uma espécie de sucessor de Tom Cruise, Sheen foi destruindo sua carreira por causa de sucessivos escândalos envolvendo drogas e mulheres. Entrando e saindo da prisão ficava muito complicado estrelar grandes filmes. Enfrentando também vários processos na justiça não lhe restou outra coisa na época a não ser aceitar estrelar o primeiro roteiro que lhe caísse em mãos, por isso ele realizou esse filme de orçamento limitado, bem abaixo dos seus antigos sucessos como "Platoon" e "Wall Street", esses sim filmes de primeira linha. Assim " The Arrival" até que consegue convencer até lá pela metade da duração, depois vira tudo uma grande bobagem. Olhando para a carreira do Sheen ainda prefiro outra ficção dele de tema semelhante, "A Aparição" de 1986. Dirigido por Mike Marvin era certamente muito mais divertida. Aqui o tom mais sério prejudicou a diversão pipoca que poderia vir do filme.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Arrival
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos, México
Estúdio: Live Entertainment
Direção: David Twohy
Roteiro: David Twohy
Elenco: Charlie Sheen, Lindsay Crouse, Richard Schiff
Sinopse:
Zane Zaminsky (Charlie Sheen) é um astrônomo que acaba descobrindo a existência de vida inteligente fora da Terra. Sua descoberta fenomenal e histórica porém não pode ser revelada ao grande público pois interesses poderosos por trás não querem que a verdade seja revelada. Encurralado, só resta a Zane fugir para tentar escapar da sua morte planejada por seus inimigos. Filme premiado pelo Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Lançamento em Vídeo. Também indicado ao Sitges - Catalonian International Film Festival na categoria de Melhor Filme de Ficção.
Comentários:
Eis uma fitinha B de ficção que chegou a fazer um relativo sucesso no mercado de vídeo no Brasil. O roteiro procura dar um tom mais sério e até diria, pseudo científico, ao enredo que explora. Afinal de contas qualquer tipo de produção com esse tema envolvendo aliens e ufologia desperta a atenção do público que curte esse tema (em especial dos americanos). Hoje em dia o tema obviamente envelheceu bastante, só funcionando para esse determinado tipo de público mais específico. O grande interesse para o cinéfilo em geral que não está muito preocupado em provar a existência de ETs vem da presença do ator Charlie Sheen. Por essa época sua carreira no cinema já se encontrava numa encruzilhada. Lançado para ser uma espécie de sucessor de Tom Cruise, Sheen foi destruindo sua carreira por causa de sucessivos escândalos envolvendo drogas e mulheres. Entrando e saindo da prisão ficava muito complicado estrelar grandes filmes. Enfrentando também vários processos na justiça não lhe restou outra coisa na época a não ser aceitar estrelar o primeiro roteiro que lhe caísse em mãos, por isso ele realizou esse filme de orçamento limitado, bem abaixo dos seus antigos sucessos como "Platoon" e "Wall Street", esses sim filmes de primeira linha. Assim " The Arrival" até que consegue convencer até lá pela metade da duração, depois vira tudo uma grande bobagem. Olhando para a carreira do Sheen ainda prefiro outra ficção dele de tema semelhante, "A Aparição" de 1986. Dirigido por Mike Marvin era certamente muito mais divertida. Aqui o tom mais sério prejudicou a diversão pipoca que poderia vir do filme.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 18 de março de 2016
Cinquenta Tons de Cinza
Título no Brasil: Cinquenta Tons de Cinza
Título Original: Fifty Shades of Grey
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus Features
Direção: Sam Taylor-Johnson
Roteiro: Kelly Marcel
Elenco: Dakota Johnson, Jamie Dornan, Jennifer Ehle
Sinopse:
Com roteiro baseado no romance escrito por E.L. James, o filme "Cinquenta Tons de Cinza" conta a história de Christian Grey (Jamie Dornan), um milionário americano que acaba se interessante pela jovem Anastasia Steele (Dakota Johnson), após a conhecer casualmente, quando ela é enviada para fazer uma pequena entrevista no lugar de sua amiga. Desde o começo Grey fica fascinado pela singeleza e simplicidade da garota e resolve investir em um relacionamento diferente com ela, algo completamente fora do comum que testará os limites de Anastasia em relação ao que sente por seu novo "namorado". Filme indicado ao prêmio Golden Trailer Awards na categoria "Best Romance".
Comentários:
Muito barulho por nada! Assim poderíamos rotular o sucesso comercial tanto do livro como do filme "Fifty Shades of Grey". Como se tornou mesmo um fenômeno de vendas a obra original que deu origem ao filme sofreu todos os tipos de críticas. O conteúdo foi acusado de ser ofensivo para as mulheres, abusivo e fora de proporção. A história envolvendo um milionário, Christian Grey (Jamie Dornan) e uma jovem comum, Anastasia Steele (Dakota Johnson), poderia passar completamente despercebido se não fosse um ingrediente incomum que o ricaço considera indispensável em um relacionamento amoroso, a violência física. Assim ele deixa claro desde o começo que não sente prazer ou atração da forma usual, como todas as pessoas, mas sim que para chegar ao prazer precisa também infringir dor, muita dor, em sua companheira. Após o susto inicial ao ser informada desse estranho modo de ser, a jovem acaba aceitando os termos, não sem antes ser coagida a assinar uma espécie de contrato que isenta Grey de qualquer responsabilidade legal do que venha a acontecer entre eles. Muitos disseram que qualquer mulher sensata e com o juízo no lugar simplesmente iria embora ao tomar conhecimento de algo assim, mas se formos pensar bem, no mundo atual em que tudo ou praticamente tudo é permitido, tenho sérias dúvidas se as coisas seriam decididas assim mesmo, de maneira tão fácil. Outro prato cheio para misóginos e cafajestes em geral veio do fato do personagem masculino ser um milionário. Para esses a jovem Anastasia toparia tudo por causa do dinheiro dele.
Título Original: Fifty Shades of Grey
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus Features
Direção: Sam Taylor-Johnson
Roteiro: Kelly Marcel
Elenco: Dakota Johnson, Jamie Dornan, Jennifer Ehle
Sinopse:
Com roteiro baseado no romance escrito por E.L. James, o filme "Cinquenta Tons de Cinza" conta a história de Christian Grey (Jamie Dornan), um milionário americano que acaba se interessante pela jovem Anastasia Steele (Dakota Johnson), após a conhecer casualmente, quando ela é enviada para fazer uma pequena entrevista no lugar de sua amiga. Desde o começo Grey fica fascinado pela singeleza e simplicidade da garota e resolve investir em um relacionamento diferente com ela, algo completamente fora do comum que testará os limites de Anastasia em relação ao que sente por seu novo "namorado". Filme indicado ao prêmio Golden Trailer Awards na categoria "Best Romance".
Comentários:
Muito barulho por nada! Assim poderíamos rotular o sucesso comercial tanto do livro como do filme "Fifty Shades of Grey". Como se tornou mesmo um fenômeno de vendas a obra original que deu origem ao filme sofreu todos os tipos de críticas. O conteúdo foi acusado de ser ofensivo para as mulheres, abusivo e fora de proporção. A história envolvendo um milionário, Christian Grey (Jamie Dornan) e uma jovem comum, Anastasia Steele (Dakota Johnson), poderia passar completamente despercebido se não fosse um ingrediente incomum que o ricaço considera indispensável em um relacionamento amoroso, a violência física. Assim ele deixa claro desde o começo que não sente prazer ou atração da forma usual, como todas as pessoas, mas sim que para chegar ao prazer precisa também infringir dor, muita dor, em sua companheira. Após o susto inicial ao ser informada desse estranho modo de ser, a jovem acaba aceitando os termos, não sem antes ser coagida a assinar uma espécie de contrato que isenta Grey de qualquer responsabilidade legal do que venha a acontecer entre eles. Muitos disseram que qualquer mulher sensata e com o juízo no lugar simplesmente iria embora ao tomar conhecimento de algo assim, mas se formos pensar bem, no mundo atual em que tudo ou praticamente tudo é permitido, tenho sérias dúvidas se as coisas seriam decididas assim mesmo, de maneira tão fácil. Outro prato cheio para misóginos e cafajestes em geral veio do fato do personagem masculino ser um milionário. Para esses a jovem Anastasia toparia tudo por causa do dinheiro dele.
Uma maneira de rebaixar a condição feminina ao puro interesse econômico. Afinal de contas se Grey fosse um pobretão será mesmo que ela se submeteria a todas as humilhações, pancadarias e violência generalizada? Calma meus caros... A literatura erótica com toques de masoquismo não nasceu ontem e nem é fruto da nossa sociedade, considerada por muitos como completamente doente. Na verdade desde os tempos de Donatien Alphonse François de Sade, o conhecido Marquês de Sade, esse tipo de literatura está por aí, no ar! Não adianta ficar denegrindo as mulheres por causa desse tipo de história, haja visto que estamos na presença de um tipo, uma espécie literária, que já tem muita tradição. E o filme? Vale a pena? Tirando todo o preconceito que vem com o pacote no que se trata de "Fifty Shades of Grey" o filme em si pode ser considerado mediano, um passatempo que não chega a desagradar ou aborrecer. Ele conta sua história e mesmo não surpreendendo em absolutamente nada não chega a irritar. Recomendamos para que você não fique por fora dos assuntos mais polêmicos, afinal mais cedo ou mais tarde o assunto acaba vindo à tona, seja em reuniões sociais, seja em rodas de amigos. Assista nem que seja para se atualizar sobre o que anda fazendo sucesso no gosto das nossas estimadas leitoras.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 15 de março de 2016
Sobrenatural - A Origem
Título no Brasil: Sobrenatural - A Origem
Título Original: Insidious - Chapter 3
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Leigh Whannell
Roteiro: Leigh Whannell
Elenco: Dermot Mulroney, Stefanie Scott, Angus Sampson
Sinopse:
Quinn Brenner (Stefanie Scott) é uma jovem adolescente americana que sonha em se tornar atriz. Desde a morte de sua mãe ela sente muita saudades de seu apoio e presença. Tentando superar isso ela resolve ir atrás de uma conhecida médium, Elise Rainier (Lin Shaye) que diz ter capacidade de se comunicar com os mortos. Inicialmente Elise recusa a oferta de Quinn. Ela já não é a mesma desde o suicídio de seu marido, um bom homem que resolveu acabar com sua própria vida. Elise também está com receios de voltar a se comunicar com o mundo espiritual desde que encontrou uma sinistra figura que começou a persegui-la em suas viagens espirituais. Com pena de Quinn porém ela aceita fazer uma última sessão de espiritismo em sua casa, algo que irá se arrepender profundamente por causa dos efeitos colaterais que ocasionará. Filme vencedor do Palm Springs International Film Festival na categoria de Melhor Direção (Leigh Whannell).
Comentários:
"Insidious", quem diria, virou franquia. Infelizmente também temos que constatar que, como muitas outras franquias de terror, corre também o sério risco de cair no vazio. A história desse terceiro filme da série retrocede no tempo, três anos antes dos acontecimentos do primeiro "Sobrenatural". A ideia é mostrar o momento em que a porta entre o mundo dos vivos e dos mortos foi aberta pela primeira vez. O estopim de tudo surge na figura de uma jovem garota, saudosa de sua mãe falecida recentemente de um agressivo câncer de mama. Ela então procura uma médium que acaba adentrando o mundo da escuridão trazendo involuntariamente de lá um demônio poderoso e maligno para a nossa dimensão. A sinistra figura pretende transformar a menina em uma de suas pets espirituais (a denominação estranha é usada pelo próprio roteiro). O enredo não se desenvolve muito além disso. Uma vez que a criatura do mal esteja em nosso mundo começam os sustos. Pena que não houve por parte dos roteiristas maior originalidade no desenvolvimento dos acontecimentos.
Título Original: Insidious - Chapter 3
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Leigh Whannell
Roteiro: Leigh Whannell
Elenco: Dermot Mulroney, Stefanie Scott, Angus Sampson
Sinopse:
Quinn Brenner (Stefanie Scott) é uma jovem adolescente americana que sonha em se tornar atriz. Desde a morte de sua mãe ela sente muita saudades de seu apoio e presença. Tentando superar isso ela resolve ir atrás de uma conhecida médium, Elise Rainier (Lin Shaye) que diz ter capacidade de se comunicar com os mortos. Inicialmente Elise recusa a oferta de Quinn. Ela já não é a mesma desde o suicídio de seu marido, um bom homem que resolveu acabar com sua própria vida. Elise também está com receios de voltar a se comunicar com o mundo espiritual desde que encontrou uma sinistra figura que começou a persegui-la em suas viagens espirituais. Com pena de Quinn porém ela aceita fazer uma última sessão de espiritismo em sua casa, algo que irá se arrepender profundamente por causa dos efeitos colaterais que ocasionará. Filme vencedor do Palm Springs International Film Festival na categoria de Melhor Direção (Leigh Whannell).
Comentários:
"Insidious", quem diria, virou franquia. Infelizmente também temos que constatar que, como muitas outras franquias de terror, corre também o sério risco de cair no vazio. A história desse terceiro filme da série retrocede no tempo, três anos antes dos acontecimentos do primeiro "Sobrenatural". A ideia é mostrar o momento em que a porta entre o mundo dos vivos e dos mortos foi aberta pela primeira vez. O estopim de tudo surge na figura de uma jovem garota, saudosa de sua mãe falecida recentemente de um agressivo câncer de mama. Ela então procura uma médium que acaba adentrando o mundo da escuridão trazendo involuntariamente de lá um demônio poderoso e maligno para a nossa dimensão. A sinistra figura pretende transformar a menina em uma de suas pets espirituais (a denominação estranha é usada pelo próprio roteiro). O enredo não se desenvolve muito além disso. Uma vez que a criatura do mal esteja em nosso mundo começam os sustos. Pena que não houve por parte dos roteiristas maior originalidade no desenvolvimento dos acontecimentos.
Uma dupla de pesquisadores modernos, verdadeiros caça-fantasmas, é contratado pelo pai (nada de novo) e ao lado da velha médium (outra presença que não é nenhuma novidade em filmes assim) vão tentar expulsar o diabo da vida da jovem. Eu esperava um pouco mais do filme porque afinal de contas ele foi dirigido e roteirizado pelo criador da franquia, o australiano Leigh Whannell. Para desapontamento dos fãs dos filmes porém ele parece demonstrar que está sem ideias novas. Para um prequel as explicações também deixam a desejar. Não se procura esclarecer, por exemplo, quem seria o estranho ser espiritual do mal com problemas respiratórios que usa uma máscara o tempo todo. Ele não tem uma história que não possa se desenvolver? É apenas um monstro vazio de filmes de terror? Se o tal personagem é o começo de todas as aflições era de se esperar que suas origens (tal como sugere o nome do filme) fossem explicadas e expostas ao espectador. Como isso nunca é levado adiante só resta mesmo ao espectador ver um desfile repetitivo dos velhos clichês de rotina de filmes de terror, que vão se sucedendo sem maiores surpresas ao longo do enredo. A conclusão final não é das melhores, pois o terceiro capítulo de "Sobrenatural" também é o mais fraco deles. Uma pena.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 14 de março de 2016
A Grande Aposta
Durante as décadas de 80 e 90 começou a se formar uma imensa bolha imobiliária dentro da economia americana. Bancos comerciais começaram a disponibilizar crédito ilimitado e sem garantias a qualquer um, tudo embasado em títulos hipotecários podres, sem qualquer tipo de garantia ou lastro financeiro. Com tanto dinheiro voando para todos os lados de maneira tão fácil e simples era apenas uma questão de tempo para que tudo explodisse em um desastre econômico e financeiro de proporções únicas, algo que quase levou a economia americana (e de quebra, a mundial) ao caos. O filme explora justamente esse contexto para mostrar como algo tão insano passou despercebido das autoridades daquele país. O roteiro assim mostra diversos agentes independentes do setor financeiro e de seguros que descobriram antes tudo o que estava acontecendo. Antevendo uma ótima oportunidade de ganhar muito dinheiro com a crise que se aproximava eles procuraram lucrar com o desastre.
O filme "A Grande Aposta" é extremamente interessante porque mostra - muitas vezes até de maneira didática - como se deu a crise da bolha imobiliária dos Estados Unidos, algo tão grave que paralisou a economia americana até bem pouco tempo atrás, causando muitos estragos. Milhares de famílias perderam suas casas, foram despejadas e o desemprego disparou. Muito já se falou sobre essa crise, mas pouca gente realmente procurou ir a fundo na questão. O roteiro é muito inteligente nesse aspecto pois mostra todo o tecnicismo da questão de uma forma fácil e simples para que o espectador médio possa compreender bem tudo o que se passou. Os personagens que gravitam em torno de tudo isso também são destaques. Vão desde o agente de seguros meio louco interpretado por um irreconhecível Christian Bale até por um estressadíssimo executivo especulativo na pele de Steve Carell, tentando se distanciar um pouco de sua imagem de comediante. Até o astro Brad Pitt dá uma canja como um gênio aposentado do mercado financeiro, já um tanto paranoico, que resolve embarcar na jogada decisiva de sua vida profissional apostando suas fichas no estouro da bolha imobiliária. Pitt inclusive é um dos produtores do filme, mostrando que ele também tem faro para ganhar dinheiro em Hollywood. Enfim, temos aqui um bom exemplo de filme inteligente e bem realizado que conseguiu fazer de um tema bem áspero um perspicaz retrato da América corporativa e mercantilista que acreditava até mesmo em suas próprias mentiras. Wall Street nunca foi tão bem retratada nas telas.
A Grande Aposta (The Big Short, Estados Unidos, 2015) Direção: Adam McKay / Roteiro: Charles Randolph, Adam McKay / Elenco: Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling, Brad Pitt, Marisa Tomei, Melissa Leo / Sinopse: Um grupo de corretores e especuladores do mercado financeiro americano começam a perceber que a economia de seu país em breve sofreria os efeitos do estouro de uma grande bolha imobiliária no mercado. Aproveitando a tempestade econômica que estava por vir eles resolvem então apostar no mercado para ganhar muito, muito dinheiro com a crise que se avizinha. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado (Charles Randolph e Adam McKay). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Ator Coadjuvante (Christian Bale), Direção (Adam McKay) e Edição (Hank Corwin). Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Ator (Christian Bale), Ator - Comédia ou Musical (Steve Carell) e roteiro.
Pablo Aluísio.
O filme "A Grande Aposta" é extremamente interessante porque mostra - muitas vezes até de maneira didática - como se deu a crise da bolha imobiliária dos Estados Unidos, algo tão grave que paralisou a economia americana até bem pouco tempo atrás, causando muitos estragos. Milhares de famílias perderam suas casas, foram despejadas e o desemprego disparou. Muito já se falou sobre essa crise, mas pouca gente realmente procurou ir a fundo na questão. O roteiro é muito inteligente nesse aspecto pois mostra todo o tecnicismo da questão de uma forma fácil e simples para que o espectador médio possa compreender bem tudo o que se passou. Os personagens que gravitam em torno de tudo isso também são destaques. Vão desde o agente de seguros meio louco interpretado por um irreconhecível Christian Bale até por um estressadíssimo executivo especulativo na pele de Steve Carell, tentando se distanciar um pouco de sua imagem de comediante. Até o astro Brad Pitt dá uma canja como um gênio aposentado do mercado financeiro, já um tanto paranoico, que resolve embarcar na jogada decisiva de sua vida profissional apostando suas fichas no estouro da bolha imobiliária. Pitt inclusive é um dos produtores do filme, mostrando que ele também tem faro para ganhar dinheiro em Hollywood. Enfim, temos aqui um bom exemplo de filme inteligente e bem realizado que conseguiu fazer de um tema bem áspero um perspicaz retrato da América corporativa e mercantilista que acreditava até mesmo em suas próprias mentiras. Wall Street nunca foi tão bem retratada nas telas.
A Grande Aposta (The Big Short, Estados Unidos, 2015) Direção: Adam McKay / Roteiro: Charles Randolph, Adam McKay / Elenco: Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling, Brad Pitt, Marisa Tomei, Melissa Leo / Sinopse: Um grupo de corretores e especuladores do mercado financeiro americano começam a perceber que a economia de seu país em breve sofreria os efeitos do estouro de uma grande bolha imobiliária no mercado. Aproveitando a tempestade econômica que estava por vir eles resolvem então apostar no mercado para ganhar muito, muito dinheiro com a crise que se avizinha. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado (Charles Randolph e Adam McKay). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Ator Coadjuvante (Christian Bale), Direção (Adam McKay) e Edição (Hank Corwin). Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Ator (Christian Bale), Ator - Comédia ou Musical (Steve Carell) e roteiro.
Pablo Aluísio.
domingo, 13 de março de 2016
Northern Soul
Título no Brasil: Northern Soul
Título Original: Northern Soul
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra
Estúdio: Stubborn Heart Films, Baby Cow Productions
Direção: Elaine Constantine
Roteiro: Elaine Constantine
Elenco: Rob Baker Ashton, Elliot James Langridge, Emily Aston
Sinopse:
Dois jovens ingleses, levando uma vida tediosa e sem atrativos no interior da Inglaterra, acabam descobrindo a força da Soul Music americana, com seu ritmo contagiante e a musicalidade irresistível de seus discos. Para John Clark (Elliot James Langridge) não é apenas uma questão de descobrir uma música do qual adora, mas sim a resposta para todos os problemas de sua vida pessoal e familiar. Filme indicado ao BAFTA Awards e ao London Critics Circle Film Awards.
Comentários:
Sob um ponto de vista da restrospectiva histórica "Northern Soul" se mostra muito interessante. O filme se passa na primeira metade da década de 1970. Sob uma educação rígida na escola e pressão social, um rapaz chamado John Clark (Langridge) acaba se apaixonando pela Soul Music. O estilo musical acaba virando uma válvula de escape para sua vida. Ele pertence à classe trabalhadora, tem um emprego medíocre numa empresa de alimentos, não tem namorada e muitos problemas familiares, principalmente pelo fato de seus pais enviarem seu querido avô para um asilo de pessoas idosas. Para piorar a vida escolar é frustrante. Os professores são rígidos demais, ofensivos até, tornando a vida uma verdadeira chatice com muita opressão e tédio. Os discos de vinil com artistas negros americanos desconhecidos para os ingleses em geral acaba virando a única fonte de prazer em sua vida. Com a Soul ele se torna menos tímido, mais descolado. Aprende a dançar e se divertir com uma turma de amigos, cuja maior ambição na vida é cruzar o Atlântico rumo em direção aos Estados Unidos em busca de discos novos do gênero! Para quem foi colecionador de discos na era do vinil o filme trará imediatamente uma sensação de nostalgia de uma época em que não existia internet e nem a facilidade dos dias de hoje. Para se ter um disco era necessário percorrer uma verdadeira via crucis, principalmente se você fosse amante de artistas fora do grande circuito comercial. Apesar do sacrífício o prazer de se ter um disco novo de vinil raro era uma das grandes compensações daquele tempo. O roteiro acerta em cheio nesse tipo de resgate. No geral "Northern Soul" é um filme até simples, com um enredo diria até mesmo simplório, mas pelas entrelinhas que apresenta em seu roteiro se mostra até bem relevante.
Pablo Aluísio.
Título Original: Northern Soul
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra
Estúdio: Stubborn Heart Films, Baby Cow Productions
Direção: Elaine Constantine
Roteiro: Elaine Constantine
Elenco: Rob Baker Ashton, Elliot James Langridge, Emily Aston
Sinopse:
Dois jovens ingleses, levando uma vida tediosa e sem atrativos no interior da Inglaterra, acabam descobrindo a força da Soul Music americana, com seu ritmo contagiante e a musicalidade irresistível de seus discos. Para John Clark (Elliot James Langridge) não é apenas uma questão de descobrir uma música do qual adora, mas sim a resposta para todos os problemas de sua vida pessoal e familiar. Filme indicado ao BAFTA Awards e ao London Critics Circle Film Awards.
Comentários:
Sob um ponto de vista da restrospectiva histórica "Northern Soul" se mostra muito interessante. O filme se passa na primeira metade da década de 1970. Sob uma educação rígida na escola e pressão social, um rapaz chamado John Clark (Langridge) acaba se apaixonando pela Soul Music. O estilo musical acaba virando uma válvula de escape para sua vida. Ele pertence à classe trabalhadora, tem um emprego medíocre numa empresa de alimentos, não tem namorada e muitos problemas familiares, principalmente pelo fato de seus pais enviarem seu querido avô para um asilo de pessoas idosas. Para piorar a vida escolar é frustrante. Os professores são rígidos demais, ofensivos até, tornando a vida uma verdadeira chatice com muita opressão e tédio. Os discos de vinil com artistas negros americanos desconhecidos para os ingleses em geral acaba virando a única fonte de prazer em sua vida. Com a Soul ele se torna menos tímido, mais descolado. Aprende a dançar e se divertir com uma turma de amigos, cuja maior ambição na vida é cruzar o Atlântico rumo em direção aos Estados Unidos em busca de discos novos do gênero! Para quem foi colecionador de discos na era do vinil o filme trará imediatamente uma sensação de nostalgia de uma época em que não existia internet e nem a facilidade dos dias de hoje. Para se ter um disco era necessário percorrer uma verdadeira via crucis, principalmente se você fosse amante de artistas fora do grande circuito comercial. Apesar do sacrífício o prazer de se ter um disco novo de vinil raro era uma das grandes compensações daquele tempo. O roteiro acerta em cheio nesse tipo de resgate. No geral "Northern Soul" é um filme até simples, com um enredo diria até mesmo simplório, mas pelas entrelinhas que apresenta em seu roteiro se mostra até bem relevante.
Pablo Aluísio.
Homem-Formiga
No mundo do cinema os quadrinhos viraram a grande febre do momento. Suas adaptações rendem milhões ao redor do mundo e os fãs estão sempre prontos a conferir as novidades nas telas, mesmo que seja de personagens de segundo escalão que quase ninguém conhece. É o caso desse Homem-Formiga. Ele foi criado na década de 60 por Stan Lee, mas nunca realmente chegou a emplacar. Embora tenha tido uma revista mensal ela logo foi cancelada por causa das baixas vendas. Afinal de contas um herói cujo maior poder é se tornar pequeno como uma formiga não era bem algo atrativo para a garotada da época. Depois desse começo ruim o Homem-Formiga acabou sendo incorporado aos Vingadores e por lá ficou anos e anos, aparecendo apenas esporadicamente. Agora com o sucesso que as adaptações de quadrinhos andam fazendo no cinema a Marvel Studios resolveu apostar suas fichas nesse notório desconhecido.
Até que o resultado não é nada mal. Longe das amarras que geralmente atrapalham os filmes dos personagens mais famosos, esse aqui conseguiu tratar tudo com uma leveza e bom humor que acabam sendo a grande sacada da produção. Os roteiristas conseguiram escrever um enredo que conseguia ser ao mesmo tempo fiel aos quadrinhos originais trazendo também algo de novo para esse universo. Assim o Homem-Formiga original surge na tela já velho e tentando passar seu legado a outro para que venha vestir seu uniforme. Michael Douglas é o envelhecido herói e Paul Rudd o seu sucessor. Essa transição vai agradar aos fãs da Marvel ao mesmo tempo em que abre novas possibilidades aos cinéfilos que ficam livres de tentar saber tudo o que já aconteceu com o personagem no mundo das tirinhas. Diante disso temos um filme com ótimo desenvolvimento, boas e divertidas soluções na história e uma produção de primeira, com excelentes efeitos especiais. Acredito que ninguém esperaria por algo melhor. Vale a diversão.
Homem-Formiga (Ant-Man, EUA, 2015) Direção: Peyton Reed / Roteiro: Edgar Wright, Joe Cornish / Elenco: Paul Rudd, Michael Douglas, Corey Stoll, Evangeline Lilly, Michael Peña / Sinopse: Scott Lang (Paul Rudd) sai da prisão após um bom tempo cumprindo pena. Sua vida está em frangalhos. Sem emprego, abandonado pela esposa e sem contato com a filha ele não encontra muitas possibilidades de melhorar. Até que aceita fazer parte de um roubo na casa de um milionário, algo que mudará sua vida para sempre.
Pablo Aluísio.
Até que o resultado não é nada mal. Longe das amarras que geralmente atrapalham os filmes dos personagens mais famosos, esse aqui conseguiu tratar tudo com uma leveza e bom humor que acabam sendo a grande sacada da produção. Os roteiristas conseguiram escrever um enredo que conseguia ser ao mesmo tempo fiel aos quadrinhos originais trazendo também algo de novo para esse universo. Assim o Homem-Formiga original surge na tela já velho e tentando passar seu legado a outro para que venha vestir seu uniforme. Michael Douglas é o envelhecido herói e Paul Rudd o seu sucessor. Essa transição vai agradar aos fãs da Marvel ao mesmo tempo em que abre novas possibilidades aos cinéfilos que ficam livres de tentar saber tudo o que já aconteceu com o personagem no mundo das tirinhas. Diante disso temos um filme com ótimo desenvolvimento, boas e divertidas soluções na história e uma produção de primeira, com excelentes efeitos especiais. Acredito que ninguém esperaria por algo melhor. Vale a diversão.
Homem-Formiga (Ant-Man, EUA, 2015) Direção: Peyton Reed / Roteiro: Edgar Wright, Joe Cornish / Elenco: Paul Rudd, Michael Douglas, Corey Stoll, Evangeline Lilly, Michael Peña / Sinopse: Scott Lang (Paul Rudd) sai da prisão após um bom tempo cumprindo pena. Sua vida está em frangalhos. Sem emprego, abandonado pela esposa e sem contato com a filha ele não encontra muitas possibilidades de melhorar. Até que aceita fazer parte de um roubo na casa de um milionário, algo que mudará sua vida para sempre.
Pablo Aluísio.
sábado, 12 de março de 2016
Boa Noite e Boa Sorte
Edward R. Murrow (David Strathairn) trabalha como apresentador de TV nos Estados Unidos e é escalado para entrevistar o infame senador Joseph McCarthy, o idealizador da política de "Caça às Bruxas" dentro do mundo da política, literatura e artes em geral. Sua doutrina conhecida como Macartismo arruinou centenas de artistas, escritores e roteiristas talentosos que após serem acusados de comunistas viam suas carreiras terminarem prematuramente pois os estúdios não mais os contratavam com medo de represálias do público e dos altos escalões do governo. Edward R. Murrow achava aquilo um grande absurdo e resolveu combater na TV o pensamento de McCarthy e seus seguidores. O filme narra esse período de sua vida. Um tema mais do que bem-vindo para George Clooney um dos atores mais alinhados com o partido democrata e o liberalismo nos Estados Unidos. Esse filme é mais um em sua luta para se tornar um astro de Hollywood bem sucedido. Como se sabe Clooney foi por anos galã de séries de TV. Só tardiamente conseguiu fazer a transição para o cinema com sucesso. Depois de também interpretar personagens nessa linha nos filmes resolveu arriscar, ir além, para provar que era um sujeito inteligente e não apenas uma estrela em Hollywood.
Um de seus melhores filmes é justamente esse, onde dirige, atua e produz. Ousado, resolveu fazer uma película toda em preto e branco, algo bem corajoso pois filmes assim são considerados hoje em dia como comercialmente inviáveis. Mesmo com toda a maré contra resolveu filmar a história que foi baseada em fatos reais nesse formato, até para criar um clima melhor de contexto histórico. Ele certamente conseguiu realizar uma boa obra, dissecando um dos períodos mais nebulosos da história dos Estados Unidos, quando a paranoia anticomunista colocou na berlinda até mesmo os ideais mais importantes da democracia daquele país. Seguindo em frente em seus objetivos George Clooney não fez nenhum tipo de concessão comercial. O enredo não apela para soluções fáceis e nem simplifica tudo para o público. O estilo pode ser definido até mesmo como seco e direto, sempre fugindo dos clichês, quase em estilo documental. Ao invés de apelar para momentos dramáticos ele resolveu mostrar tudo da forma mais fiel possível. Esse tipo de atitude levou o filme a ser indicado a vários prêmios da Academia, mas infelizmente não conseguiu vencer nenhum. Não faz mal, a mensagem e o tema falam por si sós. Um pouco de história que abre os olhos sobre o passado para que momentos como esse não mais se repitam no futuro.
Boa Noite e Boa Sorte (Good Night, and Good Luck, Estados Unidos, 2005) Direção: George Clooney / Roteiro: Grant Heslov e George Clooney / Estúdio: Warner Bros / Elenco: David Strathairn, George Clooney, Patricia Clarkson / Sinopse: Um corajoso apresentador de TV e seu produtor resolvem enfrentar de forma direta a doutrina política chamada de Macartismo. Idealizada pelo senador McCarthy essa doutrina visava desmascarar comunistas e esquerdistas infiltrados no mundo do entretenimento americano. Filme baseado em fatos reais. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Ator (David Strathairn). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção, Melhor Roteiro e Melhor Ator (David Strathairn).
Pablo Aluísio.
Um de seus melhores filmes é justamente esse, onde dirige, atua e produz. Ousado, resolveu fazer uma película toda em preto e branco, algo bem corajoso pois filmes assim são considerados hoje em dia como comercialmente inviáveis. Mesmo com toda a maré contra resolveu filmar a história que foi baseada em fatos reais nesse formato, até para criar um clima melhor de contexto histórico. Ele certamente conseguiu realizar uma boa obra, dissecando um dos períodos mais nebulosos da história dos Estados Unidos, quando a paranoia anticomunista colocou na berlinda até mesmo os ideais mais importantes da democracia daquele país. Seguindo em frente em seus objetivos George Clooney não fez nenhum tipo de concessão comercial. O enredo não apela para soluções fáceis e nem simplifica tudo para o público. O estilo pode ser definido até mesmo como seco e direto, sempre fugindo dos clichês, quase em estilo documental. Ao invés de apelar para momentos dramáticos ele resolveu mostrar tudo da forma mais fiel possível. Esse tipo de atitude levou o filme a ser indicado a vários prêmios da Academia, mas infelizmente não conseguiu vencer nenhum. Não faz mal, a mensagem e o tema falam por si sós. Um pouco de história que abre os olhos sobre o passado para que momentos como esse não mais se repitam no futuro.
Boa Noite e Boa Sorte (Good Night, and Good Luck, Estados Unidos, 2005) Direção: George Clooney / Roteiro: Grant Heslov e George Clooney / Estúdio: Warner Bros / Elenco: David Strathairn, George Clooney, Patricia Clarkson / Sinopse: Um corajoso apresentador de TV e seu produtor resolvem enfrentar de forma direta a doutrina política chamada de Macartismo. Idealizada pelo senador McCarthy essa doutrina visava desmascarar comunistas e esquerdistas infiltrados no mundo do entretenimento americano. Filme baseado em fatos reais. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Ator (David Strathairn). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção, Melhor Roteiro e Melhor Ator (David Strathairn).
Pablo Aluísio.
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