segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Mulheres - O Sexo Forte
Título Original: The Women
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Diane English
Roteiro: Diane English, Clare Boothe Luce
Elenco: Meg Ryan, Eva Mendes, Annette Bening, Jada Pinkett Smith, Bette Midler, Candice Bergen, Carrie Fisher, Debra Messing
Sinopse:
A vida parece sorrir para Mary Haines (Meg Ryan). Ela é uma estilista bem sucedida, tem um marido encantador, um filho adorável de 11 anos e uma vida estável e feliz. Pelo menos isso é o que ela pensa ser. Da noite para o dia porém tudo parece desmoronar quando ela descobre que o marido tem um caso escondido com a bela e jovem Crystal Allen (Eva Mendes)! E agora, como lidar com essa situação extremamente delicada? Filme indicado ao prêmio ALMA Awards na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Eva Mendes).
Comentários:
Uma comédia romântica feita especialmente para o público feminino. Uma produção realizada por elas e para elas. Todos os principais personagens são mulheres que discutem o tempo todo sobre relacionamentos amorosos e os problemas cotidianos que surgem em seus casamentos. Outro dia mesmo escrevi sobre a Margaret Mary Emily Anne Hyra (nossa conhecida Meg Ryan) em um texto e lá falei que ela realmente não tinha conseguido envelhecer com elegância. Uma das provas está aqui. Não que Meg tenha se tornado uma má atriz, longe disso, o problema é que ela fez tantas plásticas em seu rosto que acabou transformando o que era belo e meigo em bizarro e grotesco. Não há como prestar muita atenção em seus diálogos quando se vê algo assim em close na grande tela. Cinema também é imagem e ela perdeu completamente a sua. Para piorar contracena com Annette Bening, uma mulher elegantemente natural e Eva Mendes, na flor de sua beleza jovial. Diante disso os diálogos se tornam secundários, cansativos e as situações repetitivas. A roteirista Diane English tenta aqui pela segunda vez na carreira dirigir um filme, mas no final das contas apenas mostra que falta mais experiência em levar algo assim em frente. Há problemas de ritmo e timing para o enredo. No saldo final só vale mesmo pelo bom elenco feminino reunido e é só.
Pablo Aluísio.
domingo, 2 de novembro de 2014
Trágica Emboscada
Seu pai sioux resolve então enviar o personagem de Heston para um contato com o homem branco. Quem sabe assim se evite um derramamento de sangue inútil. Uma vez de volta ao mundo civilizado ele sente o choque cultural. O simples ato de se sentar numa cadeira de madeira lhe soa estranho e desconfortável. O comandante do forte da cavalaria lhe acalma, mas os ânimos já estão por demais acirrados. Um ala de guerreiros não aceita mais a paz, não desejam mais ceder aos interesses do homem branco. Para Bonet porém há um claro mal entendido envolvendo todos, mas tudo cai por terra quando sua irmã que havia sido sequestrada pelos Crows morre ao ser confundida com nativos inimigos do exército.
Tomado por ódio Bonet cede ao acontecimento e se oferece novamente para ir até o homem branco. Uma vez lá tentará levar os soldados americanos até uma emboscada, um lugar fechado e sem saída onde todos possam ser mortos pelos guerreiros Sioux. Inicialmente parece ser uma boa ideia, de vingança de sangue, mas aos poucos ele vai entendendo que é uma cilada, uma vez que os guerreiros nativos mais exaltados querem matar a todos, inclusive mulheres e crianças que moram no forte americano. Isso finalmente traz luz para os pensamentos de Bonet, que acaba descobrindo que o ódio mortal certamente cega até os mais valorosos irmãos de sangue.
Pablo Aluísio.
Apagar Histórico
Título Original: Clear History
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Pictures
Direção: Greg Mottola
Roteiro: Larry David, Alec Berg
Elenco: Larry David, Jon Hamm, Kate Hudson, Michael Keaton, Eva Mendes
Sinopse:
Nathan (Larry David) mais parece um hippie velho, com longa barba e cabelos rebeldes, mas no fundo é um executivo de marketing de uma montadora de carros elétricos. Na véspera de lançamento do veículo chamado Harold, ele resolve sair, levando suas ações. Desnecessário dizer que fica arruinado financeiramente já que o carro se revela um enorme sucesso de vendas. Com o fracasso de sua carreira profissional e pessoal, ele resolve ir morar numa cidadezinha costeira, onde acaba mudando de nome, sendo agora conhecido como Rolly, afinal o que ele quer mesmo é esquecer o seu passado a todo custo. Sua vida pacata porém logo vira ao avesso quando ele descobre que seu antigo sócio Will Haney (Jon Hamm) acaba de comprar uma mansão nas vizinhanças.
Comentários:
Quem já conhece o humor do ator, roteirista e diretor Larry David já saberá de antemão o que encontrará pela frente. Ele não é muito conhecido no Brasil, a não ser por ter sido um dos criadores da série "Seinfeld". Depois do sucesso espetacular desse programa ele resolveu arriscar com uma nova comédia, dessa vez produzida pela HBO chamada "Curb Your Enthusiasm" que também se tornou bem popular nos Estados Unidos. Agora ele está de volta para essa simpática fita de humor que novamente procura fazer graça com o seu tipo fora do comum. Larry David sempre fez um tipo de humor mais intelectual, usando bastante do timing judeu, onde ele parece estar sempre deslocado onde vive. De certa forma lembra até mesmo Woody Allen em sua essência. Diálogos bem escritos, situações constrangedoras e muito mal estar fazem parte de seu cardápio. Além disso seus personagens parecem sempre apresentar algum tipo de transtorno obsessivo, o que torna tudo ainda mais divertido, pelo menos sob uma viés de humor negro. Outro destaque vem do elenco coadjuvante, atores e atrizes famosos que aceitaram participar do filme apenas pelo prazer de contracenar com David. Entre eles temos o astro de "Mad Men" Jon Hamm e a eterna namoradinha da América, Kate Hudson. Uma comédia inofensiva que no final das contas cumpre seu objetivo de lhe proporcionar algumas boas risadas no fim de noite.
Pablo Aluísio.
sábado, 1 de novembro de 2014
Rush - Uma Viagem ao Inferno
Título Original: Rush
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Lili Fini Zanuck
Roteiro: Kim Wozencraft, Peter Dexter
Elenco: Jason Patric, Jennifer Jason Leigh, Sam Elliott
Sinopse:
Dois policiais da Divisão de Narcóticos de polícia acabam caindo numa armadilha mortal. Ao mesmo tempo em que investigam poderosos grupos criminosos de narcotraficantes se viciam nas drogas colocadas no mercado. Nisso acabam vivendo numa dualidade insuportável para pessoas que deveriam cumprir e fazer cumprir as leis. Afundando cada vez mais em seu vício, o detetive Jim Raynor (Jason Patric) começa a perder o senso de realidade de tudo o que acontece ao seu redor. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original ("Tears in Heaven" de Eric Clapton). Vencedor do Grammy Awards na categoria Melhor Canção do Ano (também com "Tears in Heaven" de Eric Clapton).
Comentários:
Um interessante drama com toques policiais que trata de um tema que infelizmente também acontece na vida real. Aqui não temos a questão da corrupção policial em seu sentido mais comum, a dos subornos e propinas envolvendo homens da lei com o poder financeiro dos traficantes, mas sim uma situação ainda mais grave, a de tiras viciados em drogas. Sempre considerei "Rush" muito subestimado, pois além de apresentar um roteiro original muito bem escrito e trabalhado, temos ainda ótimas atuações, em especial a do ex-galã Jason Patric que se despe de sua imagem para interpretar um policial em frangalhos, caindo no abismo sem fundo da dependência química pesada. Sua parceira Jennifer Jason Leigh também brilha dando vida e voz para a sua personagem Kristen Cates. Sempre considerei Jason Leigh uma das melhores atrizes jovens do cinema americano, mas infelizmente anda bem sumida ultimamente. O roteiro não abre concessões e procura mostrar sem receios a barra pesada de quem não consegue mais sair das armadilhas das drogas. E para completar a produção fecha todo o conjunto com chave de ouro, pois temos aqui uma das melhores trilhas sonoras da década de 1990 para ouvir, contando não apenas com a imortal canção "Tears in Heaven" de Eric Clapton (que se tornou um hit tremendo depois da morte de seu filho, a quem ele dedicou a música), mas também com os mitos Jimi Hendrix e Bob Dylan. Precisa dizer algo a mais? Bastante recomendado, "Rush" é uma daquelas fitas que merecem ser redescobertas.
Pablo Aluísio
Arremesso de Ouro
Esse provavelmente será mais um daqueles filmes americanos sobre beisebol que será ignorado completamente no Brasil. Não tem jeito, tirando os americanos, cubanos e japoneses, ninguém dá muita bola para esse esporte que inclusive está em decadência dentro do próprio EUA, por já não ter tantos admiradores como nos bons e velhos tempos. De fato os mais jovens andam preferindo basquetebol e futebol americano, deixando o beisebol com cara de "esporte para velhos". Se os gringos não andam dando muita bola o que dirá dos brasileiros... Mesmo assim vale a pena conhecer por causa não do esporte em si - que é realmente meio chato - mas pela estória que conta. Como se trata de um produto Disney não vá esperando nada de muito ousado ou revolucionário, pelo contrário, é um filme esteticamente muito convencional que se contenta apenas em contar uma boa estória que foi baseada em fatos reais e nada mais. Para os que adoram séries de TV o interesse certamente virá da presença do ator Jon Hamm, o publicitário Don Draper de "Mad Men". Ele é quem acaba trazendo algum interesse ao enredo, pois sua presença já vale a curiosidade. Pena que a Disney deixou a sutileza e a leveza de lado e resolveu realizar um filme que, na minha forma de ver, tem uma duração excessiva. Mais de duas horas contando a história de dois indianos tentando aprender a jogar beisebol de fato soa como algo cansativo. De qualquer forma faça um esforço e tente assistir, será pelo menos curioso acompanhar a viagem desses dois rapazes da miserável Índia para o país do beisebol.
Arremesso de Ouro / Um Braço de Um Milhão de Dólares (Million Dollar Arm, Estados Unidos, 2014) Direção: Craig Gillespie / Roteiro: Thomas McCarthy / Elenco: Jon Hamm, Aasif Mandvi, Alan Arkin / Sinopse: Agente esportivo à beira da falência resolve promover um último e desesperado golpe de marketing em sua carreira: trazer dois jovens indianos para se tornarem astros na liga de beisebol americana. Filme baseado em fatos reais.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Annabelle
Título no Brasil: Annabelle
Título Original: Annabelle
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Elenco: Ward Horton, Annabelle Wallis, Alfre Woodard
Sinopse:
Um jovem casal americano é surpreendido por gritos na casa vizinha. Após o marido sair para averiguar acaba descobrindo que há uma chacina se desenrolando na casa ao lado. Para piorar os insanos moradores invadem sua própria casa, causando quase uma tragédia completa. Em seus últimos momentos, uma mulher, completamente insana e envolvida com rituais satânicos, se agarra na boneca que a esposa acabara de receber de presente do marido. A partir daí o estranho objeto parece ganhar vida, desencadeando eventos sobrenaturais inexplicáveis. Confuso e com medo o casal resolve então partir em busca de ajuda com o padre da paróquia católica local.
Comentários:
Na verdade "Annabelle" nada mais é do que o Prequel do filme "Invocação do Mal". A boneca inclusive já havia aparecido naquela produção de forma mais discreta. Assim o que temos aqui são os acontecimentos anteriores ao filme original. Dito isso, outra explicação é necessária. Ao invés do que anda se escrevendo bastante por aí, os eventos mostrados nesse filme não foram inteiramente baseados em fatos reais. Certamente a boneca amaldiçoada existe e está inclusive em exposição no porão do casal Warren nos Estados Unidos, mas sua história verdadeira nada tem a ver com o filme. Na verdade a boneca de pano Annabelle (que diga-se de passagem é bem diferente da que vemos nas cenas do filme) foi envolvida em eventos sobrenaturais bem diferentes, com outros jovens, durante os anos 1970. Não havia o casal que vemos nesse roteiro, nem nada parecido, sendo tudo mesmo mera ficção. Aliás nem todas es escolhas do roteiro me soaram satisfatórias.
A coisa toda de envolver Annabelle com uma seita satânica que acaba de uma forma ou outra se vinculando com a boneca me pareceu incomodamente semelhante aos filmes do Chucky (mas claro, sem a galhorfa do boneco assassino). Depois disso o roteiro consegue superar de certa forma sua falha inicial apostando em bem sucedidas sequências de suspense e terror. E é justamente aí que resulta seu grande mérito. Em termos de história em si "Invocação do Mal" é de fato um filme mais completo, mais esclarecedor, com mais informações, mas em questão de índice de medo "Annabelle" o supera. Há de fato ótimos momentos, alguns bem assustadores. A dupla de atores que interpreta o casal funciona apenas como background e escada para os sustos, pois de fato a boneca (na verdade várias delas que foram usadas ao longo do filme) é a grande estrela desse horror. O clímax, por outro lado, me pareceu muito bem bolado, com os personagens em um momento crucial de redenção e sacrifício. Um bom desfecho para um terror que realmente se revela bem acima da média do que vem sido produzido ultimamente.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Kingdom Come
Título Original: Kingdom Come
Ano de Produção: 2014
País: Canadá
Estúdio: Matchbox Pictures Inc
Direção: Greg A. Sager
Roteiro: Geoff Hart, Greg A. Sager
Elenco: Ry Barrett, Camille Hollett-French, Jason Martorino
Sinopse:
Um grupo acorda subitamente em um lugar escuro e em ruínas que mais parece um hospital abandonado. Aos poucos todos vão procurando saber o que de fato estaria acontecendo. O surgimento de estranhas criaturas e aparições sobrenaturais nas trevas torna tudo ainda mais assustador. Afinal de contas o que todas aquelas pessoas teriam em comum e o que de fato estaria acontecendo? A verdade é bem mais aterradora do que todos podem imaginar.
Comentários:
Filme alternativo de terror canadense com pequeno orçamento que acaba agradando caso você consiga comprar a ideia central do roteiro. Na verdade o argumento é bem mais interessante do que inicialmente se supõe. No começo do filme você pensa que vai assistir mais uma daquelas fitas sangrentas sem nada muito original por trás - uma série de mortes sem fim e sem criatividade. Isso porém é uma visão superficial sobre o texto que sim, por mais incrível que isso possa parecer, acaba surpreendendo por causa da algumas boas sacadas. O hospital parcialmente destruído funciona praticamente como uma antessala do inferno ou até mesmo um retrato mais metafórico do que seria o purgatório católico. Todos que estão ali precisam acertar contas com algo errado que fez no passado. Assim o que inicialmente parece ser um grupo de pessoas inocentes em uma situação limite se revela mais como um conjunto de sujeitos que cometeram alguns crimes horrendos. Há o pedófilo contumaz, o assassino da própria filha e um estuprador serial. Agora eles parecem encurralados, prontos para pagarem por suas iniquidades em vida. Para quem gosta de teologia o texto ainda se utiliza do anjo negro, que está ali para revelar as fraquezas humanas e a falibilidade da alma humana. Pois é, analisando-se bem e de perto é de se ficar mesmo surpreso que tanta coisa interessante se possa ser extraído de um filme com uma estória aparentemente tão simples. Muitas vezes é necessário saber interpretar as entrelinhas para entender completamente as nuances que certas estórias possuem para contar.
Pablo Aluísio.
Em Terreno Selvagem
Título Original: On Deadly Ground
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Steven Seagal
Roteiro: Ed Horowitz, Robin U. Russin
Elenco: Steven Seagal, Michael Caine, Joan Chen
Sinopse:
Forrest Taft (Steven Seagal) é um agente ambiental que trabalha para a Companhia de Petróleo Aegis no Alasca. O executivo e CEO da companhia porém não está muito preocupado com questões ambientais, só com lucros, cada vez mais potencializados. Hipócrita, lança comerciais onde vende a imagem de um executivo industrial ambientalista. Agora seu principal objetivo é a construção de uma grande plataforma que irá destruir não apenas o maio ambiente, mas também a tradicional cultura dos esquimós que vivem na região.
Comentários:
Steven Seagal surge aqui dirigindo um filme de ação com um roteiro ambientalista. Nos anos 1990 a onda verde estava em seu auge (basta lembrar da Eco 92) e o ator assim tentou capitalizar em cima disso. Obviamente que apesar das boas intenções o filme acabou virando alvo de chacotas por parte da crítica, afinal de contas não deixava de ser irônica a situação onde um brutamontes de repente parava a pancadaria para declamar discursos de preservação. Steven Seagal acabou pagando um preço alto, pois o filme virou um dos campeões de indicações ao Framboesa de Ouro, inclusive nas categorias de pior filme, direção, ator, atriz e roteiro. Apesar de não ser nenhum primor sempre achei essa enxurrada de carga negativa bastante exagerada. É uma diversão escapista, onde Seagel quis criar algum conteúdo, mesmo não se saindo muito bem. Além disso tem o valente Michael Caine defendendo seu cachê! Só isso já basta para conferir a produção.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Nikita - Criada Para Matar
Título Original: La Femme Nikita
Ano de Produção: 1990
País: França, Itália
Estúdio: Gaumont, Les Films du Loup
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson
Elenco: Anne Parillaud, Marc Duret, Patrick Fontana
Sinopse:
Nikita (Anne Parillaud) é uma jovem garota que acaba trilhando o caminho da criminalidade. Ela tem talento para o uso de armas e fugas, mas acaba sendo presa após um assalto mal sucedido. Sua perícia porém não passa despercebido pelo serviço secreto, sempre em busca de pessoas como ela. Assim uma alternativa é oferecida: Nikita aceita se tornar uma agente, pronto para realizar qualquer missão, e em troca ela tem sua pena de prisão revogada. Será que sua personalidade rebelde e impulsiva será a adequada para se tornar uma verdadeira assassina profissional de Estado?
Comentários:
Já que estamos falando da filmografia do cineasta Luc Besson, vale a lembrança desse "Nikita - Criada Para Matar". No Brasil quando se fala no filme Nikita todos se lembram do remake americano "A Assassina" que tinha a atriz Bridget Fonda liderando o elenco. Aquela era uma produção tipicamente Made in USA, dirigida pelo talentoso John Badham. Não é obviamente desse filme que estamos a tratar aqui. A versão original francesa é muito mais sofisticada e bem realizada, contando com a talentosa Anne Parillaud no papel título. Em produções como essa, Luc Besson procurou claramente pelo sucesso comercial. Ele deixou parte de suas pretensões artísticas de lado para emplacar uma robusta bilheteria. Mesmo assim suas inovações não podem ser descartadas. O filme tem uma iluminação em tons azuis escuros que dá um visual próprio ao resultado final. Por pequenos detalhes como esse passa longe de ser um filme de ação de rotina como aconteceu com sua versão americana. Besson tenta entender a mente de Nikita, sua obsessão e opressão ao realizar as missões para as quais é designada. Anne Parillaud não é tão bonita como Bridget Fonda, mas com certeza é mais sensual e talentosa. Para quem admira a obra de Besson é uma excelente oportunidade para entender essa fase de transição pela qual passou em sua carreira.
Pablo Aluísio.
Um Sonho Possível
Título Original: The Blind Side
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros.
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock, baseado no livro de Michael Lewis
Elenco: Sandra Bullock, Quinton Aaron, Tim McGraw
Sinopse:
Michael Oher (Quinton Aaron) é um jovem negro americano cujo lar é desfeito. Praticamente abandonado pelos pais, deixado ao relento, ele acaba encontrando apoio e segurança com uma família branca de sua cidade. Leigh Anne (Sandra Bullock) é uma dondoca sulista que acredita em seu potencial como jogador de futebol americano. Dando todo o apoio possível, com a ajuda do treinador de sua escola, Michael Oher começa finalmente a subir na vida, com a ajuda do esporte e de sua nova família. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz (Sandra Bullock). Filme vencedor do Globo de Ouro também na mesma categoria.
Comentários:
Sandra Bullock já fez muita abobrinha na carreira, mas pelo menos essa fita tem uma certa relevância. Seguindo uma política de ações afirmativas também dentro do cinema americano, temos aqui mais uma daquelas produções que valorizam histórias reais de negros que superaram as muitas adversidades para se tornarem pessoas bem sucedidas e realizadas em suas vidas. O enfoque gira em torno de Michael Oher (Quinton Aaron), um americano negro, que acaba sendo acolhido por uma família branca do sul dos Estados Unidos. Como se sabe o sul sempre foi tradicionalmente uma região de muito preconceito racial e social. Assim o roteiro procura mostrar a bem sucedida interação entre esses dois lados, que para muitos sulistas jamais deveriam ser misturados. A personagem de Sandra Bullock é uma típica dondoca sulista, mas com um diferencial importante, já que ela tem um grande coração. Seu trabalho é bom, ela consegue equilibrar o lado humano com uma certa comicidade, mas daí a ser premiada com o Oscar vai uma certa dose de exagero. E como se isso não bastasse o filme ainda arrancou uma improvável indicação ao Oscar de Melhor Filme, algo sem muito propósito e que talvez só se justifique pelo fato da academia tentar ser o mais politicamente correta possível. Mesmo assim, reconhecendo que o filme foi muito superestimado, indico. Vale pelas boas intenções, por alguns momentos realmente inspirados de Bullock e principalmente pela história, edificante e acolhedora.
Pablo Aluísio.