Bom filme. A estória foi levemente baseada na vida do ator pornô John Holmes. Após um breve período de fama e dinheiro ele se viu na sarjeta quando o mercado adulto americano se profissionalizou e ele passou a ser visto apenas como uma aberração de mal gosto. Sem dinheiro, acabou se envolvendo com tráfico de drogas e morreu de AIDS na década de 80. Mas não se preocupe, nada disso é mostrado no filme que se focaliza mais nos primeiros anos da carreira desse astro pornô. Além do mais "Boogie Nights" não se propõe a ser uma cinebiografia mas apenas um retrato da indústria em seus primórdios. O resultado é um filme misto, com várias licenças poéticas, sendo meio verídico e meio ficção. Para quem quiser conhecer a barra pesada nua e crua da vida de Holmes aconselho a assistir "Crimes em Wonderland" com Val Kilmer no papel principal. Voltando a "Boogie Nights" o interessante aqui é realmente conhecer, mesmo que superficialmente, o surgimento da indústria pornô nos EUA. Na década de 70 tudo ainda era bem amador, nada profissional, grotesco e mambembe, bem diferente dos dias atuais onde existe toda uma indústria montada em cima do entretenimento adulto.
Nos primeiros anos valia muito mais a iniciativa pessoal dos produtores (retratados aqui em um único personagem, muito divertido, interpretado por Burt Reynolds). As mulheres que entravam no meio geralmente eram garotas de programa ou então meninas sem muita estrutura familiar que viam o mercado adulto como uma forma de ganhar um bom dinheiro, rápido e fácil. Algo muito distante da realidade atual onde as carreiras das estrelas são administradas por agências e corporações com grande infra estrutura empresarial. Outro diferencial era a forma como muitos desses filmes eram realizados. Geralmente tudo era feito em estúdios de fundo de quintal, sem nenhum estilo ou bom gosto. Atualmente os grandes filmes da área são produzidos em locações bonitas, de cartão postal. Outro destaque de "Boogie Nights" é seu elenco realmente ótimo onde se destacam Julianne Moore interpretando uma pornstar patinadora e Philip Seymour Hoffman como um membro da equipe técnica com certa indefinição sobre sua orientação sexual. Até Mark Whalberg, que sempre achei um ator extremamente fraco, consegue se sobressair, não comprometendo o resultado final. Assim fica a dica de "Boogie Nights" um filme que captura muito bem o nascimento da indústria adulta nos EUA.
Boogie Nights (Boogie Nights, Estados Unidos, 1997) Direção: Paul Thomas Anderson / Roteiro: Paul Thomas Anderson / Elenco: Mark Wahlberg, Burt Reynolds, Julianne Moore, Don Cheadle, Philip Seymour Hoffman, Heather Graham, William H. Macy, Luis Guzmán, Thomas Jane, John C. Reilly, Ricky Jay, Robert Ridgely, Alfred Molina, Jack Wallace./ Sinopse: Eric Adams (Mark Wahlberg) é um jovem bem dotado que vê no ramo de filmes pornôs dos EUA sua grande chance. Contratado pelo produtor picareta Jack Horner (Reynolds) ele começa sua ascensão à fama e dinheiro dentro do mercado erótico americano. "Boogie Nights" obteve 3 indicações ao Oscar: Melhor roteiro, ator coadjuvante (Burt Reynolds) e atriz coadjuvante (Julianne Moore).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Boogie Nights
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Marcados Para Morrer
O filme acompanha a rotina do dia a dia de dois policiais pelas ruas de Los Angeles. A câmera é nervosa, subjetiva em certos momentos e a produção segue o estilo Mockumentary (ou "falso documentário", que anda muito em voga em produções de terror mas que agora invade outros gêneros como esse policial). Com a desculpa de que está filmando sua rotina o tira Brian Taylor (Jake Gyllenhaal) sai registrando tudo, desde ocorrências das mais banais até operações de combate ao tráfico de drogas. São policiais de patrulha que atendem às chamadas mais urgentes da população em geral. Assim em um mesmo dia eles atendem de tudo, das situações mais rotineiras até as mais terríveis. As ruas de Los Angeles demonstram bem o retrato dos Estados Unidos hoje: muita miséria, muita pobreza e ruas infestadas de gangues rivais. Aqui no caso temos a luta de dois grupos, o primeiro formado por negros que se ressentem do avanço de grupos formados por latinos, mexicanos em especial. A luta pelo controle das ruas é a parte mais visível pela briga entre cartéis de drogas pelo controle do comércio de drogas. Esse é o melhor aspecto de "Marcados Para Morrer", sua visão mais realista, mostrando sem receios o caos em que vivem as pessoas nas grandes cidades daquele país.
Agora, tirando isso o filme também tem problemas. O principal deles é o comportamento pouco adequado dos dois policiais. Eles são desbocados, falam um palavrão atrás do outro e se envolvem em brigas mano a mano com negros do gueto apenas por diversão pessoal. Também são retratados de forma nada usual, como adolescentes tardios, contando piadas pejorativas e aplicando "pegadinhas" em colegas de farda. Além dos tiras os vilões também são extremamente cartunescos. A gangue dos latinos é o maior exemplo. As mulheres são retratadas como vagabundas absolutas e o homens como loucos homicidas que saem atirando a esmo com armas possantes. Essa falta de seriedade causa admiração, uma vez que o filme foi dirigido pelo bom David Ayer (de "Dia de Treinamento"). Por essas razões recomendo mais a ótima série "Southland" que tem temática muito parecida mas com um ponto de vista mais equilibrado e adulto. De qualquer modo "Marcados Para Morrer" não chega a ser ruim. De fato posso até dizer que é um bom thriller policial, meio bobo às vezes, é verdade, mas eficiente. Muitos dos diálogos que vemos em cena são improvisações dos atores Jake Gyllenhaal e Michael Peña, mostrando que ambos estavam bem entrosados em seus personagens. Em suma, um policial mockumentary com altos e baixos que consegue ser um bom passatempo, apesar de tudo.
Marcados Para Morrer (End of Watch, Estados Unidos, 2012) Direção: David Ayer / Roteiro: David Ayer / Elenco: Jake Gyllenhaal, Michael Peña, Cody Horn, America Ferrera, Frank Grillo / Sinopse: Dois tiras de rua de Los Angeles vivem situaações aflitivas em sua rotina de trabalho. Quando não estão atendendo chamadas rotineiras estão combatendo o tráfico de drogas na cidade. Disputando o poder na região duas gangues fortemente armadas lutam entre si, uma formada por imigrantes latinos e outro por negros americanos. Nesse cenário as ruas viram campos de batalha.
Pablo Aluísio.
Agora, tirando isso o filme também tem problemas. O principal deles é o comportamento pouco adequado dos dois policiais. Eles são desbocados, falam um palavrão atrás do outro e se envolvem em brigas mano a mano com negros do gueto apenas por diversão pessoal. Também são retratados de forma nada usual, como adolescentes tardios, contando piadas pejorativas e aplicando "pegadinhas" em colegas de farda. Além dos tiras os vilões também são extremamente cartunescos. A gangue dos latinos é o maior exemplo. As mulheres são retratadas como vagabundas absolutas e o homens como loucos homicidas que saem atirando a esmo com armas possantes. Essa falta de seriedade causa admiração, uma vez que o filme foi dirigido pelo bom David Ayer (de "Dia de Treinamento"). Por essas razões recomendo mais a ótima série "Southland" que tem temática muito parecida mas com um ponto de vista mais equilibrado e adulto. De qualquer modo "Marcados Para Morrer" não chega a ser ruim. De fato posso até dizer que é um bom thriller policial, meio bobo às vezes, é verdade, mas eficiente. Muitos dos diálogos que vemos em cena são improvisações dos atores Jake Gyllenhaal e Michael Peña, mostrando que ambos estavam bem entrosados em seus personagens. Em suma, um policial mockumentary com altos e baixos que consegue ser um bom passatempo, apesar de tudo.
Marcados Para Morrer (End of Watch, Estados Unidos, 2012) Direção: David Ayer / Roteiro: David Ayer / Elenco: Jake Gyllenhaal, Michael Peña, Cody Horn, America Ferrera, Frank Grillo / Sinopse: Dois tiras de rua de Los Angeles vivem situaações aflitivas em sua rotina de trabalho. Quando não estão atendendo chamadas rotineiras estão combatendo o tráfico de drogas na cidade. Disputando o poder na região duas gangues fortemente armadas lutam entre si, uma formada por imigrantes latinos e outro por negros americanos. Nesse cenário as ruas viram campos de batalha.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
W.
Nessa minha longa caminhada como cinéfilo algumas situações realmente me incomodam. Uma das piores coisas acontece quando algum diretor decide transformar o cinema, essa arte tão nobre, em mero palanque eleitoral. Não que o cinema deva se afastar da política, absolutamente não, a política é algo inerente a todos os seres humanos mas fazer de um filme um grande horário eleitoral é lamentável. Um dos maiores exemplos que já vi em minha vida foi esse "W." que supostamente deveria ser um retrato de um dos Presidentes americanos mais controversos:da história, George W. Bush. Desde a primeira cena descobrimos que tudo não passa de um veículo de ridicularização do biografado. Na tela ele surge como um perfeito idiota, quase um inepto, um debiloide. O roteiro vira uma arma contra Bush e o coloca em situações ridículas, absurdas. Eu não gosto de George W. Bush e nem da linha de seu Partido, o Republicano, mas nem por isso acho honesto transformar um filme inteiro numa campanha de ridicularização em plena campanha eleitoral para a Casa Branca. Soa desonesto, fora de propósito. Se fosse resumir o que penso diria que "W." é um produto mal intencionado, desonesto. Há cenas de pura ficção que jamais aconteceram na vida real. Além disso criaram um complicado relacionamento entre pai e filho que destoa dos fatos reais.
Achei tudo muito exagerado e muito parcial também. O presidente George W Bush é retratado como um perfeito idiota, coisa que ele não deve ser uma vez que conseguiu ser presidente dos EUA duas vezes! É a tal coisa, o filme todo soa como propaganda política - é como se um petista dirigisse um filme sobre o FHC! Espero que um dia esse presidente seja retratado no cinema com mais imparcialidade e isso certamente só acontecerá daqui algumas décadas. Não existe nada mais equivocado do que realizar um cinebiografia sobre um político ainda no calor dos acontecimentos. E o roteiro também esquece de analisar tudo sob um contexto histórico. As invasões promovidas por Bush são um exemplo. Bush aqui surge como o vilão absoluto disso no filme mas os roteiristas esqueceram de deixar claro ao espectador que tudo aconteceu com enorme apoio popular. Bush certamente não era Hitler e os EUA são uma democracia e não o Terceiro Reich. Se ocorreram guerras foi porque elas foram apoiadas pelo povo americano. Simples assim.
Bush é bastante condenado pelas invasões do Iraque e Afeganistão mas eu penso que qualquer outro presidente (mesmo que fosse democrata) faria a mesma coisa. Nunca é demais lembrar que as duas invasões foram apoiadas em peso pela opinião pública americana na época! O que acontece é que o povo americano é sempre assim. Na hora do ataque eles querem a guerra mas depois conforme a guerra vai acontecendo eles mudam de idéia (principalmente quando os militares voltam para casa em caixões). Foi assim na Guerra do Vietnã e será assim em todas as guerras que esse povo se envolver. Isso mesmo. Se o Obama fosse presidente naquele período histórico ele também teria invadido esses países. O 11 de setembro mexeu muito com a cabeça dos americanos - não foi apenas o Bush que quis invadir aqueles países, foi o povo americano que quis. Há um Congresso e uma democracia no contexto desses eventos históricos. Fazia parte do sentimento da nação revidar os terríveis atentados de 11 de Setembro. Fazer de George W. Bush o único vilão é absurdo. Aliás nem há vilões aqui mas sim decisões de política internacional, nada mais. Agora, os efeitos que isso causou (crise na economia, estagnação e endividamento), aí já é outra história. Então Oliver Stone deveria ter sido mais honesto com seu público e não sair tentando manipular eventos históricos tão claros como fez. Quando for fazer seu próximo filme político, Sr. Stone, mostre a verdade, apenas a verdade dos fatos. Enfim, por essas razões não recomendo "W." a não ser que você queira assistir a um "Horário Eleitoral Gratuito" ao estilo ianque.
W. (W., Estados Unidos, 2008) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Stanley Weiser / Elenco: Josh Brolin, Elizabeth Banks, Ioan Gruffuddd, Thandie Newton, Ellen Burstyn, Jeffrey Wright, Richard Dreyfuss, James Cromwell, Scott Glenn, Jesse Bradford, Noah Wyle, Jason Ritter / Sinopse: O filme mostra, sempre em tom pejorativo, aspectos da biografia de George W. Bush, 43º presidente dos Estados Unidos
Pablo Aluísio.
Achei tudo muito exagerado e muito parcial também. O presidente George W Bush é retratado como um perfeito idiota, coisa que ele não deve ser uma vez que conseguiu ser presidente dos EUA duas vezes! É a tal coisa, o filme todo soa como propaganda política - é como se um petista dirigisse um filme sobre o FHC! Espero que um dia esse presidente seja retratado no cinema com mais imparcialidade e isso certamente só acontecerá daqui algumas décadas. Não existe nada mais equivocado do que realizar um cinebiografia sobre um político ainda no calor dos acontecimentos. E o roteiro também esquece de analisar tudo sob um contexto histórico. As invasões promovidas por Bush são um exemplo. Bush aqui surge como o vilão absoluto disso no filme mas os roteiristas esqueceram de deixar claro ao espectador que tudo aconteceu com enorme apoio popular. Bush certamente não era Hitler e os EUA são uma democracia e não o Terceiro Reich. Se ocorreram guerras foi porque elas foram apoiadas pelo povo americano. Simples assim.
Bush é bastante condenado pelas invasões do Iraque e Afeganistão mas eu penso que qualquer outro presidente (mesmo que fosse democrata) faria a mesma coisa. Nunca é demais lembrar que as duas invasões foram apoiadas em peso pela opinião pública americana na época! O que acontece é que o povo americano é sempre assim. Na hora do ataque eles querem a guerra mas depois conforme a guerra vai acontecendo eles mudam de idéia (principalmente quando os militares voltam para casa em caixões). Foi assim na Guerra do Vietnã e será assim em todas as guerras que esse povo se envolver. Isso mesmo. Se o Obama fosse presidente naquele período histórico ele também teria invadido esses países. O 11 de setembro mexeu muito com a cabeça dos americanos - não foi apenas o Bush que quis invadir aqueles países, foi o povo americano que quis. Há um Congresso e uma democracia no contexto desses eventos históricos. Fazia parte do sentimento da nação revidar os terríveis atentados de 11 de Setembro. Fazer de George W. Bush o único vilão é absurdo. Aliás nem há vilões aqui mas sim decisões de política internacional, nada mais. Agora, os efeitos que isso causou (crise na economia, estagnação e endividamento), aí já é outra história. Então Oliver Stone deveria ter sido mais honesto com seu público e não sair tentando manipular eventos históricos tão claros como fez. Quando for fazer seu próximo filme político, Sr. Stone, mostre a verdade, apenas a verdade dos fatos. Enfim, por essas razões não recomendo "W." a não ser que você queira assistir a um "Horário Eleitoral Gratuito" ao estilo ianque.
W. (W., Estados Unidos, 2008) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Stanley Weiser / Elenco: Josh Brolin, Elizabeth Banks, Ioan Gruffuddd, Thandie Newton, Ellen Burstyn, Jeffrey Wright, Richard Dreyfuss, James Cromwell, Scott Glenn, Jesse Bradford, Noah Wyle, Jason Ritter / Sinopse: O filme mostra, sempre em tom pejorativo, aspectos da biografia de George W. Bush, 43º presidente dos Estados Unidos
Pablo Aluísio.
Na Natureza Selvagem
Eu achei esse filme genial e não foi tanto por questões técnicas ou da direção de Sean Penn. Achei genial por causa de seu argumento baseado numa história real incrível de um jovem que resolveu sair pelos EUA afora, conhecendo outros lugares, cidades, pessoas, tudo por livre e espontânea vontade. Quem nunca quis jogar tudo para o alto e sair em uma aventura dessas na vida? Acho que todos nós. O filme é basicamente sobre isso, sobre liberdade, sobre se libertar das coisas que nos aprisionam como dinheiro, bens materiais, responsabilidades, pressões, para simplesmente viver, sair por aí, sem planos, só a vontade de ser feliz e livre. Talvez um dos poucos filmes que realmente daria nota máxima nos últimos anos pois a maioria do que se produz atualmente é bem comercial e medíocre e não nos faz refletir sobre nada na vida. Esse faz. É o tipo de filme que fica conosco por muito tempo após o assistir.
Como eu já citei o filme é baseado numa história real. O jovem Chris McCandless (Emile Hirsch) resolve, após se formar no High School, tomar uma decisão crucial em sua vida. Enquanto seus amigos pensam em ir para a faculdade para se formarem e depois arranjarem um belo emprego, Chris não almeja nada disso. O que ele realmente deseja no fundo de sua alma é viver sua liberdade em plenitude, ganhar o mundo, sair por aí em busca de aventuras, conhecer novos lugares, novas pessoas. Indo de um lugar ao outro de carona, vivendo de pequenos empregos por onde passa, Chris sai atravessando os EUA praticamente de costa a costa. Aos que vai conhecendo pelo meio do caminho diz que seu objetivo final é ir para o Alaska, viver nas montanhas, isolado do mundo e de todos, voltando ao estado natural do ser humano. Afinal ele era jovem, desimpedido, descompromissado e dono de seu próprio destino. O filme é lindamente conduzido. Como Chris está sempre em movimento vamos conhecendo a América ao seu lado. Uma rica fotografia tenta capturar a essência daquele país continental. Sua ousadia e audácia fizeram de Chris um ídolo para muitos jovens que até hoje cultuam sua memória pela net. Infelizmente não temos aqui um final feliz. Não ousaria contar nada mas os momentos finais são realmente marcantes. Muitos vão de forma hipócrita afirmar que ele foi apenas um sonhador ingênuo. Bom, isso não é bem uma ofensa já que as maiores conquistas da humanidade nasceram de pessoas como Chris, que tiveram a coragem de serem diferentes, de fugir do convencional. Eu acredito que sua vida é uma bela lição para todos nós. Uma produção que marca realmente. Uma Obra prima.
Na Natureza Selvagem (Into the wild, Estados Unidos, 2007) Direção: Sean Penn / Roteiro: Sean Penn baseado no livro de Jon Krakauer / Elenco: Emile Hirsch, Vince Vaughn, Catherine Keener, William Hurt, Kristen Stewart / Sinopse: Jovem recém formado no colegial decide jogar tudo para o alto para cair na estrada. Ele deseja partir em uma aventura inesquecível, atravessando os EUA de carona, almejando ir para o distante e isolado Alaska onde deseja começar uma nova vida, baseada na simplicidade e longe do materialismo da sociedade atual. Vencedor do prêmio Globo de Ouro na categoria "Melhor Canção" (Guaranteed).
Pablo Aluísio.
Como eu já citei o filme é baseado numa história real. O jovem Chris McCandless (Emile Hirsch) resolve, após se formar no High School, tomar uma decisão crucial em sua vida. Enquanto seus amigos pensam em ir para a faculdade para se formarem e depois arranjarem um belo emprego, Chris não almeja nada disso. O que ele realmente deseja no fundo de sua alma é viver sua liberdade em plenitude, ganhar o mundo, sair por aí em busca de aventuras, conhecer novos lugares, novas pessoas. Indo de um lugar ao outro de carona, vivendo de pequenos empregos por onde passa, Chris sai atravessando os EUA praticamente de costa a costa. Aos que vai conhecendo pelo meio do caminho diz que seu objetivo final é ir para o Alaska, viver nas montanhas, isolado do mundo e de todos, voltando ao estado natural do ser humano. Afinal ele era jovem, desimpedido, descompromissado e dono de seu próprio destino. O filme é lindamente conduzido. Como Chris está sempre em movimento vamos conhecendo a América ao seu lado. Uma rica fotografia tenta capturar a essência daquele país continental. Sua ousadia e audácia fizeram de Chris um ídolo para muitos jovens que até hoje cultuam sua memória pela net. Infelizmente não temos aqui um final feliz. Não ousaria contar nada mas os momentos finais são realmente marcantes. Muitos vão de forma hipócrita afirmar que ele foi apenas um sonhador ingênuo. Bom, isso não é bem uma ofensa já que as maiores conquistas da humanidade nasceram de pessoas como Chris, que tiveram a coragem de serem diferentes, de fugir do convencional. Eu acredito que sua vida é uma bela lição para todos nós. Uma produção que marca realmente. Uma Obra prima.
Na Natureza Selvagem (Into the wild, Estados Unidos, 2007) Direção: Sean Penn / Roteiro: Sean Penn baseado no livro de Jon Krakauer / Elenco: Emile Hirsch, Vince Vaughn, Catherine Keener, William Hurt, Kristen Stewart / Sinopse: Jovem recém formado no colegial decide jogar tudo para o alto para cair na estrada. Ele deseja partir em uma aventura inesquecível, atravessando os EUA de carona, almejando ir para o distante e isolado Alaska onde deseja começar uma nova vida, baseada na simplicidade e longe do materialismo da sociedade atual. Vencedor do prêmio Globo de Ouro na categoria "Melhor Canção" (Guaranteed).
Pablo Aluísio.
O Corvo
No final da década de 80 o escritor e artista americano James O'Barr - inspirado na trágica morte de sua namorada na vida real - criou a fábula neogótica, "O Corvo". No início da década de 90, mais precisamente em 1993, o sonho dos produtores e escritores, David J.Schow e John Shirley, virava realidade e o longa, homônimo da obra de O'Barr, começava a ser filmado. A direção foi entregue ao egípcio naturalizado australiano, Alex Proyas (Eu Robô - 2004). Para o papel do acinzentado e mórbido Eric Draven foi escolhido o filho do mítico Bruce Lee, Brandon Lee. O filme, lançado nos cinemas em 1994, e com uma insuspeitada textura baudelairiana, conta a história do brutal assassinato do roqueiro "dark", Eric Draven e de sua namorada Shelly, na chamada "Noite do Demônio" (Devil's Night), a famosa noite que precede o dia do Halloween. Passado um ano, Eric ressuscita de sua catacumba guiado por um corvo sinistro.
No início o roqueiro só lembra do apartamento onde morava, e mais nada. Porém, de dentro do seu quarto, Eric, aos poucos vai lembrando de tudo o que aconteceu. As dores da lembrança, da tragédia e da morte de seu grande amor corroem as entranhas de um corpo sem alma, fantasmagórico e perturbado. Passadas algumas horas dos insights dantescos daquela noite, Eric dá o primeiro passo para uma vingança terrível contra os assassinos; e para começar, pinta a boca de palhaço com um sorriso triste. Mas o roqueiro corre perigo, pois o segredo de sua imortalidade está ligado diretamente à vida e ao bem estar do corvo e pode cair nas mãos do chefão dos bandidos de nome Top Dollar. O filme é passado numa paisagem apocalíptica, escurecida e acarcomida pelo submundo da bandidagem e dos grafiteiros. Eric com sua roupa de couro preta e coberta por um sobretudo, é uma espécie de arauto do pós-túmulo, uma entidade que vaga esgueirando-se pelas esquinas chuvosas como uma sombra negra, vingativa e endemoniada. Seu rosto pálido e mortificado é o contraponto de seus olhos amarelos que fagulham ódio e vingança por todos os lados e para toda a bandidagem. É uma missa negra a céu aberto. Pena que a vida imitou a arte, e, Eric Draven, ou melhor, Brandon Lee - em sua melhor performance no cinema - teve uma morte trágica durante as filmagens vitimado por uma bala que deveria ser de festim, mas não era. Sua morte se deu, exatos vinte anos após a morte de seu famoso pai, Bruce Lee. Nota 8
O Corvo (The Crow, Estados Unidos, 1994) Direção: Alex Proyas / Roteiro: David J. Schow, John Shirley baseados na obra de James O'Barr / Elenco: Brandon Lee, Rochelle Davis, Sofia Shinas, Ernie Hudson / Sinopse: O filme conta a história do brutal assassinato do roqueiro "dark", Eric Draven e de sua namorada Shelly, na chamada "Noite do Demônio" (Devil's Night), a famosa noite que precede o dia do Halloween. Passado um ano, Eric ressuscita de sua catacumba guiado por um corvo sinistro.
Telmo Vilela Jr.
No início o roqueiro só lembra do apartamento onde morava, e mais nada. Porém, de dentro do seu quarto, Eric, aos poucos vai lembrando de tudo o que aconteceu. As dores da lembrança, da tragédia e da morte de seu grande amor corroem as entranhas de um corpo sem alma, fantasmagórico e perturbado. Passadas algumas horas dos insights dantescos daquela noite, Eric dá o primeiro passo para uma vingança terrível contra os assassinos; e para começar, pinta a boca de palhaço com um sorriso triste. Mas o roqueiro corre perigo, pois o segredo de sua imortalidade está ligado diretamente à vida e ao bem estar do corvo e pode cair nas mãos do chefão dos bandidos de nome Top Dollar. O filme é passado numa paisagem apocalíptica, escurecida e acarcomida pelo submundo da bandidagem e dos grafiteiros. Eric com sua roupa de couro preta e coberta por um sobretudo, é uma espécie de arauto do pós-túmulo, uma entidade que vaga esgueirando-se pelas esquinas chuvosas como uma sombra negra, vingativa e endemoniada. Seu rosto pálido e mortificado é o contraponto de seus olhos amarelos que fagulham ódio e vingança por todos os lados e para toda a bandidagem. É uma missa negra a céu aberto. Pena que a vida imitou a arte, e, Eric Draven, ou melhor, Brandon Lee - em sua melhor performance no cinema - teve uma morte trágica durante as filmagens vitimado por uma bala que deveria ser de festim, mas não era. Sua morte se deu, exatos vinte anos após a morte de seu famoso pai, Bruce Lee. Nota 8
O Corvo (The Crow, Estados Unidos, 1994) Direção: Alex Proyas / Roteiro: David J. Schow, John Shirley baseados na obra de James O'Barr / Elenco: Brandon Lee, Rochelle Davis, Sofia Shinas, Ernie Hudson / Sinopse: O filme conta a história do brutal assassinato do roqueiro "dark", Eric Draven e de sua namorada Shelly, na chamada "Noite do Demônio" (Devil's Night), a famosa noite que precede o dia do Halloween. Passado um ano, Eric ressuscita de sua catacumba guiado por um corvo sinistro.
Telmo Vilela Jr.
Zumbis Na Neve
Acredite, eu assisti Dead Snow! É um filme pequeno, de baixo orçamento e roteiro trash mas mesmo assim serve para assistir em um dia chuvoso. Claro que ninguém vai levar à sério uma coisa dessas mas pelo pouco dinheiro investido na produção posso afirmar que os produtores realizaram um feito e tanto. Eu li uma entrevista do diretor. A idéia do filme nasceu porque em algumas regiões da Rússia e do norte da Europa os jovens locais (geralmente desempregados) desenterram os soldados alemães mortos na II Guerra Mundial para roubar souvenirs como capacetes, medalhas, cruzes de ferro, armas, etc. Depois que pegam esse material colocam para vender na Internet. Daí o diretor pensou: "E se esses nazistas voltassem à vida para dar um chute na bunda desses jovens que os estão roubando?" Nasceu assim a idéia inicial de Dead Snow. Mas é bom deixar claro que a história do roubos de souvenirs dos soldados mortos serviu apenas de inspiração - a estória do filme é um pouco diferente disso. Eu também não sou fã de Zumbis. Zumbis são tão unidimensionais, só querem comer miolos e nada mais (nem falas possuem nos filmes). Nesse ponto vampiros são personagens de terror cem milhões de vezes mais interessante. De qualquer modo aqui eles até que estão mais interessantes do que o habitual.
Embora o argumento que une Zumbis e Nazistas não seja grande novidade o ambiente gelado e hostil onde se passa o filme acaba criando interesse. O elenco é formado basicamente por uma moçada jovem e bem disposta. São todos Noruegueses o que aniquila para o espectador brasileiro qualquer identificação. Na realidade são praticamente amadores. As garotas são bonitas como aliás é comum naqueles países nórdicos. Os rapazes estão ali só esperando a hora de serem devorados pelos Zumbis do Reich. O clima dominante oscila entre o suspense e o quase cômico pois é complicado levar à sério uma tropa nazista congelada de Zumbis andando por aí atrás de miolos frescos. A produção até faz bom uso das belas paisagens naturais do lugar mas erra ao se tornar muito repetitiva. Em pouco mais de 30 minutos o espectador começa a ficar entediado pois as situações começam a se repetir em demasia. Como os personagens não aparentam possuir qualquer personalidade mais trabalhada pelo roteiro logo nos desinteressamos por eles. Algumas cenas do mais puro gore ainda conseguem criar alguma distração mas no final ficamos com aquela sensação de tempo perdido. Mesmo assim, com todas essas limitações vale o esforço. Assista, junte uma galera e façam a festa. É aquele tipo de filme para assistir e zuar um pouquinho. Só assim você entrará no espírito da coisa.
Zumbis na Neve (Død snø, Noruega, 2009) Direção: Tommy Wirkola / Roteiro: Tommy Wirkola, Stig Frode Henriksen / Elenco: Jeppe Laursen, Charlotte Frogner, Jenny Skavlan / Sinopse: Soldados nazistas do fim da II Guerra Mundial voltam à vida como Zumbis. Um grupo de jovens que passam férias próximo às suas covas serão o prato principal do Menu.
Pablo Aluísio.
Embora o argumento que une Zumbis e Nazistas não seja grande novidade o ambiente gelado e hostil onde se passa o filme acaba criando interesse. O elenco é formado basicamente por uma moçada jovem e bem disposta. São todos Noruegueses o que aniquila para o espectador brasileiro qualquer identificação. Na realidade são praticamente amadores. As garotas são bonitas como aliás é comum naqueles países nórdicos. Os rapazes estão ali só esperando a hora de serem devorados pelos Zumbis do Reich. O clima dominante oscila entre o suspense e o quase cômico pois é complicado levar à sério uma tropa nazista congelada de Zumbis andando por aí atrás de miolos frescos. A produção até faz bom uso das belas paisagens naturais do lugar mas erra ao se tornar muito repetitiva. Em pouco mais de 30 minutos o espectador começa a ficar entediado pois as situações começam a se repetir em demasia. Como os personagens não aparentam possuir qualquer personalidade mais trabalhada pelo roteiro logo nos desinteressamos por eles. Algumas cenas do mais puro gore ainda conseguem criar alguma distração mas no final ficamos com aquela sensação de tempo perdido. Mesmo assim, com todas essas limitações vale o esforço. Assista, junte uma galera e façam a festa. É aquele tipo de filme para assistir e zuar um pouquinho. Só assim você entrará no espírito da coisa.
Zumbis na Neve (Død snø, Noruega, 2009) Direção: Tommy Wirkola / Roteiro: Tommy Wirkola, Stig Frode Henriksen / Elenco: Jeppe Laursen, Charlotte Frogner, Jenny Skavlan / Sinopse: Soldados nazistas do fim da II Guerra Mundial voltam à vida como Zumbis. Um grupo de jovens que passam férias próximo às suas covas serão o prato principal do Menu.
Pablo Aluísio.
Código do Silêncio
Depois do sucesso de "Braddock II - O Início da Missão" Chuck Norris estrelou esse filme policial de ação. Sai a selva do Vietnã e entre outra selva em cena, a selva de pedra da cidade de Chicago. Aqui Norris interpreta o tira Eddie Cusack em uma cidade dividida por gangues criminosas. Duas facções lutam pelo poder das ruas e Norris acaba ficando no meio delas. Embora seja extremamente arriscado lidar com esse tipo de criminoso ele resolve ir em frente mesmo não contando com o resto de seu departamento. Ele é um policial marcado pois quebrou o chamado "Código do Silêncio" que impera em seu distrito. Esse código determina que nenhum policial deve depor contra um colega de farda. Para condenar um tira corrupto, acusado de matar um adolescente desarmado, Cusack (Norris) resolve quebrar essa regra de conduta não escrita e com isso ganha a antipatia coletiva de seus colegas de trabalho. Sozinho ele tentará conter a onda de violência que explode nas ruas por causa da guerra entre grupos rivais pelo controle do tráfico e contrabando.
"Código de Silêncio" foi lançado no Brasil na mesma semana em que "Ases Indomáveis" chegava nas telas. Isso dá uma ideia da popularidade de Norris por aqui. Apenas um ator com muito respaldo de bilheteria teria cacife para bater de frente com um blockbuster daquela envergadura. Assim "Top Gun" e "Código do Silêncio" duelaram naquele distante fim de semana em nossos cinemas. Claro que Norris não sai de seu estilo, ele repete seu personagem padrão - o do sujeito que sozinho tenta ganhar uma guerra! Aqui o campo de batalha são as ruas da grande Chicago. Para piorar a polícia está corrompida, o que torna Norris basicamente um dos poucos policiais éticos de sua corporação. O filme traz um curioso robozinho usado para operações especiais. Hoje em dia, com o avanço da tecnologia, aquilo pode soar completamente ultrapassado mas na época fez sucesso entre o público. No saldo final "Código do Silêncio" tem um roteiro bem mais caprichado do que outros filmes de ação de Norris nessa fase de sua carreira. O filme obviamente sentiu o pesar dos anos mas ainda pode ser considerado eficiente dentro daquilo que se propõe.
Código do Silêncio (Code of Silence, Estados Unidos, 1985) Direção: Andrew Davis / Roteiro: Michael Butler, Dennis Shryack / Elenco: Chuck Norris, Henry Silva, Bert Remsen / Sinopse: Policial de Chicago tenta desbaratinar duas gangues rivais e acaba sendo envolvido dentro da guerra entre elas. Sem apoio de sua corporação tenta resolver o caos usando apenas de seu treinamento e perícia em operações especiais.
Pablo Aluísio.
"Código de Silêncio" foi lançado no Brasil na mesma semana em que "Ases Indomáveis" chegava nas telas. Isso dá uma ideia da popularidade de Norris por aqui. Apenas um ator com muito respaldo de bilheteria teria cacife para bater de frente com um blockbuster daquela envergadura. Assim "Top Gun" e "Código do Silêncio" duelaram naquele distante fim de semana em nossos cinemas. Claro que Norris não sai de seu estilo, ele repete seu personagem padrão - o do sujeito que sozinho tenta ganhar uma guerra! Aqui o campo de batalha são as ruas da grande Chicago. Para piorar a polícia está corrompida, o que torna Norris basicamente um dos poucos policiais éticos de sua corporação. O filme traz um curioso robozinho usado para operações especiais. Hoje em dia, com o avanço da tecnologia, aquilo pode soar completamente ultrapassado mas na época fez sucesso entre o público. No saldo final "Código do Silêncio" tem um roteiro bem mais caprichado do que outros filmes de ação de Norris nessa fase de sua carreira. O filme obviamente sentiu o pesar dos anos mas ainda pode ser considerado eficiente dentro daquilo que se propõe.
Código do Silêncio (Code of Silence, Estados Unidos, 1985) Direção: Andrew Davis / Roteiro: Michael Butler, Dennis Shryack / Elenco: Chuck Norris, Henry Silva, Bert Remsen / Sinopse: Policial de Chicago tenta desbaratinar duas gangues rivais e acaba sendo envolvido dentro da guerra entre elas. Sem apoio de sua corporação tenta resolver o caos usando apenas de seu treinamento e perícia em operações especiais.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Pânico na Neve
Esse "Pânico na Neve" traz um grupo de atores jovens desconhecidos em um roteiro que se não é tão original assim pelo menos tenta manter a situação de tensão e suspense. A premissa básica (e única) do filme é manter três jovens presos em um teleférico de uma montanha de prática de esqui. Eles foram abandonados lá por engano e agora estão sem saída, no meio do frio, sem comida e abandonados à própria sorte. O que fazer? Como estão em uma altura considerável pular seria um desastre. Além disso estão cercados por lobos selvagens à espera de uma boa refeição. É um thriller de situação, ou seja, o filme se resume em torcer para que o grupo de jovens escape daquela armadilha.
O filme seria mais verossímil se fosse passado em outra época. Isso porque é praticamente impossível nos dias de hoje um grupo de 3 jovens sem celular. Pois bastava ter um celular para que toda a situação fosse resolvida. Eles chamariam por socorro e alguém os tiraria de lá. A questão dos lobos também é controversa. Em uma estação de esqui com grande movimento jamais haveria tantos lobos assim pelas redondezas, além disso não seriam bestas assassinas como mostradas no filme. De qualquer forma tirando isso o filme até que é eficiente e dentro de sua proposta cumpre bem seu papel. Só acho que dez minutos a menos ajudaria bastante, o filme não é longo, mas como se trata de uma única situação isso serviria para dar mais agilidade ao enredo em si.
Pânico na Neve (Frozen, Estados Unidos, 2010) Direção: Adam Green / Roteiro: Adam Green / Elenco: Shawn Ashmore, Emma Bell, Kevin Zegers / Sinopse: Três jovens ficam presos por engano em um periférico no alto de uma montanha. Sem possibilidade de serem socorridos antes de serem congelados pelo tempo hostil eles tentam de todas as formas escapar da terrível situação.
Pablo Aluísio.
O filme seria mais verossímil se fosse passado em outra época. Isso porque é praticamente impossível nos dias de hoje um grupo de 3 jovens sem celular. Pois bastava ter um celular para que toda a situação fosse resolvida. Eles chamariam por socorro e alguém os tiraria de lá. A questão dos lobos também é controversa. Em uma estação de esqui com grande movimento jamais haveria tantos lobos assim pelas redondezas, além disso não seriam bestas assassinas como mostradas no filme. De qualquer forma tirando isso o filme até que é eficiente e dentro de sua proposta cumpre bem seu papel. Só acho que dez minutos a menos ajudaria bastante, o filme não é longo, mas como se trata de uma única situação isso serviria para dar mais agilidade ao enredo em si.
Pânico na Neve (Frozen, Estados Unidos, 2010) Direção: Adam Green / Roteiro: Adam Green / Elenco: Shawn Ashmore, Emma Bell, Kevin Zegers / Sinopse: Três jovens ficam presos por engano em um periférico no alto de uma montanha. Sem possibilidade de serem socorridos antes de serem congelados pelo tempo hostil eles tentam de todas as formas escapar da terrível situação.
Pablo Aluísio.
Cheri
Eu sempre fui grande fã do cinema de Stephen Frears, por isso fui com boas expectativas assistir esse Cheri. Pensei que seria pelo menos um bom filme de sua rica filmografia. Ledo engano. Cheri é um filme muito abaixo do que eu esperava. Mal conduzido, enfadonho, lento, inverossímil e o pior de tudo com um sério erro na escalação da dupla central. O texto e o roteiro certamente são bons mas para que o filme funcionasse seria necessário ter um casal realmente entrosado em cena e o mais importante, com talento. O problema aqui não é com Michelle Pfeiffer. Apesar da idade aparente ela ainda continua bonita, charmosa e talentosa. Suas cenas são boas e ela conseguiu pelo menos me manter acordado. O problema de todo o filme tem nome: Rupert Friend. Eu realmente fiquei me perguntando onde o diretor conseguiu achar um ator tão ruim como esse. O sujeito é uma nulidade em cena. Fazendo o par romântico com Pfeiffer tudo o que ele consegue passar ao espectador é tédio. Não sabe atuar, não sabe passar calor humano e nem tem química nas cenas a dois com a ex mulher gato. Assim o filme simplesmente naufraga pois se o foco dele é um romance ardente e esse não consegue ser convincente então é o fim mesmo de tudo.
Chei se passa na chamada Belle Époque em Paris. O capitalismo está em franca expansão e há um clima de otimismo no ar. É nesse ambiente que vive a fina cortesã Lea de Lonval (Michelle Pfeiffer). Embora seja muito experiente com relacionamentos com o sexo oposto ela acaba traindo seus próprios ideais ao se apaixonar por um imaturo e mimado jovem, Chéri (Rupert Friend). Para piorar ainda mais sua situação ele é filho de uma antiga rival na profissão, a exuberante Madame Peloux (Kathy Bates), que não vê com bons olhos o romance, preferindo que seu filho se casasse com Edmée (Felicity Jones). O roteiro é curioso porque lida com emoções sentimentais entre pessoas que comercializam justamente esse tipo de sentimento. A produção é de requinte, com excelente reconstituição de época. Seu maior defeito porém é de ritmo que logo se torna lento e arrastado. Apesar de ser excelente cineasta Frears surge preguiçoso na condução da trama, confundindo contemplação com chatice. Assim sendo logo o filme se torna bastante enfadonho. Como o casal central não convence ficamos com aquela sensação de perplexidade ao ver uma dama tão bonita e sofisticada como Lea fazendo loucuras em prol do amor de um jovem tão sem expressão como aquele. Só recomendo Cheri para os fãs mais ardorosos de Michelle Pfeiffer. Fora ela em cena a produção realmente não traz nenhum outro grande atrativo.
Cheri (Cheri, Estados Unidos, 2009) Direção: Stephen Frears / Roteiro: Christopher Hampton / Elenco: Michelle Pfeiffer, Kathy Bates, Rupert Friend, Bette Bourne, Iben Hjejle, Frances Tomelty, Joe Heridan./ Sinopse: Cortesã com muita experiência de vida acaba se apaixonando por jovem, filho de uma antiga rival. Ambientado na Paris da Belle Époque, Cheri traz novamente para as telas Michelle Pfeiffer no papel de Lea de Lonval.
Pablo Aluísio.
Chei se passa na chamada Belle Époque em Paris. O capitalismo está em franca expansão e há um clima de otimismo no ar. É nesse ambiente que vive a fina cortesã Lea de Lonval (Michelle Pfeiffer). Embora seja muito experiente com relacionamentos com o sexo oposto ela acaba traindo seus próprios ideais ao se apaixonar por um imaturo e mimado jovem, Chéri (Rupert Friend). Para piorar ainda mais sua situação ele é filho de uma antiga rival na profissão, a exuberante Madame Peloux (Kathy Bates), que não vê com bons olhos o romance, preferindo que seu filho se casasse com Edmée (Felicity Jones). O roteiro é curioso porque lida com emoções sentimentais entre pessoas que comercializam justamente esse tipo de sentimento. A produção é de requinte, com excelente reconstituição de época. Seu maior defeito porém é de ritmo que logo se torna lento e arrastado. Apesar de ser excelente cineasta Frears surge preguiçoso na condução da trama, confundindo contemplação com chatice. Assim sendo logo o filme se torna bastante enfadonho. Como o casal central não convence ficamos com aquela sensação de perplexidade ao ver uma dama tão bonita e sofisticada como Lea fazendo loucuras em prol do amor de um jovem tão sem expressão como aquele. Só recomendo Cheri para os fãs mais ardorosos de Michelle Pfeiffer. Fora ela em cena a produção realmente não traz nenhum outro grande atrativo.
Cheri (Cheri, Estados Unidos, 2009) Direção: Stephen Frears / Roteiro: Christopher Hampton / Elenco: Michelle Pfeiffer, Kathy Bates, Rupert Friend, Bette Bourne, Iben Hjejle, Frances Tomelty, Joe Heridan./ Sinopse: Cortesã com muita experiência de vida acaba se apaixonando por jovem, filho de uma antiga rival. Ambientado na Paris da Belle Époque, Cheri traz novamente para as telas Michelle Pfeiffer no papel de Lea de Lonval.
Pablo Aluísio.
Rolling Stones - Out of Our Heads
Nem adianta negar. Na década de 1960 os Rolling Stones andaram lada a lado com os Beatles. Sonoridade, letras, arranjos, os Stones realmente seguiam o modelo padrão das bandas de rock daquela época e quem determinava esse padrão era justamente o quarteto de Liverpool. Veja o caso desse Out of Our Heads, terceiro disco dos Stones. O álbum segue os passos dos Beatles, mesmo que alguns centímetros atrás. Enquanto os Beatles começavam a mudar ainda que discretamente seu som, os Stones também procuravam trazer inovações para o grupo. Esqueça os Stones de hoje em dia. Aquilo ali é uma empresa multinacional, uma corporação S.A. e não mais um conjunto de Rock mas em 1965 eles ainda eram de fato um grupo de rock. Hoje em dia Jagger e Keith Richards se odeiam tanto que mal se falam mas na época do lançamento desse trabalho eles eram realmente amigos e trabalhavam em harmonia. Por falar em amizade aqui os Stones surgem com sua formação clássica completa, a saber: Mick Jagger (vocal, harmónica, percussão), Brian Jones (guitarra eléctrica e acústica, harmónica, orgão), Keith Richards (guitarra), Charlie Watts (Bateria e percussão) e Bill Wyman (baixo). Essa aliás é a formação perfeita dos Stones, sem tirar nem colocar mais ninguém. Curiosamente é que para melhorar ainda mais a qualidade musical do disco eles ainda chamaram outros craques: Ian Stewart no piano e o produtor maluco beleza Phil Spector para dar algumas canjas de baixo.
O resultado é dos melhores. Considero o álbum um dos mais pertinentes do grupo em termos de melodia e arranjos. Os primeiros discos dos Stones deixavam muito a desejar nesses aspectos mas aqui a sonoridade melhora muito. Um exemplo perfeito do que digo surge logo na primeira canção, "She Said Yeah" com suas linhas de guitarras furiosas. Apesar de ser um cover é uma das melhores gravações dos Stones. No quesito garra e pique poucas vezes eles fizeram algo melhor do que isso. É interessante perceber que nessa fase inicial eles ainda não estavam muito seguros como compositores, preferindo se apoiar em material escrito por outros compositores. Assim temos apenas três canções escritas pela dupla Mick Jagger e Keith Richards: "Gotta Get Away", "Heart of Stone" e "I'm Free". Note que a versão do disco britânica que estamos comentando aqui foi bastante diferenciada da americana pois nos EUA a gravadora ianque incluiu o megasucesso "(I Can't Get No) Satisfaction", que não fez parte da seleção musical inglesa. Era como se o Help dos Beatles saísse com "Yesterday" em sua versão americana mas não na inglesa. Deu para sentir o drama? É óbvio que por essa razão a edição USA é bem superior à britânica mas como sou tradicionalista ainda prefiro a discografia original do grupo para ouvir (e na minha opinião a discografia original é exatamente a de seu país de origem, ou seja, Made in England). Assim lhe deixamos a dica. Esqueça esses Stones que estão aí celebrando 50 anos de carreira ou mais. Isso tudo é puro marketing. Prefira os caras em seus primórdios, quando eram apenas cinco amigos tentando dar o melhor de si para vencer no mundo da música. Isso aconteceu antes da morte de Brian Jones e da saída de Bill Wyman. "Out of Our Heads" é perfeito nesse sentido.
Rolling Stones - Out of Our Heads (1965)
She Said Yeah
Mercy, Mercy
Hitch Hike
That's How Strong My Love Is
Good Times
Gotta Get Away
Talkin' 'Bout You
Cry to Me
Oh Baby (We Got a Good Thing Goin'
Heart of Stone
The Under Assistant West Coast Promotion Man
I'm Free
Pablo Aluísio.
O resultado é dos melhores. Considero o álbum um dos mais pertinentes do grupo em termos de melodia e arranjos. Os primeiros discos dos Stones deixavam muito a desejar nesses aspectos mas aqui a sonoridade melhora muito. Um exemplo perfeito do que digo surge logo na primeira canção, "She Said Yeah" com suas linhas de guitarras furiosas. Apesar de ser um cover é uma das melhores gravações dos Stones. No quesito garra e pique poucas vezes eles fizeram algo melhor do que isso. É interessante perceber que nessa fase inicial eles ainda não estavam muito seguros como compositores, preferindo se apoiar em material escrito por outros compositores. Assim temos apenas três canções escritas pela dupla Mick Jagger e Keith Richards: "Gotta Get Away", "Heart of Stone" e "I'm Free". Note que a versão do disco britânica que estamos comentando aqui foi bastante diferenciada da americana pois nos EUA a gravadora ianque incluiu o megasucesso "(I Can't Get No) Satisfaction", que não fez parte da seleção musical inglesa. Era como se o Help dos Beatles saísse com "Yesterday" em sua versão americana mas não na inglesa. Deu para sentir o drama? É óbvio que por essa razão a edição USA é bem superior à britânica mas como sou tradicionalista ainda prefiro a discografia original do grupo para ouvir (e na minha opinião a discografia original é exatamente a de seu país de origem, ou seja, Made in England). Assim lhe deixamos a dica. Esqueça esses Stones que estão aí celebrando 50 anos de carreira ou mais. Isso tudo é puro marketing. Prefira os caras em seus primórdios, quando eram apenas cinco amigos tentando dar o melhor de si para vencer no mundo da música. Isso aconteceu antes da morte de Brian Jones e da saída de Bill Wyman. "Out of Our Heads" é perfeito nesse sentido.
Rolling Stones - Out of Our Heads (1965)
She Said Yeah
Mercy, Mercy
Hitch Hike
That's How Strong My Love Is
Good Times
Gotta Get Away
Talkin' 'Bout You
Cry to Me
Oh Baby (We Got a Good Thing Goin'
Heart of Stone
The Under Assistant West Coast Promotion Man
I'm Free
Pablo Aluísio.
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