segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
Frank Sinatra - Só Ficou a Saudade
A espera acabou em 1958 com essa fita dirigida pelo cineasta Delmer Daves. Embora fosse mesmo especialista em faroestes, Daves aceitou o convite de Sinatra para dirigir essa adaptação da novela de Joe David Brown. As comparações com "A Um Passo da Eternidade" embora óbvias, são também injustas. Fica claro desde o começo que Sinatra está apenas preocupado em atuar bem, contar uma boa história (que foi parcialmente inspirada em fatos reais) e nada muito além disso. Para elevar um pouco as pretensões um ótimo elenco de apoio foi formado, mas mesmo assim podemos perceber bem que Sinatra não está pretendendo ganhar outro Oscar ou nada parecido com isso. Se sua intenção era apenas estrelar um bom filme de guerra, com toques dramáticos e romance, bom, ele certamente cumpriu aquilo que pretendia.
Quando o filme começa já encontramos o tenente Sam Loggins (Sinatra) e seus homens andando pelo interior da França que naquele momento estava sendo ocupada por forças aliadas após a dominação nazista. Eram soldados de libertação e por isso por onde passavam eram saudados pela população. A sorte para aqueles soldados era que eles foram designados para ocupar o sul do território francês, uma região em que já não havia mais tropas alemãs para combater. Um lugar realmente paradisíaco, com lindas praias e mulheres bonitas, todas prontas para se relacionarem com os militares americanos. Para Sam não poderia existir lugar melhor para se estar numa guerra daquelas. Entre uma volta e outra pelas bonitas paisagens ele acaba encontrando a bela Monique Blair (Natalie Wood), filha de pai americano, mas que mora na França desde que nasceu.
Não demora muito e o tenente interpretado por Sinatra logo se apaixona por ela. O romance porém terá suas dificuldades, principalmente por causa das origens da garota (algo que vai deixar muita gente de cabelo em pé nos dias de hoje) e uma insuspeita antipatia entre ele e o cabo Britt Harris (Tony Curtis), filho de um rico empresário, boa pinta e metido a galã, conquistando as garotas francesas locais por onde passa. Ele vem para ser o operador de rádio, mas isso não faz com que Sinatra tenha maiores simpatias por ele, muito pelo contrário.
Enfim, é justamente em cima desse trio de protagonistas que o roteiro se desenvolve. Tudo muito bem realizado, com ótimo entrosamento de todo o elenco. Sinatra, com seu estilo natural de interpretação, se encaixa muito bem na proposta do filme. Uma produção de sua carreira que prova mais uma vez que se ele não era um ator grandioso, pelo menos tinha o talento inegável de saber escolher bem os roteiros nos quais iria trabalhar.
Pablo Aluísio.
domingo, 31 de janeiro de 2016
Batman: Sangue Ruim
Uma boa animação, ao estilo tradicional, que traz toda uma nova galeria de vilões que eu não conhecia (não sei ao certo informar se são realmente novos ou se nos quadrinhos já são figurinhas fáceis e banais de encontrar, já que não leio quadrinhos). De qualquer maneira o que mais chama a atenção nesse desenho é a fartura de personagens secundários dentro do universo Batman, com destaque para Katherine Kane, a filha de um militar que desenvolve uma série de traumas psicológicos em sua vida por causa do passado (tal como Bruce Wayne). Em busca de alguma paz ela resolve assumir a identidade da Batwoman para também livrar as ruas dos criminosas. Essa personagem aliás nunca foi tão popular como a Batgirl ou qualquer outro vilão das histórias do Batman, mas ultimamente tem sido feito um esforço da DC Comics em revitalizar sua popularidade, aumentando sua participação em quadrinhos e animações (nos EUA ela inclusive ganhou um novo título mensal na editora). O resultado é bem divertido, nada que vá se tornar memorável, mas que cumpre sua promessa de entreter o espectador com um produto no mínimo bem feito.
Batman: Sangue Ruim (Batman: Bad Blood, Estados Unidos, 2016) Direção: Jay Oliva / Roteiro: J.M. DeMatteis, Grant Morrison / Elenco: Jason O'Mara, Yvonne Strahovski, Stuart Allan / Sinopse: Após ser encurralado por um novo grupo de vilões, o herói Batman é levado prisioneiro para passar por uma série de torturas físicas e psicológicas, desaparecendo das ruas, o que faz aumentar os boatos e as desconfianças de que na verdade estaria morto. Para manter a criminalidade sob controle, o antigo Robin Dick Grayson (atualmente usando a identidade do Asa Noturna) resolve usar o uniforme do Batman para tentar descobrir seu paradeiro.
Pablo Aluísio.
sábado, 30 de janeiro de 2016
Deadpool
Título Original: Deadpool
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Tim Miller
Roteiro: Tim Miller, Rhett Reese, Paul Wernick
Elenco: Ryan Reynolds, Morena Baccarin, T.J. Miller
Sinopse:
Wade Wilson (Ryan Reynolds) é um veterano das forças armadas que agora ganha a vida como mercenário. Quando descobre que está sofrendo de um câncer agressivo resolve arriscar tudo, entrando numa pesquisa científica de efeitos imprevisíveis. Após ser submetido ao "tratamento" ele se recupera, mas com efeitos inesperados, apresentando poderes que jamais tinha experimentado antes. Agora, adotando o nome de Deadpool, ele parte para a vingança contra aqueles que ele entende destruiram sua vida. Adaptação do personagem criado por Rob Liefeld e Fabian Niciesa para a Marvel Comics em 1991.
Comentários:
A demanda por personagens em quadrinhos anda tão grande que até mesmo heróis secundários andam sendo adaptados. A bola da vez agora é o mercenário Deadpool. Ele não é muito popular fora do universo de leitores desse tipo de publicação (algo que provavelmente mudará daqui pra frente), por isso o estúdio precisou planejar uma campanha de marketing mais agressiva para divulgar o filme. Conseguiu seus objetivos. A produção já é um dos grandes sucessos de bilheteria do ano. Eu fico com um pé atrás em relação a filmes como esse porque (aqui vai minha opinião pessoal) essas adaptações andam bem saturadas. Talvez o fato do Deadpool ser um falastrão, cheio de piadas e brincadeiras, disfarce um pouco esse aspecto. No geral porém, se você for analisar estrutura de roteiro, efeitos visuais e desenvolvimento da trama, não existem muitas diferenças com muitos outros filmes de heróis, sejam da Marvel, sejam da DC Comics. Em termos de elenco é interessante ver como Ryan Reynolds acabou se achando nesse filme, algo que não aconteceu com Lanterna Verde (um personagem muito mais conhecido do que o quase desconhecido Deadpool). É até complicado de entender porque ele deu tão errado naquele filme e aqui se deu tão bem! Mistérios que apenas os deuses da sétima arte poderiam decifrar. Assim deixo as minhas impressões. Não é a maravilha que andam dizendo por aí, porém é bem feito e eficiente - o que talvez já seja muita coisa em termos de adaptações recentes de quadrinhos. Vale uma sessão de cinema com muita pipoca para descontrair.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Renée Zellweger
O interessante é que a Renée Zellweger nunca foi uma atriz do tipo gostosona ou glamorosa demais. Ela se parecia mais com aquilo que os americanos gostam de chamar de "Girl Next Door", ou seja, a menina bonitinha que mora ao lado, na casa vizinha. E ela realmente era uma graça, com uma certa timidez no olhar, um sorrisinho meio torto, meio constrangido. E depois de várias comédias românticas pouco conhecidas ela finalmente alcançou o sucesso (merecido) com aquela série de filmes da Bridget Jones - que sinceramente falando nem são os meus preferidos, já que quando esses filmes chegaram no cinema eu já curtia a Renée Zellweger há anos.
Infelizmente como nada é para sempre ela perdeu esse frescor dos primeiros anos. Com a fama em Hollywood ela se rendeu perigosamente para o mundo das intervenções plásticas extremas. Para que isso? Era uma loirinha das mais graciosas, para que mexer na estética facial que era justamente um de seus maiores atrativos? E eu fui percebendo essas mudanças justamente pelos filmes. Pior é que foram tantas cirurgias que em uma de suas últimas aparições as pessoas nem a reconheceram direito. Que pecado! Ela também emagreceu demais, tentando se adaptar as medidas de vestidos dos tapetes vermelhos, em números impossíveis. Gostava muito mais quando era aquela loira até bochechuda do Texas. Perdeu muito de seus belos atributos físicos dos tempos em que era a melhor "Girl Next Door" do cinema.
Pablo Aluísio.
The Time of My Life - Patrick Swayze
Esse foi o livro escrito pela esposa do ator Patrick Swayze após sua morte. Ela resolveu creditar como co-autor o próprio Swayze, mas sabemos que ele já não tinha condições de saúde para realizar um trabalho como esse. Assim Lisa Niemi resolveu prestar essa sua última e singela homenagem ao marido. Sinceramente falando ele deixa um pouco a desejar em certos aspectos. Por exemplo, se você é acima de tudo um fã de cinema que está em busca de detalhes sobre todos os filmes e a carreira de Patrick Swayze aconselho a não adquirir o livro. Esse texto certamente não foi feito ou pensado sobre essa ótica. Isso porque Lisa não está em nenhum momento preocupada em fazer de sua obra literária um imenso review de seus filmes. Longe disso. Como era de se esperar ela optou por contar sua vida amorosa e sentimental ao lado do ator falecido. Sob esse ponto de vista se trata de um texto muito humano e tocante que traz em si uma história trágica porém ao mesmo tempo bela, mostrando as mudanças de personalidade de um ator famoso de cinema que a despeito de seu grande ego precisou rever todos os princípios que norteavam sua auto imagem para finalmente encarar a mortalidade após descobrir que estaria sofrendo de um câncer incurável de pâncreas. Lisa é muito honesta em seu retrato do marido. O próprio Swayze teria pedido a ela que não contasse ou inventasse um conto de fadas, mas sim uma obra real, mostrando os altos e baixos de um relacionamento turbulento de duas pessoas reais, que sofreram e amaram juntas por longos anos.
Os filmes estão lá, porém como pano de fundo da vida a dois do casal. No começo do relacionamento entre eles o ator ainda estava embriagado pela juventude e por sonhos de que um dia seria um grande astro. Jovem, bonito e bem sucedido nas telas, ele aparece como um ególatra de si mesmo. Um Narciso cheio de si! Nas décadas de 1980 e 1990 Patrick Swayze foi um dos principais galãs do cinema americano. Assediado pelas fãs, ele demorou bastante para colocar os pés finalmente no chão. Envaidecido de seus sucessos, vaidoso e até narcisista, foi muito complicado para Lisa chegar até o seu coração. Ela afirma no livro que uma de suas maiores surpresas ao conhecer o ator foi perceber que ele tinha uma profundidade admirável para um homem tão bonito! Ela até assume um certo preconceito contra homens belos em geral ao dizer que eles geralmente não costumam possuir muito conteúdo ou inteligência. Swayze era uma exceção, pois aliava um bom visual com uma vida espiritual rica e interesses múltiplos pelas artes, cultura e literatura. Sua grande paixão porém era a dança, algo que abriria as portas do sucesso com o musical "Dirty Dancing". Em entrevista Lisa chegou a confessar: "Um homem bonito e inteligente como aquele?! Nenhuma mulher com juízo pode deixar um homem daqueles passar em branco em sua vida! Tem que lutar muito por esse amor".
Ela também resolveu não poupar o lado menos glamoroso do marido. Patrick Swayze tinha um sério problema com bebidas, algo que chegou quase a destruir o relacionamento com a esposa. O ator só teria reconhecido que tinha algo muito errado com ele quando quebrou todo um quarto de hotel em San Francisco. Estava completamente embriagado. Nesse dia ele finalmente reconheceu que era um alcoólatra e que precisava de ajuda. O apoio, como sempre, veio com Lisa, que como todas as grandes mulheres estava sempre disposta para salvar sua vida mais uma vez. Não se sabe ao certo se o abuso por anos e anos teve alguma influência sobre o câncer que o matou, porém quando recebeu a terrível notícia que iria morrer em pouco tempo ele demonstrou grande coragem com o que o destino lhe reservara, olhando fixamente para Lisa, dizendo com todas as palavras que não tinha medo de morrer. O livro vai por esse lado mais privado, diria até íntimo. Há uma sincera disposição de Lisa em mostrar todos os ângulos da personalidade de Swayze, tanto os positivos como os negativos. Para quem chegou a curtir os filmes de Swayze a leitura se torna muito prazerosa por revelar aspectos de sua intimidade. Já para os que apenas querem conhecer uma bela história de amor o livro se torna mais do que recompensador.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
Vingadores: Era de Ultron
Nesse aqui eu considerei o Iron Man colocado para escanteio. Sua participação não é muito importante. Outro problema é o ego e a vaidade do ator Robert Downey Jr. Ele sempre tem que aparecer, seu rosto, e por isso as cenas em que vemos o Homem de Ferro mesmo, com o uniforme inteiro, com viseira abaixada, são cada vez mais raros. Nem no poster do filme usam a imagem clássica do personagem. É sempre Robert sem seu capacete. Cansa!
No filme o Tony Stark é mal aproveitado. Ele basicamente se interessa pela inteligência artificial de Ultron e começa a ficar fascinado com todas as possibilidade de levar aquela tecnologia em frente. Claro que acaba sendo o responsável por uma grande lambança quando tudo sai do controle e Ultron decide que o ser humano é um erro, uma falha, e precisa ser eliminado. A partir daí o bicho pega. A outra excelente cena - talvez a única - ocorre também quando Stark enfrenta Hulk em sua roupa especial, a Hulkbuster. Realmente o quebra pau entre eles vale pelo filme inteiro. Tudo muito fiel ao que estamos acostumados a ver nos quadrinhos. Fantástico.
Depois disso a alegria dos fãs do Homem de Ferro vai acabando porque ele vai virando um coadjuvante de luxo. Ele tenta evitar que a cidade venha abaixo e para isso usa toda a força de sua armadura, mas nada de muito marcante. Eu vou dizer uma verdade: O Robert Downey Jr muitas vezes enche o saco, já que ele sempre quer aparecer mais do que o próprio personagem que interpreta. É quase sempre ele fazendo piadinhas e não Tony Stark. É justo isso? Fica aí uma pergunta para os produtores dos próximos filmes.
Pablo Aluísio.
Mark Hamill - Star Wars: Episode VII
Só depois quando tudo ficou pronto e Lucas e sua equipe técnica colocaram todos os maravilhosos efeitos especiais é que finalmente Hamill descobriu que havia trabalhado em um filme realmente fenomenal. Depois do estrondoso sucesso de bilheteria veio a fama, a consagração e o sentimento de ser um verdadeiro popstar do mundo do cinema, pelo menos até o lançamento de "O Retorno de Jedi" em 1983. Só a partir desse ponto o ator entendeu o que havia acontecido. Nenhum estúdio de cinema o contratava mais, simplesmente porque ele ficara tão associado ao Jedi Luke Skywalker que nenhum produtor conseguia enxergar nele um bom ator. Muitos acreditavam que o público não iria conseguir mais dissociar sua imagem de "Star Wars". Excelentes filmes lhe foram negados porque o estúdio acreditava que ele não seria convincente atuando em outros papéis. Nem mesmo quando conseguiu atuar no hoje clássico "Agonia e Glória" escapou do veneno da crítica. Em uma delas, publicada no New York Times na época de lançamento do filme, tudo o que se disse de seu trabalho de atuação foi que "Luke Skywalker poderia agora ser encontrado em um filme da II Guerra Mundial". Isso claro magoou bastante Hamill que a partir dali passou por uma fase complicada, ficando praticamente no ostracismo.
Como George Lucas queria contar as origens da saga nos outros três filmes seguintes, Hamill foi deixado de lado na nova trilogia. Essa, apesar de ter alguns poucos bons momentos, nunca conseguiu convencer os fãs. O próprio George Lucas passou por aborrecimentos enormes, justamente por causa da péssima recepção da nova trilogia. Olhando para trás realmente não foram filmes marcantes, pior do que isso, nem foram filmes bons. Os efeitos digitais envelheceram mais do que os analógicos da primeira trilogia e bobagens como o insuportável Jar Jar Binks acabaram virando uma (péssima) marca registrada dessas produções. Enquanto "Star Wars" afundava entre público e crítica, o ator fez o possível para ficar vivo artisticamente. Desceu do cavalo e foi atrás de trabalho como muitos outros atores desempregados. Sem medo de ser ridicularizado pela classe ou sofrer algum tipo de preconceito dos colegas de profissão ele topou participar das primeiras convenções de quadrinhos e cultura pop, falando com os fãs de "Star Wars" nos encontros, fazendo palestras, dando entrevistas, sendo realmente um colega nerd de todo aquele público que lotava esse tipo de evento. Ele havia recuperado a humildade e isso o deixou bem mais próximo dos fãs da saga.
Também encarou a dublagem, algo que o manteve sempre em evidência dentro do mundo mais nerd. Dublou desenhos do "Incrível Hulk" e "Homem-Aranha" nos anos 90 e acabou criando a voz definitiva do Coringa na série animada do Batman na Warner, papel que repetiu em vários outros desenhos com os famosos personagens da DC Comics. Também aceitou convites para dublar inúmeros games, rompendo um velho preconceito de que esse seria um trabalho indigno para um astro de cinema. Depois dele várias outras estrelas aceitaram trabalhar na indústria de games dos Estados Unidos. Enquanto Harrison Ford ia estrelando um grande sucesso de bilheteria atrás do outro, Mark foi se destacando no mundo das animações de TV, nos videogames e nos quadrinhos também. Tudo cultura pop, mundo nerd. Infelizmente tão marcado ficou como Luke que parecia haver pouco (ou nenhum) espaço para ele no mundo do cinema novamente. Quando surgia alguma oportunidade era quase sempre para interpretar uma paródia de si mesmo como em "O Império (do Besteirol) Contra-Ataca" de Kevin Smith. Agora em 2015 o injustiçado Mark Hamill finalmente retorna ao sucesso com o mega lançamento de "Star Wars: O Despertar da Força". Sob direção de J.J. Abrams ele tem recebido alguns dos melhores elogios de toda a sua longa carreira. Um reconhecimento tardio, porém muito bem-vindo. A redenção só poderia ter vindo mesmo através do grande personagem que o consagrou no passado. O mundo dá voltas.
Pablo Aluísio.
domingo, 24 de janeiro de 2016
Fim da linha para Jack Nicholson?
A década de 90 trouxe o auge comercial para o ator, principalmente com o grande sucesso de "Batman" onde interpretando o Coringa o ator levou uma bolada milionária para casa - mais de 50 milhões de dólares por sua participação nos lucros do filme. Depois vieram filmes interessantes ("Melhor é Impossível", "Alguém Tem Que Ceder"), medianos ("Hoffa - Um Homem, Uma Lenda", "Questão de Honra") e até alguns desastres ("Lobo", "Marte Ataca" e "A Chave do Enigma"). Seu último grande momento no cinema veio com o Oscarizado "Os Infiltrados". Se Jack realmente pendurar o script, seus dois últimos filmes são bem fracos para falar a verdade pois nem "Antes de Partir" e nem "Como você Sabe" conseguem ficar à altura do grande gênio. Segundo pessoas próximas Jack teria tomado essa decisão por não conseguir mais memorizar suas falas - algo comum em pessoas de sua idade. Teria sido algo parecido com o que aconteceu com Paul Newman que abandonou também a atuação após afirmar que não conseguia mais manter o padrão que desejava em seus trabalhos. Parece que Jack vai sair de mansinho, sem nenhum tipo de anúncio. Espero que ele volte pelo menos para uma despedida final, até porque um talento desse porte não pode simplesmente sair sem ao menos deixar um adeus aos cinéfilos que acompanharam toda a sua carreira, como eu.
Pablo Aluísio.
Emilia Clarke - O Exterminador do Futuro: Gênesis
Infelizmente temos que reconhecer que esse novo filme da franquia Terminator intitulado no Brasil de O Exterminador do Futuro: Gênesis decepcionou muita gente - inclusive esse que lhes escreve. Tudo bem que a série já vinha deixando a desejar há bastante tempo, mas tinha que ser tão fraco em termos de enredo e roteiro? Nem a volta de Arnold Schwarzenegger ajudou no resultado final. Filmes de ficção precisam ter boa fluência pois quando a trama se torna complexa a ponto de a cada momento um personagem ter que vir em cena para explicar o que esta ocorrendo você já sabe que algo está errado. O primeiro Exterminador do Futuro se sobressaía justamente nisso, em seu enredo simples porém extremamente bem bolado. Esse novo filme só não foi um desastre maior por causa da participação de Emilia Clarke. Ela também foi uma unanimidade, mas sob um aspecto positivo.
Se quase todos não gostaram do filme, quase todos também tinham algum elogia para Emilia Clarke. Ela é uma espécie de alívio pois conseguia nos deixar atentos em todas as cenas que aparecia. Claro que para a turma que curte cultura pop em geral ela passava longe de ser desconhecida por causa de sua atuação como a rainha dos dragões Daenerys Targaryen de Game of Thrones. Só que no novo filme do Terminator ela consegue estar ainda melhor, com um belo visual, mais natural, cabelos negros que lhe caem muito bem. Embora seja atraente em Game of Thronnes por causa da personalidade forte de seu personagem, ela conseguiu se destacar muito bem como Sarah Connor também. Enfim, Emilia Clarke no final das contas conseguiu uma boa presença em um filme ruim. Provavelmente essa produção no futuro só seja lembrada por causa dela mesma, pois todo o resto deixou aquele incômodo gostinho de decepção no ar.
Pablo Aluísio.
sábado, 23 de janeiro de 2016
A História de Nós Dois
Esse sentimento de frustração emocional e sentimental é passado para o espectador sem tentativas de amenizar o mal estar reinante entre os personagens principais. Por essa razão a história vai se desenvolvendo de forma pesada, triste e sem esperanças. Uma verdadeira armadilha que parece prender o casal, que no fundo pensa mesmo em acabar com tudo, para procurar quem sabe a verdadeira felicidade, caso ela realmente exista em algum outro lugar. Definitivamente não é um passatempo leve e divertido, mas certamente levanta questões importantes. Um bom filme que vale a pena assistir e quem sabe talvez se identificar.
A História de Nós Dois (The Story of Us, Estados Unidos, 1999) Direção: Rob Reiner / Roteiro: Alan Zweibel, Jessie Nelson / Elenco: Bruce Willis, Michelle Pfeiffer, Colleen Rennison / Sinopse: A história das crises na vida de um casal. Filme vencedor do Santa Barbara International Film Festival na categoria de Melhor Direção (Rob Reiner).
Pablo Aluísio.